A Vida de Alice escrita por Lari_pink, Na_Cat


Capítulo 5
A triste partida


Notas iniciais do capítulo

Meninas!
Peguem os lencinhos... Eu (Lari_pink) chorei escrevendo, A Na_cat chorou quando betou, e acho que vocês ficarão emocionadas!



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Columbus,Março de 1911.

Há algum tempo Orlando vinha se preparando – sob a influência de seu pai – à candidatura de prefeito da cidade.

Por ser um empresário muito conhecido, e de uma família de classe alta, era um candidato muito bem aceito entre os eleitores.

Sua campanha eleitoral foi simples,e muito bem quista.Em pouco tempo, já era o nome mais cogitado da pequena e interiorana cidade.

                Faltando apenas duas semanas para a eleição, Alice –agora com 9 anos – tivera outro daqueles sonhos e comentara com a mãe e com as irmãs. Dessa vez, fora um sonho bom, onde o pai ganhava a eleição, com muita vantagem sobre os outros candidatos.Mesmo assim deixou Elizabeth ressabiada. A cada mês que se passava, a cada ano, os sonhos de sua filha eram mais freqüentes.

                Quando mais uma vez o sonho de Mary Alice se confirmou,a mãe da menina começou a pensar em alguma alternativa de contornar a situação. Ela já havia mandado benzer, colocado a menina de castigo,e até mesmo tinha lhe dado umas boas palmadas. Além de dizer que não acreditava em nada do que ela lhe dizia. Nada daquilo surtia efeito, e ela estava ficando desesperada.Com Orlando como prefeito, eles  estariam em evidência o tempo todo, e as loucuras de Alice não seriam toleradas pela sociedade rígida em que viviam. Aquilo não seria visto com bons olhos, e poderia refletir diretamente na carreira política do marido.Ela precisava tomar uma providência...

 

*****

                Alguns meses se passaram desde que Orlando assumira o cargo de prefeito de Columbus. Em casa, Elizabeth não tinha outro pensamento senão Alice e seus sonhos estranhos. Depois de muito pensar, lembrou-se de uns parentes que viviam em uma cidade mais distante, em outro Estado.A idéia era mandá-la  passar um tempo lá.Quem sabe, longe da família o problema dela, desapareceria.

Elizabeth custou muito a conseguir convencer Orlando,já que ele era tão apegado à menina, mas ela alegou que Alice precisava de descanso, tomar novos ares. Em todo caso, ele estava tão atarefado com a prefeitura que por fim, ela conseguiu persuadi-lo.Ficou decidido que ela passaria alguns meses lá.

O dia da despedida foi extremamente triste.Alice sentia que estava sendo castigada por algo que fugia ao seu controle,Annye chorava muito, acompanhada de Concheta – que abominava a idéia – ela sabia que a menina era especial, e o que ela possuía um dom,um presente, e não uma maldição, como tantas vezes Elizabeth falara.

Amelie sentia-se radiante, mas não demonstrava.Fingia estar triste e até simulou um choro.Orlando, apesar de entristecido, cumprimentou-a brevemente, e seguiu para a prefeitura.

Os meninos dos Brown também estavam ali. Elizabeth consolava a todos, garantindo que seriam por poucos meses, e que em breve ela estaria de volta para a Ação de Graças.

Enfim  chegou o momento da carroça que as levaria para a ferrovia, partir. Célia fora encarregada de ir com Alice, para cuidá-la.Afinal ela nem ao menos conhecia esses parentes que iria visitar.

A menina ficou acenando da carroça, até perder a família de vista...

                - Não chore pequena..- Célia  afagava os cabelos de Alice que chorava debruçada em seu colo.- Vai ficar tudo bem!

O problema é que nem mesmo ela conseguia acreditar em suas palavras de conforto.

*****

 

                Finalmente,era véspera do feriado de Ação de Graças¹ e Alice e Célia estava em viagem de volta para casa. O dia estava anoitecendo quando elas finalmente chegaram na fazenda acompanhadas de Ernesto, que havia ido buscá-las na estação:

- ALLIEEEEEE!! – Annye correu para abraçá-la – Que saudades!

- Annye! – Alice abraçou a irmã mais nova, que já estava do seu tamanho.

Mary Alice passou pelos braços de toda a família,em cumprimentos. Inclusive por Amelie,que  não estava contente com a volta da irmã, já que em sua ausência ela voltou a ser o centro das atenções.

                - Allie, tenho tanta coisa para te contar.Aprendi tantas coisas novas – Annye relatava animada – E amanhã o Bill e o David vão vir almoçar conosco.Não é legal?

A conversa seguiu animada.Orlando chegou do trabalho e ficou radiante ao reencontrar sua filha querida.Enquanto eles conversavam, Elizabeth chamou Célia na cozinha para conversarem em particular:

- Então Célia, como foram esses meses? – Apesar de se comunicarem por carta e mensageiro, a mulher estava interessada nos detalhes, já que a empregada tocara raras vezes no assunto dos pesadelos.

