A Reconquista escrita por Venus


Capítulo 3
II- O Que For Melhor Para A Família (Nyssa)


Notas iniciais do capítulo

Hello! Mais um capítulo em Porto Real, mas dessa vez com uma Blackfyre bem mais agradável. Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/812563/chapter/3

Nyssa->

 

Nyssa Blackfyre poderia se sentir ofendida com a insistência de seu tio que fosse ela a zelar por seu leito de convalescença. Muitas pessoas veriam no gesto de cuidar de um doente algo ligeiramente inferior, próprio para criados e vassalos, e não uma Princesa. Mas, para Nyssa, pelo contrário, a tarefa a fez se sentir valorizada.

Ela mesma havia passado a maior parte da infância acamada, doente. Nyssa se lembrava da sensação de fraqueza debilitante em seu corpo desde que se entendia por gente, do tédio e da angústia de estar restrita a um quarto abafado e escuro. Talvez por isso ela entendesse melhor que ninguém a necessidade de gentileza e compaixão quando se estava naquela situação. Então ela se sentia genuinamente lisonjeada que seu tio achasse que, de todos os habitantes da Fortaleza Vermelha, ela seria a que mais teria cuidado, empatia, e capacidade de olhar por ele.

Nyssa pensava que era algo irônico que o grande Rei Aemond Blackfyre estivesse tão fragilizado. Ela se lembrava do quão grande e assustador ele lhe parecia quando ela ainda era uma menina. Aemond era um homem enorme, talvez por isso Elaena e Baelon também fossem altos, enquanto Nyssa era mais delicada; ou talvez isso fosse simplesmente sua saúde, que nunca a permitiu crescer muito. Desde a ferida em sua perna adquirida durante uma batalha, porém, o Rei estava mais para robusto que para forte, mas continuava sendo um homem grande, ainda que entrevado na cama.

Naquele instante, Aemond estava dormindo, e Nyssa lia silenciosamente em uma poltrona ao seu lado. Ele havia tido um ataque de febre violenta, que havia culminado em tremores horríveis, com espasmos pelo corpo todo. Se debatera como um peixe definhando fora d’água, mas Nyssa não se assustou. Ela mesma já tivera aqueles tipos de ataque quando era menor, e sua febre subia demais, então sabia como proceder. Sua mãe costumava virá-la de lado e segurá-la até que os espasmos passassem, e foi isso o que ela fez. O Rei estava dormindo desde então, mas ela sabia por experiência própria que acordaria dentro de alguns minutos confuso e com sede.

—Naerys?— a voz grogue e arrastada, como se a língua tivesse se tornado chumbo molhado, chamou.

Nyssa se levantou, e, aproximando-se da cama, sorriu com gentileza.

—Não, tio, sou eu. Nyssa— ela respondeu, o tom baixo e calmo.

Os olhos de Aemond esquadrinharam seu rosto, e então ele assentiu, reconhecimento em seus olhos lilases. A filha, não a mãe. Sua sobrinha, não sua irmã caçula.

—Nyssa— ele repetiu o nome— Você é boa demais comigo.

Nyssa pegou um pano que estava em uma bacia de água limpa no criado mudo, e começou a limpar a testa suada do tio. Ele estremeceu, mas não a impediu.

—Isto não é nada— ela replicou, ainda com a voz macia— Quem está sendo corajoso é o senhor.

Aemond sorriu para ela.

Houve um tempo em que Nyssa tinha medo do tio. Sentia-se uma impostora perto dele e de seus primos, todos com cabelos tão prateados e olhos tão violeta; enquanto ela não se parecia nenhum pouco com a própria mãe ou ninguém da família Blackfyre. Eles pareciam deuses na terra, tão belos, tão… distintos. Se destacavam em qualquer lugar de Essos em que a família estivesse, diferente de Nyssa, que sempre se misturou e se perdeu em meio a qualquer multidão.

