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Vampire Knight - And if it were different?

– Capítulo 4 –

Unexpected

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O vento chicoteava os longos cabelos de Shizuka para todos os lados enquanto ela olhava inexpressivamente para a enorme lua-cheia. Era uma noite fria, para onde quer que se olhasse, tudo o que via estava coberto por uma grande camada de neve.

- Shizuka? – uma voz masculina a tirou de seus devaneios, virou-se olhando suavemente para o ex-humano que havia enfeitiçado seu coração.

- Sim, meu amor? – chamou-o com a mão para que se juntasse a ela naquele pequeno momento de paz, raramente conseguido por puro-sangues.

- Acha mesmo que devemos ir à festa de noivado dos irmãos Kuran? – perguntou hesitante, acariciando levemente a pele da mão dela que estava entrelaçada com a sua.

Ela olhou-o, seus olhos sombriamente encobertos pela escuridão. Não, ela não achava que eles deviam ir, mas ela precisava.

- Ora, eu tenho o direito de ir àquela festa... Afinal, eles iriam ser meus sobrinhos. – riu da própria piada cobrindo a boca com a mão livre.

- Você sabe do que eu estou falando. Não acha... Arriscado levarmos Zero e Ichiru num lugar cheio de vampiros? E se alguém os reconhecer?

Shizuka acariciou os fios prateados dele, tão idênticos aos seus e de seus 'filhos'. Era realmente muito conveniente serem parecidos, ninguém nunca havia suspeitado de nada.

- Fique tranqüilo, eles mal vão nos notar lá. O foco deles são os Reis de puro-sangue e suas crias. – ela pausou um instante, olhando para cima. – Faz dois anos que eles tentaram mata-lo. Nunca senti tanto ódio na minha vida.

Ele encarou o rosto dela de perfil, sim, ele se lembrava. Á exatos dois anos que o casal de caçadores Kiryuu tentaram mata-lo. Também fazia dois anos que eles 'adotaram' os filhos dele, os gêmeos amaldiçoados.

Inicialmente, Shizuka duvidou que Ichiru sobrevivesse à transformação, seu corpo era muito débil... Entretanto, ele os surpreendeu. Agora, os gêmeos eram igualmente fortes e inteligentes, além de acharem que eles eram seus pais de verdade.

- Okaa-sama? – a voz de Zero os tirou de seus devaneios, levantaram-se observando-os andarem rapidamente até eles. – Estamos prontos para ir.

- Muito bem, vamos para a mansão Kuran.

Os olhos dos quatro brilharam vermelhos antes de sumirem num vendavam de neve.

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Kaname deslizava a escova lentamente pelos longos cabelos de Yuuki enquanto ela cantarolava baixinho brincando com a pulseira de ouro que usava. Não pode deixar de sorrir quando ela acariciou suavemente o pingente com dois 'K' sobrepostos.

- Onii-sama? – ela o chamou timidamente, olhando-o através de seus longos cílios castanhos. – Eu estou um pouco nervosa, tem certeza que eles vão gostar de mim?

Ele riu antes mesmo que pudesse se conter, será que Yuuki era mesmo tão alheia ao fato dela ser mais linda e adorável que qualquer outro vampiro que conhecera? Parecia que sim.

- Tenho certeza, meu amor. Além disso, não estamos fazendo isso para que gostem de você ou de mim. – explicou colocando-a em seu colo, escorada em seu peito. – Estamos fazendo isso por nós. – entrelaçou seus dedos.

Ela fechou os olhos, sentindo o delicioso cheiro dele enquanto esfregava o nariz suavemente em seu pescoço, era o modo mais fácil e eficaz de acalmar-se. Não havia descrição suficientemente abrangente para explicar o quanto o cheiro dele era enlouquecedor. Entorpecia todos os seus sentidos e ela perdia o foco, como se todo o mundo saísse de órbita e só existisse ele.

- Quase me esqueci de uma coisa. – tirou-a de seus devaneios, fazendo-a abrir os olhos contra vontade. Encostou o queixo no topo da cabeça dela. – Lembra quando fomos comprar seus presentes de aniversário? – Yuuki murmurou uma afirmação baixinho. – Eu aproveitei para comprar algo também.

De repente, toda a atenção dela estava voltada para a mão que ele levou ao bolso do sobretudo. Seus grandes olhos expressivos se arregalaram ao fitar a caixinha de veludo preta aberta, revelando a linda aliança cravejada de diamantes cor-de-rosa. Arquejou.

Ele assistiu, sorrindo, a surpresa na face dela. Era mesmo uma aliança muito linda, toda ornamentada com corações prateados que tinham pequenas pedras rosadas dentro e em destaque, um diamante transparente cintilante.

Quando a comprou, Kaname pode imaginá-la perfeitamente no dedo de sua irmã, a pele de alabastro faria com que as poucas cores se destacassem.

