Jedis e Padawans – Diferentes Tons de Cinza escrita por MarcosFLuder
Notas iniciais do capítulo
Segundo capítulo postado. Aqui veremos referências a um plot visto no desenho The Clone Wars. Eu não vi a animação, tudo o que sei sobre esse plot veio do que aprendi em canais especializados em Star Wars, com destaque para o canal do Norton Domingues, que recomendo para quem é fã da franquia. Espero que a história agrade aos leitores. No próximo domingo me comprometo a postar o terceiro capítulo.
PLANETA PERIDEA
UM ANO E OITO MESES ANTES DO TEMPO PRESENTE
Aconteceu duas ou três noites depois de se estabelecerem no acampamento dos Noti. Ahsoka, Huyang e Sabine combinaram manter plantões de vigilância, como forma de prevenir ataques dos errantes. A togruta estava agora descansando, após ter cumprido o seu. As imagens tomaram conta de seu inconsciente assim que se deitou, mesmo o cansaço não lhe permitindo um sono sem sonhos. Tudo começou com a visão de Moray diante dela, tal como tem visto desde que ficaram atoladas nesse planeta. A coruja guiando-a por um caminho escuro até ver uma figura mais a frente. Uma sensação opressiva tomando conta dela até vê-lo. Mesmo de longe, foi possível reconhecê-lo no escuro, a figura alta e imponente, praticamente impossível de ser confundida com outro alguém. Baylan Skoll já estava com o sabre ligado, em sua posição de luta habitual. Havia algo mais, no entanto, Ahsoka sentia no ar um perigo muito maior que o Jedi caído à sua frente. O reconhecimento provocando nela um medo que nunca imaginou voltar a sentir.
— “Você não tem ideia do horror que está tentando libertar, Baylan” – a angústia na voz de Ahsoka é bem perceptível.
— “É preciso destruir primeiro, para então se reconstruir tudo o que foi perdido” – havia uma certeza na voz dele que deixou Ahsoka muito triste.
— “Você foi enganado, Baylan. Tudo o que Abeloth faz é consumir a vida em volta dela, até não sobrar nada” – Ahsoka tentava chegar até o Jedi caído, mas viu que suas palavras eram dirigidas a ouvidos surdos. Ela o viu avançar e sacou o seu sabre também.
Ahsoka acordou de seu sonho tomada por um grande pânico. Seu coração batia acelerado, com ela respirando com dificuldade. A togruta ficou pouco mais de um minuto sentada, tentando recuperar a calma. À medida que sua mente relaxava, ela mergulhava em sua meditação, buscando entender o significado do seu sonho. Uma parte dela não queria acreditar na conclusão a que chegou. Não foi fácil lidar com o fato de que as histórias ouvidas em sua infância no templo Jedi, podiam ser mais do que apenas contos aterrorizantes para assustar crianças. Baylan certamente as ouviu também, e agora estava aqui, em busca de algo que parecia apenas material de lendas. Ahsoka sabia, no entanto, que era um terror bem real, preso ou adormecido, mas pronto para ser libertado ou despertado. Após um bom tempo meditando, a antiga Padawan de Anakin Skywalker saiu da nave, se dirigindo para o local de vigilância onde Sabine se encontrava.
— Não conseguiu dormir? – Sabine sorriu brevemente ao ver sua Mestra Jedi chegando, mas logo sentiu a angústia em seu interior, bem refletida no rosto dela – o que foi?
— Assim que o sol nascer vamos comer alguma coisa e depois sair. Precisamos encontrar alguém – a voz de Ahsoka indicava a tensão que sentia.
— Encontrar quem? – Sabine se levantou de onde estava, olhando para Ahsoka. A ligação entre as duas cada vez mais forte, a ponto da jovem mandaloriana nem precisar da confirmação de sua Mestra Jedi para entender de quem ela estava falando – você não pode estar falando sério.
— Precisamos encontrar Shin Hati.
— Por que? – a voz de Sabine saiu um pouco mais alta do que ela sabia ser apropriado – por que? – dessa vez ela fala num tom mais baixo, ao mesmo tempo em que fica espantada ao ver uma pequena coruja pousando no ombro de sua Mestra.