Elaena e Baelon, principalmente, sempre haviam sido deslumbrantes. Baelon parecia saber disso, Elaena, não. O que era estranho, porque Nyssa sempre a achou extremamente bonita, até um pouco mais que Baelon. E as pessoas pareciam reagir de acordo, sempre rondando os irmãos como se eles tivessem seu próprio centro de gravidade, enquanto Nyssa sempre observava quieta e timidamente dos cantos.

—Às vezes eu me esqueço de como você está crescida, e forte— a voz do rei ainda estava embolada, tornando seu devaneio ainda mais confuso— Tão responsável, tão gentil. Nós deveríamos ter cuidado melhor de você.

Nyssa não gostava do rumo que aquele assunto estava tomando, então tratou de pegar um copo d’água e oferecer ao Rei. Antes que ele pudesse beber, porém, voltou a tremer, o rosto assumindo um tom pálido e doentio. Nyssa não precisava se esforçar muito para se lembrar da ânsia de vômito que sentia durante suas febres, e se apressou em virá-lo de lado e segurar o balde até que ele terminasse.

Era estranho dizer isso, mas o odor da doença humana, e todas as secreções envolvidas, não a repugnava mais. Estava tão acostumada a ser ela a paciente, que conseguia manter uma perfeita serenidade diante dos sintomas alheios. Claro, sentia muito pelo convalescente, mas não deixava que suas emoções a impedissem de oferecer o melhor cuidado que pudesse. Como sua mãe fazia por ela.

Ela ofereceu novamente a água ao Rei quando tudo estava acabado, e ele bebeu avidamente.

—Obrigado— ele agradeceu, e voltou a dormir.

Nyssa pensou no que ele havia dito antes, sobre querer ter cuidado melhor dela. Ela não achava que tivesse sido maltratada em sua infância, mas certamente era tratada diferente de seus primos. Isso nunca a havia incomodado muito, na verdade quem foi mais responsável pela sua criação foi sua mãe, não seus tios. Ela via tio Aemond e tia Rhaena como uma suprema corte das questões da sua vida, a quem sua mãe recorria em casos de desespero, mas sabia que quem moldou sua criação de modo mais efetivo foi Naerys, que sempre fez o melhor para protegê-la.

Uma batida suave à porta fez Nyssa dispersar de seu devaneio, e ela levantou-se para abri-la, dando de cara com a Rainha.

Sua tia e sua mãe eram parecidas, como se esperaria de irmãs. Mas Rhaena era mais alta, tinha os cabelos mais dourados e modos mais corteses, com tinha uma expressão mais calma e receptiva. Sua mãe sempre havia sido reclusa e imprevisível, como as histórias que ouvia dos tios e primos confirmavam; enquanto Rhaena era o retrato da esposa de um futuro Rei, responsável, sábia, graciosa. Se parecia muito com Elaena, quando Nyssa parava pra pensar. Ela esperava do fundo do coração não se parecer demais com a própria mãe.

—Tia— Nyssa sorriu ao vê-la, e deu um passo para trás para que ela passasse— Em que posso ajudá-la?

Rhaena sorriu de volta. Nyssa gostava dela, e de Aemond. Apesar de saber que seu nascimento havia trazido vergonha para casa Blackfyre, eles nunca haviam a tratado mal. Obviamente, não a tratavam como tratavam os próprios filhos, mas, sabendo como a criação de Elaena e Baelon havia sido, ela tampouco desejaria que tivesse sido assim.

—Você já fez mais do que o suficiente, doce criança— Rhaena disse, pousando a mão pelo seu ombro— Aceita dar uma volta comigo pelo jardim? É uma bela manhã, e eu sei que você gosta de caminhar.

Era verdade; desde que Naerys havia ido embora de Porto Real, Nyssa havia adquirido o hábito de passear logo pela manhã. Ela achava agradável, e lhe trazia muita paz saber que seu corpo, outrora tão frágil, agora poderia desfrutar daqueles pequenos prazeres que deveriam ser tão simples, mas nunca foram antes.

—Seria esplêndido, tia. Mas quem vai ficar com tio Aemond?— Nyssa perguntou.

