Antes do para sempre escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

É um daqueles que eu escrevi lááá em 2020, apenas modifiquei algumas coisas. Espero que gostem! Não está sendo fácil esses últimos dias para mim, mas espero que se divirtam e gustem



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Antes que Peeta acordasse, saí de seu abraço no meio da noite só para tomar um banho quente, porque sei que ele está cansado. Depois da minha crise de ansiedade ele ficou dois dias inteiros esperando que eu retornasse para mim, não posso incomodar ele. Estou oficialmente com 4 meses, mas meus peitos estão me matando. 

Quando fico nua de frente ao espelho, não me espanto em perceber a coloração mais pigmentada em meus mamilos, além do volume considerável que acabei ganhando. Todo dia parece que cresce. Minha barriga nunca. O que estou apreciando é não estar tendo enjoos ou tonturas recorrentes. O sintoma mais comum que está me acometendo é a dor nas costas, cólicas e sono. Também tenho queda de pressão, ao ponto que não me arrisquei nem uma vez em sair para caçar desde que descobri estar grávida.

Fico de lado para a frente do espelho e dou um pequeno sorriso, passando a mão devagar sobre a minha barriga. Desde que descobri que agora é de conhecimento de todos sobre minha gravidez, optei por não sair de casa. Já estou uma semana assim, indo apenas para o quintal dos fundos que não dão para a casa de ninguém. Butter tem aceitado muito bem isso, parece que tem espelhado suas atitudes nas minhas. Tenho cozinhado mais também.

Parto para um banho, longo e demorado, para ajudar com as dores nas costas e nos meus ombros. Deixo que o aroma de baunilha preencha o ambiente e a minha pele, onde acabo ficando com o desejo de comer algo com baunilha. Muito desejo.

Quando retorno para a cama, estou mil graus ansiosa por algo que eu possa comer que tenha esse cheiro delicioso. Infelizmente terei que acordar Peeta, porque nunca desejei tanto alguma coisa como estou desejando algo com baunilha, ao ponto que estou perto de um descontrole e salivando. O sacudo, começo leve mas logo estou dando pequenos tapinhas em seu braço para acordá-lo.

— Peeta! — exclamo, alto. — Acorda, é urgente!

Ele abre os olhos em um susto, segurando minhas mãos, cheio de preocupação.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — assinto, mas logo nego para tranquilizá-lo.

— Tem alguma coisa que você possa fazer que leve baunilha? De preferência apenas isso? — pergunto. — Não acho que vou conseguir dormir sem comer isso. Desculpa.

Ele me olha bem, então cai para trás na cama e volta a se acomodar no colchão. Literalmente. Eu fico furiosa, também literalmente, e começo a estapear-lo. 

— Peeta, eu não acredito! Eu…! Eu não sei que ameaça fazer, mas eu não vou sossegar e dormir em paz sem isso! Você deveria ser um pouco mais prestativo!

Ri, abafado pelo travesseiro. Tiro o travesseiro de seu rosto e acerto outro tapa em seu braço.

— Katniss, são 2 da manhã, você vai sobreviver! Quem não vai sou eu se você continuar assim — responde, pegando o travesseiro da minha mão. — Amanhã pela manhã você terá meu melhor, mas meu bem, eu estou exausto. Fiz bolos de casamento e fui três vezes andando da padaria até a estação. Eu estou muito cansado.

Suspiro, com um grande sentimento de derrota. Vendo minha expressão caidinha, me puxou para o seu lado e me deu um simples selinho, me acomodando de volta em seus braços. Começou a fazer carinho em meus braços, para cima e para baixo, mas isso acabou me dando outro tipo de fome.

Me inclino para beija-lo novamente.

— Espero que pelo menos para isso você possa aguentar — murmuro, puxando minha blusa e ele sorri.

— Você sabe que eu sempre aguento.

Peeta é um amante que me completa. É o meu porto seguro, mas dentro do quarto é a gasolina para todo meu fogo. Preciso confessar que foi uma grande surpresa, pois ele é tão bondoso e gentil. Completamente diferente de quem marca meu ombro e coxas com sua boca ou mãos se eu der tal autorização. Bem, eu nunca nego, então…

Me coloca por cima, enquanto está com as costas encostadas na cabeceira e eu não encontro problemas pela minha condição. Seus braços guiam o caminho ideal sem dificuldades, e eu me desmonto com tanta facilidade que dou uma risada, acompanhada por ele. Peeta traça um caminho invisível mas completamente relaxante e estimulante do pé da minha barriga, passando pelos meus seios com tanto cuidado, até a minha boca.

