The Dream escrita por Nappy girl


Capítulo 8
Capítulo 8




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Duque Granville sentou-se na poltrona dos seus aposentos com uma espada na mão e um pano a limpar a lâmina. Alguém bateu à porta e entrou logo em seguida. Surgiu um homem alto, magro, o cabelo comprido negro posto num rabo-de-cavalo na nuca, a farda negra com pequenos detalhes prateados.

— Bom dia, James.

— O que tens para mim, Jonathan? – perguntou, virando a lâmina para ver os diferentes ângulos da espada.

— Fiz o que me pediu. Segui a madame Eleanor no dia de ontem como tinha dito. – Fechou a porta por trás dele.

— E o que conseguiu?

Ele relata a ida à cidade por parte de Eleanor, de ter ido à boutique, apesar de não ter percebido bem o que levava para dentro das instalações. Entrou por uma das janelas que dava acesso ao piso de cima, mas não conseguiu entrar no escritório. Seguiu-a pela cidade, vendo-a a comprar diferentes ervas para chás e a conversar com um desconhecido. Seguidamente foi sentar-se num café com algumas senhoras nobres.

Duque Granville uniu as sobrancelhas, suspirando fundo enquanto espreita o jardim, vendo a figura de Eleanor no jardim, debaixo do céu nublado. Sempre impecável, o vestido longo, decote de coração e mangas três quartos, com botões na parte da cintura, onde ficava mais justo e o resto volumoso, rosa-claro com padrão floral. O cabelo preso num coque volumoso no topo da cabeça.

— Esta mulher parece-me ser perigosa. As intenções não parecem claras. Devíamos acabar com ela o mais breve possível. – conclui Jonathan.

 – Porquê?

— Porque ela matou o próprio irmão. Pode vir a ser um problema para a relação que terá com a família Stirling.

— E portanto iremos matar uma pessoa assim? Sem saber o propósito ou motivo, não podemos concluir o que ela é ou deixa de ser. Tanto pode ser uma aliada como uma inimiga.

— A matar um dos seus não pode ser aliada. Querendo matar a família Sitrling, irá acabar com o seu propósito, Duque James.

— Se ela for assim tão perigosa, pode ser útil. Tenho de pensar a longo termo, Numa guerra, temos de perceber os nossos inimigos e fazer planos. Disparar sem perguntar nunca resultou. – disse, vendo Eleanor a andar com maior velocidade para ter com William. Uniu as sobrancelhas, interessado na situação.

— Não faças isso! – Eleanor segura no pulso de William com força. O rapaz estava perto de um arbusto com uma baga na mão.

— O que tem, irmã? É uma groselha.

— Não, não é. Essas bagas são venenosas. Se comeres, vais passar mal, William. Olha para ali. – Apontou para baixo, afastando algumas folhas para ver esquilos mortos, a boca vermelha da baga.

William arfa, parecendo assustando e largou logo a baga, limpando as mãos.

— Não é tão letal para humanos, mas irias começar a ter várias ilusões, desmaiar e espumar da boca.

— Que horror! – William abraçou a irmã, colocando a cabeça contra a cintura de Eleanor que lhe faz festas na cabeça.

— Vamos voltar para dentro. – anuncia, segurando-lhe na mão fria.

Reuniram-se todos na sala de refeições para almoçarem.

— Boa tarde, Duque Granville. – diz Theresa, ficando nervosa em volta dele quando se encontraram na entrada da sala de refeições.

— Madame Theresa Stirling. – Ele segura-a na mão, levando as orelhas e o rosto a ficarem vermelhos e coloca um beijo nas costas da mão. – Muito boa tarde para si. – Sorri e ela é incapaz de manter contato visual.

Quando ele levantou o olhar, viu Eleanor a entrar. A postura sempre correta, o olhar vazio, mas misterioso tal como sorriso sereno, as mãos sobrepostas à frente da saia do vestido. Fez uma pequena vénia, entrando na sala e continuou a conversar com Theresa.

— Pai, sempre um prazer almoçar consigo. – anuncia filho mais velho, Edward, a voz elevada e animada. – Senhor Granville. – Cumprimentamo-nos com um aperto de mão firme.

