O Universo a Nosso Favor escrita por Ledger


Capítulo 16
Dezesseis - Dane-se tudo


Notas iniciais do capítulo

oi gente! Bom, tenho uma notícia mais ou menos triste para dar. Estou começando a chegar no fim da fic. Assim, ainda falta muito coisa a acontecer, mas pretendo que a historia tenha vinte capítulos.
Queria agradecer as duas recomendações que a história teve, muito obrigada Lumii-Chan e Samia-Chan!



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-      Briga!Briga!Briga!– era isso a única coisa que eu ouvia. A única coisa que saia da boca das pessoas.

Todos estavam reunidos no pátio por isso.

 Eles sabiam que eu era briguenta. Sempre fora.

Sei que isso ia para o meu currículo escolar, mas na hora eu só pensava em bater na Temari.

E sim, eu realmente não tinha motivo para tanta briga.

-         Idiota – tinha dito eu, quando me encontrei com a mesma no recreio – isso, vaza e me deixa lavando o banheiro sozinha! Quem você pensa que é? Sei que a idéia de fugir foi sua Temari, não adianta mentir para mim.

Temari riu ironicamente. Senti meu sangue ferver.

-         Você é tola, TenTen. Acredita em qualquer pessoa, e em qualquer coisinha que falam para você. Vê se acorda para o mundo real.

Eu estava quase explodindo. Ela só me provocara mais.

-         E ainda pede favor aos outros, Mitsashi? Pelo amor de Deus. Não adicione Itachi a sua vidinha sem graça e monótona.

Porque ela fazia aquilo? Eu nunca tive nada contra Temari, pelo contrário, eu sempre gostara dela.

Decidi atacar.

-         Porque se tornou uma vadia, Temari? Preferia você antigamente.

Vi que ela ficou um pouco estressada com isso também. Fechou os pulsos, e eu sorri ironicamente.

-         Acho que já sei o porque dessa raiva – Andei até ficar frente a frente com Temari. Lembrei-me rapidamente da paixão platônica que Temari sentia por ninguém menos que Neji Hyuuga. Devia estar enciumada porque era o meu tutor – Está assim por causa do Hyuuga, não é mesmo? – soltei uma risada escandalosa – Hm... Que pena.

Temari corou rapidamente, e avançou para cima de mim. Eu sempre soube que esse era seu ponto fraco. O Hyuuga.

A briga começou. Eu não era menina de brigar de tapa na cara, e sabia que Temari também não era assim. Éramos parecidas.

Éramos agressivas.

Eu logo tratei de dar-lhe um soco na cara. Naquela hora esqueci o caratê. Era apenas uma luta fajuta.

-         Saia de perto do Neji, Mitsashi! Estou dizendo!

Sorri, e torci seu braço. Ela gritou um pouco de dor, e joguei-a no chão. Sorri novamente, satisfeita.

-         Não sou dona do Neji, pode ficar com ele quando bem entender.

Achei que essas palavras fossem pará-la. Que ela finalmente acordaria para ver que eu não tenho nada com Neji. Mas o resultado foi oposto, e senti um soco no olho.

E voei longe.

Quando caí no chão, senti minhas costas reclamarem. Não deu tempo de fazer nada, pois senti outro soco em meu rosto. Temari era rápida.

A essa altura eu já estava urrando de dor, mas quando ela deu uma brecha, não pude deixar de atacar. Mesmo dolorida. Mesmo machucada.

E já estava pronta para atacar quando senti mãos quentes em minha cintura. Mãos quentes atrás de mim.

As mãos quentes puxaram-me para trás. Debati-me, querendo voltar e bater tudo o que eu podia em Temari. Meu sangue fervia. Eu estava com raiva.

-         Solte-me! – berrava eu, mas era em vão – solte-me, tenho que acabar com ela!

Vi Gaara segurando a irmã por trás, assim como o desconhecido fazia comigo. Vi que o desconhecido colocou-me em seu colo. Já berrava falando que aquilo era ridículo, quando descobri que o desconhecido era Neji.

Ah, Hyuuga, agora mesmo que Temari vai me matar.

Mas, por algum motivo que não entendi, não consegui dirigir-lhe palavras grosseiras, como sempre fazia. Nada saía de minha boca.

Soltei a respiração.

-         Neji, o que...?

O mesmo tampou minha boca com a mão. Não permitiu que eu falasse.

-         Fique quieta Mitsashi, você está acabada.

Assim fiquei. Olhei ao meu redor. A escola inteira olhava para mim e para Temari, boquiaberta. Vi Kiba lançar um olhar preocupado para mim, e Itachi apenas rir baixinho. Hinata e as outras meninas correram em minha direção, mas Neji mandou que fossem embora. Novamente fui reclamar com o mesmo por ser tão mal-educado, mas ele me impediu de falar.

