O Universo a Nosso Favor escrita por Ledger


Capítulo 2
Dois - O meu novo tutor


Notas iniciais do capítulo

oooi gnt, novo capítulo ae.Mandem reviews, para me falarem o que estão achando. Em homenagem a Nuum esse capítulo, por ser minha primeira leitora



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/82200/chapter/2

 

-         TenTen! – ouvi o grito ensurdecedor de minha mãe, lá do primeiro andar – TenTen, vem aqui menina!

Desci as escadas em direção ao primeiro andar, onde minha mãe, cheia de sacolas, tentava entrar em casa.

-         Abra a porta para mim, menina! – disse ela, batendo com o pé na porta da frente – estou carregando no mínimo 20 sacolas!

Ri, e abri a porta.

Minha mãe desmoronou em mim, com as sacolas, e ainda por cima sua bolsa e Akamaru. Olhei feio para ela.

-         O que Akamaru está fazendo aqui? – indaguei, pegando o cachorro e colocando debaixo do braço – quer dizer, eu só cuido dele nos sábados. Daqui a dez minutos tenho escola mãe, tenho que sair agora!

Minha mãe bateu na própria testa, como quem quer dizer: Merda, esqueci dessa porra.

 

-         Terá que cuidar dele – disse eu, o entregando a minha mãe, e pegando minha mochila para ir para a escola – a propósito... como conseguiu ele?

-         Ah... – ela suspirou, sentando-se no chão e limpando o suor que caia em seu rosto – encontrei com Kiba-kun na rua, e ele disse que você poderia ajudar a dar um banho nele.

Kiba idiota.

-         Posso fazer isso, desde que ele me pague – sorri para minha mãe, e abri a porta – Tchau, mãe. Cuide bem de Akamaru enquanto eu estiver fora.

-         Mas TenTen, eu...

Bati a porta, não deixando ela terminar a frase.

Corri a caminho da escola, não por estar atrasada, pela simples vontade de correr. Estava me sentindo presa demais. Hoje eu encontraria com aquele maldito tutor. Tinha que me libertar o máximo possível antes de encontrar com o demônio.

Há! O que eu estava pensando? Que um demônio iria me segurar? Sorri enquanto corria, e quase fui atropelada por atravessar a rua e não olhar para os lados, como a mamãe ensinou.

 

Cheguei a escola um pouco suada. Limpei em minha blusa, e entrei na sala, desta vez no horário certo.

 

-         Porque está suada assim? – perguntou-me Kiba, quando finalmente sentei na carteira ao seu lado.

-         Tive muito trabalho de lavar Akamaru... – menti, sorrindo falsamente – ele está agitado hoje.

Kiba me olhou como se fosse louca.

-         É só isso? Quer dizer, não vai querer...?

-         Claro que vou, Inuzuka, pode passar meus 30 ienes!

Kiba resmungou algo como “merda, porque fui lembra-la?” e me deu o precioso dinheiro.

Há.

 

Confesso que fiquei feliz quando o relógio bateu 14:00. A aula de trigonometria estava uma merda.

Anunciei o motivo de porque teria de sair mais cedo, e a sala inteira me olhou assustada. Yamanaka Ino fez cara de nojinho, e Haruno Sakura o símbolo da cruz. Ri com desdém. Esse demônio não me agüentaria por muito tempo.

 

Corri para o lugar marcado com o tal tutor. Era um lugar isolado na escola, onde as pessoas não costumavam ir. Atrás da quadra. Não sei porque marcara ali, mas fui assim mesmo. Se ele quisesse me estuprar ou algo do tipo... meus cinco anos de caratê valiam por isso.

Não que eu achasse que ele fosse fazer algo do tipo.

Quando cheguei lá, um menino de cabelos longos e olhos incrivelmente... estranhos me aguardava. Tinha uma expressão séria, fria. Não mecheu a cabeça quando cheguei, continuou lendo o livro que tinha em mãos.

 

Parei em sua frente. Ele não se mecheu.

Tossi.

-         Olá! Você é o Sr. Hyuuga? – fiz cara de nojo ao chamá-lo de senhor, sendo que o menino devia ter a minha idade. Ele levantou a cabeça, e disse numa voz suave:

-         Falou comigo?

Sorri, tentando me controlar.

-         Sim, querido.

Ele guardou seu livro no bolso da bermuda, e apoiou-se na parede.

-         Chamo-me Neji.

-         Então, Neji...

-         Mas para você, é Sr. Hyuuga mesmo.A propósito... está dois minutos atrasada. Não gosto de atrasos.

Sorri mais uma vez. Que primeiro encontro legal.

-         Bom, eu sou...

-         Mitsashi TenTen – disse ele, suspirando – a garota problema. Já ouvi falar muito de você.

-         Ótimo – eu disse, sentando-me no chão – então sabe que eu não gosto de seguir ordens, principalmente de um gênio da minha idade, dando uma de tutor sabe-tudo.

-         Tenho nome – disse ele, pegando novamente seu livro. Abri a boca para falar, mas ele me interrompeu – e para você, é sr. Hyuuga. – repetiu.

Não agüentei. Levantei-me, e coloquei o dedo em seu rosto:

-         Olha, se pensa que vou obedecer um tutorzinho de merda como você, está enganado Neji! – Virei as costas para ele, e já ia saindo, quando ele disse:

-         Que pena então. Menos dois pontos. Sra. Mary não gostará de saber disso.

Voltei. Que história é essa? Dois pontos? E o que a  Sra. Mil anos tem haver com isso?

