Jedis e Padawans – Diferentes Tons de Cinza escrita por MarcosFLuder


Capítulo 15
O jogador oculto


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, como forma de compensar o atraso no último domingo, estou postando hoje o capítulo 15, depois de ter postado o capítulo 14 na última quarta-feira. A história entra na sua reta final, no momento, por exemplo, estou terminando a primeira versão do último capítulo. Logo no começo haverá uma leve referência ao final da série animada Rebels, além de uma antecipação do que será visto no filme 9, A Ascensão Skywalker, basta prestar atenção para sacar. Espero realmente que quem estiver acompanhando goste do que veremos nesse capítulo.



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PLANETA TESPYN

TEMPO PRESENTE

 

Thrawn sempre soube que era mal visto pela maioria dos imperiais. Suas imensas capacidades militares foram a sua chance de chegar a um dos maiores postos do império, apenas um pouco abaixo do imperador. Ainda assim, ele sabia que não era bem quisto pela maioria de seus colegas de patente, que as ordens que dava eram cumpridas quase sempre de má vontade, por muitos dos que estavam abaixo dele. Ela não esperava um respeito sincero, menos ainda qualquer tipo de fidelidade gerada pelo afeto. Inspirar o temor era o melhor jeito de se impor. Se manter num grande posto só era possível por entregar resultados. Ele sabia que, se as chances de outros terem suas falhas vistas com complacência eram mínimas, as chances dele seriam nulas. Havia de lado a lado uma relação puramente utilitária. Enquanto o império fazia um bom uso de suas habilidades militares, Thrawn, por sua vez, só se uniu a este para ajudar o seu povo, pois via nessa instituição a melhor chance de defesa para a Ascendência Chiss.

No entanto, o tempo foi passando. O poder provou-se um néctar de sabor delicioso. A inspiração original tornou-se um desejo próprio de poder e satisfação individual. Quando essa mudança aconteceu ele não saberia dizer. Quando foi que as necessidades de seu povo deixaram de ser prioritárias, em favor do desejo individual de poder, era uma divisa que não conseguia demarcar. Talvez o desejo individual sempre estivesse lá, escondido. Isso não importava muito agora. Não quando se via nessa encruzilhada. Ele devia ter notado antes, quando o seu chamado para lutar contra a República foi atendido por tão poucos. A dificuldade, todos esses meses, de reunir os remanescentes dos imperiais numa única força militar, devia ter sido o aviso final, mas ele insistiu.

O mistério em torno da sua incapacidade em reconstruir um exército imperial sob sua liderança, foi aos poucos sendo solucionado. Ele sabe agora que há algo sendo construído nas sombras, lenta e metodicamente, com cuidado, discrição e paciência. Uma semente sendo plantada para germinar bem mais lá na frente. Ter sido mantido longe de tudo isso, não ter sido convidado a participar, devia tê-lo alertado para o que via com clareza agora. Havia um jogador que se mantinha discreto, oculto em meio às sombras, trabalhando com extremo cuidado, criando a sua própria força. Thrawn tinha uma ideia de quem poderia ser, mas era uma possibilidade tão absurda de se pensar que mesmo ele temia as consequências disso.

Essa era uma possibilidade que deitava por terra tudo o que imaginou, assim que retornou de seu exílio. Toda a atualização recebida por ele, de tudo o que aconteceu desde a derrota do império, tudo seria inútil, se a possibilidade que passa por sua mente se concretizar. Todos os seus planos, por exemplo, seriam perdas de tempo. E nada mais exemplificava isso do que as figuras patéticas que tinha diante de si. Os homens e mulheres que vieram ter com ele nessa reunião. Thrawn viu de imediato que não representavam esse jogador oculto que se escondia nas sombras. Não foi preciso muito esforço para se dar conta de que eram apenas iscas, muito provavelmente elementos de descarte. Era uma decepção sem dúvida. Estava muito claro que fora deixado de lado. Dez anos exilado cobraram um preço, que mesmo toda a sua capacidade estratégica e militar não era mais capaz de compensar.