— Baylan Skoll está preste a libertar uma força maligna entre nós – a resposta de Ahsoka é rápida – vamos precisar de Shin para impedi-lo.
— Por que você acha que ela irá nos ajudar contra o Baylan? – havia uma certa exasperação em Sabine ao falar, mas ela manteve o tom de voz normal – ela recusou a sua oferta de ajuda. Não creio que aja mais o que eu ou você possamos falar, ou fazer, para entrar naquela cabeça dura.
— Não subestime a força de palavras e gestos, Sabine – um leve sorriso surge no rosto de Ahsoka – a palavra certa, o gesto certo, o momento certo. Tudo isso é muito poderoso – havia uma fortíssima convicção no tom de voz de Ahsoka. Sabine percebeu isso, e mesmo contrariada, acatou a decisão.
MANHÃ SEGUINTE
— Esse sonho que você teve – Sabine dizia isso enquanto olhava a pequena coruja que os seguia – você tem certeza de que esse tal Abeloth é real?
— É “essa tal” na verdade – Ahsoka também olha para a coruja enquanto falava – eu ouvia as histórias sobre ela e os deuses de Mortis quando criança, mas na época sempre pensei nisso como apenas um contos de fadas.
— Então, por que essa preocupação agora? – Sabine olha para o céu, agora para ver o sol do planeta bem visível. Ela calcula que já estão a mais de 3 horas nessa busca por Shin.
— Não é de agora – Sabine nota a angústia no rosto de Ahsoka – tudo o que eu achava serem histórias, eu descobri que eram bem reais durante as Guerras Clônicas. Eu não conheci Abeloth, mas encontrei os deuses de Mortis. Eles eram reais, Sabine. Estão mortos agora, mas Abeloth está viva, pelo visto em algum lugar por aqui, ansiando por ser libertada.
— Foram esses deuses de Mortis quem a prenderam? – Sabine voltou a perguntar.
— Os deuses de Mortis eram o Filho, ligado ao lado sombrio da Força, a Filha, que simbolizava o lado da luz, e o Pai, que trazia o equilíbrio – Ahsoka sentiu sua angústia afetando a jovem ao lado dela, tratando de buscar uma forma de relaxamento – além deles havia também a Mãe.
— Ela era Abeloth – não era uma pergunta de Sabine. Ahsoka apenas concordou com a cabeça.
— Ela viu seu poder crescer, na mesma proporção em que crescia a corrupção pelo lado sombrio da Força nela. Um nível de corrupção ainda pior que o do Filho. Chegou a um ponto em que ela vivia apenas para consumir tudo o que existia, se alimentando da dor e do sofrimento alheio.
— Contavam esse tipo de história para vocês no templo Jedi? – há uma expressão de choque no rosto de Sabine.
— Isso aconteceu a tanto tempo – Ahsoka retruca – provavelmente bem antes da formação da Ordem Jedi. Os registros originais de a muito se perderam. Sobraram apenas histórias, transformadas em lendas, contos feitos para assustar os Younglings e Padawans, sobre os perigos de ceder ao lado sombrio da Força.
— Mas agora é tudo real – uma Sabine de ar sombrio afirma.
— Muito real, Sabine. Assustadoramente real.
— Mas porque o Baylan quer libertar um negócio desses? – Sabine ainda mantém sua expressão de choque no rosto – ele pode ser um Jedi caído, mas ainda há honra nele – afetando um certo constrangimento, ela prosseguiu – ele manteve a sua palavra comigo.
— Ele é um homem profundamente decepcionado com a Ordem Jedi – Ahsoka hesita um pouco antes de voltar a falar – eu posso entender isso nele, também tive o mesmo sentimento de decepção. Só ele sabe o que Abeloth tem sussurrando na sua mente; sabe-se lá a quanto tempo ela tem feito isso.
