A Reconquista escrita por Venus


Capítulo 5
IV- Linha Tênue (Soren)


Notas iniciais do capítulo

Hello ♥ Essa semana o enredo nos leva para um lugar bem mais quente, em meios às dunas de Dorne. Boa leitura ♥



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Soren->

 

Era uma conclusão perfeitamente lógica, e até mesmo difícil de escapar, que uma empreitada que começava em caos iria, da mesma forma, terminar em caos.

Soren Sand, contudo, havia tentado ignorar a voz irritante, mas insistente, que martelava verdades difíceis de engolir dentro de sua cabeça. Ele supunha que estava colhendo o que havia plantado, mas o gosto não deixava de ser amargo.

Tudo havia começado com Mycah, como sempre começava. Soren gostava de Mycah, mas deveria admitir que sua vida seria perfeitamente tranquila e pacata sem o outro homem, e não a imensa confusão que havia se tornado. Em toda justiça, ele também não teria tanto dinheiro, ou conforto, se não fosse o Mercador Qiragg e seus golpes, mas estava começando a se questionar se realmente valeu tudo a pena.

—Tome, Soren, beba isso— Mycah bateu uma caneca bojuda na mesa de frente a Soren, e ele ergueu o olhar para o objeto, mas não para seu companheiro.

—O que é?— se limitou a perguntar, a voz baixa, quase sumindo.

—Cerveja. Eu sei que você não é tão fã, mas era isso ou alguma coisa mais forte, e você deve estar com sede— Mycah replicou.

Soren finalmente ergueu o olhar para ele, e deu de ombros.

—Obrigado— ele abaixou novamente os olhos para a caneca, e tomou um gole— Não é tão ruim.

—Eu sei, Soren Sand. Eu sei.

Soren não conteve a careta que surgiu em seu rosto ao som sibilante do próprio nome, e Mycah certamente notou, pois deu uma gargalhada potente.

—Bem, podemos passar a noite aqui. Sairemos à primeira luz de amanhã— Mycah propôs.

—Acha que conseguimos despistá-los?

Mycah sorriu, e replicou:

—É claro que sim. Qual foi a última vez que te coloquei em uma furada?

Soren teria respondido, se não soubesse que o outro estava sendo sarcástico. Pelo visto, colocar Soren em confusões era a segunda especialidade de Mycah. A primeira era dar golpes em quem não deveria.

—De qualquer modo, pedi dois quartos separados hoje. Temos dinheiro o suficiente, e eu não planejo dormir sozinho— Mycah disse.

Soren fez outra careta.

—Cuidado com quem vai levar pro seu quarto, lembre-se de que estão nos procurando— ele comentou.

Mycah sorriu, e deu de ombros.

—Ele ou ela pode até me matar quando terminarmos, desde que seja divertido antes— ele brincou, e isso teria preocupado Soren, se não confiasse nos instintos de sobrevivência de seu parceiro de viagem.

A noite passou sem grandes intercorrências. A pousada era decente, as camas não tinham pulgas, e as paredes eram grossas o suficiente para que Soren não pudesse distinguir se era um homem ou uma mulher com Mycah no quarto ao lado. Dormiu tranquilo, acordou com o raiar do sol entrando pelas cortinas de linho.

Encontrou Mycah já acordado, sorridente e animado, no térreo, tomando seu café da manhã.

—Bom dia, Soren Sand!— ele cumprimentou da maneira habitual, recebendo sua careta habitual como resposta.

—Bom dia, Mycah— Soren respondeu— Espero que tenha dormido bem.

—Eu não dormi— ele sorriu— Mas tudo bem, o café está forte, e, se eu me cansar durante o dia, você fará uma poção para me acordar.

—Sou químico, não boticário. Nem meistre. Muito menos feiticeiro.

Eles comeram em silêncio. Ou melhor, Soren comeu em silêncio enquanto ouvia Mycah tagarelar sobre o rapaz (somente assim Soren descobriu que era um rapaz, afinal) da última noite.