Tremo com seus toques no lugar que mais pede por ele, sentindo todos pelos do meu corpo ficarem arrepiados. Começa devagar, para não me machucar, mas eu não quero pensar muito nisso, apenas na sensação de estar preenchida, me mexendo, escondendo meu rosto em seu pescoço, com os olhos fechados. Sinto cada uma das investidas contra mim, e eu danço sobre ele, devagar, murmurando coisas que sei que ele gosta de ouvir. 

Puxo seu cabelo, aperto seus ombros, arranho suas costas e grito, mas pelas melhores razões. Suas mãos me empurram e trazem de volta, em movimentos certeiros que me fazem ficar tonta, rebolo em cima dele, usando a cabeceira de apoio, e logo ele fica no mesmo tom que eu. É na melhor das intenções suas marcas na minha perna, bunda, costas. Nenhum dos dois se incomoda. Ele termina de me inundar com o próprio prazer, me beijando devagar, ainda me puxando para me preencher, e eu transbordo. 

Fico cansada o bastante para nem conseguir me jogar ao seu lado, apenas nos desencaixo, em um suspiro sinceramente satisfeito. Peeta gentilmente me deita, arrumando uma almofada embaixo da minha coluna, então se deita de frente para mim. Nossas respirações completamente fora do eixo, o corpo todo grudado de suor, fios grudados no pescoço, mas aquele sorriso insuportável e bonito no rosto dele faz com que as coisas valham mais à pena.

(…)

No café da manhã, não me surpreendo com as inúmeras delícias de baunilha, incluindo um bolo com cobertura de açúcar. Ele não está presente, pois segundo o bilhete, possui muitas encomendas para entregar.

Estou aproveitando com toda paciência do mundo, mastigando devagar, porque são quase meio-dia e não pretendo almoçar, quando eu sinto. O bebê se mexe. A sensação é como se fosse um peixe dentro da minha barriga. O copo cai da minha mão, começo a chorar, sem saber o que veio primeiro. A médica avisou sobre isso, mas eu não estava nem um pouco pronta para esse tipo de experiência caótica e ensurdecedora.

Como eu vou conseguir dar conta, afinal?

Estou tendo um ataque de pânico. Vem mais forte do que imaginei que viria porque mal completou uma semana desde que eu tive uma grave crise de ansiedade que me colocou em desassociação. Estou com falta de ar. Muita falta de ar. A médica pediu para que eu me controlasse e buscasse respirar, não ficar tão agitada. Penso na única pessoa que entenderia e chegaria à tempo: Delly.

Percebo que estou com uma simples calcinha e uma blusa pequena, sem sutiã, marcando meus peitos grandes, o que é terrível para sair de casa. Não era minha intenção fazer qualquer aparição pública até o final da gravidez, mas é impossível. Piso nos cacos do copo, gemendo de dor, e a sensação do bebê se mexendo volta. Coloco uma mão na barriga, pressionando um pouco, e o bebê mexe outra vez, então coloco a outra mão também, como se segurasse a barriga. É assustador, não tem com o que comparar. Quero gritar, quebrar todos outros copos, mas sei que não posso.

Visto uma calça preta e uma camisa de Peeta que estava dobrada no sofá, pois ele tirou da máquina ontem pela noite. Não me importo com a combinação, saio um verdadeiro furacão dali. Para minha sorte, Delly estava bem na janela da cozinha limpando. Abriu um sorriso confuso ao me ver, saindo para me amparar. Devo estar uma completa bagunça.

— As crianças estão na escola, entre, ninguém deveria te ver em público assim, ainda mais agora — solto um soluço e desabo no pufe para calçar sapatos ao lado da porta. — Primeiro vamos cuidar dos seus pés. 

Ela não diz nada, embora seja tão falante. Quando termina o curativo, ainda estou chorando, embora um pouco menos histérica.

— O que aconteceu? — pergunta, se sentando cruzando as pernas na minha frente. O banco que estou sentada é confortável e bem baixo, onde dentro ficam os sapatos de sua família.

— O bebê mexeu. O bebê está mexendo. E agora? 

Digo, sentindo quase uma baba escorrer pela minha boca. É absolutamente péssimo ficar vulnerável dessa forma, mas não me restam muitas alternativas. Tudo o que posso fazer é esperar que ela dê risada, mas ela não o faz, pacientemente assente, e dá um sorriso.

