Jedis e Padawans – Diferentes Tons de Cinza escrita por MarcosFLuder


Capítulo 13
O início da missão


Notas iniciais do capítulo

Voltei de viagem ontem e retomei a normalidade das postagens no domingo de manhã. Durante essa semana nem pude trabalhar na fanfic, mas não estou preocupado com isso. Uma boa frente de capítulos, além do fato de já ter toda a história bem estruturada na minha cabeça, incluindo o final, me dá essa tranquilidade. Estamos nos aproximando da reta final da fanfic, com a maior parte da história se concentrando no tempo presente a partir de agora. Ainda haverão alguns flashbacks, mas serão bem pontuais. Espero que quem continua acompanhando a história continue gostando. Prestem bem atenção num diálogo sobre Sabine e seu clã. Isso será importante para o desfecho da história. Aproveitem.



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SEDE DA REPÚBLICA

UM ANO E QUATRO MESES ANTES DO TEMPO PRESENTE

 

Hera Syndulla tinha uma expressão entre o sombrio e o desanimado quando saiu de sua corte marcial. Ela devia estar contente por deixar aquele lugar por conta própria, em vez de ser conduzida direto para uma prisão. O senador Xiono foi implacável em sua defesa dela ser presa por seu ato de levar o Olho de Sion para outra galáxia, contrariando as ordens da República. A mãe de Jace sabia que não poderia contar com a senadora Organa para garantir a sua retaguarda, como na vez anterior. Hera assumiu tudo como sua decisão pessoal, preservando totalmente a chefe do Conselho de Defesa da República. Ainda assim, ela sabia que a senadora Organa intercedeu a seu favor. Hera sabia que ter escapado da prisão custou a entrega do exército da República nas mãos de Xiono. Em vez de seguir para Lothal, buscar consolo nos amigos, ela sabia que precisava ir a outro lugar. Um encontro discreto, marcado de forma bem sigilosa. A mãe de Jace chegou ao local depois de tomar todos os cuidados para que ninguém a seguisse. Uma nave já a esperava e a ex-general da Nova República entrou nela, encontrando exatamente quem esperava.

 

— Olá Hera – a senadora Leya Organa oferece um sorriso caloroso para a mãe de Jace – sei que é um momento difícil para você, mas não podia adiar essa nossa reunião.

 

— Tudo bem senadora, eu entendo – é a resposta de Hera.

 

— Lamento muito que tudo tenha acabado desse jeito Hera – a voz da senadora Organa reflete bem o desânimo que sente – mas infelizmente não havia nada melhor, do que livrá-la da prisão, que eu pudesse fazer.

 

— Eu sei disso senadora – há uma tentativa de sorriso por parte de Hera – eu sei também que entregar o exército da República para o Xiono foi o preço disso.

 

— Um preço que não me arrependo nenhum pouco de ter pago – a firmeza na voz da senadora Organa soa como música nos ouvidos de Hera, ela finalmente abrindo um sorriso de fato – na atual conjuntura não há muito utilidade em controlar o exército, mas ter alguém como você sendo obrigada a cumprir uma sentença de prisão, isso sim, seria uma perda terrível.

 

— Por que estou aqui, senadora? – a pergunta de Hera foi recebida com um sorriso pela senadora Organa.

 

— Sempre muito direta, é uma das coisas que sempre apreciei em você, Hera – um grande suspiro antecede a nova fala da senadora, seu rosto ganhando um ar mais preocupado agora – há um grande perigo surgindo no horizonte, Hera. Enquanto você estava indo resgatar suas amigas, eu recebi informes muito preocupantes da Orla Exterior e até das Regiões Desconhecidas.

 

— Eu lamento muito que o Thrawn... – Hera nem chega a terminar seu raciocínio, pois um suave gesto da senadora a faz se calar.

 

— O Grande Almirante Thrawn é apenas parte desse perigo, minha cara – a senadora Organa passa um disco de informações para Hera – aqui você tem todas as informações que me foram repassadas nos últimos meses. Um grande perigo ameaça a República, mas não para agora. Deve demorar muitos anos ainda para se mostrar, mas virá, com certeza.

