E se Fosse Diferente? escrita por Rosalie_McCarty, Hayley_Voorhees


Capítulo 5
Time Bomb


Notas iniciais do capítulo

E depois de séculos sem atualizar, finalmente consegui chegar aqui! #sorrisonamaiorcaradepau.

Enjoy.



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Vampire Knight - And if it were different?

 

Capítulo 5

 

Time Bomb

 

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Yuuki ofegou abraçando a cintura do irmão com força,  seu coração batia tão rápido em seus ouvidos que abafava o resto dos sons. Os Nobres estavam cochichando entre sí? Não sabia. Seus olhos estavam fixos na recém-chegada, espiando-a pela lateral do corpo que lhe servia de escudo.

 

Aidou, que esticava-se entre os corpos rígidos dos nobres que pareciam tentar estar o mais próximo possível dos Kuran, viu as crianças da puro-sangue. Um dos garotos parecia educadamente silencioso enquanto o outro parecia lutar para não rosnar.

 

E não era para menos, Zero simplesmente odiava Nobres e Puro-sangues. Nunca conseguira entender o porquê de tratarem-no como se ele fosse um leproso ou algo parecido. Por mais que não demonstrassem, o brilho maldoso nos olhos deles dizia que se virasse de costas, receberia um golpe bem no seu coração.

 

Kaname observou os quatro vampiros parados no meio do salão com cautela, não estava em seus planos apresentar sua irmã à eles naquele momento. Yuuki ainda era muito nova para estas coisas. Sentiu-a apertar sua cintura com mais força, teria que se livrar daquelas pessoas rapidamente.

 

- Shizuka-san, não esperavamos uma visita sua e... de sua família. - Haruka disse educadamente colocando-se ao lado do filho, impedindo que os outros tivessem qualquer vislumbre de sua filha.

 

- Oh, céus! Não acredito que esperavam tal desfeita da minha parte. - Shizuka colocou uma mão sobre os lábios com uma expressão falsamente ofendida. - Quase somos parentes, temos que estar juntos... Ainda mais depois do lastimável suicídio de Rido-san. - seus olhos felinos cravaram em Yuuki que espiava por entre os homens à sua frente.

 

Suicídio? Então eles consideravam a morte de seu tio um suicídio? A pequena puro-sangue estava incrédula. Lembrava-se perfeitamente (bem, não tão perfeitamente assim) de tê-lo matado com uma grande ajuda de seu irmão. Aquele dia foi estranho, sua mente estava meio nublada e, quando viu, já tinha cravado a foice no coração dele.

 

- Foi realmente lastimável, Shizuka-san. - saiu de seus devaneios quando Juuri  se colocou do outro lado de Kaname, formando um verdadeiro escudo impenetrável. - Agradecemos sua visita, sabemos que está morando longe atualmente.

 

- Juuri-san, sempre tão amável! Não é de se admirar que todos adorem-a tanto, não é? - Yuuki percebeu, como um estalo, que a puro-sangue estava claramente acusando-os nas entrelinhas.

 

Kaname queria matá-la, e o faria se não estivesse sob o olhar atento de vários membros do conselho. Como ela ousava falar aquelas coisas assim? Havia sido decidido que o assunto seria abafado.

 

Mas não podia esperar outra coisa dela. Uma puro-sangue cuja família era completamente composta por ex-humanos? Todos os membros do Clã Hiou deviam estar se revirando em seus túmulos.

 

- Que descortês... - todos se viraram para um vampiro de cabelos negros que entrava elegantemente pela porta. - Shizuka-san, eu realmente não esperava tal atitude da representante do Clã Hiou.

 

- Akito, sempre tão dramático e antiquado... - ela passou os dedos pelos longos cabelos prateados rolando os olhos. - Só vim dar os parabéns para Kaname-san e Yuuki-san. - o sorriso jocoso voltou aos seus lábios. - Ah, quero dizer que terão meu total apoio no projeto da academia, será um prazer madar Zero e Ichiru em meu nome.

 

Finalmente Yuuki percebeu verdadeiramente as crianças, que deviam ser um pouco mais novos que Kaname. Se perguntou vagamente quem era Zero e quem era Ichiru. Um tinha uma expressão simpática e o outro era sombria.

 

Shizuka deu uma risada ao ver o brilho perigoso nos olhos dos controlados Kuran que eram quase como um sinal luminoso indicando que estavam quase chegando ao limite.

