– Tom, o Bill... O Bill sofreu um acidente. – falou o louro, abaixando o rosto em seguida.

– C-Como? O que ouve, onde ele está? Responda-me Gustav. – disso Tom, pálido.

– Eu e algumas meninas estávamos jogando bola, quando eu acabei chutando forte demais, e... Acertei o Bill que estava na beira da piscina. – falou Gustav com um tom de culpa.

– Onde ele esta Gustav? – perguntou o moreno, controlando-se ao máximo para não gritar.

– O levamos para a cabana de vocês. – falou And, antes de Gustav. – Michelle e a Yaa ficaram cuidando dele.

Tom não esperou para ouvir mais nada, imediatamente correu para a cabana 08, com Georg e Dany em seu encalço.

– Acabamos Yaa. – disse Michelle abrindo a maleta de primeiros socorros que estava ao lado de Bill, e guardando suas coisas.

– Sim. Eu só espero que não tenha sido nada grave mesmo. – respondeu a garota com um suspiro.

– Não é. Alem do mais... – Michelle iria dizer mais alguma coisa caso não tivesse sido interrompida pelo som da porta sendo aberta com estrondo.

– O que é isso? – perguntou assustada.

– Hmmm. Acho que sei o que é. – falou Yaa balançando a cabeça. – Pode terminar de arrumar suas coisas, eu vou lá na sala tentar falar com o Tom.

Tom correu o máximo que pode até a cabana, sendo sempre seguidos por Georg e por Dany que tentavam manter o mesmo ritmo que ele, e mal viu Yaa saindo do quarto já perguntou pelo irmão.

– O Bill, como ele está? – perguntou ele muito rápido, mal sendo entendido por Yaa, e pelos amigos que o acompanhavam.

– Calma Tom, respira, Okay. – falou Yaa indo em direção a Tom.

Fazendo o que Yaa pediu, Tom parou e respirou fundo, tentando recobrar novamente um pouco do controle perdido há pouco.

– Como ele está Yaa? – perguntou novamente.

– Ele está bem agora Tom. O corte não foi pequeno, mas também não foi tão grave quanto parece. – disse Yaa afagando os cabelos de Tom.

Talvez fosse o acidente de Bill, ou acidente que sofrera mais cedo, ou até mesmo o cansaço, o que quer que fosse Tom não soube explicar no momento o que o levou a abraçar Yaa com os olhos em prantos.

– Obrigado!

Yaa não sabia o que fazer, então fez a única coisa mais coerente no momento, retribuiu o abraço de Tom também com os em prantos.

Dany e Georg ficaram atônitos com a cena. Não que fosse estranho, mas provavelmente ninguém nunca teria imaginado ver Tom Kaulitz sendo tão sensível ao ponto de chorar na frente de qualquer outra pessoa que não fosse o irmão. Dany apenas se juntou aos amigos abraçando-os, sem nada dizer, enquanto Georg pegava um copo d’água para Tom.

Tom se afastou brevemente do abraço das duas garotas para pegar o copo que lhe era oferecido, enquanto Yaa o guiava até uma cadeira para que se sentasse.

– Obrigado. – disse ele olhando para Georg e Yaa.

Tom sentiu a água gelada descendo lentamente garganta abaixo, enquanto refrescava também sua cabeça e não pode deixar de rir com a situação, e vendo que os três que o observavam nada entendiam falou.

– Vejam só, Tom Kaulitz, considerado o insensível e pegador, chorar por causa de um pequeno acidente. – disse ele rindo mais abertamente agora.

– Isso só prova que os brutos também choram. – brincou Dany, ajudando a amenizar o clima, que até então era bem tenso.

Quando Michelle saiu do quarto não entendeu muito bem o que acontecia, mas resolveu ignorar o fato.

– Tom, anh, provavelmente Bill vai dormir pelo menos o resto dessa tarde toda e parte da noite, então quando ele acordar vai estar com o corpo muito cansado, ai é só você dar um remédio que eu deixei em cima do criado mudo, okay? – falou a enfermeira.

– Tudo bem.

– Ah, meninas, acho que é melhor irmos agora. – falou Georg.

– Você ta certo Ge. – falou Yaa, e abraçou Tom mais uma vez.