 

— A senhora não dividiu essas informações com seus pares da República, a Chanceler Mon Motma? – é a pergunta que Hera faz. O que se segue é um suspiro desanimado da senadora Organa.

 

— Infelizmente as pessoas, de modo geral, não se mostram muito dispostas a ouvir notícias alarmantes – é a resposta da senadora – tudo o que querem é aproveitar a paz duramente obtida. Nem posso culpá-las totalmente por isso. Às vezes eu mesma gostaria de ser mais complacente com tudo, me dedicar mais a minha família. Só os deuses sabem o quanto não ser esse tipo de pessoa tem me custado, mas não é algo que esteja em mim.

 

— Eu sei como é – há um certo desânimo em Hera ao dizer – nesses anos todos eu tive bem pouco tempo com o meu filho. Sinto falta disso – Hera nota um grande pesar no rosto da senadora ao ouvir isso.

 

— Infelizmente esse é um luxo que pessoas como nós raramente podemos aproveitar – apesar da tristeza, a voz da senadora Organa ganha também muita firmeza – mas isso não importa agora. Um grave perigo está vindo, Hera. Temos que nos preparar para quando acontecer, mesmo que boa parte dos que comandam a República estejam complacentes com isso.

 

— O que vamos fazer senadora? Sem o controle do exército, o que podemos fazer? – é uma desanimada Hera quem pergunta.

 

— Eu ainda espero conseguir fazer com que a República abra os olhos para o perigo que surge no horizonte – diz a senadora, o rosto ganhando uma expressão dura – mas caso isso não aconteça, teremos de estar preparadas, teremos de ser capazes de responder a essa ameaça, mesmo sem o exército da República.

 

— Como faremos isso?

 

— Nesse momento eu não posso me envolver diretamente com isso, e é justamente nesse ponto que preciso de você, Hera – um sorriso ligeiramente astuto surge no rosto da senadora – eu preciso de você para liderar a formação de uma nova força para-militar – a expressão desconfiada de Hera faz com que o sorriso da senadora aumente – isso mesmo minha cara, vou precisar de você para iniciar a formação de uma nova Aliança Rebelde.

 

REGIÃO DO HIPERESPAÇO

TEMPO PRESENTE

 

A nave cruza o hiperespaço em grande velocidade. Hera a está conduzindo, com Ahsoka em pé e Huyang sendo seu co-piloto, o que deixou Chooper claramente irritado ao saber que teria de ceder essa função para ficar junto a Jace. Hera ainda tinha um sorriso no rosto, ao lembrar dos dois Droids, claramente em conflito um com o outro. É um sorriso apenas breve, pois ela e Ahsoka são capazes de notar que há uma visível tensão no ar, pois ambas sabem dos riscos dessa missão. A togruta olha para trás, vislumbrando o quarteto sentado ao fundo. Sabine e Shin uma ao lado da outra, ainda se ajustando à reaproximação entre elas, com Ezra e Arlo sentados juntos, os dois parecendo bem interessados em provocar as duas mulheres diante deles.

 

— Calem a boca vocês dois – é uma Sabine bem irritada quem fala. Arlo é o primeiro a falar, levantando as mãos como num sinal de rendição.

 

— Tudo bem, tudo bem, não vamos falar mais nada, não é Ezra? – ele olha sorridente para o jovem Jedi.

 

— Vocês são muito fáceis de ser provocadas, quase não tem graça – um sorridente Ezra responde, olhando para as duas mulheres.

 

Os sorrisos vão se desvanecendo aos poucos. A tensão presente no ar voltando a envolver os pensamentos dos quatro jovens. As provocações serviram apenas de um alívio temporário, mas agora as preocupações de cada um voltavam a dominar suas mentes. Sabine e Arlo trocaram um breve olhar, chamando a atenção de Shin e Ezra. Ambos já haviam visto os dois conversando pouco antes de embarcarem para a missão. Nenhum dos dois indagou Sabine sobre isso, pois tudo indicava que Arlo estava passando uma mensagem para sua colega mandaloriana. Ainda assim, ambos ficaram curiosos sobre o que era, embora tenham respeitado a privacidade de Sabine.

 

— Vocês dois não vão fazer logo a pergunta que está na ponta da língua de ambos? – Sabine se dirige para Ezra e Shin. É Ezra quem responde.