Rhaena a encarou com certa afeição, ainda sorrindo, e respondeu:

—Sempre preocupada com os outros, sempre tão solícita… não se preocupe com ele, Nyssa, o meistre irá ficar aqui até que eu volte.

Lançando um último olhar para o tio adormecido, Nyssa seguiu Rhaena para o corredor, e pelo caminho que levava aos jardins.

—É um dia muito bonito, não acha, Nyssa?— a Rainha perguntou, e ela assentiu.

—Sim, tia. Está ensolarado, acho que as chuvas finalmente passaram— ela respondeu.

Rhaena permaneceu com os olhos fixos na paisagem por alguns segundos, então os desviou e encarou Nyssa.

—O tempo realmente passa, e as coisas mudam— a Rainha murmurou— Você está crescida. Ficou uma mulher bonita, e saudável. Eu e seu tio gostaríamos de te ver em um bom casamento, como nossos próprios filhos. Aemond andou falando muito sobre isso em seus momentos de lucidez, e eu gostaria de perguntar a você o que você acha sobre isso, Nyssa.

Nyssa sentiu sua cabeça rodando, uma súbita fraqueza se apossando das suas pernas. As palmas das suas mãos suavam, e não era apenas devido ao sol do jardim.

—Eu… eu irei fazer o que for melhor para a família, tia. O que vocês ordenam, eu obedeço— Nyssa respondeu.

Rhaena ainda a encarava, e Nyssa não conseguiu definir a expressão em seu rosto. Talvez séria, ou preocupada.

—Eu sei disso, criança. Mas nós não gostaríamos de te forçar a nada. Queremos sua felicidade, dentro das melhores possibilidades— ela disse.

Nyssa sabia disso. E sabia que um casamento deveria ser uma coisa maravilhosa, como nas canções. O casamento de seus tios era feliz, o casamento de Baelon e Elaena também seria. Por que ela sentia tanto terror com a possibilidade de tornar-se uma esposa, então?

—Vocês não estariam me forçando. Eu gostaria de ser útil para nossa família, e ajudar como eu puder— Nyssa respondeu.

Rhaena ainda a encarava, e dessa vez Nyssa conseguiu definir melhor o que a incomodava. Sua tia parecia estar analisando algo em seu rosto, ou em sua postura, como se procurasse algum indício de alguma coisa.

—Sabe, Elaena costumava falar que queria ser uma septã, quando era criança— Rhaena disse— Dizia que a Velha lhe mandava sonhos proféticos, e que ela deveria dedicar sua vida à Fé dos Sete. Se ela não fosse nossa única filha mulher, nós a teríamos deixado seguir essa vontade, mas Baelon precisa de uma esposa.

—Acho que Elaena daria uma boa septã— Nyssa comentou, sem entender bem onde aquele assunto estava levando.

—Eu também acho. E não há demérito algum em dedicar sua vida à Fé. Nós sabemos que sua saúde melhorou há muito pouco tempo, Nyssa, eu entenderia se tivesse receios a respeito de um marido e filhos— Rhaena disse— Se for seu desejo levar uma vida de serviço à Fé, também poderia ser providenciado.

Um casamento parecia um prospecto aterrorizante, uma vida como septã, pior ainda. Nyssa se lembrou dos sonhos que ela mesma costumava ter. Se Elaena estivesse certa, e eles fossem provenientes dos deuses, não era algo que ela gostaria de abraçar. Parecia tão perigoso quanto sua mãe sempre havia alertado. E ela queria ser útil, e verdadeiramente valorizada ao menos uma vez em sua vida; não voltar a viver isolada de tudo e todos, se sentindo tão frágil quanto todos achavam que ela era.

—Eu estou disposta a conhecer o noivo que vocês tem em mente para mim, tia— Nyssa disse, e forçou um sorriso corajoso— Se for ajudar a família, tenho certeza que irei amá-lo de todo o meu coração.

Rhaena parou de andar, e segurou as mãos de Nyssa nas suas.

