O Universo a Nosso Favor escrita por Ledger


Capítulo 22
Vinte e um - A diferença de achar e ter certeza


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM! DESCULPEM, DESCULPEM DESCULPEM! Eu não queria demorar tanto assim para escrever o capítulo, mas misturou época puxada de escola, com falta de inspiração e dez livros para ler! Estou tão triste! Espero que não abandonem a fic por causa da minha irresponsabilidade, pois eu não abandonei! D:
Então, esse capítulo mescla dois sentimentos: a alegria e a tristeza. É um capítulo meio confuso, com algumas intrigas, mas vamos ver o que vocês acham!
Obrigada,
Led-chan.



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-      Ah, Neji! Ai... Assim dói! Não! Ah...

Sei o que estão pensando. Mas gostaria de esclarecer que não é nada disso que eu e o Hyuuga estamos fazendo.

-\  -       TenTen, vá com calma! Nessa posição não dá!

Estou com torcicolo. E Neji, cuidadoso como é, não está melhorando a situação. Eu dei um mau jeito no pescoço enquanto dormia essa noite. E como, a caminho do mercado, encontrei o Hyuuga, pedi que desse um jeito em meu pescoço.

-\t -         TenTen, não adianta. Terá de esperar passar a dor.

Estávamos sentados na pracinha. Já havia passado quatro dias desde o acidente de Ino, e ela ainda não havia ido a aula. Não sei se porque teria de passar mais algum tempo no hospital, ou por não ter tido coragem ainda.

Sempre íamos vela. Logo depois do caratê, eu passava lá para dar um Oi. Levei também o grupo de teatro, e até Usui e Lee apareceram lá.

Todos estavam a apoiando.

Sem nenhum preconceito.

E isso me deixava tremendamente feliz.

Neji tirou a mão do meu pescoço, desistindo de ajusta-lo. Era estranho estar ali com ele, pois eu havia beijado-o na maior cara de pau no dia do teatro, e, desde então, ele não tocara no assunto.

Não ia ser eu que ia puxa-lo.

Peguei-me corando. Obviamente o Hyuuga percebeu. Virou-se para mim, e perguntou:

-\t-          Porque está vermelha?

Virei o rosto para o lado, e...

...Gritei de dor.

-\t-          Ai! – levei minhas mãos ao pescoço, e praguejei – mas que merda! Não imaginei que torcicolo fosse tão ruim assim!

O Hyuuga abafou um riso.

-\t -         Porque está rindo? – berrei eu, enchendo-o de bofetadas. Eu só podia olhar para frente, então não via aonde o batia. Senti seu braço, seu peito até subir para sua cara e encher-lhe uma pancada no rosto.

-\t -         Ei! – reclamou ele, segurando minha mão – Está de TPM, por acaso?

Sim, eu estava. Como ele adivinhou?

Corei novamente, mas não por isso. Ele não soltara a minha mão. E, por mais que eu quisesse me soltar, ao mesmo tempo eu não queria.

Quando ele percebeu isso, soltou-a depressa.

-\t -         É, d-desculpe, não foi...

E, instantaneamente, me virei de corpo inteiro para o lado. Não queria que ele visse como eu estava parecendo um camarão.

-\t    Não, está tudo bem, sem problemas.

“Aquele Silêncio” se estabeleceu no ambiente. Ele não ousava falar, nem eu. Fiquei agradecida ao ver uma pessoa conhecida na praça.

Chihiro andava por ali, passeando com o seu gato, Mori. Eu sempre tivera medo dele quando era mais nova, afinal, ele era um siamês mal encarado. Sorri, e levantei-me. Mas não antes de sentir uma mão na minha.

-\t -         Aonde você vai? – perguntou-me Neji.

Uma ideia percorreu minha cabeça.

-\t-          Vou ali no cantinho. Vi Itachi, e ele estava sem camisa. Ui, como ele fica sexy e...

-\t -         O QUE? – berrou o Hyuuga, pondo-se de pé ao meu lado – Onde o Uchiha está?

Eu estava me segurando para ficar séria.

-\t -         Tem um lugar aqui que eu e ele adoramos ir... Hm, tantas coisas deliciosas já aconteceram lá... – passei a língua pelos meus lábios, “lembrando-me” do não acontecido encontro.

Neji estava uma estátua. Eu adorava vê-lo assim, morrendo de ciúmes. Poderia ser um sinal de que gostava de mim, não? Eu tinha esperanças que sim.

Ele pegou fortemente meu braço, como se quisesse esmaga-lo.

-\t-          Você não vai.

-\t-          Porque não? – miei eu, chacoalhando – adoro o Itachi.

-\t-          Chega de Itachi, já não suporto mais ouvir o nome desse idiota mais gay que o Naruto.

Olhei-o, assustada. Neji era tão violento assim?

-\t-          Ei, baka... – comecei eu, segurando o riso – Itachi não está aqui.

Ele olhou-me com dúvida.

-\t-          Não?

-\t-          É óbvio que não. 

Neji corou fortemente, como eu nunca tinha visto-o corar. Comecei a rir descontroladamente, enquanto ele resmungava que Itachi não era tão gay assim.