 

— Nós só achamos que você tinha direito a sua privacidade – ele diz.

 

— Qual foi a mensagem que o Arlo lhe deu – Shin procurou fazer a pergunta num tom bem calmo, mas não conseguiu evitar de demonstrar uma certa ansiedade – Sabine e Arlo trocam um novo olhar.

 

— Eles vão saber mais cedo ou mais tarde mesmo – o mandaloriano diz. Sabine dá um leve suspiro antes de falar.

 

— Ele me transmitiu um recado de Bo-Katan – ela responde – parece que a nossa Mand’Alor está querendo reconstruir os clãs mandalorianos. Ela disse que precisa falar comigo urgentemente sobre isso, pois tem algo muito importante para me relatar sobre o clã Wren.

 

— Ela não entrou em detalhes sobre o que seria? – é Shin quem pergunta.

 

— Ela disse ao Arlo que é algo que só pode ser conversado em detalhes pessoalmente – Sabine responde.

 

— Ela quer que você reconstrua o clã Wren? – é Ezra quem pergunta agora.

 

— Eu fui a única que sobrou do meu clã, Ezra – há uma séria tristeza em Sabine ao dizer isso – não há nada para ser reconstruído.

 

 

Um clima pesado toma conta dos quatro jovens, com Shin abraçando Sabine, sem que palavras precisassem ser ditas. Segue-se um momento de silêncio, até que todos se recompõe. Depois disso, tanto Shin quanto Ezra se envolvem num momento de meditação que intriga Sabine e Arlo, embora ambos não façam nada para atrapalhar isso. O silêncio continua tomando conta da nave, cada um envolvido em seus próprios pensamentos. Shin e Ezra abrem seus olhos quase ao mesmo tempo, um suspiro de relaxamento indicando que ambos estavam saindo de um profundo estado de meditação, ambos sendo Um com a Força.

 

— Eu não estou sentindo o Jace na Força – Ezra denota um certo desânimo ao falar – ele se fechou para mim. Estranho, normalmente o meu Padawan não é muito bom nisso.

 

— Bem ao contrário da Zara então – é a resposta de Shin, chamando a atenção de Sabine – ele já mostrou que sabe bem como se fechar para mim quando quer.

 

— Isso já aconteceu antes? – é uma Sabine entre intrigada e preocupada quem pergunta.

 

— Uma vez – é a resposta de Shin – foi um mês antes de sairmos do lugar onde ficamos os nossos primeiros seis meses como Mestra e Padawan. Nós tivemos uma briga feia e ela ficou escondida quase o dia todo. Mesmo usando a nossa conexão com a Força, eu só a encontrei quando ela mesma veio até mim.

 

— Por que vocês brigaram? – a pergunta de Arlo provoca uma reação em Shin, seu rosto refletindo um profundo incômodo, mas ela respondeu mesmo assim.

 

— Ela veio de novo com a história de que podia ver o Baylan como um fantasma da Força. Eu lembro de ter ficado muito irritada com ela por causa disso – Arlo solta um leve grunhido, indicando satisfação com a resposta. Sabine, no entanto, notou algo errado na reação de Shin, principalmente quando percebe uma mudança em sua expressão, o rosto ganhando um ar de alguém que se lembrou de algo.

 

— O que foi, Shin? – Sabine tem um ar desconfiado ao perguntar.

 

— Sei lá, mas agora que estou rememorando isso… eu lembro que fiquei tão irritada com ela naquele momento que na hora nem me dei conta – Shin tem uma expressão que denota uma certa culpa em seu rosto – tudo em que eu pensava naquele momento era na mentira que ela contou quando nos conhecemos.

 

— Mas agora que está mais calma você notou algo que não tinha percebido antes – é uma Sabine com ar de compreensão quem diz.

 

— Ela estava bem eufórica quando veio até mim. Realmente eu… eu não me lembro de tê-la visto tão feliz e sorridente como naquele momento – Sabine nota o sorriso triste e culpado que surge no rosto de Shin. Ela pensa em falar algo, mas decide que não é a hora.

 

— Ambos só estão zangados com vocês dois por terem sido deixados para trás – é a resposta de Sabine, seu olhar indo de Shin para Ezra.