 

Hora de uma retirada estratégica. pensou animadamente enlaçando seu braço com o de Kimimaru, seu parceiro, dando um pequeno beijo em seu rosto bonito e inexpressivo.

 

- Já está de saída, Shizuka? Que ruim. Não é sempre que puro-sangues podem se reunir, ainda mais por um motivo tão agradável. - Shirabuki Sara entrou pela porta, seus longos cabelos loiros acariciando sua pele cremosa.

 

- Algo me diz que nos veremos em breve, Sara. - o sorriso de Shizuka era suave e superficial. - Com licença, Kuran-sama. - fez uma reverência após a despedida que abrangia todos os quatro.

 

E, então, ela desapareceu na escuridão.

 

Yuuki conhecia Shirabuki Sara, já tinha ouvido falar dela. kaname havia dito uma vez que não era muito bom ficar próximo à ela... Disse que a puro-sangue fazia trabalhos nada admiráveis para o conselho.

 

'Eu a conheço, imouto.' respondeu quando ela perguntou como sabia dessas coisas. 'Sei que somos criaturas crueis por natureza, mas acho que até mesmo o pior de nós devia ter princípios.'

 

Naquele dia, Yuuki decidiu que jamais gostaria dela.

 

- Ora, por favor! Não me digam que acabamos com o clima de festa! - Akito, o puro-sangue recém-chegado, exclamou sorrindo.

 

E lentamente o clima pesado se desfez.

 

xXxXx

 

Tinha algo errado.

 

Yuuki sabia disso enquanto deslizava pelo salão com o jovem vampiro de cabelos negros - que havia dito a Kaname que ele estava monopolizando-a.

 

Podia ver as claras investidas de Sara para seu irmão. Ela e Akito não eram prometidos um ao outro? Então porque ambos tentavam ganhar a atenção deles?

 

Vagamente lembrou-se do que kaname tinha lhe dito uma vez.

 

'Nosso sangue é... Especial, Yuuki.' explicou-a enquanto acariciava seu rosto, duas semanas depois da morte de Rido. 'Entenda, o primeiro vampiro do mundo foi um Kuran. Nosso sangue possui a carga total do vampiro mais poderoso que já andou sobre a terra, e sabe porque?'

 

Ela tinha assentido, aconchegando-se nele naquele dia. 'Porque na nossa família irmãos sempre se casaram.'

 

Até aquele momento ela não tinha acreditado muito que aquilo fosse verdade. Era insano. Quem sabe Kaname não estivesse equivocado? Quis rir, seu irmão sempre estava certo.

 

Piscou demoradamente tentando manter os olhos abertos, sua cabeça ardia como se tivessem derramado líquido fervente. Cada vez que via uma das nobres se insinuando para seu irmão, ou o jeito oferecido com que Sara se esfregava nele, algo dentro dela se contorcia.

 

Como se cada emoção forte que sentia arrebentasse uma das correntes que prendiam uma caixa escondida no canto mais escuro e sombrio de seu ser.

 

Sua respiração estava ficando cada vez mais rápida e pesada enquanto agarrava-se ao paletó de Akito, tentando se manter de pé. O que diabos estava acontecendo?

 

De repente, sentiu como se a última corrente tivesse sido rompida vagarosamente, um rosnado escapou de sua garganta antes que a escuridão a envolvesse. Caiu no chão num baque suave.

 

- Yuuki?

 

- Yuuki!

 

Arqueou a coluna, sua cabeça pegando fogo.

 

Tudo escureceu.

 

xXxXx

 

Por quanto tempo havia estado adormecida? Um dia? Um mês? Um ano? Não saberia responder. Seus olhos pareciam colados e isso a deixava assustada. Não conseguia ver, falar e o pouco que ouvia eram murmúrios indistintos que pareciam vir de cada vez mais longe.

 

Então ela sentiu, como se a queimação em seu cérebro tivesse quebrado uma barreira e agora corria livre e imprudentemente por todo seu corpo sem perder a intensidade.

 

Tudo, absolutamente tudo, doía. Esmagava seus ossos, esmigalhando-os até que Yuuki sentisse que, se sobrevivesse, não conseguiria levantar de uma cama.

 

Algo quente esticava seus membros além dos limites de seu pequeno corpo como se tivesse tentando arrancar seus braços e pernas do jeito mais cruel.