Todos se sentaram à mesa. No centro, Marquês Stirling. Logo em cada lado, a mulher e filho Edward. Theresa e Matilda frente a frente. Theresa bastante nervosa, uma vez que Duque se sentou ao lado dela. No final da mesa, William.

— Comecemos. – anuncia o Pai e os empregados colocaram a comida em cima da mesa, servindo cada um com a porção que queria.

Comeram em silêncio durante algum tempo antes de Marquesa Stirling falar:

— E então, Duque Granville? O que tem achado da sua visita à nossa humilde residência? – Sorri.

— Bem… – Limpa os lábios com o pano antes de voltar a pousar no colo. – Devo de dizer que estou muito contente. O meu lar tem sido a guerra. A algum tempo que não ficava no meu lar e nem parece propriamente um lar. Sinto-me impressionado de tão caloroso é o lugar, muito acolhedor, e agradeço-vos a todos. – Sorriu, trocando o olhar entre todos.

— Nós é que agradecemos a sua presença. – diz a Marques Stirling com um sorriso.

— Em breve, iremos ter mais diamantes vindos de Kzar.– diz Marquês Stirling, levando o copo de vinho aos lábios. – Pretendo fazer joias com as mesmas. Pulseiras, colares e brincos para vender. Mas este ano, a minha equipa procura fazer um design diferente, ser original. Procuro inspiração para a próxima criação nesta mesa. A presença feminina ajuda-me a pensar no que fazer a seguir.

— Sim! Por acaso, até tenho uma ideia. Talvez possamos fazer uma pulseira com pendentes personalizáveis. Do tipo, cada cliente que viesse pediria um modelo e conseguiríamos produzir. Eu adoraria ter um com um pendente de coração.

— Sim, seria muito interessante. – concorda mãe, pai assente com a cabeça, pensando na ideia, e Eleanor passa o guardanapo pelos lábios, dizendo:

— É deveras interessante, mas temos de ter em conta o custo e o tempo. Se formos para abrir essa caixa, as pessoas irão pedir vários tipos de design que podem não ser possíveis de ser feitos na realidade e dependendo da complexidade, pode demorar semanas, porque moldar ou construir uma joia é diferente de fazer um vestido cujo material é mais maleável.

A mãe limpa a garganta, olhando para Eleanor a partir do canto do olho e Theresa vai ficando desanimada. Eleanor rapidamente diz:

— Claro, sem querer desfazer a sua ideia, queria Theresa. Tem boas intenções e seria muito popular, mas temos de pensar em como converter a ideia em realidade.

— Sim, eu percebo. Sem problemas! – Volta a parece sorridente.

— E então o que sugeria, filha?

— Eu… – Parece pensativa, olhando por todos os cantos da mesa. – Eu penso que poderíamos fazer… – Depois de algum tempo, surge a ideia na cabeça. – Talvez uma pulseira que permitisse colecionar pendentes.

— Colecionar pendentes? Isso sim, soa mais ridículo. – diz Edward com ar de deboche e solta uma gargalhada alta, bocados de comida a saltarem da boca.

— Peço que continue a conversar, filha.

— Seria uma pulseira delicada, de ouro ou de prata, simples. E depois seria possível colecionar pequenos pendentes. Poderiam ser estrelas, corações, pequenos cadeados. Coisas simples que permitissem as pessoas fazerem diferentes combinações, mas que já fizessem parte do que as pessoas pudessem escolher. Casais poderiam utilizar conjuntos a combinar, talvez nesse caso criar um pendente especial para eles utilizarem.

— Poderíamos ter um com formato de uma rosa. Seria muito romântico. – Theresa concorda e as duas irmãs parecem estar em acordo. Edward revira os olhos.

— Isso de facto parece uma excelente ideia. Está a ver, Duque ? Casando com a minha filha, com certeza pode ter estes momentos animados para falar de negócios e irá trazer-lhe muita sorte.

Todos riem e Duque abana a cabeça positivamente, olhar posto em Eleanor e no seu prato que quase estava vazio, pois não tinha servido quase nada.


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