-\t-          Você era melhor antes, Hyuuga. Sabia falar quando eu estava mentindo ou não. Será que... Você está gostando de alguém?

Aquela havia sido a pior indireta que eu já dera. Mas pareceu funcionar. Ainda que corado, Neji sorriu. Aproximou seus lábios dos meus, e...

-\t-          TENTEN! – ouvi uma voz um tanto conhecida chamando-me. Bufei junto com o Hyuuga, e me virei para o lado, procurando a tal pessoa.

Chihiro pulava alegremente, vindo ao meu encontro. Mori estava em seu colo, e olhava para mim como se quisesse me comer.

Agarrei o braço de Neji. Aquele gato já havia me machucado, arranhado umas quinhentas vezes.

Sim. Eu tinha medo de Mori.

O Hyuuga virou seu rosto para mim, estranhando-me. Ergueu uma sobrancelha ao ver aquela expressão pavorosa em meu rosto.

-\t -         Tem medo de gatos, TenTen?

-\t -         N-não... – comecei eu, já indo para trás de Neji – é c-c-laro que não...

-\t -         Não é isso – explicou Chihiro, bufando – Mori é um amor, só que gosta de... Carne fresca.

-\t-         Carne fresca? – perguntou Neji. – Gatos não comem só peixe?

-\t-         Sim, mas Mori é diferente. Ele já chegou a arrancar pele da TenTen. – ela riu – Não é mesmo, Mori? O gatinho aqui gosta de carne humana! – ela fez cafuné nele.

-\t -        E porque não te ataca? – perguntou Neji.

-\t -         Ele só ataca quem ele percebe que tem medo dele.

Mori me encarava. Eu enfiei meu rosto nas costas de Neji, para que ele não pudesse me ver.

Neji riu.

-\t-          Chihiro... Poderia me emprestar o Mori?

-\t -         É claro – disse ela, entregando o gato para Neji. Afastei-me dele, depressa, enquanto ele sorria vitorioso.

-\t-         Ei, Mori – disse ele, aproximando-se cada vez mais de mim – corre atrás dela!

E dizendo isso, ele soltou o gato.

Repetindo: Soltou o gato.

Sai correndo como se tivesse problemas mentais. Até esqueci minha torcicolo naquela hora. Dei a volta no banco, nas árvores, corri até o laguinho, e nada do gato parar de me perseguir.

Eu gritava como uma doida. Provavelmente, as pessoas deduziram que talvez eu tivesse problemas mentais.

Talvez não. Com certeza.

Neji e Chihiro gargalhavam. Quando o gato parasse, certamente eu mataria Neji. Continuei correndo até chegar perto dos dois de novo. Virei-me para o gato...

...E com toda minha coragem, meti um chute em sua fuça.

O gato subiu cinco centímetros no ar, e caiu novamente no chão. Chihiro correu em seu auxílio, e me virei para Neji.

-\t-          Você vai pagar caro.

-\t-          Você tem medo de gatos – ele riu novamente – as pessoas não costumam ter medo de gatos.

-\t-         Não gatos – corrigi eu – esse gato.

...

Após o incidente com o gato, eu resolvi voltar para a casa, e cuidar de meu pescoço. Chihiro brigou comigo pelo chute que dei no gato, mas o que poderia fazer? Ele já arrancara minha pele.

Neji disse que iria para a casa. Contou-me no caminho que seu tio, pai de Hinata, já estava bem melhor. Eles já o visitavam três vezes por semana.

E Hinata estava feliz, apesar de tudo. Seu namoro com Kiba, ainda que o Hyuuga não aprovasse, estava dando certo. Kiba tinha-se mostrado um “cara respeitoso” segundo Neji.

Paramos em frente minha casa. Dei adeus a ele, mas não antes de sentir sua mão na minha. Olhei-o, estranhando, e ele perguntou-me corado:

-\t-          Bom... Ér, ahn... T-tem algo para fazer hoje... À noite?

Peguei-me corando.

-\t-          Ahn... Acho que não.

-\t-          Ah... – ele coçou a cabeça, em sinal de confusão – você gostaria... Ér, então, gostaria de sair... Comigo?

Sorri, ainda que estivesse corada.

-\t-          É claro.

Ele abriu aquele sorriso. Aquele sorriso que eu considerava totalmente meu, porque eu nunca o tinha visto sorrir assim sem ser para mim. Sei, estava sendo egoísta, mas o que posso fazer?

-\t-          Então ta...Posso, ahn... Buscar você aqui?

Assenti.

-\t-          Ahn, então ta, tchau.

-\t    Ele despediu-se de mim com um abraço, e eu fui pega de surpresa. Fiquei rígida, totalmente estátua e sem graça. Ao ir embora, subi depressa até meu quarto e disquei o número de Sakura. No que ela atendeu, falei depressa ao telefone:

-\t-          Vamos ao hospital de Ino. Rápido. Eu, você e Hinata. É urgente.

...

Sempre achei encontros ridículos. Era só uma desculpa boba que o casal dava para os pais, enquanto, na verdade, eles estavam a fim de ir para uma “outra etapa” depois, se é que me entendem.