 

— Eles não estão pront... – há um ligeiro constrangimento de Ezra e Shin, ao dizerem isso ao mesmo tempo, Arlo e Sabine apenas sorriem.

 

— São duas crianças – é Arlo quem fala agora, o olhar se voltando de Ezra para Shin – todos nós já fomos também. Com certeza já tivemos momentos assim com nossos pais ou mentores.

 

— Vou tentar contato com ela de novo – Shin assume novamente a sua posição de meditação. Sem dizer nada, Ezra faz o mesmo. Sabine e Arlo apenas olham, sem incomodar os dois Jedi.

 

PLANETA LOTHAL – HORAS ANTES

 

Ath’Zarah Het acompanha os preparativos para partir com um sentimento misturado de raiva e angústia. Tanto ela quanto Jace não gostaram nada de serem deixados de fora dessa missão. No caso da jovem Padawan de Shin Hati, essa raiva é misturada pela angústia de saber que precisa estar na nave. O fantasma da Força de Baylan Skoll foi bem claro sobre isso. Era fundamental para o próprio futuro dos Jedi que ela estivesse naquela nave. O problema é que ela não podia usar esse aviso em seu favor. A jovem Padawan pensa em todas as maneiras possíveis de embarcar como clandestina, mas nenhuma delas se mostra viável. Ela sabe que precisa de ajuda, mas sua relutância em pedi-la é grande.

 

— Não é hora para se deixar levar pelo orgulho, pequenina – a figura fantasmagórica de Baylan se encontra do seu lado, a voz dele num tom suave, mas firme.

 

— Ter que pedir ajuda para aquele insuportável e o robô dele é horrível – a voz ainda numa entonação infantil fazia com que o tom de raiva na voz de Ath’Zarah Het provocasse um sorriso na figura fantasmagórica, esta tomada por lembranças longínquas a respeito de outra pessoa.

 

— Você sabe que não tem outra escolha se quiser entrar naquela nave – a voz do fantasma da Força de Baylan ainda soando firme nos ouvidos da jovem Padawan.

 

— Eu sei, eu sei – é uma irritada, mas decidida Ath’Zarah Het quem se dirige até Jace, este sentado num canto, um ar visivelmente aborrecido, ao lado de um igualmente irritado Chopper – eu preciso falar com você.

 

— O que você quer? – a voz dele tem um tom irritado, que a menina simplesmente ignora.

 

— Eu quero ir na nave, mas não vou conseguir isso sozinha – ela olha também para o Droid, um plano já surgindo em sua mente – não finja que você também não está com vontade de ir.

 

— Não estou fingindo nada – o menino olha irritado para os preparativos sendo feitos na nave – eu só sei que é inútil entrar como clandestino na nave. Por conta de nossa ligação com a Força, meu Mestre logo saberia que eu me escondi lá – ele notou um sorriso astuto surgindo no rosto da menina – o que foi?

 

— Se você e seu Droid nos colocarem lá dentro eu posso te ajudar a bloquear a sua presença na Força – ela responde – nem seu Mestre e nem a minha Mestra saberão que estamos na nave.

 

NAVE QUIMERA

TEMPO PRESENTE

 

Thrawn apenas observava enquanto as três Irmãs da Noite faziam o seu ritual, com ele disfarçando bem o seu desconforto. O alienígena da raça Chiss era um homem que nunca lidou bem com questões místicas, sempre preferindo o lado mais material da vida. Contudo, a necessidade o obrigou a firmar esse tipo de aliança. Sem as Irmãs da Noite ele certamente ainda estaria tão atolado em Peridea como no dia em chegou naquele planeta morto. Nada disso, é claro, muda a sua desconfiança com qualquer forma de poder místico; qualquer poder que não seja fruto de uma realidade material, armas, recursos, tecnologia superior. É nesse tipo de poder que confia, suas experiências com os Jedi só mostrando o quanto o tipo de poder como os que vem da Força são algo perigoso e imprevisível demais. Ainda assim, a aliança permanece, com ele esperando pacientemente até o ritual terminar.

 

— Então Grande Mãe – ele se dirige a uma das Irmãs da Noite, aquela que vê como a líder do grupo – o que vocês descobriram?

