Hunted escrita por autorasantiis


Capítulo 3
Favores




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Os dois caíram no chão ao mesmo tempo, fazendo o moreno arregalar os olhos ao ver o loiro, aquilo não podia estar acontecendo.

— Você até que é bonitinho Potter – Draco diz sugestivo e Harry faz uma careta, saindo de cima do loiro que agora tratava de se levantar e concertar suas vestes – onde estamos finalmente? E que plano suicida é esse?

— Você era minha passagem, não que eu tenha tido opções – Harry retruca olhando ao redor.

Sabiam que estavam em Temple, era uma cidade não listada da Inglaterra, simplesmente porque nunca houvera registro de pessoas por ali, como se ela não existisse.

Draco olha para o braço e franze o cenho, ali deveria haver uma marca, mas não havia, como havia se livrado dela? Ninguém se livrava da marca negra.

— Veja Harry, estou livre – Draco mostra o braço, fazendo Harry franzir o cenho, de fato, o loiro não tinha mais a marca negra em seu braço e aquilo era no mínimo estranho.

— Não está livre, está amaldiçoado sua besta, essa cidade é imaculada, é claro que gente como você não poderia entrar aqui.

— Gente como eu? Já viu a cicatriz na sua testa? – Draco retruca emburrado, cruzando os braços.

Aqueles dois mais pareciam um casal, do que inimigos mortais, bem, não tão inimigos e nem tão mortais assim.

— Vem – Harry sai andando em direção a única construção daquele lugar, parecia uma igreja, mas na verdade era um castelo, construído sobre as bases de uma igreja.

Os dois olharam ao redor, achando estranho que tudo aquilo estivesse vazio.

— E aí? O que fazemos? – Draco pergunta entediado, enquanto ambos passeavam pelos corredores.

— Eu não sei Malfoy – Harry se irrita, parecendo de fato frustrado em ter chegado até ali por nada.

Acreditava que assim que colocasse os pés ali, algo mágico iria acontecer, mas nada o prepararia para o que de fato ainda tinha de surgir.

Os dois exploraram todo o castelo, desde as masmorras, até chegarem à antessala, onde havia 11 estátuas, 9 a mostra e 2 delas cobertas. Eles não se atreveram a remover aquilo, não era da conta deles. Toda a construção era de pedra, e as estátuas eram as únicas coisas feitas de ouro.

— Isso é mais sinistro do que os fantasmas de Hogwarts – Draco diz se arrepiando.

— Você convivia com o Barão Sangrento, aonde quer chegar? – Harry retruca, olhando o pedestal de cada estátua, havia nomes ali, nomes que ele nunca havia ouvido, se algum dia eles haviam feito parte da história, nunca se quer foram mencionados.

— Quem são eles? – Draco pergunta, analisando as mesmas coisas que Harry, e provavelmente imaginando a mesma importância de cada um ali.

— Dumbledore os chamava de Caçadores da Inquisição, eu não sei o que faziam, mas eles eram poderosos, eram magos da ordem de Merlin – Harry explica, ele tinha poucas informações, mas as que tinha, eram mais do que o Malfoy sabia, e não fazia mal em compartilhar, já que estavam juntos naquilo.

— Não sei porque ainda houve o que aquele velhote diz, Dumbledore era um lunático, mandou você virar o caçador de horcruxes e você foi, mandou você morrer nas mãos de Voldemort, e você quase morreu, agora isso – Draco bufa irritado com a obediência cega de Harry – tá, e aí? Onde estão os poderosos magos da ordem de Merlin?

Estamos aqui— a voz soou no pé do ouvido do Malfoy, o fazendo gritar de espanto e pular, olhando ao redor, mas não havia ninguém ali.

Já havia visto fantasmas, Hogwarts era cheia deles, mas não estava acostumado a ser de fato assombrado por ele, bem, isso é, se não fosse por Pirraça, que insistia em ser travesso com os alunos.

Os dois olharam ao redor, não havia ninguém ali além deles, de onde vinha aquela voz?

“Entregue-lhes a minha moeda, ela saberá porque está la”.

De repente a voz de Dumbledore veio a sua mente, era aquilo, só podia ser. Então ele tirou a moeda do bolso e colocou no pedestal da mulher que Dumbledore havia citado.

— O que é isso? Magia negra? – Draco resmunga.

— Cala a boca Malfoy, você é irritante – Harry retruca o encarando de olhos semicerrados.

— De fato, preciso ser, já que você é o “senhor não penso por mim mesmo” — Draco semicerra os dele, em um claro desafio.

— Continuem, estou adorando – a voz feminina surgiu e os dois olharam para a frente, no lugar onde havia a estátua, agora havia uma mulher de cabelos loiros, sentada no pedestal de pernas cruzadas.