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Havia um sentimento misto em Baylan Skoll, ao se ver diante daquele templo. Foi uma jornada cansativa até chegar ali, desde o momento em que vira a luz pela primeira vez, no alto da estátua do Pai. Ainda assim, essa jornada não parecia terminada. Apesar de todos os seus esforços, ele não conseguiu entrar no templo. Um sentimento de frustração crescia dentro dele, olhando a construção de aspecto antigo, mas que se mantinha de pé contra a ação do tempo, quase como se magia a sustentasse. Ele se pôs em posição de meditação, sua mente procurando se esvaziar de qualquer outra preocupação, além de buscar o contato com aquela que o encontrara tantos anos atrás. Uma breve lembrança de Shin, a preocupação com seu destino, foi empurrada bem fundo em sua mente. Ele ainda confiava que sua antiga Padawan encontraria o seu próprio caminho. Baylan tratou de se concentrar no que lhe era prioritário naquele momento. Mantendo a sua determinação, ele foi finalmente recompensado pela sua persistência.
A voz sussurrando em sua mente tinha um aspecto formal, mas exalando autoridade. Na primeira vez que ouviu sentiu medo de ser um sinal de loucura da parte dele. O trauma resultante da Ordem 66, os anos tensos de fuga do império, a preocupação constante com a perseguição dos Inquisidores. Somado a isso tudo, o peso da responsabilidade de lidar com uma Padawan, ainda por cima uma menina tão jovem. Tudo isso parecia estar cobrando o seu preço. Foi aos poucos que a voz o convenceu de que não havia loucura em nada daquilo, ao contrário. Pela primeira vez ele tinha alguém com quem conversar sobre tudo o que o angustiava, antes mesmo da queda da Ordem Jedi. Alguém que compreendia tudo o que via de errado, da corrupção dos valores originais da Ordem, do erro terrível que foi a entrada dos Jedis nas Guerra Clônicas. Essa voz ajudou a alimentar o seu ódio pelos membros do Conselho Jedi, por sua incapacidade em notar o perigo que espreitava a todos; o preço terrível que pagaram por isso. Era um grande alívio poder desabafar sobre todas essas questões, mesmo que fosse para uma voz sussurrando em sua mente.
— “Eu não consigo entrar, Mãe” – havia um sentimento de derrota em Baylan, ao dizer isso.
— “Paciência meu filho, paciência” – a voz sussurrava na mente do velho Jedi caído – “a pessoa que é a chave para a minha libertação está vindo”. “Apenas espere por ela”.
— “O que devo fazer quando ela chegar?”.
— “Mate-a, é claro” – a voz ganha um tom diferente na mente de Baylan, quase de regozijo – “quando o último vestígio dos deuses de Mortis tiver deixado de existir, eu finalmente poderei me libertar”.
— “Você tem certeza, Mãe?” – a voz de Baylan se perde no ar, pois a resposta que recebe é ouvida apenas em sua mente.
— “Sim meu filho” – a voz soa macia, suave, mas num tom de indiscutível autoridade na mente do antigo Jedi – “aquela que contém o último vestígio dos deuses Mortis está vindo, e ela ainda trará para nós aquela que será o invólucro perfeito para o meu retorno a essa realidade. Aquela que você preparou desde pequena, para servir a esse honroso propósito”
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— Como assim você morreu? – o rosto de Sabine tremia diante da revelação de sua Mestra.
— Quando o Filho possuiu minha mente, me levando para o lado sombrio, eu ganhei muito poder, além de ter tido todas as travas morais desligadas – é uma Ahsoka que busca manter um tom de tranquilidade ao falar – o lado sombrio da Força pode dar muito poder, mas ele também te consome aos poucos, Sabine. No caso do Filho, ele consumiu a minha energia vital até não sobrar mais nada. Foi então que eu morri.
— Como foi que você voltou?
— A Filha tinha sido ferida mortalmente pelo Filho – Ahsoka respondeu – ela concordou que o Pai e meu Mestre Anakin fizessem um ritual que transferia o que ainda restava de sua energia vital para mim.
— Então… essa coruja que nos segue – Sabine olha para o pequeno animal voando um pouco acima das duas. Ahsoka faz o mesmo.
