As Rainhas do Trono de Diamante escrita por autorasantiis
A decisão levou horas, o que pareceu dias para aqueles que a esperavam ansiosamente e mais ainda para os que estavam ali fora. Jihye encarou Yixing e suspirou, sabia que seu filho não havia feito por mal, ele só estava cansado, cansado de fingir, cansado de correr e se esconder, cansado de viver a sombra das ambições dela própria.
— Kang Lia não sucumbirá ao trono – Yixing diz olhando para Mei, que agora tinha seus olhos castanhos, presos aos azuis dele – ela é diferente, sempre fora, e não há ninguém mais especial para governar Lilases, ela é capaz de apagar toda a ambição do nosso passado.
— Ela é só uma criança brincando de ser rainha – Mei diz irritada.
— Não, ela não é – Jihye suspira e encara a irmã – você transcendeu Mei, a marca habitava em você desde o nascimento, mas você se tornou ambiciosa, você tentou domar aquilo que não queria ser domado, o trono não é um brinquedo e por isso que você paga com os fantasmas daquele que mandou tirar a vida.
— E acha que Kang Lia vai fazer o que conosco? – Mei debocha, enquanto tinha um sorriso de escarnio, era doentio.
— Irá se surpreender – Jihye suspira e recosta a cabeça na parede.
O silencio durou por mais algumas horas, até finalmente Sehun, Kai e Chanyeol virem buscar os três para levá-los até o local que havia sido convocada uma assembleia pública. É claro que toda a história já havia sido contada, para que todos pudessem entender de fato, o porquê daquela decisão.
Nem todos estavam ali, a maioria dos trabalhadores estavam em serviço, mas algumas camponesas e nobres se misturavam por ali, prontos para ouvir o que havia sido decidido pelo novo conselho da Dinastia de Ouro.
Os três foram postos um ao lado do outro, enquanto Lia os olhava e os 14 líderes se mantinham atrás de Lia.
— Deliberamos o suficiente para decidir a sentença de vocês e morte não foi nem cogitada, pagar com suas vidas seria fácil demais, por isso, o conselho da Dinastia de Ouro decidiu que Lee Jihye, Zhang Yixing e Mei Ling, estão exilados do círculo dourado – Kang Lia diz e os três se exaltaram, sendo contidos pelos escudeiros que os seguravam.
— Sua maldita, esse reino é meu – Jihye grita irritada e Lia sorri.
— Esse reino nunca foi seu – Lia diz convicta.
A mulher olha os quatorze atrás dela e nega.
— Sabe por que eu nunca criei um conselho da Dinastia, e os mantinha debaixo do meu pé? Era para que eles nunca pudessem subir e roubar o meu trono – Jihye diz com os dentes cerrados, cheia de ódio pela sua filha – não percebe agora, mas cada um deles mataria para se sentar onde você se senta.
Lia novamente sorri, se divertindo com as palavras da mãe.
— Sabe por que eu criei um conselho da Dinastia? – Lia ainda tinha aquele ar brincalhão, estava ansiosa por aquelas palavras – porque eu tenho uma coisa que você nunca poderia ter deles – ela fecha o sorriso e assume uma face séria, profunda, intensa – lealdade, algo que você nunca soube e nunca vai saber o que é, porque você é movida a desprezo.
Jihye não teve mais o que dizer, por isso Lia apenas negou e indicou para os escudeiros levarem-nos, deveriam ser escoltados até o limite da fronteira de Orion, depois que saísse, nunca mais poderiam entrar, a linha de proteção não permitiria.
— Sabe o que tem no limite de Orion? – Mei diz exasperada, enquanto era arrastada.
— Um penhasco, é claro – Safira dá de ombros divertida – cuidado com as pedras, a queda é longa.
E aos protestos de Mei, eles foram levados, fazendo Lia virar para a castanha e negar com um sorriso, a Imperatriz D’Angelo sempre fora uma figura.
— Nós devemos voltar agora – Safira diz séria – eu e meus homens iremos escoltar aqueles três para fora das nossas vidas.
— Leve alguns guerreiros com você – Lia diz e chama Kyungsoo – D.O., pode acompanhar a Imperatriz e seus homens no exílio dos prisioneiros?
— Sim senhora, levarei Minseok e Junmyeon comigo, se não se importar – Kyungsoo diz, depois de uma reverencia e Lia apenas assente – vou preparar meus homens.
Cada um dos escudeiros dominava uma classe de guerreiro, então eles eram responsáveis não só por manter a segurança das rainhas, mas por treinar o exército de Lilases e manter todos em boa forma para qualquer batalha futura.
— Obrigada – Lia diz com um sorriso e o homem se curva, exibindo um sorriso gentil.
Lia era uma mulher gentil e desde que havia posto seus pés ali novamente, havia conquistado seu exército e sua lealdade logo de primeira.
— Até mais Rainha – Safira diz e diferente do costume, as duas se abraçam, logo tendo a Imperatriz partindo dali.
— Você também? – Lia pergunta para o loiro, logo depois de ter terminado de se despedir dos outros e suas irmãs terem tomado o caminho do casarão.
— Eu preciso, o povo de Serendipity precisa saber da traição da Rainha – ele suspira se aproximando dela e segurando suas mãos – mas eu prometo retornar em breve.
— Espero que breve, seja amanhã – ela faz um biquinho, o fazendo rir e lhe dar um selinho.
— Prometo que valerá a pena minha Rainha – ele deixa um beijo na testa dela e se afasta, logo indo embora também.
Sem ter mais nada para fazer ali, Lia tomou o caminho de casa, parando no portão, ao ver Lalisa e Sehun trocarem um selinho e logo um olhar cumplice, antes de se afastarem.
Lia se adiantou e entrelaçou o braço no da irmã, a fazendo dar um pulinho de susto.
— Deveria casar-se com ele – Lia comenta vagarosamente e Lalisa olha para ela confusa.
— Não é permitido a uma rainha ou princesa casar-se com um escudeiro ou qualquer camponês – Lalisa diz nervosa, mas Lia conseguiu identificar a decepção em suas palavras ao serem pronunciadas.
— Em que anexo esta essa regra? – Lia pergunta travessa, enquanto ria contido, parecia uma criança prestes a aprontar.
— Kang Lia – Lalisa chama assustada.
— Só estou dizendo – ela dá de ombros com um sorrisinho e sai saltitando pela sala, fazendo a loira rir e negar.
Era a primeira vez que interagiam tão genuinamente daquela forma, mas se sentia tão grata por Lia não ser uma pessoa ruim. E ali Lalisa teve esperança, pela primeira vez, teve esperança de viver um grande amor, será que poderia de fato? Bem, tudo estava prestes a mudar, então qualquer coisa poderia ser possível dali para a frente.
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