Equilíbrio escrita por Empolguei


Capítulo 5
Capítulo 5




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No decorrer da aula, entendi melhor a dinâmica de equilíbrio e como ela afetava o universo. Muitas dúvidas ainda pairavam em minha mente, mas segui o conselho do mestre Kemuel e processei uma aula de cada vez.
— Não tivemos a chance de nos apresentarmos - Disse o rapaz loiro ao meu lado. - Meu nome é Adrien.
— Me chamo Marine... - Minha voz estagnou na garganta e só então lembrei do motivo de estar em Magest, na escola vermelha: a perda. - Mari, me chamo Mari. - Sorri falsamente. A ideia de ter me despedido de tudo que conhecia ainda ribombava em meu peito com uma dor lancinante. E claro, isso me deixava extremamente ansiosa.
Adrien sorriu, compreensivo.
— Pelo que ouvi é o seu primeiro dia por aqui.
— Isso mesmo. - Respondi.
— Já conhecia tudo isso antes? Ou nasceu normal? - Adrien perguntou.
— Eu nasci como normal.
— Isso é caótico - Comentou. - Eu nasci nesse mundo, então não precisei abrir mão do meu antigo eu, mas muitos conhecidos meus passaram por isso e... - Ele pausou, respirando. - É doloroso.
Naquele momento, percebi que Adrien era uma pessoa anormal, mas humana. Não soava fantasioso como Kemuel, que sempre estava sorrindo, ou como os demais estudantes, que esbanjavam confiança e talento. Ao meu ver, ele soava falho, compreensivo e atencioso.
— É por aí - Ajeitei o cabelo atrás da orelha, olhando as folhas vermelhas pela janela. - Acordar como uma anormal foi um choque, mas também um processo. Às vezes, a pior dor é aquela que não queremos que vá.
— A dor torna as pessoas fortes, só toma cuidado para não fraquejar na hora errada. Quando o fardo está balançando, a tendência é que acompanhemos o movimento. Não balance. - Ele me aconselhou como se soubesse o que passava por minha mente.
Concordei balançando a cabeça, já sem palavras para proferir.
Depois do final das aulas me dirigi para o local de refeições. O espaço aberto era gigantesco, pilares enormes suportavam o peso da estrutura e seus grandes vãos, as mesas eram compridas e distribuídas por metros de salão. Na direção de cada assento, um cardápio escrito na madeira aparecia. Sentei-me no lugar mais afastado que encontrei, temendo ser alvo de chacota por não conhecer aquele mundo novo. Mexi no cardápio e analisei, mas não conseguia compreender o que faria com aquilo. Alguém anotaria meu pedido?
— A primeira vez é realmente difícil. - Disse uma voz feminina por trás de mim. - Meu nome é Alya. Tudo bem se me sentar com você?
— Por favor, sente-se. - Sorri.
Alya possuía olhos caramelo, cabelos castanhos e uma pele morena de dar inveja. Era uma das poucas pessoas que vi utilizando óculos.
— Você só precisa decidir o que vai pedir, depois leve a palma da mão até a parte de trás do cardápio e deixe o pensamento fluir. - Ela mostrava pacientemente o passo a passo. - Sua magia saberá guiar o seu pedido até a cozinha e logo estará pronto.
— Tudo por aqui é resolvido com magia? - Perguntei.
— No mundo do equilíbrio, nós respiramos magia.


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