Enquanto todas essas questões passavam por sua cabeça, Thrawn buscava avaliar a sua situação. Ele sempre foi um homem prático. Embora nunca tenha duvidado do seu valor, jamais se deixou levar por ilusões de grandeza. A vitória sempre foi o seu objetivo, mas ele nunca deixou de se preparar para a derrota. Em cada plano que concebeu sempre havia a previsão sobre o que fazer em caso de fracasso. Todas as variáveis pensadas, todas as possibilidades previstas. Na única vez em que foi pego desprevenido, foi quando uma variável imprevisível se interpôs no seu caminho. Os Jedi, a Força, seus poderes que ele não compreendia, não era capaz de dimensionar, prever, para o qual não conseguia encontrar soluções preventivas. Dessa vez, no entanto, não foram os Jedi, não foi a Força. Dessa vez foi a tática inimiga que se mostrou eficiente, contando um pouco com a sorte também, justamente pela imprevidência de seu comandante, ao retirar a Quimera da segurança de seu esconderijo. Mas havia o outro fator também, a presença desse jogador oculto, que fez questão de deixá-lo de fora.

 

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— Olhem – foi Arlo quem alertou a todos ali, da nave vindo na direção deles.

 

— Eles estão do nosso lado.

 

Foi a voz de Hera que acalmou a todos sobre as intenções de quem estava nessa mesma nave. Ela pousou próxima de onde todos estavam e logo seus ocupantes saíram. A primeira figura vislumbrada foi Djin Darin, com sua armadura mandaloriana completa. Junto a ele veio um pequeno ser, cuja visão provocou um sorriso afetuoso em Ahsoka. Hera, e depois Ezra, trataram de abraçar Zeb Orrelios, ambos sendo levantados no ar pelo enorme alienígena da raça Lasat. Apesar da angústia que sentia, por conta de Zara, Sabine partilhou o mesmo abraço com o lasatiano, um amigo que não via a muito tempo. Shin observou tudo de longe, ao mesmo tempo em que reconheceu outras duas pessoas que formavam o grupo, um deles o atual chefe do submundo de Tatooine, e aquela que era o seu braço-direito.

 

— Como estão as coisas lá em cima? – Hera se dirigiu diretamente a Djin Darin.

 

— Bo-Katan e o capitão Teva estão lidando com o cruzador do Thrawn – o mandaloriano responde. Ele olha para os demais que o acompanham antes de continuar – da nossa parte, eu creio que seríamos mais úteis aqui com vocês.

 

— Acabei de receber uma mensagem do meu contato aqui em Tespyn – é Arlo quem se dirige a Hera – ele me mandou a localização do lugar onde o Thrawn e os demais imperiais estão reunidos.

 

— Como estão as coisas na Ghost, Huyang? – Hera entra em contato com o seu comunicador. A expressão em seu rosto indica que a resposta não a agradou. Ela se volta para Djin Darin – parece que vamos todos ter que nos espremer na nave de vocês.

 

ÓRBITA DO PLANETA TESPYN

 

O ultimato de Bo-Katan não levou muito tempo para ser respondido. A atual governante dos mandalorianos viu vários caças do tipo imperial saindo do cruzador Quimera, além de dois outros vindos do planeta. Um ligeiro sorriso surgiu em seu rosto, pois a ideia de uma boa batalha era muito mais atraente para ela do que a rendição do inimigo. Foi essa possibilidade que mais a atraiu para a participar da armação dessa armadilha. Embora longe de estar insatisfeita com os deveres burocráticos de um governante, ela atendeu com grande alegria ao pedido de Hera, para ajudar a capturar Thrawn e os remanescentes imperiais. Uma rápida e sigilosa conversa com a senadora Organa só ratificando a sua decisão de participar dessa armadilha. Bo-Katan trata de entrar em contato com o comandante dos caças que estão junto ao seu cruzador.

 

— Capitão Teva, você e seu grupo estão autorizados a abater os caças imperiais – ela recebe uma resposta imediata em seu comunicador.

 

— Entendido senhora – Bo-Katan ouve pelo seu comunicador quando o capitão Carson Teva orienta seus comandados para enfrentar os caças imperiais. Ela liga o seu comunicador para falar com todos no cruzador.

 

— Atenção todos os tripulantes – ela diz numa voz bem firme – o cruzador Quimera mantém uma atitude hostil e nosso objetivo agora é destruí-lo. Que todo mundo a bordo estejam preparados.