—Ele é das Ilhas de Ferro, marinheiro. Você deveria ter visto aqueles braços, deuses, e o sotaque era adorável também— ele falava, e Soren ouvia com paciência— Era um pouco jovem pro meu gosto habitual, mas tinha várias histórias empolgantes para contar…

Soren forçou a memória, e se lembrou de ter visto, na noite anterior, um rapaz que se encaixava na descrição de Mycah. Não deveria ter muito mais que vinte anos. Mycah tinha trinta, ele próprio, trinta e três. De fato nunca o havia visto com alguém tão jovem antes, mas ele não era de reparar na idade dos outros.

—Enfim, ele disse que esteve em Essos há pouco tempo, e que dormiu com um nobre das Terras Fluviais. Não é empolgante? Me pergunto se eu já dormi com um nobre alguma vez— Mycah devaneou.

—Eu acho pouco provável— Soren respondeu, porque era a verdade.

Mycah não pareceu ofendido, pelo contrário, acabou agitando a cabeça em concordância.

—Você está certo. A maioria dos nobres que cruzaram meu caminho acabaram querendo me matar, não ir pra cama comigo. Embora seja uma linha tênue.

Soren prestou atenção no resto da tagarelice, mas percebeu tarde demais que não estava retendo muito do conteúdo. Felizmente, a memória de Mycah também era curta, e, conforme ambos caíam na estrada novamente, ele achou outro assunto para dissertar.

—Um contato meu vai nos dar abrigo perto das Dunas Rubras. Vão exigir alguns serviços em retorno, mas isso é fácil para nós— ele explicou, conforme ele e Soren guiavam seus corcéis de areia pelo caminho de chão batido.

—Hmm— Soren disse— Depende dos serviços. A última coisa que precisamos é arranjar mais confusão.

Mycah fez um gesto de descaso com a mão, como se estivesse espantando uma mosca, e respondeu:

—O inimigo do nosso inimigo é nosso amigo, Soren Sand! Eles também não gostam do pessoal que está atrás da gente, e isso já é o suficiente.

Soren estava prestes a replicar, quando, em meio a uma das dunas que ladeavam a estrada, ele viu um brilho metálico.

—Mycah!? Acho que estamos sendo seguidos.

Mas já era tarde demais para tentar apear os cavalos, ou fugir. Do meio da areia, camuflados em meio à areia, sete homens armados surgiram. Soren teria gritado, mas o choque fez as palavras entalarem em sua garganta, e ele segurou firme as rédeas do cavalo, sem reação.

Mycah também percebeu que estavam cercados tarde demais. Soren o conhecia bem, e por isso conseguiu distinguir o terror em seus olhos amendoados, mas percebeu que ele estava tentando se conter.

“Ele vai tentar nos tirar dessa da única forma que sabe: passando as pessoas no papo”— ele pensou. Torceu para funcionar, pois nenhum dos dois sabia usar uma espada, e os homens que os cercavam, pelo visto, sabiam bem até demais.

Mycah forçou um sorriso, e abriu os braços em um gesto de saudação.

—Amigos!— ele forçou um sorriso— Há quanto tempo!

Soren reconheceu o líder do grupo. Era o mais baixo, porém o mais musculoso, e mais mal encarado.

“Varn Yarwyck”— Soren forçou a memória até se lembrar— “Havia um com um nome essosi, também. Irros?”

A grande questão era que, independente dos nomes, aqueles não eram amigos, e sim parte dos soldados da ocupação Blackfyre na fronteira. E, algumas semanas antes, Varn Yarwyck havia comprado uma joia falsa na mão de Mycah, ou melhor, do Mercador Qiragg. E se sentido lesado o suficiente para perseguir a dupla de falsificadores pelo deserto de Dorne adentro.

Se Soren fosse uma pessoa com o costume de ralhar com os outros, teria ralhado com Mycah pela péssima escolha de vítima para seus golpes. Como costumava simplesmente ficar calado e fazer sua parte do serviço, foi o que fez; mas sua vontade era dizer “eu avisei”.