Olhei, dessa vez, para mim mesma. Minhas pernas estavam sujas e manchadas de sangue, assim como meus braços. Não pude ver o meu rosto, mas a conclusão que tirei era que ele era o mais acabado.

-         Não vou conseguir cuidar desses seus ferimentos sozinho.

E dizendo isso, colocou-me em seu ombro e sai me carregando. Olhei mais uma vez para Temari. Ela fuzilava-me com o olhar mais do que nunca, e percebi que agora, eu estaria realmente encrencada.

 

Os corredores estavam vazios. Nenhum ser vivo, tirando eu e o Hyuuga. Ele não disse nada no caminho, e eu não me atrevi a dizer.

 

Ao chegarmos na enfermaria, ele colocou-me em uma maca. Suspirei. Odiava ficar parada.

 

-         No que você foi se meter, Mitsashi?

-         Droga Neji, não me meti em nada.

Ele bufou. Parecia estar nervoso ou algo do tipo.

-         Você poderia... – ele lutava com as palavras, nervoso – ter se machucado seriamente, garota... P-preste mais atenção com suas atitudes ridículas.

-         Não estou com humor para ouvir sermões. Onde está a enfermeira?

-         A enfermeira passou mal hoje. Justo hoje.

Fui levantando-me.

-         Então não tem motivo para ficar aqui...

Mas uma mão empurrou-me de volta a maca.

-         Se sair daí, juro que quebro o seu pé ou algo pior.

Levantou-se. Foi até a estante de remédios, e começou a escolher qual seria o melhor. Peguei um espelho que se encontrava em uma escrivaninha, ao lado. Meu rosto estava praticamente desfigurado. Um olho roxo, uma boca sangrando, e outras coisas nojentas.

-         Faz um bom tempo que não me meto em uma briga – comentei, dando um meio sorriso – ah, tempos antigos.

Neji ignorou-me. Estava muito concentrado escolhendo as medicações.

-         Sabe o motivo da briga, Hyuuga? – perguntei.

-         Não tenho a mínima vontade de saber.

-         V-o-c-ê – disse eu, soltando uma gargalhada. Neji virou para mim, assustado. – NÃO! Não pense que eu amo você ou algo do tipo. É a Temari. Ela é louca por você. Nunca desconfiou?

O Hyuuga que se encontrava na minha frente era um Hyuuga inseguro. Neji estava totalmente corado e sem reação. Parou quando eu disse isso e não se mecheu mais. Parecia uma estátua.

-         É – confirmei com a cabeça – Temari acha que eu estou passando muito tempo com você, mas a pobre coitada confundiu as coisas, não é mesmo?

Neji moveu-se. Sentou ao meu lado na maca, e, com suas mãos quentes, segurou meu rosto. Senti que enrubesci, e vi que o mesmo olhava-me olho no olho.

-         Acha mesmo que ela confundiu as coisas... Mitsashi?

O que era aquilo? O que aquele idiota estava fazendo? Tratei logo de virar meu rosto para o lado.

-         O q-q-que pensa que e-e-está fazendo, seu idiota? Dando uma de galã de novela?

Vi que o mesmo tirou as mãos de meu rosto, e sorriu ao ver que eu falei “galã de novela”. Cruzei os braços, em sinal de negação. O mesmo continuou ali, sentado, sorrindo. Bufei, envergonhada. O que ele queria?

-         O que está fazendo?

Ele sorriu, colocando a franja que caia em meu rosto atrás de minha orelha.

-         O mesmo que você fez comigo quando briguei com Usui. Cuidando de você.

Ele pegou um lencinho úmido, e foi passando por meus machucados, tirando o sangue. Eu estava corada, sentia meu rosto ferver. Quando Neji acabou de cuidar de rosto, foi para os braços, e depois, para as pernas.

-         Você se acabou mesmo – comentou ele.

-         Eu estou bem – menti.

-         Ah, com certeza – ele sorriu, e pegou a pomada que se encontrava na escrivaninha – pelos seus cortes no rosto, seu olho inchado, seu pé torcido, você com certeza está bem, TenTen.

Bufei. Como ele descobrira que eu estava mal?

-         Está... Muito óbvio?

Ele assentiu.

-         Claramente óbvio.

Sorri. Não por escolha, foi involuntário.Deitei minha cabeça no travesseiro, e fechei os olhos. Eu realmente estava desconfortável. Acabada. E senti que tinha alguém para me reconfortar.

-         Com isso, você chegou a cinco pontos, Mitsashi. Por essa briga estúpida, e por virar o rosto quando eu estava falando com você.

