AS INDOMÁVEIS ROSAS DE AÇO - Livro II - Série CD escrita por Georgeane Braga


Capítulo 2
PRÓLOGO - Família


Notas iniciais do capítulo

Uma ótima leitura a todos!



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Cecília olhava chorosa para a lápide de dona Hilda. Há um mês ela se fora para sempre. Depois de tantas coisas que fizeram juntas naquela fazenda, transformando um lugar de dores em lembranças boas. Tudo agora vinha à sua mente.

Como ela havia ficado feliz quando Afonso a pediu em casamento. E sorridente falou:

“Eu sabia que isso ia acontecer, menina. Vocês não se desgrudaram mais desde quando ele voltou.”

“É verdade, Didila. Não posso negar que nos aproximamos muito. Ele sempre foi um bom amigo e me apoiou quando comecei a escrever o livro... o engraçado é que ele é o oposto do que eu achava que gostava em um homem ─ e riram juntas. ─ Mas ele é a peça fundamental que faltava em minha vida.”

 

─ Como sinto sua falta, Didila.... ─ falou entre lágrimas.  ─ Você me enganou direitinho, não foi? Eu nunca podia imaginar... 

Cecília fazia menção à morte da senhora. Logo após um dia festivo na fazenda com toda a família D’albartine, com jantares, músicas e muitas risadas, no fim da noite, D. Hilda se recolheu e pela manhã, havia partido. 

 Desde o seu casamento, ela e Afonso moravam na Fazenda das Pérolas, e Didila era sua companhia de todas as horas. Acompanhou-a nas apresentações de seu livro, quando ficou grávida, e no nascimento de Dominique em 1828. O menino a chamava de vovó Dila. Ela não podia estar mais contente com sua vida, dissera àquela noite à Cecília. 

Mas agora ela havia partido. 

Afonso correu ao quarto quando escutou o choro desesperado. A abraçou tentando consolá-la e deu ordens à tutora para passear com Dominique. Pediu a Amadeo para avisar à Casa D’albartine. Foi um dia difícil. E mais uma vez, as pérolas sentiram a perda de alguém amado. E outra vez, mostraram a sua força e união diante das dificuldades. Isso era admirável para seus filhos, pois, conheciam sua história de vida contada nas reuniões de família, e também, no livro que Cecília havia escrito para deixá-la marcada entre as gerações. 

― Vou viajar por uns tempos, Didila. Aquela casa é muito triste sem você... ― e recomeçou a chorar. ― Afonso me sugeriu, sabe, e ele tem razão. Mas prometo que assim que eu me recuperar, voltarei para continuar cuidando de tudo o que nós construímos juntas. Amo você Didila... e obrigada por tudo.

Pôs a mão na boca e tocou o jazigo. Deixou uma rosa branca. Levantou-se e depositou outra rosa no túmulo de sua mãe e outras duas para Celeste e Matias.

Afonso se aproximou e pegou em sua mão. Foram caminhando para outro jazigo, sem dizer nada. Eles se entendiam assim. Conversavam bastante, mas o silêncio falava muito também, e aprenderam a se decifrarem. Por isso se davam tão bem.

Ele também sofrera com a morte do pai, o então Visconde Maurice Lamartine. Voltara da França depois de sete anos tentando refazer a vida, tentando esquecer a raiva e a fúria que lhe ardiam com a morte de Matias e Celeste. E antes, com a morte de Irina, a primeira mulher que amou na vida. Ele que sempre fora considerado por todos um rapaz pacato e que, de repente se tornara rude. Precisou partir para não ferir mais ninguém. Se ficasse, causaria mais dor à família, principalmente à mãe que sofria com sua repentina mudança. Talvez sempre quisera demonstrar mais do que deixava transparecer, mas optava por ser cauteloso, guardando para si suas opiniões. 

Era grato a Deus por permitir ainda conviver com seu pai por mais seis anos. Fizeram as pazes ao retornar e, pessoalmente, cuidou dele enquanto estava doente. Entretanto, a doença voltou anos depois para levá-lo embora. Amou seu pai, e ele havia mudado muito nos últimos anos. Os dois mudaram. 

Agora ele era pai também e entendia que acertos e erros faziam parte dessa missão. 

 Se havia algo pela qual eles amavam e lutavam era a família. A imensa casa conhecida, agora, como Os D’albartine. Seus filhos e sobrinhos estavam crescendo e tinham uma vida pela frente com ideais, sonhos, conquistas, conflitos, dores, problemas, brigas, perdas... Outra geração estava ali esperando aprender todas essas coisas; olhando para os pais aguardando respostas. Nem tudo teria respostas, é fato, mas tudo teria aprendizado. 

Uma grande prole de, nada menos que, dezesseis herdeiros.

Uma geração já tinha deixado história, agora era a vez deles. Era uma família como qualquer outra, mas com um diferencial: amáveis como as rosas e fortes como o aço. 

Isso era tudo o que o mundo lá fora deveria saber.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!

Grande abraço.

Georgeane Braga



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