—Realmente faz muito tempo, Mercador Qiragg. Ou devo chamá-lo de Mycah Nahen?— Varn tinha um tom ameaçador conforme se aproximava da dupla, a espada desembainhada, o resto de seu destacamento o ladeando— Pelo que parece, você é um homem de muitas identidades

Soren viu que Mycah estava tendo de fazer um esforço considerável para sustentar seu sorriso, mas, ainda assim, estava a ponto de falhar. Gotas de suor frio porejavam de sua testa, e a postura, normalmente tão confiante, parecia trêmula, encurvada.

—Lorde Yarwyck, não sejamos mesquinhos! O que são duzentos dragões de ouro entre amigos? Eu também fui enganado, não sabia que não era uma antiguidade genuína. Posso ressarci-lo, e ficaremos quites— Mycah argumentou.

A expressão de Varn Yarwyck era impassível, exceto por um sorriso sardônico que contorceu seus lábios inchados.

—Se é tão inocente assim, Mycah Nahen, por que fugir? E mentir sobre seu nome? Não parece uma coisa que alguém inocente faria— ele debochou— Não acha, Irrion?

Então era esse o nome do homem de Essos. Irrion. Soren se lembrava dele por achá-lo um pouco parecido com Mycah, talvez pelo próprio Mycah ser metade essosi.

—Não, não parece— Irrion concordou, e fixou seu olhar em Soren— Muito menos andar com um químico capaz de falsificar antiguidades.

Nesse momento, Soren também sentiu uma gota de suor frio escorrendo desde sua nuca até a base de sua espinha. As mãos que seguravam as rédeas do cavalo começaram a tremer.

—Mycah?— Soren chamou o nome do amigo baixinho, e isso foi o suficiente para que seus olhares se cruzassem, apesar de estarem cercados— Você confia em mim?

—Com a minha vida— Mycah respondeu— Até porque não tenho outra opção.

Isso foi aval o suficiente para Soren. No movimento mais rápido que conseguiu executar, rápido o suficiente para confundir Varn, Irrion e seus companheiros, ele alcançou a bolsa presa à sua cintura. A bolsa que continha a pólvora que sobrou da encomenda de um cliente três cidades antes.

A nuvem cinza-chumbo aspergida pelo ar pareceu gerar um efeito de supresa em seus perseguidores, e eles instintivamente deram um passo para trás. Isso deu a Soren os segundos que ele precisava para tirar a pederneira de dentro do bolso e criar a faísca que atearia um inferno no meio do deserto.

Ele quase não registrou o estrondo da explosão, pois já havia batido seus calcanhares com toda a força no lombo de seu cavalo, que disparou a correr duna acima. Um breve olhar por cima do seu ombro revelou que Mycah o seguia, as sobrancelhas chamuscadas, os olhos ensandecidos.

—Por todos os deuses, Soren Sand! Você quase nos matou!— ele gritou, ainda arreando o cavalo à velocidade máxima.

—Eu acabei de salvar sua vida, Mycah Nahen— ele respondeu, só então percebendo que, antes daquele momento, não fazia ideia do sobrenome do amigo.

—Sim, mas a que custo?— Mycah replicou.

O que eles não contavam é que Varn, Irrion, e sua alegre trupe também tivessem montarias. Muito melhores que as de Soren e Mycah, inclusive, e mais velozes também.

Começou com o som vago de trovão no horizonte, um galope potente, cadenciado; e nuvens de poeira a flutuar ao redor de ambos, se fechando como um presságio. Em meio à bruma de areia, Soren viu a silhueta de um grande alazão, e de seu cavaleiro com a cimitarra desembainhada. Teve pouquíssimos segundos para tentar desviar do golpe, e sentiu uma dor aguda em seu ombro, e a ardência do sangue escorrendo por seu braço. Completamente desesperado, voltou a tentar procurar Mycah em meio às nuvens de areia, mas não conseguiu encontrar sua silhueta em meio a tantas outras.

Aparentemente, tudo o que Soren havia feito com seu truque da pólvora foi ganhar alguns segundos, e irritar ainda mais seus perseguidores. Em meio à dor cegante do corte em seu ombro, e a confusão de areia e ardência em seus olhos, não conseguiu desviar do próximo golpe, que dessa vez veio com uma pancada de maça bem no meio do peito, que o lançou voando para fora de seu cavalo.