 

— Eles estão chegando, Grande Almirante – diz a Irmã da Noite – só não destrua a nave no espaço. Force-os a aterrissar no planeta e acabe com eles por lá.

 

— Por que não destruí-los assim que saltarem do hiperespaço?

 

— As duas mulheres que mantém Abeloth presa estão na nave – as Irmãs da Noite olham uma para outra – nós podemos vê-las na Força. Elas são a nossa chave para nos livrarmos de Abeloth de uma vez por todas.

 

— Por que não explodir a nave com elas dentro não é a melhor solução? – é um Thrawn com ar desconfiado quem pergunta.

 

— A morte delas dessa forma pode ser a melhor chance de Abeloth se libertar – disse uma das Irmãs da Noite – não podemos correr o risco disso acontecer.

 

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A caixa onde estavam foi introduzida na nave por conta de uma interferência de Chooper, incluída após o Droid ter hackeado o manifesto do veículo. Ath’Zarah Het e Jace Syndulla tinham máscaras, para o caso de ficarem tempo demais e faltar oxigênio, mas até o momento não foi preciso usá-las. As duas crianças tinham dificuldade em estabelecer qualquer diálogo, ficando caladas a maior parte do tempo, o que economizou bastante ar. No entanto, à medida que a viagem se estendia, com eles sem saber se estavam perto de seu destino, foi se tornando impossível não superarem essa dificuldade.

 

— O que vamos fazer quando chegarmos? – Jace tomou a iniciativa de perguntar – não sei se é uma boa ideia nos apresentar direto para eles.

 

— Vamos só ficar de longe – é a resposta da Padawan de Shin – se eles precisarem da nossa ajuda ai sim, nós aparecemos.

 

— Com quem você estava falando? – Jace pergunta.

 

— Por que está me fazendo essa pergunta?

 

— Teve um momento em que pareceu que você estava falando com alguém – havia um ar intrigado no rosto de Jace – você é maluca por acaso?

 

— Você não entenderia – foi a resposta de Zara. Jace deu um grunhido de desprezo, mas não insistiu na pergunta, inciando um diálogo com Chooper.

 

A padawan de Shin vê o momento em que o Droid diz algo para Jace. Há uma certa irritação nela ao não ser capaz de entender o diálogo que os dois estão tendo, mas seu orgulho a impede de perguntar sobre o que estão falando. Ath’Zarah Het também precisa se concentrar em manter-se fechada para sua Mestra, impedido-a de saber que estão tão próximas uma da outra, além de manter Jace na mesma situação em relação ao Mestre dele. Ela não evita um sorriso discreto para si mesma, ao notar como é muito mais capaz nesse campo do que o menino do cabelo verde. A jovem Padawan está certa de que vem conseguindo manter a si mesma e Jace fechados para seus respectivos Mestres. No entanto, ela e Jace se assustam com o som de golpes sendo desferidos contra a caixa onde se encontram. As duas crianças e o Droid se encolhem num canto, enquanto a caixa é aberta e vários pares de olhares zangados são lançados contra eles. Hera Syndulla é a primeira a falar.

 

— Eu disse para vocês todos que esse caixote extra só podia ser coisa deles – ela lança um olhar entre zangada e decepcionada para Jace, que se encolhe de imediato. Um novo olhar dela é dirigido para Chooper – você hackeou o manifesto da nave, não foi? Eu devia te desmontar seu Droid psicopata.

 

— Estou muito decepcionada com você, Zara – a voz de Shin se mantém no seu tom neutro, mas a decepção no olhar dela é o suficiente para fazer a jovem Padawan baixar a cabeça – além de me bloquear você ainda ajudou o Padawan do Bridges a fazer o mesmo com ele.

 

— Eu vi os dois tentando contato e sem conseguir – foi uma Sabine incapaz de conter o entusiasmo em sua voz quem falou agora – isso foi incrível, Zara.

 

— Sabine – a jovem mandaloriana se encolhe em susto e constrangimento, ao notar Shin, Ezra, Hera e Ahsoka gritando o seu nome ao mesmo tempo.

