A Vida de Alice escrita por Lari_pink, Na_Cat


Capítulo 6
Adaptação


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!
Nos falamos lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/81107/chapter/6

O convento para qual Alice foi mandada era um Internato-Escola para meninas e também um Internato para formação religiosa, para moças que optavam pela vocação.Alice fora  internada no prédio escolar.

Sua primeira semana foi muito difícil, chorava muito, tinha noites insones e não conversava com ninguém.

No domingo recebera sua primeira visita: Sua mãe, irmãs e Célia à esperavam no pátio ensolarado.

- Allie! – Annye gritou e correu para seu encontro.

Alice usava um vestido de gola alta, preto, de mangas 7/8 que passavam da altura dos cotovelos, e a saia ia até o meio de suas canelas. Esse era o uniforme do convento, para ambos os Internatos. Tudo absolutamente recatado, como deveria ser.

 Alice andou a passos lentos até a irmã. Apesar de feliz por vê-la, estava muito cansada. As noites insones e as crises de choro estavam deixando-a  sem energia. Estendeu os braços na direção de Annye que sem demora deu-lhe um abraço reconfortante.

- É muito bom estar com você Ann!

- Ah Allie, sinto tanto sua falta.. – a caçula falou com os olhos marejados. Foi o suficiente para que o choro de Mary Alice recomeçasse.

Célia adiantou-se de Elizabeth, e abriu os braços para a menina, que ainda abraçada a Annye encaixou-se nos braços da ama.

- Minha menina, o que há? Por que está tão abatida? – Célia perguntou analisando o rosto frágil e pequeno de Alice, que agora trazia duas grandes olheiras, e estava pálido.

Alice, sem responder o que a ama perguntou, desfez-se do abraço dela e encarou a mãe:

- Mamãe, por favor...- as lágrimas escorriam por seu rosto.- Me deixe voltar pra casa?!

Elizabeth , respirou fundo, e falou com a voz dura:

            - Mary Alice, por favor..Não comece com isso! Não acredito que você não esteja aprendendo nada de bom aqui, e que não tenha feito novas amizades. Para que quer voltar? Nós não combinamos que você ficaria aqui até se recuperar? Aproveite sua estadia aqui no Internato para aprender tudo que puder, e conhecer novas garotas de nossa sociedade. – a mãe encerrou a conversa de forma ríspida e autoritária.

Alice não insistiu, apenas continuou chorando. Célia e Annye tentavam distraí-la. Amélie e a mãe ficavam apenas sentadas, assistindo-as. O horário de visitas correu sem que percebessem.

            -  Quando vocês voltam? – Alice perguntou com a voz novamente embargada, seu peito doía por saber que não iria para casa.

            - Voltamos em 15 dias.. As visitas só acontecem a cada duas semanas! – Elizabeth falou em uma voz sem emoção.

            Era absolutamente incrível, mas a mulher não se sentia culpada, sequer sofria por estar longe da filha. Elizabeth nunca fora apegada à menina, e só o que sentia era alívio.

            - Ah.. – Alice choramingou. – Eu entendo! Mas vocês virão mesmo, não é?

            - Claro menina!Estaremos aqui... – Célia se antecipou.

A despedida, foi mais uma vez dolorosa. Alice tentava se convencer de que os dias passariam rápidos, e que a próxima visita não tardaria a chegar.

 

            Os dias correram rapidamente, e após a visita da família Alice sentia-se um pouco mais calma. Já se alimentava melhor, conseguia dormir, e até aproximou-se de algumas garotas de sua  idade. Com uma em especial, Phillipa , Alice fez mais amizade. Elas tinham todas as aulas juntas, e deram-se bem desde o primeiro momento.

No Internato-Escola eram ministradas aulas comuns, de conhecimentos gerais, e no período da tarde aulas de etiqueta, corte-e-costura, bordado, pintura, entre outras coisas que preparavam uma mulher para ser uma boa dona de casa, e esposa.

Alice se encantou por corte-e-costura. Era a única aula em que ela conseguia esquecer de todos os seus problemas, de todas as suas tristezas. Era uma aluna excepcional em sua turma, com todo talento e vocação para MODA.

As duas semanas de espera para a nova visita, passaram mais rápido do que Alice imaginou.Isso era bom, pois apesar das novas companhias, ela se sentia vazia, longe de sua família.

 

*****

 

Já faziam quase três meses que Alice estava no convento, e sua mãe e Amelie não compareceram nas ultimas três visitas - sempre com desculpas de afazeres domésticos, e de cuidados com o prefeito.Apesar de chateada, a menina se contentava, pois Célia e Annye nunca faltaram em uma visita sequer. E tê-las por perto acalentava sua solidão.

            Naquele domingo não fora diferente, quando Alice apontou no pátio, Annye correu para ela,abraçando-a.