De modo que eu estava achando ridículo o que estava fazendo. Em pleno hospital, lá estávamos eu, Hinata, Ino e Sakura, e as três me arrumando.

Sim. Eu teria um encontro. E não conseguia achar isso bonitinho.

Mas fazer o que? Eu agora percebia que o que eu estava sentindo pelo Hyuuga não era ódio, e sim, talvez...

-\t-          Ah, seu cabelo está dando um trabalho! – exclamou Sakura, penteando-o impacientemente, interrompendo meus pensamentos – Porque cortou o cabelo, Mitsashi? Ele dava menos trabalho quando era grande.

-\t-          Ele já está crescendo Haruno.

-\t-          Nunca pensei que um cabelo curto pudesse dar trabalho – disse Hinata, que separava algumas roupas de opção – eu já até pensei em cortar o meu e...

-\t-          NUNCA FAÇA ISSO! – gritamos eu, Sakura e Ino juntas.

-\t-          P-porque...? – perguntou a Hyuuga, assustada.

-\t-          Oras, porque? – disse Ino, ajeitando-se na cama. – Seu cabelo é lindo Hinata. Se cortar estraga.

As três continuaram me arrumando. Insistiram para eu colocar um vestido, o que eu rejeitei de primeira. Já bastava aquela vez no baile, não ia, de modo algum, dessa vez, usar outro vestido.

-\t-          E uma saia de cintura alta? – perguntou a loira.

-\t-          Eu por acaso tenho cara de alguém que usa saia?

-\t-          Não – responderam as três juntas.

-\t-          Mas... – começou Hinata, vindo para perto de mim, rondando-me, o que já estava ficando constrangedor – acho que sei o que fazer.

...

Ao sair do hospital, fui andando até minha casa, onde encontraria com Neji. O problema era que o idiota tinha esquecido de combinar um horário, e eu não tinha a cara de pau de ligar para o mesmo. Além de estar parecendo essas menininhas de filme, com toda essa enrolação de encontro, eu ligaria para o mesmo? É claro que não.

Parei em frente a minha própria casa, e bufei. Aquela roupa, apesar de estar dentro de meu estilo, me incomodava. E eu não sabia que Hinata podia ser tão... Tão... Pervertida.

Sim, vestia apenas uma calça jeans skinny e usava os velhos all stars surrados. O problema era a blusa.

A mesma era praticamente toda aberta nas costas, e a Hyuuga tinha dado um jeito de eu ficar com peitos. Peitos enormes. Que eu, bem, não sabia que tinha.

Meus pais não estavam em casa, devido a todas as luzes apagadas. Parei em frente à porta, e bufei. O que faria? Ele viria me buscar? Eu iria até ele?

Como se lesse minha mente, meu celular recebeu uma mensagem do mesmo. E lá, estava escrito:

TenTen, não vou poder te buscar. Mas me encontre no Nicky’s, e de lá, vamos há um restaurante. Neji.

Meu coração deu um pulo, e fui correndo até o Nicky’s depressa. Era um pouco longe da minha casa, mas, bem, eu não me importava com isso na hora.

Depois de mais ou menos meia hora caminhando, cheguei. Parei em frente à porta, e olhei para dentro. Pessoas se divertiam, bebendo imensos milk-shakes e alguns, até cerveja. Senti uma vontade enorme de ir até lá e fazer o mesmo; no entanto, não podia, afinal eu estava esperando alguém.

Neji não se encontrava lá, mas resolvi esperar, afinal, ele não era nenhum flecha.

Mas os minutos se tornaram horas. Olhava para o relógio de quinze em quinze minutos, e nada de Neji. Oito horas. Oito e quinze. Oito e trinta. Oito e quarenta e cinco...

Oito horas viraram nove. Comecei a discar no celular, impaciente, o número do Hyuuga, mas o mesmo não atendeu. Não sei quantas vezes tentei, só sei que certa hora, cansada, fui atravessar a rua...

... E o vi andando com Temari por ali.

Voltei para a calçada que estava, nervosa. O que era aquilo? Ele parecia confuso, mas ao mesmo tempo feliz, enquanto ela dava-lhe as mãos e saía correndo com o mesmo pela rua. Meu sangue ferveu – me perguntei se de ciúmes ou raiva – e entrei furiosa no Nicky’s. Não queria ver aquela cena. Era apelação demais para mim.

Quando me sentei à mesa, e dei um berro com o garçom falando que não queria nada, levei minhas mãos a cabeça. Que droga que estava acontecendo? Justo quando... Justo quando eu achei...Sim, certamente achei que o idiota gostasse de mim, assim como eu achei que gostasse dele, mas pelo visto me enganei...

Ali, sentada no Nicky’s, observando as pessoas felizes e se divertindo, vi a diferença de achar e ter certeza: Talvez eu achasse o tempo todo que gostava do Hyuuga, e apenas estava tentando enganar a mim mesma, assim como só achei que ele, algum dia, poderia gostar de mim.

Neji é só uma pessoa fria e sem sentimentos, deduzi. Como quando o vi pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAH, o que acharam? Muito ruim? ;-;