Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 8
vida 1: capítulo 4




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O carro de polícia parou de forma a bloquear a saída do Impala. Havia a alternativa de fugir de ré, mas não iria longe. Já tinham a placa do Impala, que, além disso, era um carro fácil de identificar. E, principalmente, ele não tinha feito nada.

– Saia do carro, por favor.

Dean apóia as mãos no capô do Impala, abre as pernas e se submete à humilhante revista do policial. Kyle, Owen e Mark formam uma barreira e assumem uma atitude intimidadora, batendo o punho fechado na palma da outra mão, como dando pequenos socos. Se Dean não tivesse confiança da própria capacidade de luta, teria todos os motivos para ficar assustado.

– Documentos?

Aquela é uma das raras vezes que Dean estava com os documentos verdadeiros.

– Dean Winchester. Carteira de habilitação do Kansas. O que o traz a nossa cidade, Sr. Winchester?

– Estou só de passagem, policial. Estou indo para a Califórnia. Parei para pernoitar num motel nas margens da interestadual e sai para conhecer a vida noturna da cidade.

– E aproveita para raptar uma menor de idade.

– Opa, opa. Eu não raptei ninguém. Eu acabei de deixar a garota, que NÃO É menor de idade, sã e salva, aqui mesmo, em sua residência. Eu a conheci num bar, que por lei não permite a entrada de menores, e ela veio comigo por livre e espontânea vontade.

– O Sr. vai contar essa história para o delegado. Tem o direito de ficar em silêncio. Caso contrário, tudo que diga poderá ser usado contra você. Não faça movimentos bruscos. Vou algemá-lo. Não ofereça resistência. Depois, faça o favor me acompanhar.

– Policial, esses três estão de armação comigo. A garota estava no bar com ESSE sujeito aqui. Não é minha culpa se ele não teve competência para segurar a namorada.

Kyle faz menção de que ia partir para cima de Dean, que mantém a atitude desafiante, e é contido a custo por Owen e Mark.

O policial olha firme para Mark, que não consegue sustentar o olhar por muito tempo.

– Todos para a delegacia.

– Policial, porque não chama a garota, Ashley é o nome dela, para contar o que aconteceu de verdade.

– A Srta. Madison será chamada para depor.

– Srta. Madison? Então é mesmo uma armação. Se o Sr. Policial aqui conhece a garota, sabe muito bem que ela NÃO É menor de idade.

– Devo acrescentar desacato à autoridade e resistência à prisão às acusações de rapto e estupro de menor. Está cada vez mais encrencado, rapaz. Coisas ruins costumam acontecer com estupradores na cadeia.

Dean vê quando o policial Levine dá uma piscada de olhos para Kyle e os sorrisos nos rostos de todos. Dean faz menção de escapar, mas é agarrado e forçado a entrar no banco de trás da viatura por Mark e Owen, que entram em seguida na viatura, um em cada porta. O policial Levine tranca o Impala e leva as chaves para a delegacia.

Na delegacia, Dean vê, com desconfiança e preocupação, o policial de plantão cumprimentar Kyle como quem cumprimenta um velho amigo e a desenvoltura dos três dentro da delegacia.

O que Dean não escuta é a conversa entre o policial Levine e o irmão Mark.

– Eu devia é por vocês três na cela e liberar o estranho. Não pense que apoio vocês usarem a polícia para resolver seus probleminhas com namorada.

– Mas não foi melhor assim? Kyle se deu por satisfeito com o forasteiro pegando uma noite de cadeia. Se os dois partissem pra briga, sabe Deus o que podia acontecer. O Kyle é cabeça quente e o forasteiro é abusado como você viu. Acabava um dos dois ou os dois se machucando.

– É, Mark. De repente, foi mesmo a melhor solução. Mandei colocar o forasteiro na cela em que estão um bebum e um marido que deu uns tapas na mulher. Meu plantão já acabou, mas vou deixar a instrução para liberarem o tal Dean pela manhã. Vamos, levo você para casa.

