Querido Diario da Minha Irmã! escrita por Ny Bez


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Como vcs pediram com jeitinho eu fiz um 2º cap...
Esse é voltado para Luiza, espero que gostem!

Boa leitura =D



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Deixei para ler o diário em outra hora, já que minha mãe gritava por meu nome, estava na hora do almoço. Cheguei à mesa, e lá estava meu pai, minha mãe e minha irmã, como de costume, só que, diferente dos outros almoços de domingo os quais Paola curtia, ou fingia, já que eu não confio nela, ela estava impaciente, e estava mais bonita do que de costume. Sim ela sempre arrasava no modelito, isso eu não posso negar!

 

- O que você tanto olha pra mim hein, pirralha?! – Leva uma colherada a boca.

 

- Nada! Não posso olhar mais não?! Que estressada... Eu hein! – Bebi um gole de vinho.

 

- Paola minha filha, você parece estar com pressa. Vai sair hoje?

 

- Sim mamãe! Tenho um... Encontro... Q-quer dizer... Marquei de me encontrar com uma amiga!

 

- Você não costuma sair com suas amigas aos domingos! – Meu pai a encarava confuso.

 

- É que é uma amiga nova papai!

 

- Qual o nome dessa amiga nova?!

 

- O nome dela?! – Leva uma colherada a boca. Mastiga... Engole... Toma um gole de vinho. – Ana!

 

Ana?! Será a Ana do diário?! Minha irmã vai sair com a garota do banheiro?! Tenho que terminar de ler aquele diário!!

 

- E quem é essa Ana? Eu conheço? – Fiquei curiosa, não vou negar.

 

- Não é da sua conta garota! Não enche o saco!

 

- Nossa que grosseria! Eu também te amo maninha! – Disse debochada!

 

Em uma atitude super adulta, ela me mostra a língua! Que maturidade!

 

- Luiza deixe de perturbar sua irmã! Você sabe que ela detesta que se metam em sua vida!

 

 Meu pai me advertia! Que saco, eu não posso nem falar nada que já me põem de fora! Quer saber, eu nem sei o porquê eu ainda perco meu tempo tentado ser da família!

 

Levantei-me da cadeira bruscamente, ainda não tinha tocado na comida, ma já havia tomado duas taças de vinho. (Eu adoro vinho!)

 

- Pra onde você vai Luiza?! Você ainda nem tocou na comida!

 

- Não to com fome mamãe! E já que eu nem posso fazer uma simples pergunta a mesa sem ser seriamente advertida, ou grosseiramente cortada, eu me retiro! Vou pro meu quarto!

 

- Espera ai pirralha! Também não precisa sair sem comer! Senta ai e come vai.

 

- Não! Obrigada... Eu aceito a garrafa de vinho!

 

Peguei a garrafa que estava na mesa. Meu pai me olhou com desaprovação. Minha mãe entortou a boca, aliás, ela sempre faz isso quando faço algo que ela não gosta. Que se dane! Vou é beber no meu quarto, essa garrafa de vinho pela metade é só o começo, já que eu tenho uma verdadeira coleção de bebidas em um esconderijo que fiz no meu quarto.

 

Quase sempre foi assim, quer dizer, quando éramos mais novas, antes de Paola entrar pra faculdade, éramos bastante ligadas, ela cuidava de mim. Éramos unha e carne, se algo me fazia sofrer ela dava um jeito de acabar com meu sofrimento me trazendo de volta a alegria, e não media esforços pra que isso acontecesse. Meus pais eram ausentes, sempre foram. Ambos empresários de sucesso, dificilmente paravam em casa. Paola e eu tínhamos apenas uma à outra! Isso mudou quando ela foi pra faculdade! Ela mudou completamente comigo, saía com os amigos dela sempre que tinha um tempo livre. Teve vezes que tentei fazer alguma coisa juntas como era antes, chegávamos a combinar, mas ela furava! Esquecia, marcava outra coisa, sei lá... E assim foi até ela se formar! Hoje eu tenho 19 anos, como já havia dito. Já terminei o ensino médio há algum tempo, eu tinha 17. Não prestei vestibular assim que terminei o colegial porque eu não tive vontade, muito menos estimulo, já que minhas únicas companhias eram os empregados da mansão...

 

Comecei a sair com alguns amigos, má influencias, acho que foi isso que meu pai me disse uma vez. Comecei a beber, saia quase todo dia. Comecei indo para boates heteros, depois me cansei, era muito sem graça! Até que conheci o Renato, gay assumido, ele que me apresentou a balada gay, confesso que gostei logo de inicio. Era tudo lindo, tudo “colorido”, e eu adoro cores!

Vinham meninas perguntando meu nome, se eu tava acompanhada... De inicio estranhei, não pesava na hipótese de ficar com garotas, e sempre dizia algo do tipo, “desculpe, eu não tenho preconceito, mas comigo não! Eu não sou gay!” Até que uma garota (linda e muito gostosa, com todo o respeito) falou que eu era preconceituosa, que eu fazia a linha de simpatizante pra disfarçar, que no fundo eu era cheia de preconceitos comigo mesma! Aquilo me fez pensar... E por ironia do destino estava tocando a musica tempos modernos do Lulu Santos... “Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir! E não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver! VAMOS NOS PERMITIR!” Aquele refrão me fez pensar! Pô! Porque não?! Eu sentia vontade, confesso que tinha uma curiosidade, mas o medo me impedia de fazer qualquer coisa. Então porque não?! Aquela garota tinha razão quando disse que no fundo eu era cheia de preconceitos comigo mesma! O Lulu Santos tinha razão quando disse que o tempo voa que escorre pelas mãos, e que ele não volta! E eu completo, ele vira uma lembrança doce, ou amarga! Foda-se! Vamos nos permitir!! Terminei meu dialogo (comigo mesma) bastante conflituoso, cheio de emoções, sensações, temores... Enfim! Fui atrás daquela que havia me despertado o interesse, aquela que me fez perceber que eu estava errada. Logo estávamos nos pegando num cantinho reservado da boate. E a noite foi bastante longa, até porque vimos o sol nascer da janela do quarto dela... Eu bebi horrores naquele dia, tanto que nem lembrava como eu tinha ido parar lá! Mas eu lembrava as partes... ér... “Picantes!”

