Hyun e Yeonju escrita por phmoreira


Capítulo 5
capítulo 5: caminho dos olhos




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Mais um dia se iniciava para Yeonju, assim que despertou esfregou seus olhos e ficou por alguns segundos olhando para a janela que estava entreaberta, as cortinas dançavam com o balançar do vento, ao lado da cama Haruki dormia um sono gostoso, o qual ela não queria interromper. se levantou, tomou seu banho e foi até a cozinha para fazer seu desjejum. na geladeira havia apenas ovos e um pouco de queijo e tempero. Era hora de fazer compras, havia estado tão ocupada com o trabalho, que esquecera de fazer o mercado. pegou uma fruta na cesta em cima do balcão e saiu. Enquanto pilotava, escutava nos fones de ouvidos um podcast sobre arte e cultura, algo que ele admirava muito. o trânsito estava bom e pode ver de longe Hyun atravessando o parque com sua bike nova. era nítido o quão feliz ele estava, ela gostava da forma como se sentia com isso, como se seu coração estivesse aquecido. Porém, não olhou o sinal fechar e por pouco não foi atingida por um caminhão que passava. desviou a tempo, mas precisou subir no meio fio. Assim que tudo se normalizou ela finalmente chegou ao trabalho, alguns minutos depois de Hyun. subiu o elevador, chegou ao seu local de trabalho e ali já estavam quase todos, algo a fez querer saber onde ele estava, tentou não se importar muito, mas era nítido que seus olhos corriam de um lado ao outro tentando ver onde ele podia estar. finalmente ele havia aparecido, voltava do refeitório com uma xícara de chá. chegou próximo de sua mesa, deixou o recipiente sobre a mesa e antes de se sentar comprimentou ela.

— Bom dia  Yeonju, como está?

— Bom dia! Estou bem e você?

— Estou bem, apenas quebrando a cabeça sobre o projeto.

Ela sabia que haviam poucos dias até que tudo fosse feito, ela também precisava fazer algo para seu projeto, havia só pensamentos vagos em sua mente para o vídeo, mas nada definido ainda.

— Já sabe sobre o que irá fazer?- perguntou ela.

— Não faço a menor ideia, muitas ideias mas nada parece ser bom o suficiente para emocionar o chefe. E Você? pensou em algo?

— Tenho algumas ideias, mas nada definido ainda.

— Bom, se não fosse abuso, gostaria de te chamar para almoçar, quem sabe poderíamos pensar em algo juntos.

Ambos não sabiam, mas a sensação no estômago havia aparecido logo após o convite. para Yeonju, ser convidada para almoçar parecia algo que ela gostaria de fazer, e não por ter apenas uma maçã como café da manhã, mas sim por quem fez o convite. para Hyun a sensação veio logo após o convite ser dito em voz alta, talvez ele apenas estivesse pensando nisso, não era algo que ele gostaria de ter dito para que ela ouvisse, não por não querer sua companhia, mas por não saber como se portar em uma situação dessas.

— Eu adoraria, seria bom ter com quem conversar no almoço.

A resposta o pegou em cheio de surpresa, não apenas por ela aceitar, mas por ficar impressionado por ela nao almoçar com muita gente, para ele, ela parecia ser o tipo de mulher que estaria rodeada de amigas que estaria conversando sobre alguma celebridade do meio musical enquanto almoçam, ou com rapazes a cercando querendo saber mais sobre ela. 

— Ok, podemos ir às 11 horas?

— Claro, onde pensou?

— O que acha da livraria?

— Perfeito!

— Então às 11.

— Combinado!

Ambos se viraram para suas mesas, ficando de costas um para o outro e olhando fixamente para o nada pensando que acabara de marcar um encontro talvez? não, não, era apenas um almoço de trabalho, apenas para tratar de assuntos do trabalho.

— Há, mais uma coisa! disse ele se virando.

— sim?

— O idiota do Taehyun ta por ai gravando o pessoal do escritório, aparentemente ele acha que vai conseguir a vaga fazendo um video sobre os funcionarios, algo que ele viu em the Office.

— Tudo bem, se ele passar por aqui eu dou apoio a ele.