— Sabe, ninguém é capaz de preparar a gente para esse tipo de coisa. Mesmo que conheçamos várias outras mães. Mas tudo bem, cada uma é uma. Você vai se sair bem, Katniss. E precisa se acostumar, daqui a pouco esse bebê vai estar dando chutes na sua costela, e você vai literalmente poder sentir os pézinhos na sua pele — diz, e faz carinho no meu pé sem curativo. — Quer um chá?

Assinto, trêmula, tentando respirar pelo nariz e expirar pela boca. Depois de 2 minutos enfim consigo. Minha ficha vai caindo aos poucos, e eu vou entendendo melhor o que se passou. Delly vai contando suas experiências com os seus meninos, me tirando boas risadas. Ela mesma busca as coisas que Peeta preparou mais cedo, e então comemos tudo juntas enquanto ficamos na sala de sua casa. 

Foi muito bom ter vindo fazer companhia. Ela é uma pessoa extremamente mais agradável agora que temos a maternidade como algo em comum. Quando percebi, já estava ajudando a juntar os brinquedos que os meninos espalharam pela casa e com um sorriso sincero no rosto enquanto ela aspirava.

— Deve estar quase na hora de Peeta e John voltar, eu o pedi para trazer as crianças. Bem, você não pode ficar com essa roupa que está usando.

Concordo, sem me incomodar. A blusa é muito bonita, mas não é charmosa como se fosse uma das blusas sociais de Peeta, que tem os botões e listras. Ele tem um bom porte, por gostar de se exercitar junto comigo, além de todo o trabalho na padaria. Porém, eu tenho apenas ganhado corpo desde o teste positivo para gravidez. Está marcado ao ponto que quase duas semanas atrás, quando eu estava no Distrito 4, com apenas 12 para 13 semanas, algumas pessoas me fotografaram e gravaram em diversos momentos com a mão na minha barriga. Não tenho mais como esconder, todo mundo já sabe.

— Eu tenho algumas roupas e você pode ficar com elas. Bem, são poucas porque eu sou mais alta e tenho mais corpo do que você, mas serão úteis. São muito confortáveis.

Me leva até seu quarto, é interessante como um mesmo modelo pode ficar tão diferente dependendo de quem está nele. O padrão de quarto em todas as casas na Vila dos Vitoriosos é bem similar, porém ela e seu marido possuem um canto no quarto que é apenas para as crianças. Tem um pequeno quadro negro, com giz de cera preto, além de uma piscina de bolinhas. 

Em cima da cama, pisca-piscas coloridos e trêe travesseiros para cada um dos dois. É um quarto com bastante personalidade, é legal. O meu e de Peeta é bem preservado, mas toda customização veio da parte dele, que pediu para que eu citasse 4 coisas que eu gosto. Assim, ele as pintou e colocou quadros em alguns lugares do nosso quarto. Minha contribuição são velas cheirosas que acendo todas as noites antes de dormir e apago ao acordar, tanto no meu lado da cama quanto o dele.

Mas vendo o quarto de Delly, senti vontade de colocar mais coisas que tragam personalidade ao nosso, ainda mais com um bebê à caminho.

— Tenho 2 macacões, 5 blusas e 3 calças com esse elástico que deixa bem mais confortável. Ah, tenho essa jardineira pantacourt para você usar agora.

Imediatamente peguei a jardineira verde musgo. Os macacões são deslumbrantes, com desenhos de flores e frutas, muito bonito, mas o verde chamou minha atenção.

— Delly, eu realmente não sei como te agradecer. Você me deu o ultrassom, além dessas roupas que são tão lindas — fico emocionada, ao vestir e me caber perfeitamente. Tenho certeza que Peeta precisará me tirar dessas roupas para lavar ou todos os dias eu vou ficar usando.

Claro, estão largas, mas em breve não estarão tanto assim. Caibo de maneira que fica descontraída, mas não o suficiente para demonstrar que sou amistosa caso se aproximem de mim.

Dei um abraço apertado e sincero em Delly, agradecendo mais uma vez por todo seu cuidado. Fiquei mais calma, de tal ponto que não me assustei dramaticamente ao sentir o bebê se mexer novamente, na verdade, fiquei mais tranquila.

Tentei planejar uma justificativa para Peeta, quando chegasse e visse a cozinha com a louça do café e as roupas amarrotadas no sofá. Mas não consegui pensar em nada, apenas limpar o chão onde derramei suco e o copo esfarelou. Antes do que minha mente havia me preparado, ele chegou. Felizmente, eu já havia acabado de limpar o chão e estava acabando de empilhar de forma organizada as roupas que ficaram no varal.

