POV EDWARD

Carolline chegou e Bella estava com Alice dentro da casa.

Ela saiu do carro, beijou meu rosto e se encostou na BMW. Me encostei ao seu lado.

- Como você está Edward, parece preocupado? – Ela me pergunta.

- Não é nada, eu estou bem. – Na verdade andava pensativo há alguns dias.

Talvez fosse porque estava me distanciando de Bella. Isso não era bom, nada bom. E sabia que ela estava percebendo. Mas não deixaria isso ir longe demais, ate que as coisas ficassem serias. Eu a amo e não podia suportar magoa-la.

Já bastava eu ser um monstro que não merecia o seu amor, eu ainda seria um péssimo namorado?

Não. Isso não iria acontecer.

 E as visões de Alice me deixou perturbado. Tentei esconder de Bella, mas ela percebeu, e qualquer desculpa que eu inventasse, ela não acreditaria. Me preocupava com ela, sempre, afinal ela é tudo para mim, eu a amo.

Só esperava que Alice não desse com a língua nos dentes e contasse a ela. Não queria esconder nada dela, mas também não queria que ela se preocupasse tanto.

- Edward! Parece que esta no mundo da lua. – A voz de Carolline me despertou.

- Desculpe, dizia alguma coisa.

- Sim, estava dizendo que não consegui falar com ninguém lá no Canadá. Então vou ter que procura-las, elas não gostam de ficar muito perto da civilização, e o lugar que escolheram não deve ter sinal.

- Por que não vieram com você?

- Quando disse que viria, elas falaram que me esperaria por lá mesmo. Acho que pensaram que não o encontraria.

- Você acha que elas vão querer vir morar aqui? Elas não me parecem ser do tipo que gosta de permanecer em um único lugar por muito tempo.

- Claro, elas vão gostar daqui. Não é muito longe do centro, mas já vi umas cidadezinhas próximas que são bem tranquilas.

- Quando nos vemos de novo?

- Em breve! – Disse sorrindo. – Mas agora preciso ir.

- Tudo bem, tome cuidado.

- Edward, para né, não sou mais um garotinha que fica aprontando por ai, podia ate ser que naquela época eu precisasse de você como babá, mas agora sei me cuidar.

- Tudo bem, me desculpe.

- Então é isso, só vim mesmo para dar tchau. – Ela se aproxima e beija minha bochecha assim como fez quando chegou, entrou no carro e foi embora.

Entrei em casa, e Bella descia as escadas.

Assim que me viu sorriu. Ela era perfeita, não tinha ideia disso, mas era perfeita.

Como alguém assim podia gostar de alguém como eu?

A sorte que eu tivera em encontra-la anulava todo o resto. Não me importava mais em ser um vampiro, não me importava com mais nada. Pois ela era minha, só minha.

Sorri de lado e me aproximei, assim que ela desceu as escadas a abracei. Ela encostou a cabeça no meu peito e suspirou fundo, me dei conta de que fazia certo tempo que não a abraçava assim. É claro que eu a abraçava, mas era diferente, dessa vez transmitia uma coisa única, simplesmente o contato da minha pele com a dela me aquecia por inteiro. Parecia um choque, uma corrente elétrica.

- Eu te amo. – Disse com todo o meu coração tentando passar aquela sensação que eu sentia para ela. Disse com toda a verdade daquelas palavras.

- Que bonitinho os pombinhos namorando em publico. – Disse Emmett rindo logo atrás da gente.

- Emmett para de atrapalhar eles! – Disse Esme logo ao seu lado que estava nos olhando. E pelos seus pensamentos eu via o quanto ela estava feliz por eu ter encontrado Bella.

As bochechas de Bella coraram fazendo seu rosto ficar ainda mais lindo. Ela escondeu o rosto no meu peito como uma criança tímida.

A peguei pela mão para nos sentarmos no sofá. Ela sentou na minha frente com as costas apoiada em meu peito. Emmett sentou no outro sofá e ligou a televisão.

Peguei algumas mexas do cabelo dela e fiquei alisando.

- Carolline já foi embora? - Perguntou me olhando.

Apenas acenei. Ela virou de novo pensativa.

- No que esta pensando? – Beijei sua orelha e depois sussurrei no seu ouvido.

- Hey gente, vamos parar de namorar e assistir um filme. – Disse Emmett se intrometendo.