Os dois se assustaram, aquilo era no mínimo sinistro, de onde ela havia vindo? E onde estava a estátua?

— A moeda – Harry balbucia perdido.

— Não é importante, ela apenas existe para cobrar favores – ela joga a moeda pra cima e a mesma desaparece com um tilintar.

— Que tipo de favores? – Draco pergunta interessado.

— Não sei, isso pergunto eu a vocês, o que querem? – ela os olha de cima a baixo, tentada a avaliá-los.

— Dumbledore me enviou, ele me contou sobre vocês, disse que poderia me ajudar – Harry diz um tantinho exasperado, não sabia como fazer aquilo.

A loira riu em descrença. Dumbledore, ele não aparecia ali a séculos.

— Ele te falou dos riscos? – ela ergue a sobrancelha, debochando do moreno, é claro que ela sabia que Dumbledore não mandaria qualquer um ali.

— Sim, ele me disse que cobraria um preço alto, eu tenho muito mais dinheiro do que preciso, não me importo de pagar, mas por favor, nos ajude.

— É tolo em pensar que eu cobraria dinheiro pelos meus serviços, o que cobro vai muito além de qualquer bem material, Harry James Potter.

— Isso é uma péssima ideia – Draco sussurra ao lado dele – essa mulher é perigosa, ela me olha como se fosse me matar.

— Talvez eu devesse – ela dá de ombros – filho do mal.

— Como é? – Draco pergunta incrédulo e ela aponta para o braço, onde antes tinha a marca negra – foi você?

— Claro, um ser nunca deveria ser marcado com uma aberração daquelas, devemos ser livres e fadados a nossa glória – ela responde, mas os dois ficaram confusos, aquilo parecia um enigma – nós os ajudaremos, mas em troca, vou exigir algo que não saberá o que é, e não poderá negar quando eu o reclamar por direito.

Harry a encarou, aquilo parecia incerto, parecia que algo muito importante seria arrancado de si.

— Isso vale pra você também, senhor Malfoy, estão aqui juntos, pagarão o mesmo preço – ela diz olhando o loiro que encara Harry incerto.

— Me dê só um minuto – Draco suspira e sai arrastando Harry em uma direção, onde pudesse ao máximo estar distante da mulher – isso é loucura, como sabe que ela não vai pedir nossas almas depois que tudo isso acabar?

— Draco, pra que ela iria querer sua alma? Ela é podre e não tem serventia – Harry debocha, recebendo um tapão na cabeça – aí.

— Mereceu – Draco diz irritado – acho que precisamos achar outra solução, essa mulher parece perigosa.

— Draco, você é o general de você-sabe-quem, quantos comensais ele tem atualmente? Nós da ordem somos poucos, quase ninguém quer se aliar a nós, porque você-sabe-quem os inspira medo, e nós lealdade, mas lealdade não ganhará uma guerra – Harry suspira e joga os cabelos para trás frustrado, já havia pensado naquilo milhões de vezes – eu sei que é arriscado, mas é a nossa única chance.

— Harry...

— Pense bem, não gostaria de estar livre? Viver em um mundo onde pudesse viver intensamente o amor que sei que guarda aí? E se você-sabe-quem descobrir? O que acha que vai acontecer?

Draco suspirou e assentiu, Harry estava certo. Por mais que quisesse negar, estava certo, aquela era a melhor opção que tinham. Os dois apenas concordaram em um silêncio mútuo e retornaram para onde a mulher estava, ela os encarava entediada.

— Aceitamos as condições – Harry diz firme e ela apenas assente.

— Não precisam se preocupar com o preço, não lhes tirarei a alma, um amor ou magoarei seus corações, todos serão livres, eu não desejo aprisionar ninguém – ela diz séria e eles poderiam não entender no momento, mas iriam em um futuro.

— Quando podemos começar? – Draco pergunta perdido, eles não tinham tanto tempo assim.

— Em dois dias iremos encontrar vocês, até lá, mantenham-se calmos e Draco... – ela olha para o loiro – não deixe que nenhum comensal o veja, a marca em seu braço foi definitivamente removida e você está livre dele, mas se for pego, sabe que morrerá, e eu odeio pessoas que quebram acordos.

Draco não disse nada, apenas assentiu, sabia tanto quanto ela de que se fosse pego, com certeza seria morto.

Sem dizer mais nada, ela apenas desapareceu, deixando para eles, a missão de retornar para casa e seria isso que fariam. Harry precisaria pensar em algo urgente, pois com certeza a ordem ia fazer muitas perguntas sobre Draco, se isso claro, se não o tentassem matá-lo primeiro.


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