 

O que estava acontecendo? Ela não tinha noção de tempo, espaço ou qualquer outra coisa. Como se ela estivesse vagando em um espaço negro com a dor como único companheiro.

 

Tentou contar o tempo de forma errônea, apenas para se distrair... Mas antes que pudesse começar, foi consumida pela inconsciência. Não sabia se isso era bom ou ruim.

 

xXxXx

 

Kaname segurou a mão febril de sua irmã com carinho, como se qualquer movimento exagerado pudesse quebrá-la. Já fazia dois dias que ela estava inconsciente, arfando, arqueando a coluna e soltando gemidos sofridos. Tocou os lábios no rosto dela.

 

- Estou aqui, Yuuki. - murmurou acariciando a bochecha dela com sua mão. - Já vai passar, aguente só mais um pouco. - ele parecia sofrer tanto quanto ela.

 

- Não entendo... Isso só deveria acontecer com ela aos 14 anos, um pouco antes de mandarmos vocês para a Academia Cross. - Juuri disse sentando-se no sofá do quarto da filha ao lado de Haruka, - Sempre achei que tinha acontecido mais cedo com Kaname porque... Bem, vocês sabem. - apesar de estar alternando olhares para os outros dios, ela parecia estar falando consigo mesma.

 

- Eu tenho duas hipóteses, - Haruka falou após um momento em silêncio, entrelaçando os dedos com os da esposa. - Yuuki recebeu muito sangue de Kaname e isso pode ter... acelerado o precesso. - pausou, esperando ou outros absorverem. - Ou, quem sabe, seja algo como uma evolução dos Kurans como a transformação em si. Vocês sabem, adaptação.

 

- Faz sentido... Como a transformação já é uma aceleração da idade mais frágil dos puro-sangue, nosso genes podem ter se desenvolvido para amadurecer mais rápido. - Juuri comentou com os olhos levemente arregalados.

 

- Não importa o motivo. - Kaname disse endireitando-se na cadeira. - Céus, como eu não percebi? Naquele dia, quando enfrentamos o Rido tinha algo estranho no olhar dela... E logo depois os impulsos amorosos dela e tudo mais... Além de que ela podia ter entrado em frenesi por causa da tensão da festa!

 

- Não adianta nos culparmos agora, Kaname. - Haruka olhou para ele, seus olhos quentes suaves de compreensão. - Yuuki está passando pela mudança mais incrível e dolorosa do nosso clã. Seu corpo já esticou ao tamanho exato mas ela ainda tem que se moldar ao novo formato e poder.

 

Kaname sabia disso, mas assentiu mesmo assim. Sua mãe era quem mais parecia necessitar dessas palavras.

 

Quando viu a irmã desmaiar, tudo o que ele podia pensar era que Akito havia feito algo com ela. Mas ao pegá-la no colo, sentindo o corpo febril e arfante, ele teve certeza do que estava acontecendo. Porque também tinha acontecido com ele exatamente no seu aniversário de seis anos.

 

Apesar da dor que ela estava sofrendo, ele não pode deixar de notar que ela estava ainda mais bonita. E ele nem sequer pensava que isso fosse possível. Seu rosto estava mais aristocrata, seu corpo apenas um pouco menor que o dele. Ficou feliz ao constatar que cresceriam praticamente no mesmo rítmo.

 

E, então, quando fossem para a Academia Cross... Aparentariam ter 16.

 

Por um instante sua preocupação com Yuuki o fez esquecer de uma coisa: Shizuka mandaria mesmo seus 'filhos' ex-humanos em seu nome? Quis rir, ela era absurda. Completamente louca.

 

- Kaname... - o resmungo quase sem voz de sua irmã o tirou de seus devaneios, os olhos dela estavam fechados enquanto ela tateava a cama como se procurasse por ele. - Kaname... - segurou a mão dela, sentindo-a acalmar-se. - Fica... Comigo...

 

Juuri e Haruka fizeram um carinho em ambos antes de sair do quarto. Quando Yuuki acordasse era bem capaz de que ela estivesse tão sedenta do sangue de kaname que mais pessoas atrapalhariam.

 

Ele suspirou deitando-se ao lado dela, sendo agarrado imediatamente pelos braços quentes num aperto de ferro.

 

- Estou aqui, meu amor.