 

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— Eu entendo que pegar o Thrawn seja uma prioridade para você, mas eu não posso deixar de ir atrás das bruxas – é uma Shin com a voz denotando grande desespero que se dirige a Hera.

 

— Eu sei disso, Shin – Hera ouve um comunicado vindo de Huyang e volta a se dirigir a Shin – Huyang acaba de me informar que a Ghost está funcional outra vez. Ele estará esperando vocês duas chegarem para entregar a nave aos seus cuidados e vir nos encontrar – ela se dirige para Sabine – eu imagino que você irá com ela.

 

— Pode ter certeza que sim – Sabine tinha acabado de sair de um novo abraço de Zeb, a voz da mandaloriana é bem firme.

 

— Boa sorte para as duas – é a vez de Ahsoka falar – iremos até vocês assim que acabarmos com Thrawn e o restante dos imperiais – as duas mulheres se despendem de todos e vão em direção a nave Ghost. Hera se dirige a todos os presentes ali.

 

— Vamos acabar de vez com os desgraçados imperiais, quero logo ir me juntar àquelas duas.

 

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O desespero que toma conta dos que vieram se reunir com ele é apenas um aborrecimento para Thrawn. Ele já sabia que eram apenas figuras descartáveis que tinha diante de si; pessoas que ele imaginava representar o que sobrara da antiga força imperial, mas que eram apenas refugos inúteis e dispensáveis. Sua mente trabalhava freneticamente em busca das melhores opções. Ele não queria perder muito tempo em buscar uma solução, pois sempre trabalhava com o pior cenário. Thrawn tinha certeza de que logo a ex-general Hera Syndulla irromperia nesse local com uma boa quantidade de reforço. Retornar à Quimera também não era mais uma opção. A mente de Thrawn trabalhava em busca do melhor caminho a seguir, pois a última coisa que queria para si era ser conduzido para um julgamento por parte da Nova República.

Ele também não esperava mais contar com o apoio das Irmãs da Noite. O último relato vindo do Quimera indicou que a nave onde elas estavam tinha entrado no hiperespaço assim que atingiu a atmosfera. No final das contas nem houve uma dramática traição de alguns dos lados, mas apenas cada um seguindo pelo seu próprio caminho. Thrawn não perderia o seu tempo sentindo rancor ou desapontamento. Esse era o momento em que precisava ponderar as suas opções, não demorando muito a perceber que só havia uma que realmente tinha. Ele chegou a essa conclusão numa mistura de ligeira tristeza e fria tranquilidade. O seu plano emergencial de fuga precisava ser posto em prática.

 

— Capitão Enoch – ele chama o chefe de sua guarda pessoal – creio que teremos de ativar o protocolo de emergência 45 – um simples gesto de cabeça foi o suficiente para que o homem entendesse as instruções de Thrawn.

 

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O grupo se aproximou do local indicado com cautela. No lado externo, não havia sinal da presença de ex-imperiais no lugar. Era uma construção de dois andares, mas nada indicava ser uma fortaleza protegida, um ambiente onde antigos oficiais imperiais se encontrariam. O que o distinguia da área urbana onde estava localizada era o fato de ter sido construído numa ligeira elevação. Contudo, Hera não se iludia. Não haveria elemento surpresa ali, tratando de comandar o grupo sem essa expectativa. O avanço se deu de maneira bem coordenada, com todos se posicionando de forma a cobrir qualquer saída. Uma vez todos posicionados, a ordem de ataque foi dada. Uma bomba jogada numa das entradas foi o sinal, com todos atacando em sincronia. A única resistência encontrada veio do que Hera reconheceu como a guarda pessoal de Thrawn, mas o Grande Almirante não estava à vista. Mais uma vez ela temeu que seu velho inimigo tivesse antecipado tudo e usado um de seus habituais planos de contingência.