—Eu… nós não queremos te ver infeliz, Nyssa. Ele é um excelente rapaz, tem a sua idade, e uma disposição alegre, pelo que contam dele. Acho que vocês vão se dar muito bem, e serem muito felizes juntos— a Rainha disse, e sorriu de volta.

Nyssa sustentou o sorriso no próprio rosto, embora sua vontade fosse chorar.

—Então eu já sei que o amo. Só bastará conhecê-lo— ela respondeu.

Axel Tully, seu pretenso prometido, de fato se provou um rapaz perfeitamente agradável. Ela o conheceu três dias após a conversa nos jardins, três dias de agonia e ansiedade para ela.

A primeira coisa que Nyssa reparou era que ele era bonito do jeito que um príncipe das canções seria. Seu cabelo loiro-acobreado brilhava como uma moeda sob o sol do final de tarde, e seus olhos eram de um tom límpido e inocente de azul-celeste. A maioria dos Tully tinha cabelos avermelhados e olhos claros, mas os dele eram diferentes, com um quê a mais de luminosidade, e os seus traços pareciam esculpidos no mais fino mármore. Axel era alto, e esguio, e tinha o sorriso ofuscante que faria o coração de qualquer outra donzela disparar.

Nyssa não sentiu nada olhando para ele além das palmas das suas mãos suando ainda mais profusamente.

—Alteza— ele fez uma reverência perfeita, e lhe ofereceu um sorriso gentil— É um prazer finalmente poder contemplar sua imensa beleza. Ouvi dizer apenas elogios a seu respeito.

Nyssa se forçou a sorrir, apesar de não se achar bonita, e tampouco achar que ele achasse.

—Obrigada, Lorde Tully. Também é um prazer conhecê-lo— ela respondeu, sem saber ao certo o que dizer.

Nyssa e Axel haviam sido deixados em relativa privacidade em uma das bibliotecas da Fortaleza. Aparentemente, ele também gostava de ler, ou foi isso que sua tia dissera. Ainda haviam os guardas vigiando silenciosamente dos cantos, é claro, mas estar desacompanhada com um homem desconhecido deixava Nyssa ansiosa.

—Você aprecia a leitura, Alteza? Me contaram que gosta de histórias de aventuras— Axel disse, ainda sustentando a expressão receptiva.

Nyssa desviou o olhar, o fixando nos livros, ao invés dele.

—Gosto, Lorde Tully— ela se limitou a responder— São um bom jeito de escapar do tédio.

Axel riu, e deu um passo para mais perto dela. Estendeu o braço para pegar um dos livros nas prateleiras mais acima, um volume sobre as guerras em Essos.

—Gosta de história também, Alteza?— ele indagou.

Nyssa assentiu.

—Se for uma parte emocionante da história— ela respondeu.

Axel arqueou as sobrancelhas, parecendo animado. Nyssa ainda não tinha certeza se conseguiria lidar com o jeito do rapaz, ele parecia muito cheio de energia, talvez um pouco desajeitado; como um cachorro grande e babão.

—Vamos nos dar muito bem, então, Alteza! Acabei de voltar de Essos, tenho muitas histórias e aventuras para contar.

As mechas mais claras nas pontas de seus cabelos e o leve tom de bronze em seus braços pareciam coerentes com alguém que recentemente havia passado um bom tempo exposto ao sol. Nyssa pensou em perguntar algo a respeito disso, mas sentiu seu rosto esquentando e desviou o olhar.

—Eu vou gostar de ouvir suas histórias, Milorde— ela respondeu.

Axel não se deixou abater pela aparente timidez de Nyssa, e continuou pegando livros das estantes e mostrando neles as coisas que havia visto em Essos. Ela o teria achado adorável, se tivesse essa capacidade. Ele era gentil, e enérgico, mas sem deixar de ter uma certa inflexão de total falta de noção de perigo à cada palavra que dizia. Nyssa deveria admitir que estava achando as histórias interessantes e divertidas; embora ela também tivesse vivido em Essos por muitos anos, nunca pôde passear tanto quanto ele pôde.