-         O que quer dizer com isso?

-         Bom... – ele virou para falar comigo, frente a frente, pela primeira vez desde o início da conversa. Sorriu sarcasticamente – A Sra. Mary disse-me que, se chegar a zero pontos, você não passará de ano.

Senti uma pedra no meu sapato.

-         Como assim?! – urrei. – Eu não tenho notas TÃO RUINS A PONTO DE REPETIR DE ANO, e minha freqüência é boa! O que isso tem haver, Hyuuga?

-         O que tem haver Mitsashi, é que teremos uma tabelinha de pontos comigo também. Se fizer coisas boas como: me obedecer, me respeitar, fazer o que eu mando, estudar mais, me chamar de senhor, me esperar terminar de falar, entre outras coisas, você ganha pontos. Agora, se fizer coisas ruins... – ele sorriu novamente – perderá pontos. Começaremos com trinta. Você já tem vinte e oito.

-         Isso é injusto! – berrei, quase arrancando meus cabelos – eu não sabia disso!

Enquanto eu tentava dar uma explicação que o convencesse, passava pela minha cabeça como eu estava parecendo uma criança neste momento. Berrando, berrando, e birrando! Isso! Birrando! Mas que escolha eu tinha, se o Hyuuga conseguiu me tirar do sério em apenas dois minutos?

Procurei respirar. Procurei me acalmar. Sentei no chão, e olhei para cima, encarando-º

-         O que quer de mim?

Ele sorriu, e abriu seu livro.

-         Vamos andando Mitsashi, eu explicarei no caminho.

Caminhei ao seu lado, ele lia o maldito livro, eu chutava as pedras do caminho. Saímos da escola – ele tinha toda a autorização para fazer isso – o fomos indo em direção a praça. Ele não dizia nada. Chutar pedras já não adiantava mais. Eu ainda continuava nervosa. Tentei novamente me acalmar, e parei de chuta-las. Peguei meu celular para jogar alguma coisa, mas o Hyuuga tomou de mim, e guardou em seu bolso. Decidi protestar mais tarde.

Continuamos andando. Acabamos passando da praça, e seguimos em frente. Perguntei-me porque o Hyuuga não falava nada, sendo que o mesmo havia dito que o que faríamos seria explicado por ele no caminho. E, onde era esse raio de lugar que estávamos indo? Passamos o centro, e olha que a escola era bem longe do centro da cidade. Estávamos indo para o outro lado da cidade, o lado... Como posso dizer? Não quero ser racista, mas o lado pobre. As “favelas”. Eu nunca havia ido a uma. À medida que adentrávamos mais nessa região, mais homens com cara de mau, e mais mulheres com saias na alma apareciam. Fiquei receosa.

-         ér, Hyuuga... – cutuquei seu braço, e respirei fundo – o que exatamente estamos fazendo aqui?

Ele não me respondeu de primeira; tive que insistir.

-         Hyuuga... – cutuquei-o de novo – o que exatamente estamos fazendo aqui?

Ele virou-se para mim. Tínhamos chegado ao topo de um morro, onde algumas casas bem pobres ali habitavam. Ele sorriu para mim. Não um sorriso sincero. Um sorriso cínico, irônico.

-         Tinha um objetivo ao te trazer aqui.

-         E qual era esse objetivo...?

Eu já estava quase explodindo. Eu andara mais de 10 quilômetros a pé, então o motivo tinha de ser mesmo muito bom.

-         Testar sua paciência – disse-me.

-         Como assim? Quer dizer que você me...

-         ...trouxe aqui para nada.- completou ele.

Eu encarei ele, perplexa. Arregalei meus olhos. Não conseguia falar. Não conseguia pensar. Só se passava uma coisa em minha mente: dar o fora dali.

Ri de nervoso.

-         Com licença – eu disse, dando meia volta, e descendo o morro, rindo que nem uma maluca. Eu não acreditava naquilo. Não conseguia acreditar. Continuei descendo, nem me importando mais com putas ou traficantes. Todos que se danem. Eu só queria sair rapidamente dali.

Senti alguém me seguindo. Olhei para trás, e lá estava ele, rindo que nem um idiota.

-         Vai mesmo ir embora sem mim? – ele continuou andando tranqüilamente atrás de mim, com passos leves, que nem davam para ouvir. Já eu, parecia um ogro. Eu descontava toda minha raiva no chão.

-         É claro – disse eu, tentando não dar a mínima importância. - Ainda está claro. Não tenho motivos para ter medo.

Ele não disse nada.

Nada que me irritasse, pelo menos.

Sorri, vitoriosa.

Virei-me para ele e exclamei:

-         Não acredito, Hyuuga. Você ficou quieto, quieto por um minuto! Muito obrigado Deus, muito obrigado!

Neji de repente adotou uma expressão sarcástica. Ficou olhando para mim, e rindo.

-         O que foi agora? – berrei. Eu estava tão feliz a um segundo atrás. Porque ele tinha tanto de me provocar? Eu não podia acreditar, não conseguia acreditar que uma pessoa tão idiota  conseguisse me tirar tanto do sério – eu estou verde que nem o Shrek por acaso?

Virei-me bruscamente para continuar andando, mas bati em um muro. Não, não era um muro. Era um homem do tamanho de um. Caí no chão, e encarei três homens três vezes maiores que o Ricky Martin. Fiquei ali, paralisada. Não conseguia me mover. Não conseguia fazer nada.

Olhei para o Hyuuga. Ele parecia estar feliz com isso.

Merda.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!