The Dream escrita por Nappy girl


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810914/chapter/10

Eleanor regressou aos seus aposentos, sentou-se na sua mesa, pernas cruzadas, enquanto fazia desenho de novos modelos de roupa de acordo com os pedidos feitos, desenhando, apagando, amachucando papeis e deitando-os fora, e escreveu algumas cartas que pediu a Oliver para enviar.

— Senhorita Eleanor, já está a ficar demasiado tarde. – diz Kayin e ela suspirou, abrindo a gaveta:

— De momento, só me falta dar-vos as vossas partes e dou a tarde por terminada. – Colocou três sacos pequenos em cima da mesa. Kayin e Alika ficam maravilhadas, cada uma leva um saco e abre, vendo moedas de ouro. Levam o terceiro saco, entregando a Oliver.

Prepararam-na para dormir com o seu vestido longo feito de cetim branco com alças e cabelo colocado numa trança.

Tentou adormecer e demorou vários minutos. A cabeça cheia de pensamentos, desde os negócios que tinha, as encomendas feitas pelas nobres, quais seriam os próximos passos, se mataria irmão Edward, se destruiria irmã Theresa ou se se concentraria nos pais.

Quando finalmente adormeceu, teve um sonho.

Começou na casa Stirling, foi para um campo de girassóis e terminou deitada num chão de pedra frio. Sentiu o cabelo a ser acariciado e quando olhou para cima, viu uma figura feminina a murmurar uma música. Ela tinha a pele castanho escura, olhos negros, lábios carnudos e nariz núbio com pano vermelho enrolado à volta da cabeça. A expressão facial serena e a versão mais nova de Eleanor alcançou o rosto dela com os meus dedos finos. No final, Eleanor caiu para dentro água e parecia estar a lutar para sair aquele lugar, os pulmões a ficarem cheios e por mais que tentasse nadar até à superfície, não conseguia.

Eleanor acordou a suar. Olhos arregalados. A respiração ofegante.

Levantou-se da cama e olhou para o relógio na entrada da casa de banho. Eram cinco da madrugada. Ela saiu, indo para a casa de banho e pegou numa toalha, passando por água antes de molhar partes do corpo. As mãos estavam tremidas e sentia o corpo cheio de calafrios.

Eleanor colocou o roupão, acendendo uma vela para colocar dentro da lanterna. Saiu do seu quarto onde viu dois cavaleiros.

— Senhorita Eleanor, está tudo bem? – digiram-se a ela.

— Sim, tudo. Só preciso de ir buscar um copo de água.

— Quer que peça a uma empregada?

— Não será necessário. – Sorriu antes de ir embora e eles trocaram olhares. Não disseram mais nada e decidirão não acompanhar, pois existiam outros cavaleiros a protegerem a casa durante a noite, portanto não haveria problemas à partida.

Duque Granville estava habituado a acordar às quatro horas da madrugada. Iniciava o dia cedo com um treino de espada, manuseando de diferentes formas, lembrando-se das diferentes batalhas em que tinha participado, os diferentes movimentos que aplicou e poderia ter aplicado na altura.

Depois da sessão intensa de treino na sala que tinham disponibilizado para ele por estar vazia, passou a toalha pelo suor e entrou para dentro da casa de Stirling. Viu a cozinha iluminada e estranhou. Pensou que talvez fossem os cavaleiros, apesar de não ser muito habitual eles andarem pela mansão com as velas acesas e reparou que não havia cavaleiros nenhuns em frente da entrada da cozinha. Uniu as sobrancelhas, decidindo ficar com a espada empunhada.

Depois de vários passos silenciosos e despercebidos, finalmente apareceu, olhando para Eleanor sentada à volta da mesa da cozinha, sentada de frente para a entrada da cozinha, copo de água à sua frente em cima da mesa onde estava a luz da vela.

— Se fores para me matar, pelo menos faz depois eu beber o meu copo de água.  – diz Eleanor, passando a ponta do dedo por cima do copo.

— O que lhe traz assim tão cedo À cozinha? – Duque baixou a espada, olhando em redor para perceber se ela de facto estava sozinha.

— Deveria perguntar-lhe o mesmo. – Bebeu o seu copo de água, voltando a olhar para o rosto de Granville.

— É rude responder a uma questão com outra questão. – replica e ela para de mexer o dedo, levantando o olhar.

— Tinha sede. Decidi beber água.

— Não tem empregados para lhe trazer o copo de água para o quarto? – pergunta e ela suspira fundo. Ele nota que ela parece cansada, olheiras debaixo dos olhos vazios presentes agora que estava sem maquilhagem e lábios secos.

— Penso que lhe fiz uma pergunta primeiro. – encosta-se contra as costas da cadeira, finalmente encarando por completo o Duque.

— Sou uma pessoa matinal. Gosto de treinar e acho que é ainda mais importante agora que vamos ter o evento da caça.

— Um facto muito interessante.

— Agora pode responder-me à minha questão?

— Que questão? – pergunta, pousando bochecha sobre a mão. Parece entediada e cansada.

— É mais simpática durante o dia, sabia, senhorita Eleanor?

— É a fatiga a falar.

Depois disso, ficaram em silêncio. Eleanor cruzou as pernas, braços sobre os braços da cadeira, movimentando a cabeça, para estalar o pescoço. Duque viu o quão descoberta ela estava, o pescoço e decote expostos debaixo da luz escassa, o vestido fino contra o corpo magro. Limpou a garganta, dando costas. Ela parecia diferente, parecia não estar a ser politicamente correta, e parece não querer estender a conversa. Era uma faceta diferente de Eleanor que tinha sempre uma postura correta, sorriso e conversa fiada na ponta da língua.

Como não existia mais sobre o que falar, deu as costas, mas olhou para trás de disse:

— A vossa interação enquanto família é muito interessante. Nunca tinha visto uma família a falar de ideias para um negócio. – Ela não reagiu, continuando a olhar para a parede. – E por causa disso, ele vai avançar com a ideia da pulseira colecionadora de pendentes. Irá dar o nome de Theresa a essa coleção.

— Sim, parece uma excelente ideia. – Finalmente pega no copo de água, dando goles do que resta.

— Sim… É. – Coça a parte de trás do pescoço. Esperava que a reação fosse diferente, mas as preocupações de Eleanor pareciam ser outras.

— Pelo seu rosto, parece-me que deveria ter reagido de outra forma? – Mal ela diz isso, ele fica surpreso pelo facto de ela ter adivinhado logo o que ele estava a pensar.

— Esperava que ficasse mais feliz.

— É demasiado cedo para emoções muito fortes. Talvez mais tarde, eu me sinta feliz. – Uma tentativa de terminar a conversa.

Ela olhou para Duque que ainda estava encostado contra a entrada da cozinha. Como ele não se ia embora e estava prestes a abrir a boca, ela suspirou fundo, levantando-se do seu lugar.

— Foi uma companhia muito agradável, Duque Granville, mas vou retornar para o meu quarto. – Enrolou o material do robe em volta do corpo, passando por ele que lhe observava pelo canto do olho, sentindo o cheiro suave de canela e baunilha que ela emanava. – Boa noite. Ou madrugada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Dream" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.