Jiban End escrita por Claen


Capítulo 9
S.O.S.




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Voando o mais rápido que pôde, Jiban finalmente chegou ao local indicado por Spyras. Do alto ele viu o carro de Yoko e pousou próximo a ele. Encontrou o veículo com a porta aberta e o rádio comunicador jogado sobre o banco. Também havia marcas de sangue na porta, o que deixou o policial ainda mais preocupado. As coisas não pareciam nada boas e ele temeu ter chegado tarde demais, mas entrou com cuidado no galpão da fábrica abandonada para observar o que de fato estava acontecendo.

Sem revelar sua presença, à distância ele viu que Yoko e Seichi estavam mesmo encurralados, mas felizmente, vivos. Por mais que tentassem se defender, havia muitos soldados de Biolon e eles estavam completamente cercados. Yoko tinha a mão esquerda ferida e era provavelmente de lá que vinha o sangue que manchava a porta do carro.

Os policiais lutavam mano a mano com os soldados de Biolon, e embora os mascarados não fossem lá muito fortes, daquela vez a quantidade estava fazendo a diferença e Jiban precisou intervir imediatamente. O policial de aço mirou com sua Maximillian Gun e atirou nos inimigos, evitando ferir os parceiros sem querer no processo, depois correu para ajudá-los.

— Vocês estão bem? – perguntou aos dois policiais, que estavam exaustos e com escoriações.

— Estamos, sim. – respondeu Yoko ofegante. – Muito obrigada, Jiban.

— Você está ferida... – observou o ciborgue, preocupado.

— Eu estou bem. Não foi nada. – afirmou a policial, tentando tranquilizá-lo.

— Obrigado, Jiban! – também agradeceu Seichi, ajeitando os óculos tortos, com um sorriso bobo e uma continência, como costumava fazer sempre que tinha a oportunidade de encontrar o policial de aço.

— Tem mais alguém aqui com vocês? – perguntou Jiban querendo se inteirar da situação.

— Não. Viemos investigar uma denúncia de que a Ayumi Igarashi estava aqui, mas tudo não passou de uma mentira desse maldito Biolon! Ainda bem que não chegamos a falar nada para o Naoto. Ele foi atender a um chamado no parque mais cedo, mas era muito estranho, acho que era mentira também. Será que ele está bem? – se perguntou Seichi, verdadeiramente preocupado.

— Entendo. Então foi assim que eles atraíram vocês para cá... usando a Ayumi. – disse Jiban, cerrando os punhos com força, quase não conseguindo esconder a raiva que sentia, mas logo voltou a se concentrar no trabalho que tinha a fazer. – Mas não se preocupem com o policial Tamura. Estive com ele agora a pouco no Parque Chidorigafuchi e ele está bem. Era mesmo uma emboscada de Biolon, mas ele conseguiu escapar.

— Que bom! – disse Yoko, aliviada. – Agora nós precisamos dar um jeito nesses caras, hoje eles não estão para brincadeira!

— Eu cuido deles. Protejam-se! – disse Jiban, pedindo para que os policiais se afastassem, mas assim que disse isso, foi atacado pelo monstro Tubaronoide. A criatura estava de tocaia, escondida nas vigas que sustentavam o telhado do galpão, apenas esperando o momento certo de dar o bote.

O monstro, híbrido de tubarão, pulou lá de cima sobre as costas de Jiban e o derrubou com o impacto. Usou toda sua força para imobilizá-lo no chão e, com sua enorme boca cheia de dentes, mordeu e prendeu o braço do policial de aço que segurava a pistola Maximillian Gun, fazendo com que ele a derrubasse.

— Jiban! – gritou Yoko, já voltando para ajudá-lo, mas Jiban não permitiu que ela se aproximasse.

— Saia daqui, Yoko! – ordenou ele. – Eu estou bem!