— Um lembrete do porquê de eu estar aqui – Ahsoka abre um leve sorriso – a Força segue por caminhos misteriosos, Sabine. Eu, você... e Shin. No final das contas era para estarmos todas aqui.
— O problema é saber se vamos encontrar a Shin – Sabine mantinha o olho no caminho, bem como no entorno, sempre a espera de alguma surpresa – ela pode estar em qualquer lugar nesse planeta. Pode inclusive ter voltado para o Baylan.
— Eu creio que não – Ahsoka tinha uma expressão mais serena no rosto agora, bem diferente de quando começaram a busca – eu vi o olhar dela quando fiz aquela oferta. Ela ainda não estava pronta, mas eu senti o anseio por pertencimento, por um propósito nela. Shin está em algum lugar, não muito longe. Precisamos encontrá-la, antes de ir atrás de Baylan.
UMA SEMANA DEPOIS
Shin despachou um grupo para contornar o caminho das duas mulheres que se aproximavam. Batedores já tinham notado a presença delas dias antes, e Shin logo notou o padrão de uma busca no que faziam. Desde que ficaram todas atoladas nesse planeta, numa galáxia que não era a delas, Shin evitou qualquer aproximação com o acampamento dos Noti, justamente para não se aproximar das duas. O gesto de acolhimento de Ahsoka ainda assombrava os seus sonhos, isso quando não eram assombrados por uma certa mandaloriana. As duas mulheres, por motivos bem diferentes, frequentemente invadiam os pensamentos da antiga Padawan de Baylan Skoll. A ideia de se juntar a elas ainda soava absurda em sua mente, mas o desejo do pertencimento era muito forte desde que seu antigo Mestre a despachou, para seguir o seu misterioso caminho. Se unir com essa tribo de errantes foi uma solução pobre, mas serviu para aplacar um sentimento de solidão que a deixava apavorada. Ela dá um suspiro irritado; teria sido muito melhor se manter longe de Ahsoka e Sabine, mas isso não será mais possível.
Assim que os batedores vieram com a notícia de que elas estavam cada vez mais perto do acampamento, a ex-Padawan de Baylan Skoll já elaborou o seu plano. Ela sabia que não tinha condições de enfrentar Ahsoka Tano de igual para igual, por isso mesmo tratou de criar uma forma de deixá-la sem condições de lutar. Shin ignorou os grunhidos de alguns desses errantes, todos querendo ir dar batalha direta às duas mulheres. Se mesmo Sabine, com suas limitações, foi capaz de dar cabo de vários deles, seria fácil imaginar ela e Ahsoka eliminando todos ali sem maiores dificuldades. Ela definitivamente era a líder que aqueles saqueadores imprudentes precisavam. Reunindo o grupo que ficara no acampamento, Shin tratou de ir ao encontro das duas mulheres, ignorando a tensão que sentia ao fazer isso.
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Sabine foi a primeira a vê-la, sentindo uma emoção estranha diante da figura pálida e de aspecto feroz. Até hoje todos os encontros das duas foram marcados por uma hostilidade muito grande. Durante o tempo em que esteve no Olho de Sion, ambas quase não interagiram, com Sabine o tempo todo numa cela. Foi praticamente por instinto, mas a mandaloriana passou a mão no local de seu corpo onde estava uma marca permanente do primeiro encontro delas. A mão de sua Mestra no ombro ajudou a aterrá-la, o olhar entre as duas demonstrando a ligação cada vez mais forte que estavam forjando. Ambas ficaram paradas enquanto Shin se aproximava, claramente liderando o grupo de saqueadores. Sabine não pode deixar de se sentir impressionada por ver sua nêmesis ter chegado a esse ponto em tão pouco tempo.
— Vocês duas deviam ter ficado no acampamento de ambas, com aqueles bichinhos pedregosos – a voz de Shin tinha a agressividade habitual com que Sabine estava acostumada, embora essa fosse praticamente a primeira vez que ela a ouvia num diálogo completo.