– Depois a gente se vê Tom. – falou Georg para Tom.

Dany também abraçou Tom pra se despedir, mas quando esta fez menção em se afastar Tom pediu.

– Dany, fica aqui comigo.

– Anh... Tudo bem, mas você tem certeza? – perguntou a garota desconcertada.

– Claro. – disse ele sorrindo.

– Ta bom então, eu fico.

– Okay, então vamos Yaa. – disse Georg, que se foi junto a Yaa e a Michelle.

Tom e Dany então foram ate o quarto onde estava Bill, que em como todos os outros tinha uma cama de solteiro e outra de casal, alem de duas cômodas ao fundo e uma escrivaninha, e Tom não conseguiu controlar a expressão de dor por ver seu irmão ali, de aparência tão frágil.

– Ei, essa não é a primeira vez que isso acontece Tom, e o Bill vai se recuperar como sempre. – disse Dany apertando a mão do moreno.

– É só que eu sempre me preocupo do mesmo jeito. – disse ele com um sorriso torto.

Tom sentou-se ao lado do irmão acariciando sua mão, enquanto Dany sentou-se na cama de solteiro observando-os.

Era estranho ver Tom assim, tão... Sensível. Tudo bem que era claro que ele não era nenhum tipo de monstro sem coração ou insensível, mas era quase impossível imaginar vê-lo tão indefeso, era como conhecer um novo Tom Kaulitz, alem da pose de “Sex Gott”, interessantemente incrível e comovente ao mesmo tempo.

Percebendo que era observado, Tom sorriu de canto e disse.

– Eu sei o que esta pensando, que eu poderia muito bem ser mais sensível com todos, ou ate mesmo com todas as meninas com quem eu já fiquei só... – começou ele, só que ela o cortou.

– Tom, eu não estou pensado nada disso, só que essa é uma das cenas mais fofas que eu já vi. – disse Dany. – Okay, confesso que ainda é meio estranho te ver assim, só que também é bom ver que você também tem um lado sensível dentro de você... Como se fosse um lado Bill em você.

– Essa me surpreendeu... – confessou ele. – É outra frase original sua?

– Ei, é sim ta legal, eu sou bem original. – disse ela fingindo indignação.

Conversaram por mais longas horas, parando apenas para fazerem um lanche que Bella e Gustav lhes haviam levado. Já era pouco mais das onze quando o sono chegou a ambos, sendo Dany a primeira a se manifestar.

– Nossa me bateu um sono agora. – disse ela abrindo boca.

– Em mim também... Acho melhor irmos dormir. – disse ele se levantando e abrindo a ultima gaveta das duas cômodas de lá retirou três enormes cobertores.

– Credo! Pra que tantos cobertores, vocês são grandes, mas são só dois. – disse Dany rindo.

– Hahaha... Seu humor me comove Dany, mas esses cobertores são pra nós três. – disse Tom, sem conseguir evitar mexer no piercing enquanto olhava para ela.

– O... O que? – agora Dany não ria mais, ela estava com dificuldades de se lembrar de respirar.

Imagine, o sonho de toda garota era pelo menos dormir no mesmo quarto que um dos gêmeos mais cobiçados do mundo, e agora ela, uma simples fã, teria a oportunidade de passar uma noite inteirinha com os dois. Mesmo que não rolasse nada já era coisa de mais para manter intacta a sanidade de Dany. [notadaautora: Muhahaha].

– Relaxa, ninguém aqui vai te assediar não... Ate por que o Bill ta dormindo. – disse ele, jogando uma coberta na cama de solteiro e as outras duas na de casal.

– Não tava pensando nisso. – murmurou a garota.

– Sei! – ironizou o moreno. – Olha por medida de segurança eu durmo na cama de solteiro e você dorme na de casal com o Bill.

– Atá, agora você quer mesmo acabar com o pouco de sanidade mental que me resta né Tom. – falou a garota, corando no mesmo instante que falou isso.

– Talvez, mas na verdade é por que eu me mexo muito enquanto durmo, e não quero machucar o Bill, então você dorme com ele. – falou Tom, puxando Dany e sentando-a ao lado de Bill.

