MEU ARTÍFICE

Parte VI

A primeira letra de nossa música,

Se constrói através de uma sinfonia muda.

O que aconteceu com você?

É estúpido eu esperar você me responder?

Quando a Lua minguante torna a escurecer...

E se por algum motivo,

Eu pudesse finalmente me arrepender?

Você ouviria...

As estúpidas palavras que eu fiz questão de dizer?

Ou é melhor esquecer?

Posso pedir aos céus um momento com você?

Será que há chance de eu me converter?

A morte me fez finalmente entender,

O quão estúpido eram as coisas que eu quis fazer.

Isso é um artífice para o meu luto...

Sob essas fotos rasgadas há o desejo de queimar tudo.

Numa procura por um futuro ainda irresoluto,

Que eu posso te mostrar o quanto eu sou estúpido.

As estações são monocromáticas,

A canção que eu te cantei é melancólica e sem graça.

Pode fazer a melodia ter sentido outra vez?

Ou deixe isso reverberar as nuances da minha estupidez?

O que eu fiz de errado está marcado no passado,

Onde você jaz como um fantasma inalcançável.

E se eu admitir os meus erros,

Meu ego estúpido poderá achar refúgio nos seus acertos?

É tão feio,

Eu a barganho, artífice do meu desejo,

Para, quem sabe, com uma brisa há tanto esquecida,

Sentir o afável sabor dos seus beijos.

~Gabriel.