A falta de ar quase o fez desmaiar, a dor era completamente incapacitante. Ele se virou de lado, tossindo e ofegando, e quase vomitou. Não conseguiu se colocar de pé novamente, e só pôde assistir inutilmente conforme os cascos do cavalo se aproximavam, e o homem que o atacara desceu de cima dele para finalizar o serviço.

Soren não era um homem religioso, mas, naquele segundo, quase acreditou em milagres. Pois, bem no momento em que se conformou com a finitude da vida, e a inevitabilidade de um fim violento; uma flecha passou cortando o ar, com um silvo sibilante, e se alojou bem no meio do peito de seu quase assassino. E, como lagartos emergindo de uma longa hibernação, um outro grupo de homens surgiu, se atracando com seus perseguidores.

De seu ponto de vista privilegiado— o chão— Soren não conseguiu ver muita coisa. Viu alguns símbolos nas roupas dos novos integrantes daquela pequena batalha: uma estrela branca em um campo roxo, chamas vermelhas em um campo laranja, leopardos negros em um fundo amarelo. Ele não era bom de heráldica, mas reconheceu ao menos o sol e a lança dos Martell, e se sentiu um pouco mais tranquilo. De fato, parecia fazer sentido os homens dos Martell quererem matar os homens dos Blackfyre. Veio a calhar que fosse bem no momento que eles mais precisavam.

O homem com a estrela branca na armadura lutava de um modo que Soren sempre imaginou que os cavaleiros das canções lutariam. Floreios elegantes, arcos amplos sendo tecidos com sua espada no ar, uma postura impecável, e vagamente sonhadora, mesmo em meio à carnificina e aos gritos. Já o homem das chamas vermelhas lutava como um um cão raivoso, uma fera sanguinária. Tinha um par de lâminas curvas, de aspecto cruel, que empunhava em um furacão de brilho metálico e ferrugem.

Soren não conseguiu enxergar o terceiro homem, ou a origem da flecha que o havia salvado. Só viu que o homem da estrela deu conta de dois, o das chamas, de outros dois, e o resto desapareceu sem deixar vestígio. Quando a poeira abaixou, e ficou claro que o combate havia acabado, Soren conseguiu finalmente avistar os corpos jogados ao chão, incluindo Varn, que ainda agonizava.

—Você tem mesmo uma sorte grande— uma voz disse bem ao lado de Soren, e ele tomou um susto, pois, até aquele segundo não havia percebido que havia alguém tão próximo de si— Acho que ele quebrou as costelas, Tys.

Era um homem. Esguio, baixo, com traços finos e delicados. O cabelo dele era de um tom vibrante de cobre, mas estava parcialmente coberto por um véu. Carregava um arco longo e curvo preso às costas.

Somente então Soren sentiu um par de mãos abrindo sua camisa, e remexendo o enorme hematoma em seu peito.

—É, Dal, ele deveria ter morrido— ele novamente se pegou surpreso ao ver uma nova figura, dessa vez uma mulher, agachada de seu outro lado.

Ela era praticamente idêntica ao homem, baixa, magra, extremamente silenciosa e sorrateira. Tinha os mesmos traços finos, mas seu cabelo, ao contrário do dele, era de um tom quase prateado de loiro. Ela também carregava um arco preso às costas, ele notou. Soren soltou um gemido de dor conforme ela tocava os locais em que suas costelas formavam ângulos estranhos, e ela balançou a cabeça com certa reprovação.

—Como espera sobreviver se vai fazer birra com a curandeira? Acha que algum desses rapazes vai saber te manter vivo? Eu acho que não— ela ralhou, mas com uma voz suave, como uma mãe faria com uma criança pequena.

Soren não conseguiu conter o grito lancinante quando a mulher começou a enfaixar o seu ombro, e conter o sangramento, que até aquele momento ele não havia notado quão profuso era. Isso finalmente atraiu Mycah para fora de seu esconderijo, e ele saltou do canto atrás de uma pedra onde estava até então.

—Soren?!— Mycah correu até ele, e isso finalmente atraiu a atenção do homem da estrela e do homem das chamas, que pareciam interrogar o agonizante Varn. O homem da estrela branca imediatamente deu um salto ao ver Mycah, e largando, Varn, avançou em direção a ele.