A luta nem chegou a durar muito. A guarda pessoal de Thrawn ofereceu apenas uma breve resistência, que logo foi dominada. A luta só não foi mais rápida porque todos os membros dessa guarda pessoal tiveram que ser mortos, pois se recusavam a render-se. Ela já tinha ouvido de Ahsoka, Sabine e Ezra, sobre o fanatismo dessas pessoas em torno da figura do Thrawn, como os anos de exílio gerou um verdadeiro culto em torno dele. O relato de Sabine, sobre o momento em que reviu o velho inimigo depois de tanto tempo, ainda ressoava na mente de Hera. Ela esperava uma luta encarniçada com esses homens e foi exatamente isso que ocorreu. O problema é que a figura tão fanaticamente adorada não estava à vista.

 

— O desgraçado do Thrawn não está em lugar nenhum – é um Ezra irritado quem se dirige a Hera.

 

Os antigos líderes imperiais, por sua vez, se mostraram um bando de covardes que se ajoelharam assim que a luta foi resolvida. Toda a habitual arrogância de imperiais despida em pura covardia diante dela. Hera olhava para eles com um desprezo que raramente reservava a qualquer criatura. Ela gritou com um deles, exigindo saber do paradeiro de Thrawn, mesmo já sabendo de antemão que seria inútil. Ainda assim, foi com surpresa que viu todos os imperiais capturados começarem a ter convulsões, seus corpos despejando sangue por todos os poros, aberturas e orifícios. Durou pouco mais de um minuto, com todos mortos logo a seguir.

 

— O que é isso? – Hera se voltou para Huyang, que logo fez o diagnóstico.

 

— Consegui captar um sinal vindo de fora – o Droid informou – este sinal parece ter ativado o que provavelmente eram nano-droids dentro dos corpos dessas pessoas. Esses nano—droids imediatamente atacaram todos os respectivos órgãos de seus hospedeiros, simplesmente dissolvendo-os.

 

— Tem algo mais acontecendo – uma preocupada Ahsoka diz – eu sinto a Força me alertando sobre um grave perigo.

 

— Eu também – Ezra corrobora a afirmação da Mestra de Sabine.

 

— O que você está captando, Huyang – é uma Hera preocupada quem pergunta.

 

— Os nano-droids nos corpos parecem estar se juntando – Huyang se volta para Hera – temos que sair daqui imediatamente.

 

— Todos para fora, agora – o grito de Hera é seguido por todos os presentes correndo até a saída mais próxima, com Djin Darin e Boba Fett preferindo criar a própria saída, explodindo juntos uma das paredes. Ahsoka, Ezra e o pequeno Grogu ficam para trás, usando o seus poderes da Força para criar um escudo protetor, pouco antes do lugar inteiro explodir.

 

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A nave Ghost atingiu a atmosfera, com as duas mulheres que a tripulavam vislumbrando de imediato a luta que se desenrolava entre o cruzador mandaloriano e o Quimera. Sabine entra em contato com Bo-Katan, explicando o porquê dela não poder se juntar na luta. Bo-Katan reitera a Sabine que precisará falar com ela mais tarde, pois algo muito importante sobre o seu antigo clã foi descoberto. Sabine fica intrigada, mas a sua preocupação com Zara não lhe permite se entender sobre o assunto. Ela e Shin também notam outra nave chegando na atmosfera, para logo entrar no hiperespaço. A conjectura sobre quem estava nela também teve de ser deixada de lado, pois a preocupação das duas mulheres era encontrar Zara. Ambas começam os preparativos para entrar no hiperespaço, não sem antes vislumbrar o Quimera explodir diante delas, numa bola de fogo brilhante. Sabine manda um rápido cumprimento para a sua Mand’alor, antes de iniciar a entrada da Ghost no salto para o hiperespaço.

 

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Todos saíram do local rapidamente, mas foram colhidos pela explosão pouco depois. Pedras e poeira se espalharam pelo ar, um certo pânico sendo gerado em muitas pessoas na cidade abaixo, pois todas ouviram o som da explosão. O edifício desabou completamente. O poder Jedi de Ahsoka, Ezra e de Grogu, combinados, gerou um escudo que protegeu seus companheiros dos piores efeitos da explosão. Pouco mais de um minuto se passou, até que puderam respirar aliviados. Estavam todos vivos e bem, ainda que uma sensação de que escaparam por pouco de uma armadilha fosse partilhada por cada um ali. A questão que se colocava era quem organizara essa armadilha. A suspeita em relação a Thrawn foi imediata, mas havia algo mais que deixava, principalmente Hera e Aksoka, muito intrigadas. Ambas tiveram que deixar essa suspeita de lado, quando Hera recebeu notícias vindas de cima.

