The Dream escrita por Nappy girl


Capítulo 9
Capítulo 9




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No escritório de Marquês Stirling, ele estava sentado atrás da secretária, acabando de escrever as suas últimas palavras no manuscrito. Guarda a pena no seu devido lugar e entrega o papel ao cavaleiro que tem do seu lado que por sua vez transporta o documento para as mãos de Duque Granville que passa então a lê-lo.

— Diga-me os seus pensamentos, Granville. Penso que é um acordo justo, mas diga-me você. Trinta por cento dos lucros do negócio. Se quiser, até posso dar-lhe cinquenta por cento da nova coleção que terei, a ideia da minha bela filha Theresa. Estou a pensar em atribuir o nome dela à coleção.

Mal ele diz isso, Duque Granville pensa em Eleanor que também fez parte das ideias partilhadas durante o almoço. Não menciona nada, continuou a ler os termos do contrato, passando dos lucros, para os mantimentos que as pessoas das suas terras iriam passar a receber e menciona em que como tudo seria feito depois da celebração do casamento.

— Muito bem… Li por alto, penso que estará tudo bem, mas vou reler esta noite. – diz, vendo o por de sol a partir da janela por trás do Duque.

— Depois diga-me alguma coisa. – Observa o relógio de parede. – Agora tenho outro compromisso.

Na sala de chá, Eleanor colocou as diferentes taças de porcelana brancas com detalhes dourados e flores azuis-escuros por cima da mesa. Tinha uma com raiz de alcaçuz, paus de canela e laranja seca. Alika e Kayin colocaram bolachas de manteiga num prato com características semelhantes às taças de forma a combinar.

— Sempre impecável. – diz Marquês Stirling, vendo a filha agora a erguer-se para o ajudar a alcançar a mesa.

— Fico feliz que tenha aceitado o meu convite. – Puxou a cadeira para que seu pai se sentasse confortavelmente.

— Nunca pensei em recusar. O que teremos hoje?

— Hoje tenho chá de laranja, alcaçuz e canela. – Colocou tudo dentro do bule com água fervente.

— Parece-me bastante promissor. – Parece contente a ver a água a alterar de cor. – Talvez deva abrir uma pastelaria só para si, porque tem bastante jeito e paixão. Penso que as pessoas ficariam contentes de desfrutar de um chá de primeira qualidade.

— Não sei se teria jeito para gerir um negócio.

— Quando o meu pai me passou os negócios das bijuterias, não pensei que fosse capaz de gerir também. Na altura tinha 16 anos, gostava mais de me divertir do que trabalhar. Era parecido com Viktor… – Baixa o olhar, revelando a sua tristeza na perda de seu filho mais velho. Um dos poucos momentos de vulnerabilidade de Marquês Stirling que Eleanor teve a oportunidade de presenciar.

— Viktor era boa pessoa apesar de tudo. – Serviu o chá na chávena, colocando uma flor rosa a flutuar por cima, levando até Marquês e pegou em duas bolachas com pinças, colocando num prato para ficar próximo dele.

— Ser boa pessoa não é o suficiente para fazer dinheiro. É preciso ser-se esperto e trabalhador. Viktor era um burro, descompensado… Não sabia a quantas andava e ainda por cima amava mais o álcool do que a própria vida.

— Mas ainda assim, amava-o. Era do seu sangue. – disse Eleanor, quase parecia estar a perguntar e ele demora a responder.

— Agora será Edward o meu herdeiro. Sinto-me mais seguro, mas ao mesmo tempo falta-me confirmação de que as coisas correrão bem. Ele é um homem de guerra. Negócios têm nuances que precisarão se ser aprendidas. Mas acredito que ele tem vontade de aprender. É muito importante.

— E eu também estarei aqui para ajudar como sempre. – Ela viu o pai a beber o chá e disse: – Por falar em ajudar, precisa de algum auxílio da minha parte com o contrato que iremos celebrar com o Duque Granville?

— Não é necessário. Já o redigi e entreguei-lhe o mesmo. – Deu finalmente um gole e Eleanor fez o mesmo. – Isto é muito bom! É adocicado, mas bastante agradável.

