Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 18
vida 3 capítulo 1




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– Sam, deixa o laptop aí quietinho e vamos. Amanhã a gente trata disso. Eu quero ver gente viva. Dois banhos e parece que ainda estou cheirando a túmulo.

Sam olha para um pequeno despertador na mesa de cabeceira entre as duas camas de solteiro do quarto de motel. Exatamente 21:03.

– Dean, você nesta toalha tira qualquer um do túmulo. Você sabe que não precisa ir a lugar nenhum para ver gente viva. Mais gente viva do que euzinho aqui, tenho certeza que você não vai achar.

Sam, vestindo apenas camiseta branca e cueca slip branca, levanta da cama e se aproxima de Dean com um sorriso que denuncia suas intenções.

Dean, entre perplexo e intimidado com a proximidade crescente e com a determinação do olhar de Sam, recua até dar com as costas na parede. Seus olhos parecem que vão saltar das órbitas. Ele quer gritar, mas sua voz falha, quando Sam, com um só puxão, arranca a toalha e o deixa nu, complemente exposto. Ao ver o olhar satisfeito de Sam, sua única reação é cobrir o sexo em pânico.

– Dean, que escândalo todo é esse? Sou apenas eu, Sam. O seu Sammy.

Dean pega a toalha no chão, se cobre como pode e corre para o outro lado do pequeno quarto de motel. Em pânico, não sabe se o melhor é se trancar no banheiro ou fugir do quarto, mesmo que só de toalha.

– Calma, Dean. Foi só uma brincadeira.

– Brincadeira? Se foi uma brincadeira, foi de péssimo gosto.

– Se você não quer, porque me provoca? E completa, malicioso: Sabe que me deixa louco?

– Sam pára com essa história. Você sabe que isso é errado.

– Não gosto quando você vem com essa história de ERRADO. Errado. Errado. Não há nada de errado. Você pode continuar fingindo que não me quer. Mas eu não vou desistir de mostrar a verdade que você insiste em negar.

– Não há NADA DE ERRADO? Ficou louco, Sam? Como não há NADA DE ERRADO? Seria INCESTO, nós somos IRMÃOS.

Sam olha para Dean com uma expressão entre surpreso e divertido. Como quem acabou de escutar uma piada. E cai na gargalhada. Agora é Dean quem faz cara de não estar entendendo nada.

– Que história é essa de IRMÃOS, Dean? Nós NÃO SOMOS irmãos. Você às vezes age como se fôssemos, mas nós NÃO SOMOS.

– NÃO SOMOS? Como assim NÃO SOMOS?

– Da maneira clássica de não sermos. Não temos a mesma mãe nem o mesmo pai. Desta maneira.

– Não temos?

– Não. Não temos. Você se chama Dean Winchester e eu me chamo Samuel Harvelle.

– Samuel HARVELLE? Você é filho da Ellen e do William, irmão da Jo?

– Pirou, Dean? Não sabe mais quem eu sou? Que história de irmã é esta? Está cansado de saber que sou filho único. Jo de Jonathan é como sua mãe me chamava. Samuel Jonathan Harvelle. Esqueceu disso também?

– Samuel Jonathan? Sam, me escuta. Não era para ser assim. Está lembrado do motivo de estarmos aqui e agora nesta maldita cidade.

– Você me arrastou para cá porque ouviu falar da droga do fantasma de uma menina atropelada. E depois quis ficar para investigar uns malditos casos de coincidências estranhas.

– Isso, Sam. E nós descobrimos. O culpado é o Trickster.

– O Trickster?

– É, o Trickster. Você sabe de quem estou falando, não sabe?

– Claro, já encontramos com ele umas duas vezes. Mas o que isso tem a ver com nós sermos ou não irmãos?

– Ele esteve aqui, cobrando que cumpríssemos o acordo que você fez com ele. Eu prometi detê-lo. Ele disse que não gostava do meu jeito de machão e, de repente, não somos mais irmãos, você é gay e gosta de mim.

– Agora EU é que sou o gay? Não, Dean, EU - euzinho - não sou gay. E mais. Não sou EU que gosto de você, Dean. É VOCÊ quem gosta de mim. É você quem não quer que eu viva minha vida em paz. Por mim, eu estava bem longe de você, casado com a Jess. Foi VOCÊ quem ficou entre nós dois.

– Jess? A Jessica? Você e a Jessica? Casados? Mas o que aconteceu aqui minutos atrás .. não estou entendendo nada.

– Dean, você sempre foi estranho. Mas agora bateu todos os recordes. O que aconteceu enquanto você estava tomando banho? Caiu e bateu a cabeça?

– Sam, vamos começar do zero. Lembra do que eu falei? Sobre o Trickster e como ele está manipulando a realidade. Esta não é a nossa vida. Esse não é você. Acredita em mim. Mas antes me conta tudo. Me conta a história desta nossa vida.

– Tá bom, Dean. Vou fingir que acredito e entrar no seu joguinho. Eu conto tudinho, mas vem aqui, Dean. Vem com o Sammyzinho. Veeeeem. Não, não faz essa cara, Dean.

– Sam, você está me assustando. Por favor, me conta como foi que chegamos até aqui.

– Eu vou contar a triste história dos Harvelle. Mamãe Ellen fez um pacto com um coisa ruim sem ler as letrinhas miúdas. Não contou nada para papai Will. Quando papai Will entrou no quarto do Sammyzinho, viu mamãe Ellen presa ao teto virando uma GRANDE bola de fogo. O fogo fez o que é da natureza dos fogos fazer. Queimou tudo. Queimou a casa. Queimou o que havia de bom e de normal na vida do papai do Sammyzinho. Ele morreu dois anos depois, amarrado numa camisa-de-força. Ele dizia que demônios gritavam na sua cabeça dia e noite. Os demônios diziam que o Sammyzinho ia crescer e se tornar poderoso. Poderoso o bastante para abrir o portal. Para trazer o fim de tudo. Como vê, eles MENTIRAM. E aqui estou eu, num motelzinho no fim do mundo, com você. Com um MALDITO Winchester.

– E como eu, como minha família entrou nisso tudo?

– Sua mamãe Mary era assistente social e teve peninha do orfãozinho desvalido. Foi assim que eu me tornei um Winchester honorário. O filhinho caçula da Mary e do John. O irmãozinho caçula do Dean. Você cuidava de mim, dava banho, colocava no colinho. Vamos fazer isso tudo de novo? Você me dá banhinho, me coloca no seu colinho, pega na minha mãozinha. Mas não é mais uma mãozinha. Eu cresci. A mãozinha virou mãozona. Tudo grande. Você ia gostar, não ia? Confessa, Dean.

– Sam, pára com isso. Com todas essas insinuações doentias. E a Jessica? Onde ela entra na história?

– O orfãozinho cresceu. Virou Big Sam, um carinha muito inteligente. Muito mais que você, Dean. Aliás, isso não é vantagem alguma. Qualquer um é mais inteligente que você. Já para alguém verdadeiramente inteligente como Big Sam, foi fácil entrar para Stanford. Qualquer coisa que me mantivesse longe de você e de seus cuidados. Lá, Sam & Jess viveram uma linda história de amor. Até você se intrometer e acabar com tudo. Porque não faz comigo o mesmo que fez com a Jess? Porque não me MATA? Afinal, eu também sou um maldito demônio.

Dean observa, horrorizado, os olhos de Sam escurecerem.


– Se não me matar, Dean, eu juro que um dia sou eu quem vai matar você.


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