– Ótima desculpa. – suspirou ela. – Tudo bem.

– Eu sabia que você não ia discordar. – falou ele dando seu melhor sorriso.

Deitando-se, Dany tentou relaxar da melhor forma possível, apelando para o bom sendo de sua consciência em não fazer nada com Bill no estado em que ele se encontrava, coisa que era bem difícil com o perfume dele impregnando seus sentidos.

“Maldita consciência” pensou ela.

Tom e Dany estavam tão cansados com a tarde que passaram mais o tempo de vigia que não demoraram muito para adormecerem, e em algum momento da noite, sentindo um corpo ao seu lado Bill inconscientemente abraçou a cintura de Dany, diminuindo consideravelmente a distancia de seus corpos.

Na manha seguinte

Bill sentia seu corpo pesado. Sua cabeça doía um pouco e a única coisa que se lembrava do dia anterior era de estar fazendo um desfile para as meninas, quando de repente tudo ficou escuro. Lentamente seus sentidos foram despertando, quando percebeu que estava abraçado a alguém.

Abriu os olhos e viu Dany aninhada em seus braços, e Tom na cama de solteiro. Agora ele queria mesmo saber o que tinha acontecido. Com um pouco de esforço e tentando não acordar Dany de uma maneira brusca, Bill levantou um pouco o corpo, se sentado encostado na cabeceira da cama.

– Dany? Dany? – sussurrou ele, passando a mão no rosto dela.

Ao ouvir seu nome Dany acordou automaticamente em um pulo, todo seu corpo já em alerta, e quase não acreditou quando viu acordado olhando-a curioso.

– Oh mein Gott. – ela sussurrou e sem hesitar praticamente pulou em cima de Bill abraçando-o.

– Calma Dany... – falou ele com algum esforço.

Tom que também estava com os sentidos em modo de alerta acordou com a movimentação do quarto e ficou muito feliz ao ver o irmão acordado, e aparentemente bem.

– Que bom que acordou... – disse ele, e vendo Dany abraçando Bill não conseguiu conter o riso. – Dany, acho melhor você o deixar respirar agora.

– Oh, é verdade. – disse ela ficando um pouco vermelha, e se afastando de Bill, mas não antes de dar-lhe um beijo na testa.

– Então, alguém pode me contar o que aconteceu, e por que minha cabeça dói tanto? – perguntou ele depois de respirar fundo.

Dany e Tom então contaram o que haviam entendido, enquanto Bill levava sua mão alarmado ate os treze pontos que havia recebido na cabeça.

– Você me deu um susto e tanto maninho. – brincou Tom.

– Não só no Tom, acho que lá fora ninguém conseguiu dormir direito essa noite. – completou Dany.

– Nossa, é muita coisa pra processar de uma vez. – disse Bill fechando os olhos. – Acho que preciso de algum remédio pra dor.

Tom então pegou o comprimido que Michelle disse que estaria ali e o entregou a Bill junto a um copo d’água, que o mais novo tomou de uma vez só, deixando a água gelada refrescar-lhe a mente. Era mesmo muita informação para se processar de uma vez.

– Acho melhor irmos tomar o café-da-manhã, já que como disse Dany talvez ninguém tenha dormido, então é melhor eles verem que estou bem. – disse Bill depois de um tempo, e assim que se firmou em pé com a ajuda de Tom e Dany completou. – Alem do mais, eu to morto de fome.

– Okay... Eu vou esperar lá fora enquanto vocês se trocam. – disse Dany saindo.

Ela olhou para a própria imagem no espelho da pequena salinha de espera. Não estava com uma aparência ruim para quem acabara de acordar, mas resolveu correr ate a própria cabana para melhorar um pouco a própria imagem. Vinte e cinco minutos depois estava de volta a cabana dos gêmeos, com toda sua higiene feita e uma roupa bem confortável no corpo. Sorriu ao ver que eles - leia-se Bill – terminaram bem depois dela.

– Vamos. – disse Bill seguido por Tom.

– Vamos. – disse a garota sorrindo e abraçando o braço do Kaulitz mais novo. – Eu mal vejo a hora de ver a cara das meninas. – disse Dany rindo, e sendo acompanhada pelos gêmeos.