Conversaram animadas, enquanto desfrutavam do bolo que Célia preparara especialmente para Alice: bolo de laranja, seu preferido.

Quando Annye se afastou brincando com outras garotas, Alice confidenciou para Célia, que os pesadelos voltaram:

            - Dessa vez, eu sonho que estou sendo perseguida... Alguém corre atrás de mim, mas não consigo ver quem é! Eu fico muito angustiada, grito muito, mas ninguém me ouve. E então eu chego em um lugar que só há escuridão, e então meu corpo começa a esquentar, um calor toma conta de mim, sufocante, até que enfim, eu acordo... – os olhos dela marejaram ao relatar a ama a fonte de seu sofrimento.

Sem hesitar, Célia puxou a menina para seu colo, e afagou seus cabelos, tentando acalmá-la:

            - Allie, querida! Esse pesadelo deve ser pela falta de casa. Quando você se acostumar com a vida aqui, você voltará a ter sonhos bons....você verá! – beijou-lhe a testa e continuou – Não se preocupe, se apegue á Deus e não se esqueça: nunca conte a ninguém.

            - Eu tenho sorte porque não acordo mais gritando, então ninguém percebeu... – a menina sussurrou, se apertando mais no abraço de Célia.

 

            Na visita seguinte, quando Célia chegou sozinha, veio a notícia ruim; Elizabeth não permitiria mais que Annye fosse visitar Alice. A desculpa era que a menina tinha outras coisas a serem feitas, e quando sobrasse tempo, ela poderia ir.

Aquilo só serviu para aumentar a tristeza de Alice, e foi como o estopim para mais noites infestadas de pesadelos. E sendo assim, foi impossível ignorar que o assunto chegasse á conhecimento da Madre Superiora. Ela então, ordenou que a menina fosse mudada de prédio, e passasse agora para o Internato-religioso. A Madre acreditava que com mais disciplina e dedicação os sonhos cessariam..

Em vão...

 

*****

 

 

            Em uma das visitas de Célia, ela notou o quanto Alice estava cada vez mais desgastada e abatida. E como se tudo já não fosse ruim o suficiente, as visitas agora limitavam-se à uma por mês. Em cada visita, a ama sentia seu peito apertar de dor. Sua vontade era tirar sua menina dali de qualquer jeito, mas não havia saída. O que mais a frustrava era o desinteresse dos pais de Alice: Orlando, nunca fora visitá-la,alegava que além dos muitos compromissos com a prefeitura, não agüentaria ver a filha e não poder trazê-la para casa. E Elizabeth, arrumava toda e qualquer desculpa para não ir, quando confrontada dizia apenas: “- Tenho mais duas filhas com quem me preocupar! Mary Alice está sendo bem cuidada.”. E assim os meses iam passando, e a menina ficava cada vez mais, á sua própria sorte.

 

 

*****

 

            Alice acordou atordoada. Olhava em volta, tentando ajustar-se a claridade intensa do local que estava. Quando fez menção de sentar-se, percebeu que seus braços estavam amarrados na cama. Puxou-os com força, tentando desvencilhar-se deles.. foi inútil!

            - Por favor...alguém me tire daqui! – Chamou alto, e o choro estava eminente em sua voz.

Nenhuma resposta.

Lutou contra as amarras violentamente, até cair exausta na cama. O choro escorria por seu rosto, molhando o travesseiro.

Adormeceu..

Acordou já era escuro, mãos soltavam suas amarras, e gritava para ela: - Corra Alice! Corra muito... e não olhe para trás!

A menina saltou da cama, e mesmo fraca, lançou-se a toda em um corredor, e correu com todas suas forças. Enquanto corria, ouvia uma gargalhada maligna ecoar pelo corredor, e ela apressava seus passos. Entrou em um quarto tentando se esconder.Fechou a porta atrás de si , quando virou-se para encarar o quarto escuro,suas pernas fraquejaram de medo,e seus joelhos cederam, a levando ao chão. Ela sentia o quarto rodar, e tudo tornar-se turvo. E então, um calor intenso tomou conta de cada pequena parte de seus corpo. Alice agonizava, e seu corpo se contorcia de dor em meio ao calor esmagador, quando abriu a boca, um grito aterrorizado escapou por seus lábios...

            - AAAAAAAHHHHHH – Alice sentou-se na cama, seu corpo tremeu com a brisa fria da madrugada em contato com o suor que ensopava seu pijama. A freira que dormia em seu dormitório veio em sua direção.

            - Outro pesadelo Mary Alice? – a freira foi enérgica. Alice apenas balançou a cabeça em sinal de afirmação, enquanto as tão freqüentes lágrimas corriam por seu rosto. – amanhã conversaremos com a Madre Superiora. Não agüento mais isso. Tem algo de muito errado com você...