Nem tão reconfortada assim.

Bufei. Abri os olhos, e cruzei os braços.

Como em questão de segundos ele conseguia acabar com tudo?

-         Você sempre estraga tudo, não é mesmo? – Com apenas aquela frase ele conseguira me irritar. Levantei-me, e dessa vez ele não me impediu. Olhei no fundo dos olhos pérola.

-         Porque sempre tem que estragar tudo? Estava tudo ótimo, até você começar com a babaquice de pontos! Sabe, quero deixar uma coisa clara, Hyuuga Neji... – senti que as lágrimas iam descer, mais impedi as malditas – ou seremos amigos, ou professor e aluno. Como antes. Se decidir pela primeira opção, ótimo. Mas eu irei repetir o ano. Se optar pela segunda, não teremos nenhuma ligação fora disso, ok? Eu gosto dos pingos nos “IS”, Neji. Que fique claro.

Virei as costas para o mesmo. Abri a porta da enfermaria, e vi Temari no final do corredor. Senti-me fraca. Senti minha pressão baixar. Deus, de novo não. Que merda.

 

Pensando isso, eu caí, desmaiada e conseguindo ficar mais machucada ainda.

 

Quando abri os olhos, vi que estava novamente na enfermaria.

O idiota me trouxe para cá, pensei eu.

 

Mas quem meus olhos encontraram foi Itachi, sorrindo para mim.

-         O que houve? – perguntei eu.

-         Você desmaiou – disse-me ele – e deixou um certo alguém muito bravo.

-         O que eu fiz para você? – perguntei, preocupada.

-         Não eu. O Hyuuga.

Bufei.

-         Como assim? – perguntei eu.

-         Ah, não sei explicar direito – Itachi sorriu meio de lado – quando você desmaiou, Neji bufou, e começou a falar sozinho. Coisas do tipo “eu sabia que ela estava doente”, ou “quem mandou não se cuidar” e saiu em disparada.

-         Merda – resmunguei eu, levantando-me – e... o que você faz aqui?

-         Eu estava passando quando você caiu, e quando Neji saiu correndo gritou-me para ficar aqui com você, que ele já voltava.

-         O que aquele idiota foi fazer?

Sentei-me, cansada. O que ele pretendia? Eu estava bem, eu só...Desmaiara pela terceira vez. Só isso.

Eu não estava doente. Não podia estar. Eu era muito forte para isso.

-         Não estou doente – murmurei, e vi que Itachi sentou-se ao meu lado, e sorriu.

-         Não, não está.

Olhei para ele, perplexa. Como podia ser tão diferente do irmão? Doce, gentil, e alegre? Como podia tranqüilizar o coração de alguém tão rápido?

Sorri. Obrigada, Itachi.

A porta abriu-se rapidamente. Olhei para ela, e vi Neji e mais um homem que reconheci muito bem. Minato Namikaze, pai de um certo Naruto.

-         Muito bem TenTen – ele sorriu. O sorriso de Naruto – Neji contou-me sobre as desmaios que você andou tendo. Posso te examinar?

Bufei, vencida. Lancei um olhar mortal para Neji, mas sua cabeça estava caída e ele não o viu. Deitei novamente na cama. Itachi levantou-se, e sorriu para mim, em sinal de “mergulhe com tudo”.

Ainda que tivesse deixado o pai de Naruto examinar-me, perguntei-me  de onde Neji tinha tirado essa idéia maluca de traze-lo aqui, e como conseguira que ele viesse, afinal ele é um médico famoso em Konoha, e com certeza tinha muitos pacientes.

-         Como veio até aqui? – perguntei.

-         Ah, apenas coincidiu de eu estar de folga hoje. Mas é claro que não recusaria um pedido desse, afinal, pelo o que Neji disse-me, você teve três desmaios.

-         Estou bem – disse eu, sorrindo – falo sério. Estou muito bem.

Minato piscou para mim.

Continuou examinando, enquanto os outros dois estavam calados. Quando terminou, disse-me:

-         Terá de fazer uns exames, TenTen. E de preferência hoje. Seus pais sabem...?

-         Não – adiantei.

-         Sabem sim – disse Neji, e eu olhei boquiaberta para o mesmo – eu contei. Hoje.

-         C-c-como? – gaguejei, e levantei-me nervosa – não acredito que fez isso, Hyuuga! Eles vão ficar preocupados comigo! Mas que droga!

-         Foi por isso que contei – ele lançou-me um olhar feroz – se você não se preocupa consigo mesma, tem que ter alguém para se preocupar.

Eu estava tremendo. Tremendo de raiva.

Virei-me para Minato. Sorri.