 

xXxXx

 

Quando acordou, sentiu uma respiração quente assoprar sua franja de seus olhos, e deu de cara com a face adormecida de Kaname. Todo seu corpo estava dolorido como se um rolo compressor a tivesse esmagado enquanto seus braços e pernas eram puxados por touros em direções opostas.

 

Sua garganta ardeu, seus olhos queimaram escarlate. Levou uma mão ao pescoço do irmão, mordendo-o antes mesmo que pudesse perceber.

 

Ele acordou, sentindo a maravilhosa sensação que a mordida de sua imouto proporcionava. Gemeu de forma rouca e arrastada enquanto ela subia em seu colo, sugando com mais empenho.

 

Riu quando ela acabou, olhando-o com seu grandes olhos castanhos infantis - que agora contradiziam o corpo adulto ao invés de completar o corpo pequeno.

 

- Senti sua falta, meu amor. Você ficou longe tempo demais. - sorriu para ela, lambendo o seu sangue no canto da boca dela suavemente.

 

Yuuki piscou olhando para si mesma pelo espelho imenso do quarto. Estava de quatro sobre o corpo de Kaname, seu - antes - longo baby doll rosa agora parecia uma blusinha de seda revelando sua pequena calcinha. Gritou.

 

Ele esperava tal reação dela, quando se viu pela primeira vez também tinha ficado perturbado. Em sua primeira vida isso não tinha acontecido.

 

Agarrou os ombros dela mantendo-a no lugar e fazendo-a olhá-lo nos olhos.

 

- Amor, preste atenção. Eu sei que você está confusa mas, acredite, isso acontece com todos os Kuran. Vai me escutar? - perguntou suavemente ganhando um aceno positivo dela.

 

Começou a contar para ela que o quê ela tinha passado era uma evolução do clã - já que o sangue puro deles era muito cobiçado.

 

Explicou que não haviam dito nada a ela porque não era pra acontecer antes dos 14 anos. Corrigiu-se rapidamente quando ela gritou: 'Então eu sou uma anomalia?!' dizendo a segunda suspeita de seu pai sobre uma evolução da evolução.

 

Ela pareceu mais tranquila quando ele lhe disse que aconteceu com ele na mesma idade que ela.

 

- Então... - murmurou ela após minutos digerindo as informações. - Meu corpo agora é mais velho? Quantos anos eu tenho agora?

 

- Vejamos... - ela corou profundamente quando ele olhou para seu corpo, quase desnudo, fixamente. - Meu corpo parece ter 14 então o seu deve aparentar uns 12 e meio ou 13.

 

Inesperadamente ela começou a rir, abraçando-o pelo pescoço enquanto desabava sobre o corpo dele - agora praticamente do tamanho do seu.

 

- Onii-sama... Nós temos quase a mesma idade agora! - Yuuki parecia genuínamente feliz com isso. Sempre tinha parecido grotescamente pequena ao lado de seus pais e de seu irmão.

 

- É mesmo, Yuuki. - não conseguiu conter a risada enquanto acariciava a cintura dela, fazendo pequenos círculos com os dedos.

 

- hum... - ela ficou pensativa. - Tem mais alguma coisa que eu deveria saber?

 

- Oh, sim. - Kaname havia se distraído tanto que nem comentaria se ela não perguntasse. - Apartir de agora, seu poder vai estar tentando se adaptar ao seu novo corpo. Por isso, não se assuste se acidentes acontecerem. - tocou seus lábios com os dela.

 

Yuuki não entendeu, mas ao sentir o cabelo dele esfregar em seu nariz, ela espirrou...

 

... E todos os vidros das janelas se transformaram em pó.

 

Sorriu sem graça, coçando a nuca.

 

- Então... Sobre o que estavamos falando mesmo?

 

Kaname rolou os olhos, ia ser uma longa adaptação... E ele esperava que a casa sobrevivesse quando tudo terminasse.


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Notas finais do capítulo

Nossa, eu fui digitando e acrescentando algumas coisa... Ficou grande, não é? (pelo menos eu acho pelo protesto da minha coluna e dos meus pulsos )

Não deu muito pra colocar a festa porque, como o nome do capítulo diz, ele é sobre a transformação da Yuuki.

Espero que isso explique o porquê dela ter uma tendência sexual muito maior que das crianças da idade dela e também o porquê dela meio que ter entrado em choque depois de ter matado o Rido...

Quero saber a opinião de todos!