 

— Bo-Katan nos informou que a Quimera foi destruída – Hera relatou a todos ali, indiferente à multidão que subiu a encosta, já se aglomerando perto deles – o problema é que além da Ghost, ela informou que duas naves saltaram no hiperespaço sem que pudessem ser detidas.

 

— Uma das naves, com certeza é a do Thrawn – é um irritado Ezra quem fala – o desgraçado escapou da gente outra vez.

 

— Mas para onde ele pode ter ido? – Djin Darin perguntou – ele está numa situação bem precária agora, sem a Quimera, sem nada, na verdade.

 

— Numa situação assim, um homem tende a buscar segurança junto aos seus – é Boba Fett quem fala agora.

 

— Isso faz muito sentido para mim – Ahsoka intervém.

 

— Se ele voltou para o seu povo, isso significa que está fora do nosso alcance – é uma Hera bem irritada quem diz, mas ela fecha os olhos por um segundo, buscando se acalmar – é perda de tempo lamentar por isso – ela olha para Ahsoka e depois para Ezra – temos algo mais urgente para nos ocupar.

 

— Ir ao encontro de Sabine e Shin – é um agora sorridente Ezra quem diz.

 

ÓRBITA DO PLANETA DATHOMIR

 

A nave Ghost saiu do hiperespaço, estacionando na órbita do planeta. Dentro dela, havia Sabine acionando os instrumentos de varredura, buscando descobrir onde as Irmãs da Noite estavam. Próximo a ela, Shin se mantinha em forte estado de meditação, forçando ao máximo a sua conexão com a Força. Seus pensamentos totalmente voltados para estabelecer contato com a sua Padawan. Para sua preocupação, nenhuma resposta era obtida. Essa preocupação virando desespero, pois a ligação de Mestra e Padawan na Força permitia a Shin saber que sua Padawan ainda estava viva.

 

— Hera me disse que tentaram de todo o jeito encontrar as Irmãs da Noite no planeta, mas nunca conseguiram – Sabine se dirige a uma Shin que acabara de sair de se estado de meditação.

 

— Ela estão se escondendo com um feitiço – é a resposta de Shin – não creio que os instrumentos de vocês tenham sido feitos para detectar isso.

 

— Magia é uma forma de energia como outra qualquer – Sabine retruca – a questão é saber o que estamos procurando e buscar oscilações estranhas de energia desconhecida – um sorriso astuto surge no rosto da mandaloriana – é claro que usar a Força também pode ser muito útil.

 

— O que você encontrou?

 

— Encontrei algumas oscilações estranhas, mas são em diversas partes do planeta – Sabine responde – a questão é saber qual delas é a que estamos procurando.

 

— Passe de novo para eu ver – Shin e Sabine olham os instrumentos, mostrando diversos pontos do planeta, até que Shin aponta para um deles – é aqui. É onde elas estão.

 

— Tem certeza? – a pergunta de Sabine é respondida apenas com um olhar – tudo bem, vamos direto para lá.

 

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— Elas estão vindo – aquela que parece ser a líder das Irmãs da Noite se dirige as outras duas.

 

— E estão sozinhas – outra Irmã da Noite diz – é melhor do que esperávamos.

 

— É provável que elas tenham reforços em breve – a terceira Irmã da Noite intervém – temos que tê-las sob nosso controle antes que esses reforços cheguem.

 

— Você tem razão irmã – a líder do grupo diz. Ela lança um olhar astuto para uma Ath’Zarah Het amarrada numa mesa – e eu sei exatamente o que podemos fazer para que elas venham até nós sem nenhum tipo de precaução.

 

ÓRBITA DO PLANETA TESPYN

 

— Obrigado pelo seu suporte, Bo-Katan – Hera cumprimenta a Mand’alor com uma certa informalidade.

 

— Foi um prazer ter ajudado – Bo-Katan responde – acho que falo por todos os mandalorianos quando digo: “qualquer coisa para evitar a volta do império”.

