Lúcio Santiago era conhecido por seu charme e seu sorriso fácil, mas por trás da fachada de homem confiante, havia uma série de relacionamentos mal-sucedidos. Ele nunca parecia encontrar a "certa", e cada término o deixava um pouco mais cético sobre o amor.

Lúcio estava sentado em seu escritório, olhando para a tela do seu notebook. Ele não conseguia se concentrar no desenvolvimento de aplicativo que fazia 

Sua mente estava em outro lugar, perdida em pensamentos sobre Tina e o incidente do bolo. Ele sorriu ao lembrar da expressão dela, uma mistura de horror e preocupação. Era estranho, mas ele não conseguia tirá-la da cabeça.

Naquela noite, Lúcio decidiu dar um passeio para limpar a mente. As ruas estavam tranquilas, com apenas o som dos seus passos ecoando no silêncio. Ele passou pela "Doce Despedida", a confeitaria de onde Tina fazia suas entregas. A luz ainda estava acesa, e ele viu uma figura familiar trabalhando lá dentro.

Tina estava sozinha, concentrada em decorar um bolo. Ela não notou Lúcio observando pela janela. Ele hesitou, mas algo o impeliu a entrar.

"Trabalhando até tarde?" Lúcio perguntou, apoiando-se no balcão.

Tina deu um pulo, surpresa. "Lúcio! O que você está fazendo aqui?"

Ele deu de ombros. "Não consegui dormir. E você?"

"Preparando um pedido especial para amanhã," ela respondeu, voltando a se concentrar no bolo.

Aquele bolo era uma distração para Tina, não era normal ele por a mão na massa e fazer bolos para a clientela, a não ser quando o bolo era para alguém da família ou para ela mesma.

Houve um silêncio desconfortável antes que Lúcio quebrasse o gelo. "Sabe, eu nunca te agradeci direito pelo bolo... mesmo que tenha acabado na minha cara."

Tina riu. "Considere isso um pedido de desculpas extra especial."

Eles conversaram por horas, compartilhando histórias e risadas. Lúcio percebeu que, pela primeira vez em muito tempo, ele estava genuinamente se divertindo. Tina era diferente de todas as mulheres com quem ele havia saído. Ela era real, autêntica e, de alguma forma, via através de suas defesas.

Quando a noite chegou ao fim, Lúcio ofereceu-se para ajudar Tina a fechar a loja. Enquanto arrumavam as coisas, ele encontrou um bolo pequeno, esquecido em um canto.

"Para quem é esse?" ele perguntou, apontando para o bolo.

"Ah, é... é para mim," Tina admitiu, corando. "Eu faço um bolo de término para mim mesma de vez em quando. É meio que uma tradição boba."

Lúcio sorriu. "Posso te acompanhar nessa tradição?"

Ela olhou para ele, surpresa e feliz. "Você quer?"

"Sim," ele disse, segurando a mão dela. "Quem sabe? Talvez seja o começo de algo doce e inesperado."

E naquela noite, sob a luz suave da confeitaria, Lúcio e Tina compartilharam o bolo de término.