O Universo a Nosso Favor escrita por Ledger


Capítulo 1
Um - Venho aqui desde o primário




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/82200/chapter/1

Acordei naquele dia, podemos dizer, mal-humorada.

 

O céu estava feio, o quarto estava feio, meu dente estava feio, meu caderno de matemática estava feio (na verdade, ele sempre fora) e até Sasuke Uchiha estava feio.

É. Eu teria um dia longo.

Levantei-me lentamente, e olhei o relógio. 07:55. Meu deus! Cinco minutos para a aula começar!

Corri depressa para meu banheiro, escovei os dentes, coloquei meu all star surrado e uma jeans com uma regata e fui para a escola. Decidi ir de bicicleta, quem sabe eu chegasse mais rápido?

Cheguei na escola exatamente ás oito horas. Corri para minha sala no segundo andar, e ao entrar, esmurrando a porta, todos me olharam. Sorri amarelo.

-         Desculpe o atraso – disse eu, sorrindo para o professor.

O professor de ciências me encarou. Ótimo. Amo quando me olha assim.

-         Tudo bem, tudo bem, já entendi fessor. – Peguei minha mochila, (que por sinal eu havia deixado cair no chão)– Diretoria por atraso. Legal.

 O professor continuou me encarando, como se eu fosse vinda de Vênus, ou quem sabe Marte. Me perguntei por que aquele show todo. Sim, sei que o professor de ciências nunca foi com a minha cara, mas, senhor! Não sou filha do demo.

Senti algo bem forte bater em minhas costas. E depois, me vi no chão. Me levantei, e virei para ver que ser tinha conseguido fazer tal proeza.

Era ninguém menos que Uchiha Sasuke.

Sorri para ele, meio sem jeito. Ele passou por mim, e ainda me xingou de desastrada. Querido! Sei que você é lindo, mas você entrou no meu caminho! Se toca!

Desliguei Uchiha Sasuke da minha cabeça, e me concentrei em convencer o professor de entrar na sala.

-         Uchiha Sasuke também chegou atrasado ... – disse eu, encarando o professor. Mas que droga! Porque o Uchiha podia entrar? Porque era bonito? Ah, porque se for por isso, protesto! Qual é, neguinho? Que racismo é esse?

O professor me lançou um olhar tenebroso.

-         Não sei se percebeu, Srta. Mitsashi, mas a senhora está sem uniforme.

É. Aí fui me tocar. Aquela manhã havia colocado um jeans e regata, como se fosse um sábado comum que eu saio para passear com Akamaru, cachorro de Inuzuka Kiba, que eu “adotei” para passear, enquanto seu dono jogava a pelada de sábado. Esqueci-me completamente do querido uniforme. Saia de Dois palmos? Meu inferno astral.

-         Ai meu deus – disse eu, olhando para mim mesma, e para minha regata. Engoli seco – ér, desculpe-me professor, é que...

-         É que o que, Mitsashi? Já cansei de suas desculpas, é a quinta vez no mês que você vem sem uniforme.

Pois é. Pra você ver, como sou responsável.

-         Não vou te poupar mais – disse-me ele, e apontou o dedo para o corredor. Entendido. Diretoria.

-         Antes de ir – o professor pegou minha mão, e me deu um bilhete – entregue isto a diretora. Ela saberá o que fazer.

 

 

Assenti, e sai correndo dali, já abrindo o papel.

 

Nele, estava escrito assim:

 

Cara diretora,

O comportamento de TenTen Mitsashi passou dos limites. Por favor, entregue-a ao senhor Hyuuga.

Grato,

Gai Sensei.

 

Deixe-me explicar melhor. Meu colégio é militar. Sim, um colégio militar que coloca  uniforme uma saia de dois palmos? Todos do Japão eram assim.Enfim, lá tudo era muito rígido. Não chegar atrasado. Não cabular mais de 5 aulas um semestre ou terá suspensão. Não brigar no recreio, ou será expulso. Entre outras regras um tanto desagradáveis.

E porque eu estudo nesse inferno? Simples.

Tive que passar na prova.

E Porque fiz a prova? Mamãe mandou, ou ficaria sem vídeo game no meu quarto.

