As Crônicas da República Parlamentarista de Oz escrita por murlo97


Capítulo 9
Posto Público de Ajuda aos Não-Ozianos




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Cidade das Esmeraldas - Oz - Dias atuais...
 Em um Posto Público de Ajuda aos Não-Ozianos, não havia uma única cadeira vazia e aquelas pessoas que não conseguiram lugar, ficaram em pé, aguardando a sua vez para serem atendidas. Algumas pessoas aguardavam do lado de fora, pois o local se encontrava muito lotado. Apesar de haver cinco balcões naquele local, somente o último estava funcionando: o balcão de número 5, pois havia apenas uma atendente para todas aquelas pessoas. O dia estava quente e o calor daquele ambiente estava insuportável. As pessoas suavam. Os ares-condicionados e ventiladores não estavam funcionando. A água do filtro havia acabado faz tempo e ninguém se lembrou de enchê-lo novamente. Uma mulher e uma garotinha que aparentava ter, mais ou menos, uns 10 anos de idade, adentram o local. A mulher pega a senha e aguarda. As duas tiveram que ficar em pé do lado de fora aguardando a sua vez. A todo o momento, a garotinha perguntava à mulher quando ia ser a sua vez, quando ela iria voltar para a sua casa e reclamava do calor. A mulher pedia para que a garotinha tivesse paciência e que logo ela estaria em casa. Um dos atendentes havia chegado. Ele fazia parte do balcão 4 e após se sentar na sua cadeira para trabalhar, sua colega do balcão 5 foi até ele para chamar a sua atenção. Para não haver confusão na compreensão do diálogo, irei dizer os nomes dos atendentes. Ela se chama Sarah e ele Steve.
 Sarah: Steve, isso são horas de você retornar do almoço? Há um monte de gente esperando! Sabia que tem gente aqui que nem almoçou ainda? Você não se importa com essas pessoas?
 Steve passa a mão no rosto, nervoso, pensando em qual resposta dar à Sarah. 
 Sarah: Onde estão os outros?
 Steve: Ainda almoçando. 
 Sarah: Há! Sério? Será que eu sou a única responsável por tudo aqui? Olha, vocês devem agradecer por isso aqui não ser uma empresa privada! Porque se fosse...
 Steve: Sarah, relaxa... logo o pessoal está de volta. Será que não merecemos um pouco de descanso? 
 Sarah: Espera aí... descanso é uma coisa, agora passar a tarde inteira fora...
 Logo após Sarah proferir estas palavras, os outros atendentes chegam ao local, com exceção de Rick.
 Sarah: Onde está Rick? 
 Samantha: Ele não vai voltar.
 Sarah: Como assim não vai voltar? Há mais de sessenta pessoas para serem atendidas! E ele prometeu entregar o dinheiro da vaquinha para a manutenção dos ares-condicionados ainda hoje! Algo que deveria ser de responsabilidade do governo, nós é que temos que arcar com isso!
 Samantha: Segundo ele, é porque hoje ele prometeu maratonar uma série com a esposa. E ele disse que vai enviar o dinheiro pelo aplicativo do banco. 
 Sarah: Olha... é melhor o Rick rezar para eu não ver ele! Porque se eu vê-lo, ele vai dessa para melhor mais cedo do que ele imagina! Eu não sou chefe de ninguém aqui, mas vocês me fazem parecer uma! Agora sentem-se em seus devidos balcões e comecem a trabalhar!
 Todos os atendentes fazem o que Sarah pede e com isso, os atendimentos aceleram. Sempre que alguém é chamado para ser atendido, uma cadeira é liberada, porém, aqueles que estão de pé mais próximos destas cadeiras, pegam o lugar. A mulher e a garota esperaram durante uma hora e meia até que conseguissem se sentar em alguma cadeira. E esperaram mais quarenta minutos para serem atendidas. Finalmente o visor de senhas apita indicando a senha que a mulher havia pegado e o balcão em que ela deve comparecer: balcão 5. A mulher e a menina se levantam e vão até o balcão informado. 
 Sarah: Olá, boa tarde, no que posso ajudar?
 Mulher: Eu encontrei esta menina perdida na rua. Ela diz que foi trazida para cá por um tornado. Ela está muito assustada.
 Sarah: Putz...
 Mulher: Algum problema?
 Sarah: O único jeito de mandarmos ela de volta para casa é através dos sapatos mágicos. Mas o que acontece? Já estava previsto que o governo distribuísse novos sapatos mágicos há seis meses atrás, mas até agora nada. Ou seja, o número de pessoas que são trazidas por tornados está aumentando cada vez mais e não há nada que possamos fazer. Isso só depende do governo. Outra possibilidade de sair de Oz seria através de uma aeronave, mas somente empresas privadas fazem este tipo de serviço, além de ser o método mais lento e mais caro.
 Mulher: Não há empresas privadas que vendem sapatos mágicos?
 Sarah: Sim, mas aí você precisa ter o Comprovante de Pessoa Não-Oziana para que os sapatos mágicos sejam usados. E as empresas cobram um valor muito alto por esses sapatos.
 Mulher: Quanto?
 Sarah: Algo em torno de 150 mil dorotos. 
 Mulher: Caramba! Mas como fica essa menina?
 Sarah: Sugiro levá-la ao Abrigo de Acolhimento às Crianças Não-Ozianas. Lá eles te darão todas as informações. Assim que os sapatos mágicos estiverem disponíveis novamente, todas as crianças do abrigo serão levadas de volta às suas casas. 
 Mulher: Ok, obrigada.
 Sarah abre um leve sorriso e diz:
 Sarah: Tenha um ótimo dia! 
 Enquanto isso, as pessoas continuavam a esperar no calor infernal daquele ambiente. Os não-ozianos que precisavam voltar para suas casas, mal sabiam que ainda teriam que ficar em Oz por muito tempo, enquanto o governo não distribuísse os sapatos mágicos. Muitos não-ozianos viviam na pobreza e moravam nas ruas, sejam adultos ou crianças. A dificuldade de arranjar um emprego, a falta de oportunidades e a xenofobia não os ajudavam. 


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