Lumius et Nox escrita por Vagus


Capítulo 7
Uma Chama Lúgubre


Notas iniciais do capítulo

4º e último Capítulo da 2ª Parte (Depressão) ~ Mors.

Amanhã irei postar os dois últimos que serão o fim dessas duas perspectivas das poesias.
PS: E acho que me desviei um pouco do desafio que era discorrer sobre Vida & Morte e.e', porém, em minha defesa, correlaciono ambos na literalidade do que significa "viver" e do que a morte de alguém amado resulta.



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UMA CHAMA LÚGUBRE

Parte VII

 

O lúgubre da noite viceja...

As fotos estão todas rasgadas.

Devo partir, e finalmente deixa-las;

O fogo virá e irá consumir minha incerteza.

 

A Lua é nova,

A vida é velha.

Sua morte, pouco sincera,

E a depressão me cega.

 

O que há a frente?

E o que eu já deixei para trás?

Naquela cabana ateada às chamas,

Em uma memória passada, jaz,

Pouca dúzia de lembranças,

Nenhuma esperança.

 

Essa se foi...

Ela partiu;

Como você, nesse luar que escurece céu e estrada.

Sua essência ainda vive por aqui,

Ou se esvaiu?

O eflúvio é de lírios brancos,

Seu consorte, inanimado e aos prantos.

Imaginando,

Sobre fins e recomeços.

 

Que posso exigir do fogo?

Ou da brisa que beija o meu rosto?

A última suave faz tanto tempo que acabou,

Que pode ter sido em uma outra vida, que passou.

 

E passou...

O amor resiste à ruptura?

O amor quebrará os ciclos da loucura?

E na minha depressão risível,

Vem à memória teu rosto impassível,

Cristalizado em uma caixa fosca de madeira.

Era cerejeira,

Eu lembraria da primeira,

E da última vez, ainda que fosse tarde.

 

Já era bem tarde...

Está além das barreiras de minha força;

Para achar que os céus hão de me recompensar.

E eu posso fugir à toda,

Porém, onde essa fuga irá me levar?

Talvez para um lugar parecido,

Aonde você está.

 

O lúgubre da noite incendeia...

Mas em tudo que a sinto é fria.

A Lua nova dentro de uma casca vazia,

Meu desinteresse pela vida passageira.

 

Assisto uma chama lúgubre queimar...

Aonde vai me levar?

Quem sabe a algum lugar:

Sob um luar infinito,

Sob certeza infindo,

Onde o amor que eu tive por você,

Algo possa significar.

 

Quem saiba eu pense, aflito...

Sobre a sombra da lua no sol,

Iniciar nessa manhã o apocalipse,

Ou, quem sabe, um eclipse.

~Gabriel.


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