Os outros desceram.

- Eu escolho o filme. – Alice gritou já da escada.

- Nem pensar, você vai escolher aqueles melosos, eu quero de terror.

- Ou de ação – Jasper gritou.

- Vamos fazer uma votação. – Disse Rose calma se sentando do lado de Emmett.

 ...

Acabamos assistindo dois filmes.

Uma comedia romântica, escolha de Rose, Alice e Bella.

E um de suspense escolhido por mim e pelos garotos.

Fiquei a tarde toda deitado com Bella no sofá comendo pipoca e trocando caricias. Ela ficava em silencio enquanto eu beijava seus cabelos, ouvido, pescoço, bochecha. Ela se limitava a sorrir e às vezes ficar arrepiada.

Emmett às vezes jogava almofadas em nós, ou resmungava para que ficássemos quietos.

Mas eu sempre voltava a beija-la.

Quando a tarde acabou a levei para casa.

...

POV BELLA

Já fazia uma semana que Carolline havia ido embora e as coisas entre mim e Edward melhoraram bastante. A distancia dela o fez focar toda a sua atenção em mim.

Ele não era meloso, pegajoso ou coisa assim. Pelo contrario sabia os momentos exatos em que deveria me dar carinho.

Toda vez que ele ia embora eu me sentia incompleta. Era isso que ele fazia: me completava.

Era sexta, não fui à escola, acabei dormindo ate mais tarde, acordei já na hora do almoço, passei a tarde assistindo filme com meus pais.

Não o via desde a noite anterior. Pensei em ligar para ele, mas resolvi tomar um banho primeiro.

Não demorei muito e quando sai ele me esperava no quarto. Ele estava com uma jaqueta de couro preta por cima de uma camiseta justa cinza. Jeans azul escuro e tênis.

- Esta esperando há muito tempo? – Disse assim que o vi.

- Não acabei de chegar. – Disse sorrindo para logo depois vir me abraçar. – Como passou o dia?

- Fazendo nada, passei o dia com preguiça no sofá. – Ele riu e beijou minha testa. – E agora não estou mais com preguiça, você esta aqui e tem uma cama logo ali. – Falei sorrindo maliciosa.

Ele riu alto.

- Bella, você esta se transformando em uma garota muito pervertida. – Corei com o “elogio” – É uma proposta tentadora, sem contar pela quantidade de roupa que esta usando... – ele me analisou apenas de toalha. – Mas eu vim avisar que não vou passar essa noite com você.

- Como assim, aonde vai? – Perguntei surpresa.

- Preciso ir caçar, e vou aproveitar a companhia de Emmett e Jasper.

- Quando volta?

- Provavelmente amanhã no fim da tarde. – Não consegui esconder a ponta de tristeza.

Ele olhou para trás em direção à janela.

- O que foi?

- Emmett quer que eu ande logo.

- Ele esta ai embaixo? – Ele apenas afirmou com a cabeça. – Então não o deixe esperando sei que Emmett é impaciente. – Disse o empurrando.

- Esta me expulsando Isabella? – Falou divertido.

- Não, é só que se não for agora eu vou querer te obrigar a ficar, e não é justo, pois você precisa caçar.

Ele sorriu de lado me deixando meio tonta.

Se aproximou e me pegou pela cintura. Colou nossos corpos para logo em seguida colar nossos lábios. O beijo foi intenso, mas devagar. Dava para sentir o gosto de Edward invadindo minha boca aos poucos.

O seu cheiro inebriava tudo. Enquanto suas mãos seguravam firme minha cintura as minhas mergulhavam no mar de cobre que era seus cabelos.

 O beijo em nenhum momento se tornou rápido, como se ele não tivesse pressa alguma em me deixar, mas não deixou de ser um beijo ofegante que me fazia perder o folego. Ele parou de mover os lábios aos poucos. E terminou o beijo puxando meu lábio inferir entre seus dentes.

Depois desceu para meu pescoço e depositou um beijo ali, fazendo com todo o meu corpo de arrepiasse.

- Eu te amo Isabella Swan. – Olhando em meus olhos, disse com uma seriedade raramente usada.

- Eu te amo Edward Cullen. – O imitei sorrindo.

Depois disse ele se foi.

Fiquei alguns minutos ali sonhando acordada, não sei quando tempo passou mais ouvi uma batida na porta.