- É muito lindo, Onii-sama... – murmurou emocionada estendendo a mão para pega-la da caixinha, mas seu irmão desviou, deixando-a confusa.

- Vamos fazer isso de jeito certo. – disse tirando a aliança da caixinha. Ele segurou-a entre os dedos, movendo-se para poder sussurrar no ouvido dela. – Yuuki...? – chamou-a baixinho sentindo-a estremecer abaixo de si. – Eu amo você com todas as minhas forças, e vou amá-la para todo o sempre. Quer se casar comigo?

Ela tinha se esquecido de como se respirava, e naquele momento isso parecia insignificante. Aquela coisa perfeita queria mesmo se casar com ela? Seria dela por toda a eternidade? Ainda não conseguia acreditar nisso, ainda mais sendo sussurrado daquele jeito lindo e aveludado que só ele tinha.

Kaname estava ansioso, esperando que a irmã saísse do estado de torpor em que se encontrava para poder colocar a aliança no fino dedo dela, selando seus destinos para sempre.

- Você ainda pergunta? É claro que sim! – exclamou ofegante oferecendo sua pequena mão trêmula para ele.

Sorriu satisfeito consigo mesmo, a aliança ficava realmente perfeita no dedo dela.

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Aidou bufou irritado enquanto Ayumi choramingava algo como: 'Não posso acreditar que Kaname-sama esteja noivo. Ele nem me conheceu ainda!' o loiro considerou a hipótese de tacá-la para fora do carro depois dessa.

Teve que rolar os olhos, só nos sonhos de sua irmã um puro-sangue largaria outro (especialmente sendo parentes de sangue) por um nobre.

Parou para pensar um momento. Nunca entendeu muito bem o que eles tinham na cabeça para se casarem com a própria irmã. Ele mau suportava estar com a dele, imagina como marido dela?

Estremeceu.

Nem que estivesse completamente maluco.

- Hei, Hana-chan... Você ouviu alguma coisa do que eu disse? – deu um sorriso amarelo, os olhos azuis dela estavam tão raivosos que ele deixou passar o apelido ridículo. – Você é inacreditável! Eu aqui, abrindo meu coração e você pensando em sabe-se lá Deus o quê.

"Você tem sorte de eu não estar planejando verdadeiramente sua morte, irritante." Pensou mal-humorado.

- Ayumi. – respirou fundo tentando ignorar a pequena voz em sua cabeça que dizia para chutá-la do carro. – Eu não agüento mais você e a Ruka declarando seu amor pelo 'Kaname-sama'. – disse o nome num to irônico e agudo. – Ele vai se casar com a irmã de seis anos. Conviva com isso.

Como se combinado, cada um virou o rosto emburrado para sua janela, fazendo o silêncio reinar pela primeira vez.

Aidou não estava feliz em ir à mansão Kuran, lembrava-se com perfeição do dia em que rejeitou a amizade do primogênito dos puro-sangue... E da surra que levou do pai quando o mesmo foi embora.

Não era nada pessoal, só não agradava-o que alguém fosse mais inteligente, rico e popular que ele. Além de não conseguir engolir a perfeição que ele era o tempo todo. Ninguém podia ser assim... Não é?

O vidro que os separava da parte da frente da limusine se abriu, revelando seus pais com uma expressão ansiosa. O pequeno loiro levou um susto, como não percebeu que eles tinham parado?

Da janela do carro, a enorme e iluminada mansão se destacava na escuridão. Sugou o ar com força, seria possível que aquela pessoa ainda tivesse a casa maior que a dele? Céus, a humilhação não terminava nunca?

- Vamos crianças. Lembrem-se de que hoje é um dia muito importante, procurem causar boa impressão. – sua mãe murmurou saindo elegantemente do carro.

Rolou os olhos, o que sua mãe realmente quis dizer foi: "Puxem o saco dos filhos de Haruka e Juuri para não serem indigentes no futuro."

Oh, Deus. Aidou pensou derrotado.

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- Yuuki, amor, poderia ficar parada por um minuto? – Kaname pediu suavemente, apertando os ombros da irmã como se isso fosse impedi-la de ficar pulando sem sair do lugar enquanto ele terminava de fechar o vestido branco trançado com fitas pretas dela.

- Falar é fácil, não imagina como é difícil ir para um lugar sem conhecer absolutamente ninguém. Eu até mesmo já os imaginei verdes com antenas no alto da cabeça! – exclamou arregalando seus expressivos olhos castanhos de horror.

Ele nem mesmo tentou segurar a risada enquanto abotoava os três últimos botões que faltavam.

- Fique tranqüila, eles até que são bem normais. – ela o encarou pelo espelho, lindo no seu terno branco feito especialmente para a ocasião.

- Espero que sejam. – resmungou parando quieta e deixando-o trabalhar em paz.

Respirou fundo quando estavam quase alcançando o alto das escadas, a conversa havia parado e todos olhavam com expectativa, esperando que o mais novo casal de puro-sangues aparecesse.