Alice tremeu novamente ao ouvir aquelas palavras. Se encolheu em sua cama, abraçando os joelhos, e chorou em silêncio o resto da noite. O temor e as preocupações que invadiam seu coração tão jovem, eram uma constante em sua curta vida.

            A conversa com a Madre Superiora – diretora responsável do convento- foi dolorosa. Alice não conseguia dizer nada, só remexia as mãos inquietamente, até que a Madre inquiriu desde quando ela tinha esses pesadelos. A menina, inocentemente contou tudo que já havia sonhado, e como na maioria das vezes, inevitavelmente os sonhos se realizavam.

A  diretora ouviu a tudo, atentamente, quando Alice terminou ela estava horrorizada. Dispensou a menina, e mandou convocar sua mãe imediatamente. Um mensageiro foi enviado à fazenda dos Brandon, e no final da tarde, Elizabeth estava no corredor da diretoria, esperando para ser atendida.

            - Sra Brandon, a Madre lhe pediu que entrasse. – anunciou uma freira que era secretária.

            - Com licença, Madre.

            - Sente-se e acomode-se Sra Brandon, acho que nossa conversa será longa.- a diretora gesticulou para uma poltrona em frente a sua mesa.

            - Pode me chamar de Elizabeth, senhora.

            - Prefiro manter as formalidades, Sra Brandon. E o assunto que trataremos é muito sério.

A diretora relatou tudo que acontecera naqueles meses. Contou como os pesadelos de Mary Alice eram freqüentes, de que ela sempre acordava muito agitada e isso assustava as outras internas e freiras também. Explicou como tentaram contornar a situação,sendo mais rígidas em suas obrigações . E nem mesmo toda ajuda espiritual lhe serviu de amparo. Seus pesadelos eram cada vez mais assustadores.

            Elizabeth ouviu a tudo estarrecida, e não encontrou forças para mentir para a Madre. Desabafou-lhe tudo. Contou como sua filha sempre fora assombrada por esses pesadelos, e explicou de todas as formas que tentou livrar-lhe desse mal, inclusive a internação no convento.

            - Bom Sra. Brandon, acredite a senhora, que em todos os anos que dirijo esse Internato, essa não é a primeira ocorrência de um caso assim.

            - Oh! – Elizabeth levou a mão à boca, soltando um gemido de frustração e assombro.

            - Com certeza não é! – a Madre prosseguiu. – A única solução que posso indicar-lhe, pode lhe parecer drástica demais.

            - Diga-me senhora. Qualquer coisa... Não agüento mais esse martírio! Não sei porque Deus me deu essa filha como castigo...

            - Sra. Brandon, eu gostaria que não envolvesse o nome do Nosso Senhor. – a mulher balançou a cabeça envergonhada. – O problema de sua filha, não é espiritual...

            - Não? E o que seria então?

            - Eu sinto lhe dizer isso – a Madre prosseguiu sem se abater, afinal, como dissera, aquela não era a primeira vez que passava por um problema assim. – Mas acredito que o problema de sua filha seja mental.

Elizabeth empalideceu, nunca cogitara aquela hipótese.Procurou por sua voz, e balbuciou, gaguejando:

            - E como devo agir agora?

            - A senhora deve levá-la á um especialista. Eu posso indicar algum se desejar.

A mãe de Alice, apenas movimentou a cabeça, em um misto de incredulidade e afirmação

A Madre lançou-lhe um último lugar, então escreveu em uma folha de seu bloco de anotações, um nome e um endereço, dobrou-o e estendeu para Elizabeth, que o segurou com a mão trêmula.

Com o coração aos pulos, abriu o papel sem delicadeza. Seus olhos arregalaram-se ao ler o que estava naquele papel.

            - Não se preocupe! – a diretora falou com voz firme. – Eles são discretos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Recado das autoras:

1) Ok! Não nos matem!

Realmente não conseguimos cumprir datas! Estamos trabalhando MUITO! E como nós trabalhamos juntas..então.. Estamos as duas sem tempo!

Esse capítulo demorou, mas saiu!

As fortes emoções ficam pro próximo capítulo..onde Alice será mandada, enfim, para o sanatório !! Então meninas: preparem os lencinhos! Em breve estaremos de volta...

2)OBRIGADA às novas leitoras: Myn_Cullen , ReginaFreitas e Liblika ! Que bom que vocês estão gostando da nossa fic !! Valeu pelo review! J

3)*Recadinho especial*

GraziHaleCullen  OBRIGADA pela indicação! Nós surtamos aquiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

Você é uma fofa!Mil vezes obrigada! ♥

Lembrem-se DEIXEM review! Eles são nossa inpiração!

Beijos AMAMOS vocês!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!