Dean foi conduzido à cela e respira aliviado quando vê que ninguém ali oferece perigo. Deixaria para fazer o telefonema a que tinha direito legal após falar com o delegado. Tentaria manter Sam fora daquela história.   


Estava amanhecendo quando o policial carcereiro se dirige a Dean, que tentava dormir um pouco.

– Vamos até a sala de reconhecimento. Bastardo FDP. O pai da menor que você seduziu e levou para um motel está aqui para prestar queixa e trouxe a garota para que ela faça o reconhecimento. Uma menina da idade da minha filha. Não pense que você vai vir a esta cidade, aprontar uma dessas e se sair bem.

– Eu não forcei a garota. E ela NÃO É menor. Qualquer um pode ver só de olhar.

– Cara, você vai ter sorte se pegar 30 anos. Muita mais sorte se viver para cumprir a pena até o fim.

Dean é novamente algemado, desta vez mãos e pés, e levado à sala de reconhecimento, escoltado por dois policiais.

Dean não quer acreditar que aquilo possa estar acontecendo com ele. Ele vê uma versão de Ashley com não mais de treze anos. A menina tem hematomas no rosto e nos braços e está com o vestido parcialmente rasgado. Quando ele entra na sala, a garota aponta para ele, fazendo acusações e chorando compulsivamente. Sente os olhares raivosos dos policiais da escolta. O indignado pai da menina, clamando por justiça contra o pervertido que abusou da filha indefesa, é o Trickster em pessoa.

Dean não resiste ao impulso de partir pra cima do desgraçado e esganá-lo, mas as algemas fazem com que perca o equilíbrio. Dean só não caiu porque estava firmemente seguro pelos dois policiais.

Dean se debate buscando se libertar, mas não há como escapar dos policiais, que reagem com violência para mantê-lo parado. De repente, Dean percebe que toda a resistência cessou. Todos, à exceção dele mesmo e do Trickster estão como que congelados no tempo.

– E então, Dean? Lembra de mim? Quem pegou quem?

– Não vai se safar. Eu vou desmascarar você.

– Para sua informação, fiz algumas mudanças no cenário, para dar mais dramaticidade ao enredo. A pequena Audrey aqui comigo é, na verdade, a irmãzinha da Ashley, aquela que não deixou o bar em que estava com o namorado Kyle. Os pais das meninas - eu mesmo e a adorável Sra. Madison - ficamos esperando no carro, enquanto a doce e inocente Audrey ia até o bar chamar a irmã para que todos voltássemos felizes para casa. Ela seguia em direção à porta do bar quando um pervertido - VOCÊ, Dean - saiu do bar, a agarrou pelo pulso e a fez entrar num velho Chevy Impala. Eu gritei desesperado por ajuda e os rapazes, velhos conhecidos da família, saíram do bar e foram em perseguição ao maníaco. A cena teve muitas testemunhas que vão contar o quanto você foi brutal ao arrastar a pobre menina.

– Ninguém pode ter visto nada. Nada disso aconteceu.

– Está enganado, Dean. Foi exatamente assim que aconteceu. Muito em breve até VOCÊ vai lembrar que foi exatamente assim que aconteceu. Talvez você também lembre que a pequena Audrey tinha os olhos completamente negros, mas isso somente você viu.

– Maldito.

– Ah! Antes que eu me esqueça, não se surpreenda se, ao voltar para a cela, encontrar novos companheiros de cela. Gente barra pesada, que realmente merece estar atrás das grades. Os 3 grandalhões de cabeça raspada e tatuagens de suásticas se dizem supremacistas brancos. São neo-nazistas que tentam esconder deles mesmos suas próprias tendências homossexuais realizando atos homofóbicos violentos. Estão presos porque surraram até a morte um carinha que viram dar um selinho no namorado em público. E não se esqueça, Dean, que você está novamente de calcinha cor-de-rosa.


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Notas finais do capítulo

O autor não compartilha das opiniões preconceituosas de alguns de seus personagens.



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