— Eles são chamados de Noti – Sabine retruca, mais irritada com a presença da antiga discípula do Jedi caído do que gostaria de admitir. Uma irritação que aumentou mais com o grunhido de desprezo saído da boca de Shin, seguido dos risos dos saqueadores em torno dela.
— Nós estávamos procurando por você, Shin Hati – a voz de Ahsoka passava uma tranquilidade que Sabine também queria demonstrar.
— A resposta continua sendo não, Ahsoka Tano – a voz de Shin mostra uma firmeza que ela não sente totalmente em seu íntimo – eu não preciso da sua ajuda, muito menos vou entregar voluntariamente o meu sabre de luz. Você terá que tirá-lo da minha mão morta.
— Não tenho o menor desejo de matá-la, Shin Hati – a voz de Ahsoka permanecia calma – a oferta que lhe fiz também continua de pé. No entanto, não é por isso que estamos, eu e Sabine, aqui. Precisamos da sua ajuda para deter o seu antigo Mestre.
— Por que você acha que vou trair o meu Mestre?
— Ele abandonou você sua idiota – Sabine quase grita.
— Foi por isso que você traiu sua Mestra em Seatos? Por que ela abandonou você antes? – havia um sorriso perverso em Shin enquanto se dirigia a Sabine. Um sorriso que se tornou mais intenso quando a mandaloriana sacou o seu sabre de luz.
— Acalme-se Padawan – o toque da mão de Ahsoka no braço de Sabine é bem suave, mas o suficiente para fazer a mandaloriana desligar o sabre de luz.
— Você aprendeu a obedecer a sua Mestra, mesmo claramente contrariada com a ordem dela – Shin parou de sorrir, mas manteve o ar de superioridade em relação a Sabine – algum progresso afinal.
— Seu Mestre precisa ser detido, Shin – a voz de Ahsoka volta a ser ouvida – Baylan veio para cá atraído pela promessa de um poder que restauraria o equilíbrio que ele tanto acha necessário, mas isso é um engodo. O que seu Mestre está perto de libertar é uma força maligna que existe apenas para consumir tudo o que vive.
— Eu confio que meu Mestre jamais se deixaria enganar por quem quer que seja – Shin saca finalmente o seu sabre de luz, Sabine volta a fazer o mesmo, enquanto Ahsoka mantém sua postura calma – desçam de suas montarias e entreguem suas armas.
— Vai sonhando, Sith vadia – Sabine tenta afirmar um tom de voz firme, porém calmo.
— Eu enviei um outro grupo até o acampamento dos seus bichinhos pedregosos – ela olha sorridente para Sabine – Notis, não é mesmo? Eles só esperam uma ordem minha para atacar. Se vocês duas não se renderem eu vou ordenar que massacrem todo mundo naquele acampamento.
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Baylan ouviu a voz em sua mente, a mesma voz que o acompanha a tanto tempo, que o guiou por todos esses anos. Saber que Ahsoka Tano ainda cruzará sabres de luz com ele, que o confronto entre os dois terá de ter um fim definitivo, nada disso causa nele qualquer emoção mais profunda. É a referência à Shin que o afetou de fato. No fundo ele sempre soube no que tudo resultaria no final, mas foi um conhecimento que guardou para si, bem enterrado em seu inconsciente. Uma verdade que se tornou incômoda para ele ao longo dos anos, à medida que nutria, ensinava e protegia a jovem que encontrara em tão terrível situação. Uma verdade que era jogada na sua cara, agora que não havia mais como negá-la.
— “Eu não me importo de matar Ahsoka Tano, mas não nego que tenho dúvidas se esse era o destino que queria dar a Shin”.
— “Eu reconheço essa sua dúvida, meu filho, ficou claro para mim no momento em que você a dispensou” – Baylan fecha os olhos ao ouvir – “você pensou que poderia burlar o destino, mas este é inexorável. O destino da jovem que você tomou como discípula já está definido”.
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Os dois primeiros capítulos postados como prometido. Espero realmente que a história agrade a quem for ler. No próximo domingo teremos o terceiro capítulo. Aguardem.