- Isabella? – Ouvi a voz da minha mãe e me levantei num pulo. Olhei no espelho e meus lábios ainda estavam meio inchados pelo beijo recente. Torci para que ela não percebesse e abri a porta.

- Mãe.

- Tem alguém querendo falar com você.

- Quem é? – Perguntei curiosa.

- Não sei, não disse o nome e não quis entrar para esperar na sala. – Deu de ombros.

- Vou colocar uma roupa e já desço.

Me vesti em um minuto desci correndo.

Assim que sai de casa olhei para o lado e vi Dimitre encostado na parede da varanda.

Estava com calças jeans pretas e uma camiseta justa com a gola em forma se v também preta. Nos rosto óculos escuros, provavelmente para cobrir os olhos vermelhos.

- O que esta fazendo aqui? – Perguntei sem entender.

- Isso é jeito de me receber.

- É serio o que quer?

- Vim te buscar para o item numero três. – Disse com aquele sorriso de sempre, um pouco mais largo.

- E qual seria o item numero três? – Perguntei arqueando uma sobrancelha.

- Sair pra beber. – Disse como se fosse obvio.

- Deixa eu ver se entendi. O item número dois da sua lista é beber, e o item número três é sair para beber.

- A não enche o saco, já te falei que sobriedade me deprime. E além do mais o item numero três é ir para uma balada, mas como lá vai ter bebida eu batizei de sair para beber.

Ri da sua logica.

- Obrigado pelo convite, adoraria ir. Mas Edward não iria gostar, e não quero problemas com ele, as coisas entre nós estão muito bem. Não quero chateá-lo.

- Eu sou demais não sou? – O olhei se entender. – Já pensando nessa sua possível resposta eu tenho uma “carta na manga”.

- E qual seria essa sua “carta na manga”? – Indaguei curiosa.

- Cumplices. – Ela abriu os braços e Alice e Rose apareceram ao seu lado.

- Alice e Rose são suas cumplices?

Alice vestia um tomara que caia rosa. O vestido de Rose era mais larguinho deixando sua pequena barriga imperceptível.

- Vai me explicar como conseguiu que elas se tornassem suas “cumplices”? Que eu saiba elas te odeiam.

- Eu a loira e a baixinha temos objetivos em comum. Eu quero beber, elas querem dançar. Então vamos a um lugar onde tenha bebida e musica, para unirmos nossos objetivos.

- Primeiro: Não me chame de baixinha. Segundo: Eu ainda o odeio. – Alice se virou para ele mostrando a língua. Enquanto ele revirava os olhos. – Mas vamos nos divertir Bella.

- Não sei se é uma boa ideia.  Edward não vai gostar.

- Ah Bella vamos! Vai ser divertido vamos dançar muito. – Alice me implorava.

- E sem contar o fato de que fomos largadas, os garotos nos trocaram por ursos e leões da montanha. Eles fazem a festa lá e nos fazemos a nossa aqui do nosso jeito. – Disse Rose.

- Mesmo assim, não sei... – Disse ainda pensando.

- Não se preocupe com Edward. – Alice rolou os olhos.

- Ok, mas você vai ter que se entender com Edward. – Acabei desistindo.

- Deixa comigo. – ela disse confiante.

Dimitre nos deu 10 minutos e entramos correndo. Depois que Alice convenceu minha mãe dizendo que era a festa de aniversario de um amigo nosso, e que como os garotos estavam acampando um “primo” delas nos levaria. Corremos para meu quarto. Alice tinha trago um vestido para mim.

Era tomara que caia como o dela, mas era preto, então coloquei uma sandália baixa também preta. As meninas ajeitaram meus cabelos e passaram uma maquiagem de leve em mim, e eu estava pronta. Descemos e meus pais nos desejaram uma boa festa.

- Aonde vamos? – Perguntei a Rose enquanto Dimitre dirigia.

- Uma boate perto daqui. É a noite da tequila.

- Mas você não pode beber. – Alertou Alice enquanto Rose resmungava algo.

Chegamos à boate e estava fervendo. Assim que entramos fomos contagiadas pela musica ensurdecedora. Era a noite das musicas eletrônicas.

Alice já se mexia de acordo com a música e confesso que era um pouco difícil ficar parada.

- Vamos para o bar, preciso encher a cara. – Disse Dimitre alto o suficiente para o ouvirmos. Seguimos ele, e Alice questionou.