— Você sabe também que terá de assumir a responsabilidade por tudo o que aconteceu em Tespyn – Hera é bem enfática sobre isso – inclusive que solicitou a ajuda do esquadrão do capitão Teva.

 

— A senadora Organa me colocou a par de tudo, não se preocupe.

 

— Só que agora vamos precisar do seu favor para chegarmos o mais rápido possível em Dathomir – é Ezra quem intervém agora – precisamos encontrar Sabine e Shin.

 

— Como sabem que foi para lá que as Irmãs da Noite foram? – Bo-Katan não é a única curiosa com isso – me parece óbvio demais aquelas bruxas se esconderem por lá.

 

— As Irmãs da Noite não estão preocupadas em se enconder. Além disso, Huyang está acompanhando a trajetória da nave Ghost – Hera se volta para o Droid, que confirma tudo com um gesto de cabeça – ele já verificou que a nave está na órbita do planeta.

 

— Na verdade, eu acabei de verificar que a nave acabou de entrar na atmosfera do planeta – Huyang diz. Hera se volta aflita para Bo-Katan, um pedido silencioso em seu olhar.

 

— Vamos para lá imediatamente – Bo-Katan dá uma ordem rápida e instantes depois o cruzador mandaloriano salta no hiperespaço.

 

PLANETA DATHOMIR

 

— O que está fazendo, Shin? – Sabine se assusta ao ver que sua companheira direcionou a nave direto para dentro do planeta.

 

— As bruxas malditas estão torturando a Zara – o grito de Shin indica um grande desespero da parte dela.

 

— Não podemos chegar assim – Sabine tenta acalmar Shin – temos que ter um plano.

 

— Pense você num bom plano – Shin retruca – o meu plano é chegar no lugar e matar cada bruxa que aparecer na minha frente, até encontrar a Zara.

 

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O cruzador mandaloriano salta do hiperespaço, se mantendo na órbita de Dathomir. Há uma movimentação frenética, onde se tenta abrir comunicações com a nave Ghost, ao mesmo tempo em que se busca localizar o local onde as Irmãs da Noite estão. Alheio a tudo isso, Ezra se mantém num estado de meditação, embora permaneça de pé num canto, afastado da movimentação que ocorre na nave. Seu estado de meditação é tão intenso que ele nem nota um início de discussão entre Jace e sua mãe. Ahsoka pensa em intervir, mas se contém, pois percebe que apenas Ezra poderia fazer isso. Ela o nota em seu estado de meditação, fazendo com ela também buscasse contato com a Força.

 

— Você ainda é meu filho, ouviu bem Jace Syndulla – a voz de Hera não admitia discussão – muito antes do seu treinamento Jedi, e vai continuar a ser enquanto eu estiver viva.

 

— A senhora não pode me impedir de ir com os outros Jedi – Jace procura dar um tom imponente no seu tom de voz – eu tenho um dever com os meus irmãos e irmãs.

 

— Jace eu... – Hera fecha os olhos ao ouvir o filho dizer tais palavras, lembranças entre ternas e dolorosas surgindo em sua mente por conta disso – eu não posso permitir que você se arrisque dessa forma. Você é meu filho.

 

— Ele também é um futuro Jedi, Hera – a voz de Ezra fazendo com que todos os que acompanhavam a discussão se voltassem para ele, que junto com Ahsoka, tinha saído de seus respectivos estados de meditação – eu hesitei bastante quando você me pediu para treinar o Jace, justamente por temer a chegada de um momento como esse.

 

— Do que você está falando, Ezra?

 

— Desse momento, Hera – é a resposta do jovem Jedi – o momento em que o meu dever como o Mestre do Jace ia bater de frente com o seu dever como a mãe dele. Eu entendo os seus temores Hera, são os meus temores também, mas o Jace precisa ir conosco para enfrentar as Irmãs da Noite.

 

— Por que você está dizendo isso?

 

— A Força precisa dele lá, Hera, tanto quanto precisa de cada um dos usuários da Força nessa nave – ele olha para Djin Darin e depois para Grogu – e isso vale para você também, pequenino.


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Notas finais do capítulo

Capítulo postado como prometido. Hoje vou trabalhar no último capítulo, talvez terminar a primeira versão dele. No próximo domingo tem novo capítulo para ler. Aguardem.



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