Foi uma troca justa, penso eu.

Voltando ao real assunto, procurar o sr. Hyuuga não era nada bom para o meu lado. Na escola tinham os famosos “tutores”. Eles tentavam ensinar boas maneiras aos alunos rebeldes e com problemas. Havia vários deles. Eu não teria nada contra, mas um detalhe me intrigava profundamente. Sabe qual era? Costumavam ter  a nossa idade.

Eu não sabia quem era o sr. Hyuuga, mas pelo contexto do recado, eu teria de enfrentar um desses tutores. Ótimo. Eles devem ser bonzinhos.

Cheguei na diretoria, e bati na porta. Uma mulher esguia e bonita atendeu. Sra Secretária, que eu chamava de Sra. Pato, pois seu nariz me lembrava o Pato Donald.

-         Hm, olá – disse eu, sorrindo de lado – eu... Preciso entregar isso a diretora.

Ela deu um sorriso. Aí vi como tinha botox para dar e vender.

-         Só um minuto querida. – ela foi em direção a outra porta, e eu me sentei em uma cadeira que estava próxima. Não estava com paciência para ficar em pé. Na verdade, não estava com paciência para nada.

A Sra. Pato veio em minha direção, com o sorritox estampado no rosto, e disse-me:

-         A diretora está te esperando.

Levantei da cadeira, e abri a porta da tão temida sala da diretora. Quer dizer, para mim, nem tão temida assim. Venho parar nela desde o primário.

-         Olá, Sra. Diretora – disse eu, parando em frente a ela. A diretora do colégio era uma mulher velha, que por mim, parecia ter muito mais de 100 anos, e que tinha peitos caídos. É claro, toda mulher velha tem. Mas isso não vem ao caso. Entreguei a ela o bilhete que o professor de ciências me dera, e ela o abriu e o leu. Ao terminar, jogou-o no lixo, e pediu que eu me sentasse.

-         Srta. Mitsashi, não é a primeira vez que vem aqui. Creio que você vem parar aqui desde o primário, estou certa?

 

-         Certíssima.

 

-         Então... – ela pegou um lápis, e ficou brincando de jogar de uma mão para a outra – o Sr. Gai disse que anda atrapalhando sua aula.

 

-         Não atrapalhando, eu só...

 

-         Quieta.

 

Assim fiquei.

 

-         Continuando... – ela levantou de sua cadeira, e ficou me contornando – ele diz naquele bilhete que terei de te integrar a um tutor. O seu caso é tão grave assim?

-         Não sei – respondi sinceramente. Eu ia saber disso minha filha? Se toca!

Ela respirou fundo, e sentou-se novamente.

-         Pois bem! Porque não tentar? – ela pegou o telefone que se encontrava a sua mesa, e discou um número. – Mio, ligue para o Sr. Hyuuga, e fala que preciso dele aqui. Agora!

Mio “Sra. Pato” concordou do outro lado da linha, e desligou o telefone.

A diretora sorriu sinistramente para mim.

 

-         Pois bem, vamos ver se conseguimos dar um jeito em você, Mitsashi TenTen-san.

 

Depois de ficar mais de uma hora sem fazer exatamente nada na sala da diretora, ela por fim me liberou. A Sra. Mil anos ficou o tempo inteiro falando no telefone, e eu tive que ficar lá de platéia. Não sei porque ela fez questão de me liberar depois de terminar todas as ligações.

Quando ia saindo, ela segurou meu braço e disse:

-         Amanhã você se encontrará com o Sr. Hyuuga, sra. Mitsashi. Aqui na escola, 14:00 horas.

Assenti. Mas que grande merda.

-         Mas... - voltei a sala dela, e parei a porta – 14:00 horas estarei em aula. Só termina ás 15:00.

 

-         Você sairá antes – disse Sra. Mil anos, sorrindo.

Não entendi porque ela sorriu, afinal, devia querer que seus alunos gostassem da aula a ponto de não quererem sair mais cedo. Mas vi que esse não era seu caso.

 

Talvez o a minha tarde com o tutor fosse pior do que eu imaginava.

Cara, como eu estava certa.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!