Ela se segurou em Kaname como se ele fosse a única coisa sólida naquele instante, o que não seria exatamente uma mentira, considerando tamanho nervosismo que ela sentia.

- Em meu nome e no da minha noiva, quero agradecer a presença de todos nesse dia tão especial para nós. – a voz de Kaname era maravilhosamente suave e calorosa enquanto sorria luminosamente para todos. – Diga seu nome para eles, Yuuki. – incentivou-a.

- Sou Kuran Yuuki, é um prazer conhecer todos vocês. – ela disse o mais segura possível, ouvindo arquejos de todos os lados.

- Yuuki-sama. – ele fizeram uma reverência, com a mão sobre o coração. Agora Yuuki entendia o porquê de Kaname ter dito que eles 'até que eram bem normais'.

"Oh, como Yuuki-sama é parecida com Juuri-sama." escutou alguém murmurar enquanto iam ao encontro de seus pais.

"Ela tem os mesmo olhos bondosos de Haruka-sama." outra nobre sussurrou, será que achavam que eles não estavam escutando esses sussurros irritantes?

"Sim, ela também é muito bonita, idêntica ao Kaname-sama." não pode deixar de sentir orgulho quando outro nobre disse isso, seu Onii-sama era a pessoa mais linda do mundo pra ela.

Em qualquer outra situação ela ficaria feliz em ouvir todos aqueles elogios, só que... Aqueles olhares, aqueles sorrisos, aquelas expressões maliciosas faziam todos os pêlos de seu corpo se arrepiarem. Escorou-se em Kaname, que a apertou com mais força.

'Vou estar com você o tempo todo.' ele lhe garantiu enquanto prendia a tiara entre os lisos fios de cabelo dela. 'Lembre-se, você não é obrigada a falar nada, nem a fazer nada. ' acabou se perguntando se Kaname havia passado pela mesma coisa... Sentiu um aperto no peito quando reparou que ele teve que passar por isso sozinho.

Teria que se lembrar de agradecer veemente a Kaname quando ele a tirou daquela roda sufocante, levando-a para perto de mais umas crianças. As únicas crianças, por assim dizer, presentes na festa.

Conheceu Ichijou Takuma, o melhor amigo de seu irmão. Ele era exatamente como Kaname o descrevera, teve que concordar mentalmente que, depois de seu pai e seu irmão, ele era o vampiro mais lindo que já conhecera.

Ayumi era um pouco estranha, fazia de tudo para puxar conversa com eles. Um pouco depois, Yuuki percebeu a clara atração que ela sentia pelo seu onii-sama, o que definitivamente acabou com qualquer tentativa de socialização entre elas.

- Aidou, por acaso você vai ignorar minha irmã no dia de seu aniversário? – Hanabuza, que fingia estar distraído com sua taça de sangue, sentiu a coluna gelar com o tom cortante que não ouvia a bastante tempo.

Virou-se com cuidado e quase caiu no chão. Ela era linda, mais linda do que podia imaginar. Não era ruiva como a maioria achava, podia se passar por irmã gêmea de Kaname num futuro próximo. Não conseguia formar uma frase que prestasse, estava encantado.

Ichijou sorriu consigo mesmo enquanto observava o amigo loiro olhar fixamente para a pequena puro-sangue – que retribuía o olhar timidamente. – Concluiu que ela não gostava muito de toda a atenção que estava recebendo.

Hanabuza, quando conseguiu desviar o olhar, encontrou os olhos castanhos de Kaname cintilando de algo que não parecia bom.

Oh, shit.

Engoliu seco.

- É um prazer conhecê-la, Yuuki-sama. – tentou dizer no tom mais neutro possível ganhando um luminoso sorriso dela, o qual retribuiu como um idiota.

Kaname mordeu a língua para não falar nada enquanto voltava a abraçar sua irmã pela cintura, Takuma lhe lançou um olhar divertido, o que o deixou ainda mais irritado.

Via Aidou lançar olhares o tempo todo para ela, sem poder fazer nada. Só podia ser brincadeira, aquele nobre não poderia ser um pouco mais discreto? Parecia um cego vendo o sol pela primeira vez!

Antes que Yuuki pudesse perguntar o que fez Kaname apertá-la mais forte contra si, sentiu um cheiro adocicado que exalava poder. Não como o de Kaname, mas era forte. Puro-sangue.

Seu irmão a colocou atrás de si quando a porta ainda nem havia sido abertada, revelando uma puro-sangue com um sorriso jocoso nos lábios, seus longos cabelos prateados chicoteando para todos os lados. O brilho em seus olhos fez Yuuki tremer, apertando o paletó do irmão, ela fazia-a lembrar de Rido. Arfou baixinho.

Atrás dela, Yuuki pode ver três outros vampiros muito menos poderosos que ela mesma. Não sabia o que eram, mas eram bem fracos em comparação.

- Olá queridos sobrinhos, perdoem meu atraso.