-         Obrigada por me examinar, Doutor Minato. Irei fazer os exames agora mesmo.

Ele assentiu.

-         Não foi nada, TenTen.

Sorri. Despedi-me de Itachi, e quando fui passar por Neji, disse-lhe baixinho:

-         Venha comigo. Preciso conversar com você.

Antes de saber sua resposta, peguei sua mão e fui arrastando-o para a escola. A diretora liberou-me quando eu disse que tinha desmaiado, mas me deu uma advertência por brigar na escola.

Tudo bem. Já estava acostumada com isso.

Fomos andando. Percebi que o mesmo não falava nada, e que eu ainda segurava sua mão.

Soltei-a na hora.

-         D-desculpe.

Ele nada respondeu.

Parei em frente minha casa. Meus pais estavam no trabalho, e tinham deixado um bilhete para mim, falando que quando chegassem teríamos uma conversa séria, e que por enquanto eu era de responsabilidade do Neji.

Bufei.

-         Está brincando comigo? – apontei para o bilhete.

-         Não – respondeu-me – seus pais que escreveram isso.

Suspirei. Subi as escadas, e fui até meu quarto. Lá, troquei de roupa. Não iria fazer um exame com o uniforme ridículo da escola.

Desci, e Neji estava lá, esperando-me. O caminho para o hospital foi silencioso, nem eu e nem ele falávamos nada. Ah, o maldito silêncio.

-         Então... – comecei eu – pensou no que eu disse?

Ainda que eu estivesse falando brava, como se exigisse a resposta do mesmo agora, ele não se intimidou. Não disse nada. Odiava o fato de Neji ser frio.

Senti algumas gotas de chuva caírem. Ignorei-as. Perguntei novamente:

-         Pensou no que eu disse?

-         Não – respondeu-me ele, chutando as pedras no caminho. Parecia estar perturbado – estava ocupado me preocupando com você.

-         Como...?

A chuva foi aumentando. Dane-se se eu ficasse encharcada. Dane-se tudo.

-         Ainda não percebeu, TenTen? Mesmo?

-         Perceber o que? – berrei eu. Olhei para os lados. A quantidade de pessoas foi diminuindo, devido à chuva que agora já caía torrencialmente. O dia estava feio, nublado. Era de se esperar que caísse uma chuva, mas não essa tempestade.

Nenhum de nós dois pareceu querer sair dali.

Neji parecia estar bravo. Lutava com suas palavras.

-         Eu... Eu gos... Ah! Mas que merda, TenTen. Você não me deixa escolhas!

-         Escolhas? – perguntei eu. – O que quer dizer com isso, Neji? – eu também estava ficando nervosa – e porque está me chamando de TenTen, se você só pode me chamar pelo sobrenome?

-         É... – ele gritou de raiva. Eu nunca tinha visto o mesmo assim – Você é burra mesmo, não vê o que esta na palma de sua mão! Está óbvio! Para todo mundo está óbvio, até para Temari! Mas você...

Pensei na briga com Temari. Recapitulei tudo na minha cabeça.

Aí saquei.

-         Você...

-         Isso mesmo – ele bufou, e prensou-me contra a parede de uma loja fechada. Sua cabeça estava abaixada – não entende? Eu...Eu...

-         Não precisa dizer – falei, abrindo um meio sorriso. Espere. Eu estava sorrindo? Era isso mesmo? Quer dizer que eu estava gostando do que ele ia falar? – Não precisa dizer se não estiver pronto.

Levantei sua cabeça, e sorri para o mesmo. Seus olhos pérola encaravam-me, confusos, e vi que um sorriso abriu-se em seu rosto. Fechei meus olhos. Direcionei minha boca para a sua. Enrolei meus braços em seu pescoço. Eu estava pronta. Estava esperando por aquilo.

Aquilo que não veio.

Abri o olho, e vi que Neji tinha abaixado a cabeça novamente.

-         Não estou pronto para isso – sussurrou mais para si mesmo do que para mim. Ergueu o rosto, e segurou minha mão – vamos. Você tem um exame para fazer.

Saímos andando. No resto do caminho, perguntei-me o que era aquele sentimento que se criava em meu peito. Era parecido com um sentimento que eu tive a tempos atrás, quando comecei a “namorar” com Lee. Mas... Esse era diferente, apesar de parecido. Era mais intenso, era mais forte. Senti lágrimas descerem de meu rosto. Será que esse era o mesmo sentimento que Kiba tanto conhecia, que você via em filmes de romance e livros chamado amor?

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? preciso da opinião de vocêeees
ah, e gostaram da nova capa e sinopse ou não? TAMBÉM preciso da opinião de vocês, haha.
Beijo enorme :*