 

— Pare de encorajá-la – é uma Shin muito zangada que se dirige à mandaloriana. Os demais também olham para ela com reprovação, sendo um Arlo de sorriso cúmplice a única exceção. É ele próprio quem toma a iniciativa de falar.

 

— É melhor tirar esses três daí e decidirmos o que fazer – ele diz – vamos sair do hiperespaço a qualquer momento.

 

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A nave Ghost saiu do hiperespaço e logo foi possível vislumbrar o planeta Tespyn. Todos ainda estavam mais voltados para o debate em torno da presença clandestina dos dois Padawans quando foram surpreendidos pela explosão de um míssil, atingindo a nave. Felizmente os escudos defensivos estavam ativos, absorvendo a maior parte do impacto. Isso não impediu que a nave fosse danificada. Hera teve que manobrar com sua habilidade conhecida para não ser atingida novamente. O sistema de armas da Ghost foi diretamente danificado pelo disparo. A única chance deles era entrar na atmosfera do planeta e despistar as naves perseguidoras, o que Hera faz habilmente, usando as nuvens do planeta, enquanto Arlo indica um lugar para pousar.

 

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O ataque a nave Ghost foi visto por Thrawn, já devidamente instalado no que será o local de sua reunião com os demais membros remanescentes das forças imperiais. Entregar as cabeças de alguns heróis da rebelião que derrubou o império seria um ótimo início de reunião, ele pensava. Thrawn sabia que encontraria muitas resistências para conseguir unir o que restou das forças imperiais numa única força militar. Ele entendeu isso quando suas investigações o puseram a par de algo que vinha acontecendo a um bom tempo. Uma força se reunindo nas Regiões Desconhecidas, mas que era um mistério para ele. Uma situação que o incomodava profundamente. No entanto, ele deixa esses pensamentos momentaneamente de lado, se concentrando nos relatos de seu comandante.

 

— Nós os temos sob mira senhor – disse o comandante Pellaeon – eles estão manobrando para nos despistar nas nuvens do planeta, mas nós temos plenas condições de destruí-los antes disso.

 

— Nós precisamos das duas jedi, e da menina, vivas, Grande Almirante Thrawn – a voz da líder das Irmãs da Noite é ouvida. Na tela, é possível notar a contrariedade no rosto do comandante.

 

— Não creio que teremos uma chance melhor de acabarmos com eles de uma vez, minha cara – a ponderação de Thrawn é feita com o mesmo tom monocórdio de sempre.

 

— A ligação na Força das duas mulheres que estão naquela nave é o que mantém Abeloth presa – a Grande Mãe retruca – se elas morrerem dessa maneira é quase certo que isso liberte Abeloth de sua prisão. Acredite, Grande Almirante, o senhor não quererá Abeloth livre.

 

A reflexão de Thrwan não dura muito tempo. Seu crescente ódio por tudo o que diz respeito a Força o leva a pensar se vale a pena manter a aliança com as Irmãs da Noite. Por outro lado, ele não quer arriscar ter algo como Abeloth livre, sendo uma força imprevisível e incontrolável. Era um jogo perigoso, mas era preciso continuar jogando-o. Ele ordenou ao comandante que lançasse caças imperiais atrás da nave, mesmo sabendo o quanto o irritaria com a sua ordem. Era necessário, ele precisava que as Irmãs da Noite lidassem primeiro com Abeloth, antes que pudesse finalmente se livrar delas.

 

— Qual é o seu plano, Grande Mãe? – ele pergunta.

 

— Crie uma situação para manter a tripulação encurralada – a Grande Mãe responde – nós vamos aproveitar para capturar a menina, e matar quem estiver com ela. Com ela em nossas mãos poderemos atrair as duas jedi cuja ligação na Força mantém Abeloth em sua prisão.

 

— Vocês têm certeza de que matá-las agora não é mais efetivo do que esse plano que estão me apresentando?

 

— Não basta apenas matá-las, Grande Almirante. Elas precisam cair num completo esquecimento. Como se nunca tivessem existido – a Grande Mãe retruca – nós temos um ritual perfeito para isso. As duas serão mandadas para o esquecimento, e Abeloth irá junto com elas.


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Notas finais do capítulo

Capítulo postado. Agora é se preparar para seguir pela reta final da história. No próximo domingo tem mais. Aguardem.



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