A lua estava alta no céu, e a brisa suave balançava as folhas das árvores. Tina estava nervosa enquanto subia os degraus da varanda da casa de Lúcio. Ele havia planejado uma noite especial, mas Tina não sabia disso. Ela segurava o bolo escrito uma única palavra: "Recomeços". O coração batia forte em seu peito. Tina respirou fundo e tocou a campainha.

Quando Lúcio abriu a porta, seus cabelos desalinhados e sorriso de lado foram como um convite para um mundo novo. "Tina," ele disse, e seu nome soou como uma promessa.

"Oi, Lúcio," ela respondeu, estendendo o bolo. Ele aceitou o bolo, seus dedos roçando os dela. 

"Recomeços," ele murmurou a mensagem escrita em cima do bolo. "São o que nos mantêm vivos.”

Tina assentiu. "São necessários."

Lúcio a observou por um momento, como se estivesse prestes a dizer algo, mas no fim escolheu o silêncio. 

O silêncio que se seguiu foi um acordo tácito, um convite para ela adentrar a casa dele. A sala, iluminada por luzinhas cintilantes, era o palco para o início de algo extraordinário.

Você fez tudo isso?" Tina perguntou, maravilhada.

Lúcio apenas sorriu, um gesto que falava mais do que palavras. "Para nós," ele disse.

Eles se sentaram, duas xícaras de café os esperavam. (Café a noite nunca pareceu uma ideia tão boa até aquele momento). O bolo de cenoura com cobertura de chocolate foi depositado perto das xícaras. 

"Você encomendou esse bolo?" Tina perguntou, ela arqueou a sobrancelha.

Lúcio riu. "Como eu ainda não tenho o seu número, achei que essa seria uma maneira agradável e criativa de te ver novamente."

Tina ficou sem palavras. Ele realmente havia feito aquilo por ela?

Lúcio inclinou-se mais perto. "Tina, há algo que eu preciso confessar."

Seus olhos se encontraram, e o silêncio pairou no ar. Lúcio parecia nervoso, algo que Tina nunca imaginaria vindo dele.

"Eu nutro um sentimento novo por você," ele disse, sua voz suave. "Algo que eu nunca senti antes."

Tina prendeu a respiração. "O quê?"

Ele sorriu. "Eu tive vontade de descobrir o que é. E agora eu sei. É amor."

Tina sentiu seu coração acelerar. "Lúcio..."

Ele segurou suas mãos. "Tina, você aceita um novo recomeço? Um que não seja apenas no bolo, mas em nossos corações?"

Ela olhou para o bolo, para a mensagem e para Lúcio. E então, com um sorriso, respondeu: "Sim, Lúcio. Vamos escrever o nosso recomeço."

A revelação de que Lúcio nutria um sentimento por ela, fez seu coração acelerar. Ela estava prestes a embarcar em uma nova fase de sua história com ele, e a incerteza desse começo a deixava ansiosa e esperançosa ao mesmo tempo. 

Lúcio riu. “Eu sou o homem que encontrou o amor em uma mensagem de término.”

Eles brindaram suas xícaras de café, selando o novo capítulo que haviam escolhido. O bolo da “Doce Despedida” agora era um símbolo não apenas de separações, mas também de recomeços.

O ambiente estava impregnado com aroma do café e a doçura do bolo. Tina e Lúcio se encararam, seus olhares buscando respostas e aceitações. 

Lúcio se aproximou lentamente, sua mão encontrando a de Tina. Ele sentiu o calor da sua palma e o bater acelerado do seu coração. Os lábios deles se aproximaram, hesitantes no início, mas logo se encontraram em um beijo suave e cheio de descobertas.

Foi um beijo que selou não apenas o momento, mas também todas as palavras não ditas, todas as emoções escondidas. Os lábios de Tina e Lúcio se moviam em sincronia, como se estivessem dançando uma melodia antiga e familiar. O mundo ao redor desapareceu, e só existiam eles dois, compartilhando aquele doce momento.

E assim, com o gosto do café e o calor do beijo ainda pairando no ar, Tina e Lúcio deram início a uma história que não era mais sobre despedidas, mas sim sobre recomeços e a doçura que a vida poderia oferecer.