 

Bom... Acho que agora eu nem preciso falar que eu não parei por ai, né?! Quer dizer, eu tinha gostado da garota e tal, mas ela só queria sexo e nada mais! Então fiz o que ela queria, dei todo o prazer que pude dar a alguém. Ela gostava, falava que eu era muito boa! Que ainda não tinha tido melhores. Confesso que envaideci! Isso aumenta o ego de qualquer um! No meu caso não poderia ser diferente! Sou humana! Comecei a sair com outras garotas. Até que arrumei uma namorada nisso tudo! Meus pais odiaram a idéia! Sim, eu fui apresentá-la pra eles! Não sei se na intenção de obter alguma atenção com isso. Só sei que fiz! Cheguei com ela num almoço de domingo e disse; “Pai, mãe! Essa daqui é a Vanessa! Minha namorada!” Meu pai engasgou com o whisky que bebia, minha mãe deixou sua taça de vinho cair no chão! Minha irmã me olhou incrédula, com os olhos arregalados.

Vanessa não sabia onde enfiar a cabeça ficou vermelha! Eu não tinha alertado ela que ainda não tinha falado com meus pais sobre nosso namoro, todos ficaram surpresos. Menos eu que achei graça em tudo. No meu pai se engasgando, minha mãe quebrando uma taça de cristal caríssima, minha irmã com aqueles olhos arregalados, o jeitinho tímido, e a face rubra de Vanessa... Eu ria de tudo, foi involuntário, juro!

 

Meu namoro com Vanessa não durou muito depois disso. Ela disse que eu era muito impulsiva. Falou que eu só fazia esse tipo de coisa pra chamar atenção. Ela estava certa!

Talvez eu quisesse recuperar ao menos a atenção de Paola, mas com o meu namoro com Vanessa eu só fiz piorar, já que ela passou a me tratar como anormal. Sim, ela se dizia hetero, e estava muito feliz com isso, obrigada! Ouvi dizer que ela era a garota dos sonhos de muitos caras da faculdade onde ela estudava. Mas ela não se apaixonava por nenhum, e nem queria, ou fazia a menor questão. Dizia que era bobagem, uma distração, que iria atrapalhar sua carreira... Essas baboseiras todas. Enfim! Ela dizia que amor era perca de tempo!

 

Começou a me chamar de pirralha! Acredita?! Pirralha?! Isso é foda! No começo me irritava tal apelido, ela nunca tinha me tratado com tanta indiferença, parecia até que havia esquecido meu nome! Talvez fosse isso! Talvez ela tenha esquecido mesmo, já que me chama assim até hoje! Mas já me acostumei, nem me importo mais! To nem ai pro que ela pensa, faz ou fala! Quer dizer... Até que encontrei seu diário! Porra, ela tem um diário! Se eu soubesse disso eu já teria lido antes... Talvez lá ela explique o porquê não gosta mais de mim, diferente da Paola de antes. Eu poderia acabar com minhas suspeitas de que a verdadeira Paola foi abduzida por extraterrestres, ou algo mais bizarro!

 

Quando ela se formou ficou muito pior! Ela já não tem paciência nenhuma comigo. Eu mal me aproximo e já levo um fora! Porque eu a irrito tanto?! Paola é uma incógnita pra mim! Pensei que ela fosse à única pessoa que eu podia contar para o resto da vida, e ela faz uma crocodilagem dessa! Maldita hora que ela entrou naquela universidade!

 

Quando chegou minha vez, eu tive medo! Não quis me arriscar a ficar sem coração que nem minha nem tão mais adorável irmã! Acho que as únicas pessoas que gostaram dessa Paola foram meus pais. Já que ela só foca o lado profissional... (Filha de peixe...)

 

Recentemente prestei vestibular, fiz as duas fases, e passei, entrei pro curso de arquitetura, (sempre quis ser arquiteta) meus pais não sabem muito menos minha irmã! To vendo se eu consigo me transferir pra outra cidade! Confesso que já cansei dessa família de mentira! E já que a um bom tempo eu mesma venho sendo minha única família, não vou sentir falta disso tudo, que não passa de ilusão! Quer dizer, vou sentir falta da Clarisse, a governanta. Ela sempre cuidou de mim e de minha irmã, e ainda cuida de mim até hoje, acho que se não fosse ela segurando minha barra quando to triste, arrasada e derrotada, totalmente atolada na fossa, eu já teria surtado! Só não a convido pra ir junto porque pretendo me desligar da família, ou seja, adeus cartão de crédito! To vendo um emprego ai, já que falo várias línguas, não vai ser muito difícil de arrumar um na área de turismo, sei lá, só sei que já tenho algumas propostas.

 

- Droga acabou o vinho!! Hum... Olá 50 anos, vai ser você hoje meu filho!

 

Como falei antes, tenho uma verdadeira coleção de bebidas...

 

Vamos ver o resto da noite hot no banheiro! Boa leitura pra mim, heheheh...

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

A continuação dessa fic depende dos reviews ok? Então caprichem galera (ou não!) Bjos ;*