—Você!— ele grunhiu, agarrando Mycah pelo colarinho.

Seria uma cena cômica se não fosse trágica. O homem com as chamas vermelhas na armadura ria descontroladamente, em um misto de ironia e histeria. Mycah estava com os olhos arregalados, e o reconhecimento também era claro em sua expressão.

—Ora ora, veja se não encontramos o famigerado Mercador Qiragg novamente!— ele exclamou, o sorriso um misto de rosnado e gargalhada— Rydan, largue o cara. Ele está certo de te enganar, você quem foi otário.

Rydan. Rydan Dayne. Soren se lembrou do quanto Mycah se gabou alguns meses antes de ter enganado o herdeiro de Tombastela e levado uma bolada no golpe. Agora a estrela branca no campo roxo, aqueles olhos lilases, e aquela pose de cavaleiro das canções, faziam sentido. Rydan seria um perfeito retrato da ideia que todos faziam que um Espada da Manhã deveria ser. A pele escura, cor de oliva, contrastando com os olhos em um tom pálido de violeta, os cabelos curtos, o porte dignificado e imponente; tudo estaria nos perfeitos conformes de um príncipe das histórias, se ele não tivesse a expressão de alguém que estava prestes a cometer um assassinato. Soren ficou ainda mais preocupado com toda a situação; chegou a se questionar se não teria sido mais fácil lidar com Varn e seus capangas.

—Era um presente para minha irmã, seu babaca— Rydan resmungou, mas eventualmente largou Mycah, que caiu de joelhos no chão, ofegando— Ainda bem que Dallin e Tyssa perceberam que era falsa antes de eu entregar para ela.

—Uma joia perdida da coroa da Rainha Nymeria? Pelos Sete, Rydan, não precisa ser muito esperto para saber que é mentira— a mulher, que Soren assumiu que fosse Tyssa, novamente ralhou naquele tom ameno, sem desviar os olhos do curativo que fazia.

Foi necessário um esforço sobre-humano de Soren, que praticamente dissociou conforme Tyssa terminava o seu curativo. Mas ele eventualmente conseguiu se lembrar a quem pertenciam os outros brasões, agora que tinha uma pista. As chamas vermelhas no campo laranja eram dos Uller de Toca do Inferno, os leopardos negros no campo amarelo eram dos Vaith de Vaith. Então o outro homem era um Uller, Dallin e Tyssa eram Vaiths. Todos eram vassalos dos Martell de Lançasolar.

—Ollaric e Tyssa estão certos, Ry— Dallin Vaith disse, um leve sorriso brincando em seus lábios finos— Sem falar que quem engana Varn Yarwyck e seus idiotas merece parabéns, e não uma surra.

Rydan Dayne. Ollaric Uller. Tyssa e Dallin Vaith. Tudo bem, agora Soren sabia os nomes. E sabia que o único que parecia disposto a matá-los era Rydan. A situação parecia bem menos tenebrosa do que antes.

—E eles podem ser úteis para gente— Tyssa disse, segurando as mãos de Soren e analisando as queimaduras de ácido em seus dedos— Este daqui é um alquimista. Eu poderia apostar que foi ele quem fez a falsificação, não o pavoneado que você queria matar, Ry.

Ollaric surgiu no campo de visão de Soren, sua cabeça flutuando por cima do ombro de Tyssa. Tinha olhos grandes, um pouco maníacos, e um sorriso largo e branco. Sua pele era escura, seus cabelos, negros e cortados curtos. Ele tinha uma figura alta e esguia, as lâminas ensanguentadas e curvas que ele ainda segurava pareciam extensões metálicas de seus braços longos.   

—Se a explosão que ouvimos foi você, pode se considerar empregado, meu amigo— ele disse— Se não estiver procurando um emprego, é isso ou a prisão. Acho que já sabemos o que você vai escolher.


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Notas finais do capítulo

Eu amei escrever o Soren, é sempre levemente cômico colocar um personagem que não é um guerreiro em uma situação tão inusitada. Espero que tenham gostado, vejo vocês nos comentários ♥



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