Ela parou ao ouvir aquilo, mas sabia que era uma mentira, pois seu braço, preso entre os dentes do monstro, soltava faíscas enquanto ele tentava se desvencilhar. Apesar de confiar plenamente em Jiban, naquele momento ele estava em desvantagem. Yoko temia que o monstro fosse capaz de arrancar o braço de seu salvador e por isso queria ajudá-lo a qualquer custo, mas rapidamente ela viu que o que já estava ruim, havia ficado ainda pior, com a chegada da poderosa Madogarbo.

— A hora de Jiban finalmente chegou e não há nada que vocês, inúteis, possam fazer para impedir isso. – disse a general de Biolon, se interpondo entre os dois policiais e Jiban e Tubaronoide. Yoko e Seichi recuaram ao ouvir a declaração da vilã, fazendo com que ela achasse graça da reação deles e decidisse ameaçar um pouco mais. – Minhas ordens eram para capturar vocês vivos e usá-los como iscas para atrair o Jiban, mas vocês foram mais eficientes do que imaginávamos e já cumpriram o seu propósito com louvor. Eu agradeço por tornarem meu dia ainda mais divertido, e em retribuição, para verem como sou generosa, assim que exterminar meu alvo principal, também darei cabo das suas vidas patéticas, para que não sofram com a morte do seu querido Jiban. Só peço que tenham um pouquinho de paciência...

Yoko sabia que não era páreo para Madogarbo e queria fugir, como Jiban havia pedido, mas ela não podia fazer aquilo. Ela jamais abandonaria aquele que já havia salvado sua vida tantas vezes. A hora de retribuir os incontáveis favores havia chegado.

Tomada mais pela raiva e frustração do que pelo medo, ela sacou a pistola e com um tiro perfeito acertou o olho de Tubaronoide. Imediatamente a criatura largou o braço de Jiban e se afastou sentido dores. Esses poucos segundos de distração, ocasionados pela atitude corajosa de Yoko, foram suficientes para que o policial de aço conseguisse recuperar sua arma e desferisse outro tiro bem mais poderoso contra o mostro, que caiu desacordado a alguns metros.

No entanto, em retaliação, Madogarbo, de espada em punho, foi na direção de Yoko, que passou a atirar sucessivamente para tentar impedir a aproximação da inimiga, mas suas balas não surtiam efeito na vilã. Seichi também atirou para tentar ajudar Yoko, mas assim como a colega, não conseguiu afastar a inimiga, que se aproximava de forma cada vez mais ameaçadora.

Jiban precisou intervir novamente e também disparou com sua Maximillian Gun em Madogarbo, fazendo com que ela se voltasse contra ele, dando a oportunidade de Yoko e Seichi escaparem. Os dois se esconderam atrás de uma pilha de sucata de ferro, de onde continuaram observando tudo.

— Sua batalha é comigo, não com eles. Deixe-os em paz! – exigiu Jiban.

— Você acha que pode proteger aqueles dois idiotas? – perguntou Madogarbo com desdém, apontando ameaçadoramente com sua espada para Jiban, que mantinha um dos joelhos apoiado no chão, ainda não completamente recuperado do ataque de Tubaronoide. – Isso só vai adiar a morte deles por mais alguns minutos.

Jiban não respondeu à provocação, apenas se levantou e transformou a Maximillian Gun na Espada Maximillian para que pudesse duelar com a guerreira feroz de Biolon de igual para igual. Enquanto suas espadas brandiam, Jiban viu Tubaronoide se recuperar do tiro levado e ir na direção de seus colegas policiais. Ele vinha sorrateiramente por trás dos dois, da mesma forma que havia feito com ele, para que seus alvos não tivessem a chance de se defenderem.

— Cuidado Yoko! Seichi! – gritou Jiban, fazendo com que os dois policiais percebessem a presença do inimigo, mas não havia muito que eles pudessem fazer.

Buscando proteger Yoko, Seichi, num ato de bravura não muito comum para ele, tentou segurar o monstro, mas foi jogado a mais de três metros de distância, e caiu sentido dores nas costas. Yoko se viu indefesa, frente a frente com o inimigo, que propositalmente a agarrou pela mão machucada, reabrindo dolorosamente a ferida e fazendo com que a moça caísse ajoelhada diante dele.