— Cheguei, meu bem — diz, em um bocejo cansado. — Como você está?

Coloca a chave no aparador que fica ao lado da porta, depois de tirar os sapatos. Ele está com um pouco de açúcar de confeiteiro na bochecha, e a ponta de seus dedos, em um verde claro e também rosa. O casaco azul que ganhou de Effie o serve tão bem, que é motivo de sentir ciúme por ele ficar tão bem vestido com tanta facilidade.

Seu cansaço é grande. Antes de ir trabalhar, ainda deixou muitas coisas prontas para mim, conforme eu havia pedido. Dou um sorriso, e simplesmente vou abraça-lo. Fecho meus olhos, bem apertado, da mesma forma que o aperto contra meu corpo, apenas para ter certeza que eu o tenho em meus braços.

Se surpreende, com uma risada, sem levar mais de meio segundo para me abraçar de volta. Beija o alto da minha cabeça.

— Você está linda com essa roupa. Visitou Delly ou recebeu alguma encomenda?

— Eu senti o bebê mexer. Quatro vezes hoje — digo, sem pensar em outra coisa. Não consigo planejar nada. Sou tão ruim nisso. Mas ele sorri brilhante, beijando o alto da minha cabeça.

— Podemos usar o ultrassom? — assinto, mas não me movo nem um centímetro para sair de seus braços. — Sabe, você precisa me soltar…

Suspiro, e assim faço. Ele pega meu rosto com suas mãos quentes, e faz um carinho suave nas minhas bochechas com os polegares. Dou um sorriso, que vira uma risada.

— Seu rosto está com algumas pintinhas, parece sardas, mas está linda. 

— Como você reage assim? Eu tive um ataque de pânico péssimo, depois daquela crise horrível que eu tive — confesso, segurando suas mãos tão fortes e delicadas. Meus olhos enchem de lágrimas só de pensar no sentimento de novo. — Confesso que fiquei tão desesperada, só pensei que Delly poderia me ajudar.

— E ajudou? — assinto, soltando suas mãos para secar as lágrimas que escorreram antes que eu pudesse pensar. — Você fez o certo. Vem, deita no sofá, depois eu arrumo a sala e coloco a louça na máquina de lavar-louças.

Assinto, me deixando ser envolvida por seu amor e cuidado delicado. Subi a blusa e desci a roupa até minha cintura, cobrindo meus peitos com o braço, já que não estou usando um sutiã. Ele deu um sorriso tão doce, que meus olhos se encheram de lágrimas só por vê-lo. Não tive nenhuma mudança drástica além do peso, mas hoje estou mais sensível.

— Você sempre vai ser a pessoa mais linda. Eu realmente gostei muito dessa roupa. Pode pedir para Effie mandar, tenho certeza que ela não vai pensar nem duas vezes em fretar um vagão de trem transbordado de macacões.

Assenti, dando uma risada no final, enquanto ele passava o gel, e me dava a tela onde aparece o bebê. Minha mãe nos ensinou como usar e Peeta anotou tudo cuidadosamente.

— O bebê mexeu pela primeira vez quando você estava fazendo o quê? — pergunta, encostando o aparelho na minha barriga. Dou um pequeno grunhido de dor, porque incomoda muito. — Desculpa, meu bem. Eu estou anotando as coisas.

Balanço a cabeça, o acalmando, tocando em seu braço. Felizmente em casa posso fazer isso sem estar totalmente deitada. Eu estou sentada confortavelmente, e com minhas pernas apoiadas em um puff. Butter aparece, indo para o colo de Peeta, que está sentado no chão, de frente para mim.

— Eu estava comendo, mas depois eu estava conversando com Delly e senti de novo… é muito do nada e… ah! — viro o aparelho para que ele veja. — Mexeu! Eu senti!

Peeta fica com os olhos em um profundo tom de azul, e logo vem as lágrimas pesadas, com um dos seus sorrisos mais lindos e inesquecíveis do mundo inteiro. Sorrio, com um sentimento de que nada nessa nossa bolha pudesse dar errado.

— Isso é mesmo real? Olha como está se mexendo! — ele balbucia, um pouco trêmulo, olhando para a tela, mexendo com cuidado no aparelho para visualizar melhor nosso bebê. — Aquela é a mão, olha!

Nosso bebê. A ficha é difícil de cair. Não acredito que pensei que estava arrependida… esse é um dos melhores sentimentos que eu já senti.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, tudo eu faço com muito carinho



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