— Bom!

— Bom!

A conversa parecia estar esfriando mais rápido que o chá de Hyun, então ele se virou antes que o clima pudesse ficar desconfortante. Até o almoço as horas pareciam voar, e a tensão entre eles aumentava. será que havia sido uma boa ideia pedir? pensava ele. Será que era prudente aceitar o pedido? questionava ela. finalmente o horário havia chego. Primeiro ele se levantou, pegou seu casaco e colocou sobre sua bolsa, em seguida se virou para ela que estava entretida com seus pensamentos e não reparou nele ali em pé. Hyun fez um pequeno som com a boca para tentar chamá-la de volta à nossa realidade. Ela finalmente despertou, ou pelo menos voltou a si, viu ele ali parado com a mão estendida. Era talvez a primeira vez em que ela o via daquela forma, alto, com cabelos castanhos escuros, um pequeno sorriso de canto, sua mão esticada, como se dissesse que não deixaria ela cair ou se machucar. Seu encanto parecia tornar tudo mágico, era a primeira vez em que era chamada para um almoço, mas no fundo para ela e talvez para ele, fosse de fato um encontro.

— Vamos? disse ele.

— Claro, desculpe, eu estava longe.

— Não tem problema, eu faço isso às vezes.

Assim que pegou em sua mão para se levantar sentiu sua mão quente, por mais delicadas que fossem, seu calor emanava entre os dedos e a palma da mão. não era um calor desconfortante, mas sim um calor acolhedor, como se combinasse com a sua mão, seu rosto… seu corpo.

Seu corpo inclusive, parecia mandar sinais para ela, também começará a esquentar, mas era cedo demais para isso, era cedo demais para qualquer coisa pois, afinal eles mal se conheciam. foi então que Taehyun tentando um close melhor, esbarrou na lixeira em sua frente, o qual claramente não viu pois estava com um olho fechado e o outro no visualizador da câmera.

— Esperem um pouco, ficou bom esse ângulo, fiquem aí parados! disse ele.

Ambos ficaram envergonhados e Hyun retirou sua mão rapidamente. Yeonju ficou parada por uma fração de segundos após ele tirar a mão, talvez por querer sentir um pouco mais daquele calor, mas assim que ele se desvinculou dela, ela também ficou envergonhada.

— Deixa de ser besta Taehyun!

— Qual é Hyun, tava fofo!

 

Hyun logo se dirigiu ao elevador, como se não estivesse confortável com tudo aquilo, Yeonju veio logo em seguida, sem dizer nada a ninguém, apenas entrou. 

Talvez os dois nunca tivessem prestado atenção na música de fundo do elevador, era uma versão simplificada talvez de algum bolero, um só conseguia pensar no outro e em como poderia dizer algo. o caminho até o lado de fora parecia longo, ambos em silêncio faziam com que a insegurança batesse. Hyun sempre teve vontade de arriscar coisas novas, a timidez talvez o fizesse mais preso, mas em seu interior ele queria novas oportunidades que o tirasse o fôlego, e talvez esse fosse uma delas. Yeonju  se dirigiu até sua moto, e não percebeu que ele vinha atrás, achou que ele iria de bicicleta, pois detestava andar de moto, mas ali estava ele, para a surpresa dela.

— Não vai de bicicleta?

— Não- respondeu ele e continuou- hoje vou com você.

 

Mais uma vez o frio tomou o estômago dos dois, mas durante o trajeto uma lombada fez Hyun segurar na cintura de Yeonju e isso agradou os dois. Ele já estava seguro e em equilíbrio, mas não quis se soltar. Ela podia sentir mais uma vez suas mãos quentes envolvendo-a agora em sua cintura, o que a deixava quente também.

 

O vento entre eles ajudava a talvez eternizar esse passeio em suas memórias, o perfume que vinha dela era extremamente reconfortante para ele. Fechou seus olhos para apreciar mais o perfume, sem perceber que cada vez mais seu rosto se aproximava da nuca dela, até chegar próximo o suficiente para que ela sentisse a respiração dele, que por sinal também era quente. Ela tentou se concentrar, afinal, estava pilotando, foi então que talvez o destino final estivesse rápido demais e ela quisesse aproveitar um pouco mais daquela sensação. Ele já sentia seu desejo crescer, ficaria difícil esconder quando descesse da moto, mas também ficaria muito na cara se ele ficasse ali sentado no banco do carona sem ela. 