-Foram muito proveitosos senhora. A menina Alice se divertiu muito, conheceu e aprendeu muita coisa. Ela deu-se muito bem com a sua tia :  mesmo ela já tendo mais idade. A Sra. Carmem dizia sempre que Alice, alegrava a casa.

- Tudo bem Célia! Agora quero saber sobre aquele outro assunto! – Elizabeth falou seriamente, fitando a ama.

- A senhora se refere aos pesadelos? – Elizabeth limitou-se a assentir.- Bom, não aconteceram mais... – Célia desviou o olhar.Mas a mulher percebeu:

- Tem certeza Célia? Mais nada?

- No começo ela tinha pesadelos, acordava chorando – ela engoliu em seco – mas não eram como aqueles, era só um sonho ruim mesmo.Ela sonhava sempre que estava em um quarto escuro.Depois de um tempo, não aconteceu mais. Acho que ela sentia falta de casa, apenas...

- Vou acreditar em você Célia, e conversar com Orlando. Se ela está melhor podemos trazê-la para casa.

- Sim senhora.

O resto da noite prosseguiu em conversas amenas,na hora de dormir, o casal Brandon conversava no quarto,preparando-se para dormir,quando Elizabeth iniciou o assunto sobre a filha:

- Orlando,conversei com Célia, e Alice está mais tranqüila,sente-se melhor. Acho que ela não precisará mias ir à casa de Tia Carmem.

- Para mim, é uma notícia maravilhosa Liz,você sabe como eu sinto falta dela aqui em nossa casa! – Orlando afirmou.

- Eu sei Orlando, mas fora necessário que ela descansasse um pouco...

- Está certo Liz, eu estou muito contente que ela voltou. Não vamos mais discutir por esse assunto. – o homem falou, dando o assunto por encerrado.

 

                O almoço de Ação de Graças correu muito bem, os Brandon estavam acompanhados dos Brown e a felicidade pairava no ar...

 

*****

Um ano e meio depois...

                Maio de 1913.

 

                Desde que Alice voltara para casa, os seus sonhos não foram mais comentados com a família. Mas isso não significava que eles não mais aconteciam. Só que quando estivera em viagem com Célia, a ama conversou muito com ela, e a aconselhou a não mais contá-los para a família.

“ – Pequena sua mãe não entende que você é especial. Essas coisas são um presente de Deus para você.Não se deixe abater, não se odeie,nem se culpe...Quando você tiver esses sonhos ruins, conte para mim.Eu sempre estarei ao seu lado! Sempre terá meu colo disponível..Você é como uma filha para mim Allie!”

 

E assim foi desde que retornaram, quando acordava no meio da noite,corria deitar na cama de Célia, que estava sempre pronta para ampará-la.

Os pesadelos se repetiam nos últimos tempos: 

ela sonhava que estava sempre em um quarto escuro,sozinha, chorando muito.Era só sofrimento. 

Sempre acordava suada,muito nervosa, angustiada e chorando.

 

 

 

                Então em uma semana calma do mês de Agosto, um fatídico acidente com o primogênito dos Brown aconteceu. Brincando próximo aos trilhos do trem, perdera a vida.

Todos ficaram arrasados em ambas as famílias. Marta Brown, enclausurou-se em seu quarto, fechando-se do mundo,em seu luto.

Novamente, o sonho de Alice se confirmou,e dessa vez fora inevitável  ocultar o pesadelo, de sua mãe.

Quando anoiteceu, o pai de Alice chegou em casa. Cumprimentou as filhas, que estavam inconsoláveis, quando ouviu a esposa lhe chamar:                 - Orlando,precisamos conversar...

- É necessário que seja agora, Elizabeth? – ele a interrogou sério. – Estou muito cansado. O dia foi complicado, a ausência de Willian na prefeitura, me deixou muito atarefado, além de que o que aconteceu aos Brown já é triste o suficiente. Não gostaria de mais problemas agora.Tudo que preciso é de uma boa noite de sono...

- Sinto muito, Orlando! Eu também estou sofrendo por causa de Bill. Marta é muito minha amiga, você sabe. E é muito difícil vê-la passar por esta dor. E o menino era como um filho para mim também. – ela retrucou nervosamente. Não queria adiar aquela conversa nem mais um dia.

- Senão há outro jeito, prossiga então. – o homem suspirou derrotado.

- Vou mandar Mary Alice para um convento! – falou de suma só vez, encarando-o firmemente nos olhos.

- O que? – o marido se exaltou. – Você não vai tirá-la de casa novamente.

- Eu já tomei minha decisão! – a mulher afrontou o marido. Uma atitude inédita até então.

- Você enlouqueceu Elizabeth? – Orlando gritou, iniciando uma discussão.- O que há com você?

- É necessário Orlando! Coisas estranhas acontecem com nossa filha,sem que você se dê conta!

- Você é quem me omite as coisas Elizabeth.Tudo relacionado ás minhas filhas me interessa.

- A esposa deve poupar o marido de aborrecimentos, Orlando!Assim eu fui criada. Como mãe devo me responsabilizar por tudo que envolve as minhas filhas.

- Não me interessa como você foi criada! Eu quero saber de tudo! – ele estava aos berros já.