- Você só pensa em beber?

- A vida é cheia de perguntas. O álcool é a resposta. E além do mais estou com três mulheres gostosas e nenhuma quer transar comigo, nunca fui tão rejeitado na minha vida.

Chegamos ao bar rindo da filosofia de Dimitre sentamos nos bancos ao redor do balcão.

- O que vão querer? – Disse o garçom olhando exclusivamente para minhas pernas.

- Uma dose bem forte de tequila. – Dimitre foi logo falando.

- O mesmo para mim e para a minha amiga. – Disse Alice ainda sem parar dançando com a música.

- E pra você loira?

- Água! – Rose disse emburrada.

Depois de varias doses de tequila eu e Alice estávamos loucas. Não conseguia nem mais ficar de pé sem cambalear.

Alice me puxou para a pista e começamos a dançar com uma musica animada que tocava, pulávamos, berrávamos e nos mexíamos muito. Rose também se movia como se estivesse bêbada apesar de não ter posto um pingo de álcool na boca.

Dimitre havia bebido mais do que a gente porem continuava consciente apenas nos olhando dançar do bar enquanto bebia cada vez mais.

Quando alguns caras chegavam perto da gente ele lançava olhares furiosos e eles se distanciavam com medo.

Em outras palavras Dimitre cuidou da gente. Tanto de mim quanto de Alice e de Rose.

- Ah Bella nem estou mais preocupada com você, minha visão foi tão sem noção. – Alice gritou com a língua um pouco enrolada no meu ouvido enquanto dançávamos.

- Alice o que você viu? – Falei seria.

- Bella, por favor, não conta para o Edward que eu te disse. – Ela pedia com voz de choro.

- Não vou contar Alice, agora me fala.

- Eu não posso, eu prometi. Eu não vou te contar que eu tive uma visão de você deitada em uma cama de hospital. – Ela me contava sem ao menos perceber.

Então era por isso que Edward não queria me contar, a visão era sobre mim. Mas o que eu faria deitada em uma cama de hospital?

- Tudo bem Alice não precisa me contar. – Falei para que ela se acalmasse, e logo ela já sorria.

Passamos a noite bebendo, dançando e pulando.

Já era quase 4 da madrugada quando saímos da boate exaustas. Eu e Alice mal conseguíamos ficar de pé por causa da bebida e de tanto dançar. Rose estava melhor, só estava cansada por ter dançado muito, já Dimitre não estava nem um pouco alterado.

Ele pegou em minha cintura com um braço e com o outro pegou na de Alice fazendo com que não caíssemos. Ele praticamente nos carregou ate o carro.

Abriu a porta e colocou Alice e eu deitadas no banco de trás.

Já ele e Rose ficaram nos bancos da frente, e em poucos minutos todos dormíamos.

...

Abri os olhos tentando fazer as coisas entrarem em foco.  Mas assim que as luzes atingiram meus olhos, a dor na minha cabeça foi gritante. Parecia que eu havia caído no chão e uma manada de elefantes havia me pisoteado, principalmente nas áreas da cabeça e das pernas.

Me mexi um pouco no banco o que fez Alice rolar e cair no chão do carro. Logo ela levantou reclamando.

- Droga eu sou a única que parece ter sido jogada dentro de um liquidificador? – Disse Alice se sentando ao meu lado.

Rose já estava acordada no banco da frente.

- Minhas pernas e meus braços doem, mas ate que estou bem. Talvez por não ter ingerido praticamente o bar inteiro de tequila. – Rose disse calma.

Dimitre entrou no carro carregado de sacolas.

- Aqui tem café puro e forte. Remédios para dor de cabeça, dor no corpo e para o que mais precisarem. E aqui tem alguns donuts, caso alguém sinta fome.

Cada uma de nos pegamos remédios, café de donuts.

- Como pode estar tão bem? Você provavelmente bebeu bem mais que a gente.

- Anos e ano de pratica. Já ingeri muito mais álcool que todas vocês juntas.

Tentamos nos recompor e para poder ir para casa. Ter dormido no carro não ajudou muito também. Mas ficamos bem.

Já era quase 12:00 quando cheguei em casa, me despedi de todos e fui para casa me arrastando.

Cai na cama ainda morta de cansada, ia tomar um banho e tomar mais café para ver se melhorava, mas antes meu telefone tocou. Era Edward.

