Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 17
vida 2 capítulo final




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- Levanta. Vem. Me enfrenta.

Diana tenta segurar Luke, que parecia decidido a esmurrar o Trickster por, pelo menos, mais uma dúzia de vezes. E ainda seria pouco.

- Luke, não o desafie. Você não imagina o quanto ele é poderoso.

- Saia da frente, Diana. O assunto é entre eu e ele. Eu podia estar morto neste momento. Ele me abandonou sozinho num avião no meio de uma tempestade. Para morrer.

Agora Diana é que precisou ser contida por Sam para não avançar sobre o Trickster, que observava a cena do chão, novamente exibindo seu sorrisinho cínico.

O Trickster se levanta devagar sempre encarando Luke, que assume instintivamente a postura de quem se prepara para a luta. O olhar e o sorriso denunciam a intenção do Trickster de revidar o murro. E, certamente, não seria iniciando uma briga de bar. Luke estava em perigo. Em GRANDE perigo. Mais ainda que no avião, como se isso fosse possível.

E, então, o Trickster simplesmente .. DESAPARECE. Luke poderia jurar que, um décimo de segundo antes de desaparecer, o olhar do Trickster exibia .. SURPRESA.

 

- Vamos, pessoal. Acabou. Ele não vai voltar tão cedo.

É Mark Levine quem fala, reunindo os amigos ainda desorientados e conduzindo-os para a saída.

 

- Oi, Diana.

- Oi, Luke.

- Temos muito o que conversar.

- Temos.

Mas os dois ficaram um bom tempo simplesmente se olhando, olhos nos olhos. Como se não houvesse nada a ser dito. Lentamente os lábios se aproximam. Diana fecha os olhos e se deixa envolver pelo calor do abraço de Luke. A sensação é de vertigem. Liberta da responsabilidade por tantas vidas, Diana desaba, numa doce sensação de segurança.

 

Diana acorda sobressaltada, depois de dormir por quase 12 horas seguidas. Olha em volta, desorientada. Estava em um quarto de motel. Claro, essa era a sua realidade agora. Mas a sensação de desorientação não vinha do lugar. Trouxera essa sensação do sonho que tivera. Que sonho louco! Sonhara que era um homem.

No sonho, estava num quarto e uma mulher se despia enquanto caminhava em sua direção. A mulher era linda. Sedutora. Agia de forma ao mesmo tempo displicente e provocante. Tinha grandes olhos negros, pele muito branca e longos cabelos negros. Lembrava que, no sonho, chamara a mulher de Lisa. LISA.

Mas não parecia um sonho, parecia mais uma lembrança. Uma lembrança distante, de uma outra vida. Lembrou de Sam dizendo que não podia imaginar sua irmãzinha como homem. Quando ele dissera isso?

Ao ver Luke adormecido ao lado da cama, velando pelo sono dela, lindo, tão homem e tão menino, viu que só queria ser aquilo que sabia que era: mulher e mãe.

 

Mas também sabia que querer não é tudo. Tinha mais uma vez a chance de assumir esses papéis. De ser feliz com o homem que amava. Mas era uma Winchester. Tinha uma missão. Faria o que era necessário. A segurança de Ben era mais importante que a sua felicidade. No dia seguinte, quando Luke acordasse, ela já estaria longe.

Mas o amanhã ainda estava distante. Ainda tinham uma noite. Uma noite que não podia ser desperdiçada com palavras.

 

Havia uma estranheza que ambos atribuíram ao tempo que estiveram separados. Uma sensação estranhíssima de que os sinais estavam trocados. De não se reconhecerem e de não reconhecerem o outro. De nunca terem feito aquilo daquela maneira. E, que, no entanto, não era um erro de pessoa. Ao contrário, eram as pessoas certas, no local certo, no momento certo. Foi diferente, mas não menos maravilhoso.

Ao se buscarem pela segunda vez, a estranheza tinha desaparecido. Foi tudo muito .. natural.

Ao final, carícias até serem finalmente vencidos pelo sono.

 

Instantes antes de cair num sono profundo e sem sonhos, Luke murmura palavras que passaram ao largo de sua mente consciente.

- Te amo tanto, Dean.

 

Na mesa de cabeceira, o relógio digital marca 21:03.


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