- Não venha me cobrar as coisas Orlando! Você vive para o trabalho,sempre fora assim. Pois agora agüente as conseqüências e respeite minha decisão.

- Eu não vou tolerar isso Elizabeth.

- Orlando, me escute.. – ela ponderou a voz, afim de convencê-lo – Alice sofre de sérias crises emocionais, e eu não sei mais o que fazer para ajudá-la. Ela tem muitos pesadelos.. – Elizabeth optou por omitir que os pesadelos aconteciam – E acorda sempre muito angustiada! Ela já não se alimenta bem,não consegue dormir. Esse comportamento dela me assusta. Veja, o convento não é um lugar ruim. Ela aprenderá muitas coisas, e será muito bem tratada.

- Eu não sabia de nada disso. Eu não quero que a minha filhinha sofra. – Orlando disse com os olhos marejados.

- Confie em mim querido. – a mulher se aproximou, colocando a mão em seu peito – Será melhor para nossa filha. Será melhor para nossa família.

-Como? Como pode ser melhor para nossa família, se estamos privando uma de nossas filhas da convivência com os pais e com suas irmã?. Como ela poderá estar melhor, longe do apoio do lar?

                - Ela nunca estará desamparada, Orlando! Poderemos sempre visitá-la. – ela falou suavemente – Querido, se  esse problema de nossa filha,vier a conhecimento alheio, poderá manchar o nome de nossa família.Pense nisso! Você é o prefeito dessa cidade.

                Orlando, rendeu-se abatido. Sentia um aperto no peito, por deixar sua garotinha partir.Mas a esposa tinha razão, ele adquiriu um compromisso quando assumiu a prefeitura de Columbus. Ficou decidido que ela partiria em dois dias.

Nessa mesma noite, Alice acordou gritando. O sonho que estava se repetindo, veio com mais intensidade. Seu coração martelava no peito. Ela correu para cama de Célia, aos soluços. E dessa vez,a ama chorou com ela. A mulher sentia que alguma coisa estava prestes a acontecer.

 

LEIAM ESCUTANDO ESSA MÚSICA!!

                A notícia de que Alice se ausentaria definitivamente de casa,chocou a todos.

A menina e Annye choraram copiosamente.

                No dia marcado, a carroça esperava na entrada. Alice, não parava de chorar, os soluços faziam seu corpo pequeno tremer. Ernesto colocou as malas, na carroça, e aguardou.

                - Annye,promete que sempre vai me visitar? – abraçou a irmã, que também chorava.

                - Eu sempre vou ir te ver, e quando nós crescermos, eu vou te buscar Allie. – prometeu a menina. Elizabeth, acompanhava tudo impassível. E Amelie, não se dava ao trabalho nem de fingir. Permaneceu imóvel, próxima à porteira.Orlando  fora cedo para a prefeitura, disse que não agüentaria se despedir da filha. 

Célia não disfarçou as lágrimas que corriam livremente por seu rosto. Sabia que não era correto uma empregada demonstrar assim sentimentos. Mas ver Alice partir, era como perder um filho.

                - Por favor mamãe! Não me castigue! Me deixe ficar... – Alice implorou abraçando a mãe pela cintura.

- Mary Alice, por favor!Nós já tivemos essa conversa. – apesar da frieza, no fundo, Elizabeth estava aliviada. Ela sentia que aquela filha era um peso. Um castigo em sua vida.

- Mas mamãe...por favor! Eu não quero ir...

- Chega Alice! Pare com esse drama, mamãe já disse que é o melhor para todos nós! – pela primeira vez, Amelie se pronunciara.

- Vá Alice! Ernesto está esperando a tempo demais. No domingo, iremos te visitar. – a mãe depositou um beijo suave nos cabelos da menina, e empurrou levemente seu corpo para longe.

Célia agachou-se e estendeu os braços para a menina:

- Pequena! Eu irei te visitar sempre! Eu te amo muito! Não esqueça de mim nunca! – sussurrou  próximo ao ouvido da menina, e em seguida depositou beijos por todo seu frágil rosto. Alice abraçou-a forte pelo pescoço:

- Eu nunca vou te esquecer! Eu te amo também! Não se esqueça de mim.

Ela finalmente subiu na carroça. Correu os olhos pela fazenda, e olhou longamente para sua família.Tentando decorar cada um de seus rostos. Alice sentia que nunca mais os veria. Novas lágrimas verteram de seus olhos, e a carroça partiu...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

¹ - O feriado de Ação de Graças é celebrado na quinta-feira da 3ª semana de novembro, nos EUA.


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Notas finais do capítulo

Bom! Eu espero que vocês tenham gostado!
Foi muito dificil escrever esse capítulo.Foi triste!
Demos o melhor de nós, e desejamos que vocês gostem!
Esperamos reviews! E vocês que lêem e não deixam review.. Essa é a oportunidade! Eles são nosso incentivo! =D
Recado especial: bella_cullen12 >> Querida não esqueci de você viu?
BEIJOS com carinho pra todas vocês!
Nos vemos semana que vem..!