 

Assim então os dois chegaram ao destino gastronômico, mas ambos não queriam sair dali. A moto parou, ela desligou o motor e as luzes, para ela, pelo menos fisicamente era mais fácil esconder o que sentia e desejava. deixou o capacete pendurado na moto e foi a vez dela estender a mão para ele. Ele demorou a se levantar e logo colocou sua bolsa sobre a cintura. ambos entraram, envergonhados talvez. assim que se sentaram um garçom veio logo em seguida e anotou os pedidos deles. Ela pediu carne, fritas e salada, enquanto ele escolheu salada, peixe e cogumelos. o silêncio era constrangedor, ambos queriam dizer muito mais do que imaginavam, ou pelo menos seus corpos queriam, mas suas bocas, por mais úmidas que estivessem, demonstraram um deserto de palavras e assuntos para puxar. 

Foi então finalmente que o silêncio havia sido rompido, quando os pratos chegaram.

— Bom apetite. disse ele.

— Obrigada, para você também. respondeu ela.

— Já sabe sobre o que deseja gravar? perguntou ela enquanto cortava a carne.

— Ainda não sei, não faço ideia o que poderia ser legal de se gravar.

— Quais suas ideias até agora?

 

Ele vasculhou em sua bolsa seu caderninho preto, o qual sempre usava para anotar ideias e compromissos, enquanto ela, continuava a tentar cortar o bife.

— Está aqui em algum lugar, espere! achei!

— Bom, pensei em focar em algo que ele e a diretoria gostem.

enquanto ele dizia, fora folheando as páginas e por um breve momento ela havia avistado algo que pudesse ser uma imagem.

— O que é isso? perguntou ela apontando a faca.

— Há, nada demais, só desenhos.

— Eu posso ver?

 

Ele ficou relutante em mostrar a ela, mas também gostaria de compartilhar com mais alguém aquilo que ele fazia.

— Talvez outra hora, mas me diga você, o que pensa em fazer?

— Primeiro eu gostaria de tentar cortar essa carne, que está extremamente dura!

— Realmente você está perdendo para o bife!

— O café da manhã deles é incrível, mas aparentemente o almoço nem tanto.

— Creio que devo concordar, mas estava me referindo ao vídeo, o que tem em mente?

— Pensei em fazer sobre as pessoas na praça, passamos por lá todos os dias e nunca paramos realmente para ver sabe.

— Parece ser algo legal, mas acha que será o suficiente?

— Hora, você está preocupado que eu perca ? pensei que éramos rivais.

Hyun quase engasga com o peixe, mas consegui engolir a comida e a vergonha.

— Bom, antes sim, mas agora… que vença o melhor, o que acha?

— Se este bife não participar terei mais chances de vencer!

— Tive uma ideia para o seu vídeo! responde Hyun.

— Que ideia?

— Venha comigo!

Ele deixa o dinheiro da conta sobre a mesa e puxa ela pelo braço, os dois saem correndo do restaurante e do lado de fora ele corre até a entrada do parque.

— Aqui!

— O que tem aí?

— Sakuras! elas darão um toque a mais em seu vídeo!

Aquilo talvez fosse o que realmente faltava para Yeonju, contracenar com as flores de fundo daria um toque especial que ela estivesse buscando. fazer uma ligação entre as pessoas e as flores poderia ser algo que encantasse a todos. ela ficou muito feliz com a ideia e corre para abraçar Hyun. Agora mais perto um do outro, suas respirações estavam mais ofegantes, as mãos dele estavam novamente sobre a cintura dela, enquanto as mãos dela estavam sobre os ombros dele. o calor era mútuo, ambos se olhavam enquanto suas bocas e seus corpos ficaram húmidos.

— Como posso te agradecer?