- Bella!

- Oi amor – Disse sem conseguir esconder o cansaço.

- Tudo bem? Te liguei ontem à noite e você não atendeu.

- Ah... Edward eu não estava em casa. – Resolvi contar a ele.

- Onde estava? – Perguntou curioso.

- Eu sai com Alice, Rose e... e Dimitre também foi.

Ele ficou um minuto em silencio.

- Onde foram? – Ele perguntou com a voz calma, não parecia bravo nem chateado.

- Fomos a uma boate.

- Eu não gosto que saia com Dimitre, mas espero que tenha se divertido. E se comportado. – Disse a ultima parte mais para ele do que pra mim.

- Não se preocupe, apenas dançamos e bebemos um pouco.

- Então vou deixar você descansar te ligo mais tarde. Eu te amo.

- Eu também te amo. – Disse sorrindo.

...

Minha mãe não deixou que eu dormisse mais. Então só tomei um banho e café e desci.

Bianca veio passar o final de semana aqui.

- Bella, a Bianca quer sua ajuda.

- Como assim?

- Ela vai fazer compras, e quer sua ajuda.

- Poxa mãe eu preciso mesmo ir. Não estou bem.

- Vai logo ajudar a sua prima, quem mandou você chegar tarde e casa.

Fui chateada. Bianca pegou o carro da minha mãe e fomos ate o centro onde tinha varias lojas. Já estava começando a anoitecer. Estacionamos o carro e descemos.

- Vai dar uma voltinha vai, quando precisar de você eu te chamo. – Disse com desdém.

Revirei os olhos, e sai contrariada, nem queria estar ali e ainda tinha que aturar Bianca. Fui andando torcendo para encontrar uma loja de livros ou algo assim.

Já estava bastante escuro e eu andava há algum tempo, já tinha entrando em algumas lojas e Bianca ainda não tinha me ligado.

Senti um puxão na minha calça jeans olhei para baixo e vi uma menininha linda. Era loirinha, mas os cabelos estavam um pouco sujos. Seus olhinhos era um tanto puxadinhos nas pontas e claros. Ela aparentava ter pelo menos uns 4 anos. As roupinhas também estavam sujas e um pouco rasgadas.

- Onde esta sua mamãe? – Perguntei pegando ela no colo. Ela veio sem resmungar, passou os bracinhos pelo meu pescoço e apertou. – O que foi minha linda?

- Medo! – Foi só o que ela disse com a boquinha formando um beicinho, seus olhos transmitindo a verdade das suas palavras.

- Não precisa ficar com medo, eu te ajudo a achar sua mamãe.

- Solta a garota. – Uma voz grossa gritou para mim.

Me virei e vi dois homens grandes. Eles usavam jaquetas de couro e bonés. Pelo escuro eu não conseguia ver seus rostos. Apertei mais a garota no meu colo, ela afundou o rosto no meu pescoço.

- Já disse pra soltar a garota, ela é nossa.

- Cadê a mãe dela? – Perguntei um pouco nervosa.

- Provavelmente agonizando no chão daquele barraco imundo assim como o pai dela.

- O que... o que vocês querem com ela?

- Garota isso não é da sua conta, mas vou te dizer, os pais dela deviam dinheiro para o nosso chefe, a mãe uma viciada e o pai um vagabundo, então o chefe mandou a gente matar eles, e pegar garota.

- O que vocês vão fazer com ela?

- Sei lá, só estou cumprindo ordens. Se eu fosse você dava o fora daqui. Deixa essa menina você não tem nada haver com ela.

A menininha tremia em meu colo, eu não podia a deixar ali. Sabe se lá o que eles fariam com ela. Olhei para eles e vi que eles carregavam alguma coisa, provavelmente alguma arma. Não sabia o que fazer.

Olhei para os lados vi uma loja com a luz ligada se eu corresse ate lá talvez eu conseguisse.

Em um momento de impulso eu corri, corri o mais rápido que pude. Com a garota no meu colo me apertando com medo.

Então eu ouvi um barulho. Era um disparo.

Primeiro não senti nada, enquanto corria senti um líquido molhando minhas roupas olhei para baixo e vi minha barriga molhada de sangue.

Senti uma pontada e meu corpo todo ficou fraco.

Cai no chão fazendo a garota cair também ela se encolheu ao meu lado.

E eu ouvi outro disparo

...