— Eu não planeava trazer alcaçuz, mas vi e tinha de experimentar. Fico feliz que tenha gostado. Penso que fiz uma ótima escolha.

— Devíamos convidar a Mãe. Acho que seria um sabor que lhe agradaria bastante. – Eleanor continua a observar o interior da chávena, parecendo hesitante, mas depois apenas diz:

— Talvez numa próxima vez. Agora parece demasiado súbito chamar-lhe para se juntar a nós. Deve estar a fazer outras atividades.

— Ela efetivamente está ocupada com a preparação da caça anual. O Barão Ross convidou-a a participar na preparação. Só fica fechada dentro dos aposentos a enviar e receber cartas.

— Este ano acontecerá no sul?

— Não, será aqui no norte.

— Fico feliz por tais notícias. As viagens para o sul são demasiado cansativas. Voltaram a dar um gole ao seu chá.

— Sinto-me culpado. – diz com um suspiro. – Tenho de lhe pedir perdão por não ser a prioridade, mas irei acelerar o processo assim que acabar com o nosso contrato com o Duque e estrearmos a nova coleção de bijuteria. Talvez tenha sorte de encontrar alguém na caça anual.

— Não precisa de pedir desculpas, Pai. Tem muito no seu prato neste momento. Ainda por cima com os seus problemas de saúde… As prioridades para a casa Stirling são as minhas prioridades, Pai. Eu só lhe quero ajudar em tudo o que conseguir. – Segura a mão do pai. Ela própria não estava interessada em casar-se, sabia que com certeza não seria com um nobre do mesmo estatuto que Duque Granville e então não estava ansiosa.

— Fico feliz que compreenda.

Eleanor olhou para fora da janela, vendo o casal mais famoso no momento na mansão Stirling. Começou a nevar e o passeio teve de ser mais curto, regressando para dentro de casa.

— Está todo encharcado, Duque Granville. – diz Theresa, passando a mão pelo casaco cuja neve tinha derretido. – Vou pedir para que lhe preparem um banho quente.

— Sem problemas, Theresa. A única coisa que gostaria de pedir é que me tratasse por James. É demasiado formal continuar a tratar-me por Duque. Em breve estaremos casados. E deveria preparar o banho para si. Não seria bom se ficasse doente

— Peço desculpa, é força do hábito… – Ela coloca algumas mechas de cabelo por trás da orelha, parecendo envergonhada. Apesar da presença de Duque Granville ser silenciosa, tinham começado a conversar cada vez mais, seguindo as dicas que irmã Eleanor lhe deu e  com os pequenos gestos de cavalheiro, como pedir a Theresa para se priorizar a si mesma para se manter quente, ela sentiu-se cada vez mais confortável com Duque.

— Que belo casal! – comenta Marquês Stirling, observando-os e Eleanor olha por cima do ombro, cruzando olhar com Granville.

— Querem juntar-se a nós para um chá? – convida.

— N-Não podemos… Chegamos agora do jardim. Está a nevar aos potes. – disse Duque.

— Então Alfred, por favor prepare um banho para os dois.

— Por favor, acompanhem-me.

— Quero tomar logo esse banho para beber o chá da Eleanor. – Theresa parece entusiasmada, subindo os degraus.

— De facto, o que tomei da última vez estava excelente.

— E ainda por cima, voltou do mercado com mais ingredientes! Mal posso esperar para experimentar. Os chás da Eleanor são os melhores. Ainda me lembro quando éramos mais novas e ela fazia todos o tipo de misturas malucas! – Riu-se. – Na altura eles eram péssimos. A mãe dela deixava-lhe andar pela cozinha e ela fazia de tudo. Parecia veneno.

— A mãe de Eleanor antes vivia aqui?

Theresa arregalou os olhos, tapando a boca, pois parecia que tinha falado mais do que planeava.

— Bem… Sim, há imenso tempo atrás.

Não se alongou, mas não foi preciso. Duque Granville prestou atenção a todas as palavras de Theresa. Uma nobre naturalmente não iria à cozinha ou desperdiçaria tempo a fazer infusões.


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