— Bom, pode me ensinar a andar naquilo.- apontou para a moto dela.

— Você não estava com medo?

— Talvez, mas também acho que seria legal tentar.

— Pois então eu vou te ajudar!

Ambos se aproximaram da moto e após instruções básicas sobre como ligar e pilotar, ela deixou que ele conduzisse a moto devagar, enquanto ela ficava ao lado auxiliando. no começo era tudo bem esquisoto para  Hyun, que estava acostumado a controlar o ritmo e velocidade pelos pés. mas logo parecia que ele havia pego o jeito, porém, um deslize no guidão e ele acelerou muito e saiu em disparada para um arbusto. Yeonju correu para ir até ele, achando que algo grave pudesse ter acontecido, mas ao passar pelas folhas o rapaz estava sentado na grama rindo.

— Você está bem?

— Sim estou, só me desequilibrei um pouco. respondeu rindo.

— Vem, eu te ajudo.

Ela o ajudou a levantar e ambos levantaram a moto que aparentemente não havia sofrido danos. Foi então que sobre a grama, Yeonju avista o caderno preto de Hyun e o pega do chão. Ela se virou para entregar a ele, mas ele a parou e disse.

— Tudo bem, pode olhar

 Ele entregou o caderno para ela e ficou olhando enquanto ela folheava. Além de anotações, o que mais se tinha eram desenhos, e desenhos muito bons por sinal, algumas paisagens, objetos, mas em sua grande maioria destacavam-se rostos, sorrisos, olhos, feições e emoções como alegria, raiva e medo. As últimas páginas estavam dedicadas a ela, eram retratos de diferentes poses e momentos, em uma folha havia seu rosto, muito bem traçado, em outro apenas seus olhos e uma anotação ao lado dizendo:

“Ela pressiona os olhos quando sorri”

 

Os detalhes nos traços revelavam não apenas que ele tinha um talento nato para desenhar, mas que mesmo sem ela saber, ele reparava nela a um bom tempo, tanto tempo que talvez nem ela tivesse notado.

— Você realmente é muito bom com isso!

— Obrigado, mas é apenas um passa tempo.

— Não deveria ser, você tem talento, talvez pudesse fazer algo assim no seu vídeo!

 

Aquilo talvez tivesse despertado uma ideia na mente de Hyun, aquilo realmente poderia ser seu vídeo. como forma de agradecimento ele a beijou no rosto. sua boca estava morna, seus lábios eram macios, mesmo não tendo provado-os ainda, mas em contato com sua pele macia, ela podia imaginar como seria seus beijos. seus rostos ficaram mais perto, agora seus olhos finalmente haviam se encontrado e mostravam a direção que suas bocas deviam fazer. ele a puxou pela cintura, ela deu um leve suspiro, mas antes que pudesse finalmente matar seu desejo, o estômago de Yeonju fizeram um barulho tão alto quanto fosse possível ouvir. aquilo era muito engraçado e constrangedor, os dois começaram a rir.

— Você não comeu nada, não foi.

— Confesso que não, estou morrendo de fome.

— Bom, então faremos o seguinte: vamos sair daqui, voltar ao trabalho, acho que o Taehyun deve ter um ou dois sanduíches em suas gavetas, não irá matar sua fome mas pelo menos será o suficiente até o jantar.

— Jantar?

— Sim, se não se importar, gostaria de remediar o almoço e preparar um jantar para você em sua casa, o que acha?

— Você? cozinhar para mim?

— Bem, sim, eu sei uma coisa ou outra.

— Pago para ver.

— E o que seria o premio exatamente?

— bom, se voce nao chegar no horario, voce lava os pratos, o que acha?

— Combinado, às 18 horas?

— Combinado!

Eles voltaram, por sorte Taehyun havia mesmo guardado um grande sanduíche de peru em sua gaveta e ficou feliz em dar a ela, mas além da alegria em poder comer algo, ela estava ansiosa pelo jantar… o que seria bom servir? o que seria bom vestir? logo ela estaria a sós com ele novamente e talvez pudesse matar a fome que mais a consumia por dentro, assim como ele. Esta noite eles teriam um jantar!


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