Jiban viu que era preciso agir imediatamente, porque parecia ser quase impossível que os policiais conseguissem se safar naquelas condições, mas ele estava distante e também continuava sendo atacado ininterruptamente por Madogarbo. Ele sabia que não conseguiria se desvencilhar da inimiga a tempo e precisou fazer uma escolha crucial entre continuar se defendendo ou salvar os amigos.

Para muitas pessoas, aquela talvez fosse uma decisão difícil a ser tomada, mas não para Naoto Tamura. Ele não precisou pensar duas vezes. Quando viu que seus parceiros seriam mortos por Tubaronoide, ele, no mesmo instante, voltou a transformar a Espada Maximillian, que usava para se defender dos ataques de Madogarbo, na pistola Maximillian Gun, e atirou em cheio em Tubaronoide com seu máximo poder de ataque. Dessa vez, a criatura não teve a menor chance e morreu na hora, mas ao fazer isso, Jiban teve que deixar sua guarda desprotegida, e Madogarbo jamais perderia àquela oportunidade de atacar seu inimigo.

Antes que Jiban pudesse voltar a transformar sua pistola em espada ou que sequer tivesse abaixado o braço erguido, que mirava na direção de Tubaronoide, ela desferiu um golpe sem piedade, que atravessou o abdômen de Jiban.

Seichi e Yoko presenciaram tudo à distância e entraram em choque ao ver que a espada de Madogarbo saía do corpo do policial de aço coberta de sangue.

Eles não sabiam muito a respeito de Jiban e havia uma remota possibilidade de que ele fosse alguma espécie de androide controlado por uma inteligência artificial muito avançada criada pelo Serviço Secreto, mas ao ver todo aquele sangue que escorria e agora se espalhava pelo chão empoeirado do galpão, não havia mais dúvidas de que dentro da armadura havia um ser humano, que agora estava gravemente ferido e que morreria se eles não fizessem alguma coisa para ajudá-lo. O problema é que eles não tinham a menor chance contra Madogarbo e, por mais que quisessem, não havia como protegê-lo.

Contudo, mesmo sabendo de sua impotência frente a guerreira mais forte de Biolon, Yoko não conseguiu se conter ao ver Jiban caído e indefeso e, impulsivamente, voltou a atirar em Madogarbo. Mesmo sabendo que não surtiria muito efeito, ela não deixaria que a inimiga tivesse a chance de desferir um segundo golpe contra ele.

A policial descarregou todo o pente de sua pistola no peito de Madogarbo, mas isso só fez com que a inimiga desse dois passos para trás. Yoko pegou um novo pente para recarregar, mas nesse meio tempo, Madogarbo começou a correr em sua direção. Seichi, que continuava atrás da pilha de ferro velho apavorado e todo dolorido após ter sido jogado por Tubaronoide, decidiu reagir também e disparou contra a guerreira de Biolon, tentando impedir que ela se aproximasse da colega.

A tentativa também não surtiu muito efeito, mas para a sorte dos policiais, aquela reação desesperada conseguiu, pelo menos, atrasá-la por tempo suficiente até a chegada de um reforço muito bem-vindo: Bican.

Enquanto os dois policiais atiravam com tudo o que tinham, a motocicleta chegou cantando pneus e disparou com seus canhões poderosos contra a guerreira, que finalmente caiu atordoada. Ela queria continuar a batalha e acabar com todos eles de uma vez, principalmente com Jiban, mas o ataque de Bican havia feito um estrago considerável e ela precisou recuar. Fugiu irritada, jurando que voltaria para terminar o serviço.

— Vocês tiveram sorte desta vez, mas estarei recuperada muito antes de Jiban e voltarei para pôr um ponto final nisso! Isto, se é que ele vai se recuperar... – agourou ela, antes de ir embora.

Quando viram que os poucos soldados de Biolon que ainda restavam, tinham dispersado juntamente de sua líder ferida, Seichi e Yoko correram para onde Jiban estava caído. Bican foi atrás.


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