—…mas eu realmente não deveria estar te contando isso, Alteza, até porque eles ainda devem se lembrar muito bem do meu rosto em Tyrosh, e ainda devo estar jurado de morte…— os olhos dele se fixaram em algum ponto atrás de Nyssa, e ele parou de falar, novamente distraído por um livro— Esse é um dos meus preferidos. Já leu?

Nyssa não pôde conter o sorriso animado que surgiu no próprio rosto.

—Várias vezes. Também é um dos meus preferidos— ela admitiu.

Axel a puxou pelo braço até uma das poltronas mais próximas, e a fez assentar-se ao seu lado, colocando o enorme livro aberto no colo. Nyssa teria ficado constrangida com o gesto tão espontâneo, se também não estivesse animada com o que o livro mostrava.

—Eu o vi— ele apontou o retrato de um dragão enorme, negro e vermelho, pairando no céu— Em Essos. Ninguém acreditou em mim, falaram que eu estava bêbado, ou louco. Mas eu sei o que eu vi.

Nyssa encarou a envergadura monstruosa das asas, cobrindo praticamente uma cidade inteira; as escamas da cor do brasão de sua família, a silhueta familiar. Os pêlos dos seus braços se arrepiaram, e ela estendeu a mão para tocar a imagem do livro.

—Eu acredito em você. Nos meus sonhos, eu sempre estou voando. Às vezes, também o vejo no céu— Nyssa disse sem pensar, se arrependendo logo em seguida de suas palavras.

Mas o julgamento que ela esperava no rosto de Axel, o que sempre esteve presente no rosto de sua mãe, simplesmente não estava lá. Ao invés disso, ela viu uma admiração tão genuína que sentiu uma onda de calor intensa subindo às suas bochechas.

—Alteza, quando for minha esposa, te levarei até Essos. Nós vamos achar esse dragão, e você vai voar nele— Axel prometeu.

Nyssa, novamente, não pôde conter um sorriso. Ainda não conseguia distinguir totalmente se ele estava brincando ou não, mas era um devaneio divertido de entreter.

—Soa empolgante, Lorde Axel— ela respondeu— Acha mesmo que vão nos deixar?

—Nos casarmos? Ou ir a Essos?

Nyssa riu.

—Acho que o casamento já está praticamente certo; mas não vejo minha mãe ou os meus tios me deixando viajar para tão longe tão cedo— ela disse.

—Nem meus irmãos— Axel admitiu— Mas nós podemos fugir. Eu sei navegar, e os seus sonhos vão guiar para onde devemos ir.

—Então você acredita em sonhos?

—Todo marinheiro acredita em sonhos.

Nyssa ficou pensando sobre aquela conversa mais tarde, deitada em sua cama. Pensou nas poucas vezes que havia falado sobre seus sonhos com outras pessoas. Sua mãe havia ficado assustada, e dito que nunca mais deveria permitir-se ceder àqueles impulsos primais e perigosos. Que aquilo seria a ruína, e a morte, dela.

Elaena, pelo contrário, pareceu intrigada.

“Os meus sonhos não são assim”— sua prima havia dito— “Não são tão tranquilos, ou simples. Parecem memórias roubadas. Lembranças que não são minhas. Ou que ainda não aconteceram”

Agora Axel, e sua perfeita e natural aceitação do que ela havia dito.

“Todo marinheiro acredita em sonhos”

Talvez só bastasse que uma pessoa acreditasse nela. Talvez, em todas as suas viagens e aventuras, ele tivesse encontrado uma resposta para seu suplício. Talvez ela não estivesse quebrada, e pudesse parar de temer aquela parte de si mesma.

Nyssa não era tão religiosa quanto sua prima, mas, naquela noite, ao fechar seus olhos para dormir, ela rezou para a Velha. E pediu que ela lhe mandasse sonhos sobre voar, e sobre dragões.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Foi bem legal escrever um pouco da dinâmica familiar no ponto de vista da Nyssa, embora ainda tenha muitos aspectos pra serem revelados. Muito obrigada pelo apoio, vocês nos comentários, e até semana que vem ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Reconquista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.