Equilíbrio escrita por Empolguei
A entrada possuía um arco central lateralizado por arcos menores, as rosas se alastravam pela estrutura e se misturavam ao ambiente. A construção era em pedra, uma mistura de gótico e moderno com enormes vitrais ilustrados, todos com um toque especial de vermelho.
Havia tons de vermelho por todo lado.
— Mari, esse é o colégio Vermelho, de Magest. - Anunciou Kemuel.
O trem desembarcava dentro da escola, em um espaço lateral. A grandiosidade do lugar era assustadora. Pensei na quantidade exorbitante de alunos que residiam ali e em quantos deles realmente quiseram essa vida, até mesmo se haviam passado pelo mesmo que eu, ou se nasceram nesse mundo escondido.
— Aos poucos vai se acostumar com a nossa cultura, não se preocupe. - Disse Kemuel ao perceber meu silêncio. - Seja bem-vinda.
O mestre me ajudou com as malas e me acompanhou pelos inúmeros corredores até minha suíte. Explicou-me que todos os dormitórios eram misturados, não existia a distinção entre homem e mulher tanto nos quartos quanto nos banheiros. Kemuel me ensinou a ler os traços de magia das paredes e a localizar meu quarto quando colocasse minha própria essência nele. De certa forma, ele e eu teríamos o mesmo "cheiro", e eu poderia sentir caso alguém entrasse nele. Estaríamos conectados como segurança e privacidade.
Esse mundo não parava de me surpreender.
Diversos jovens passavam por mim, alguns em grupos e outros solitários, esboçavam a mesma energia de um colégio comum, tirando as roupas justas que seguiam padrões de vermelho e branco. Os padrões mudavam de pessoa para pessoa, alguns chegavam a ser semelhantes, mas jamais iguais.
— Essas roupas são os uniformes, todos remetem a cor principal que identifica nosso colégio no mundo do equilíbrio. - Explicou Kemuel.
— Por que vermelho? - Questionei enquanto suava para carregar as bagagens.
— Cada Colégio do equilíbrio possui uma cor, nós somos o Vermelho.
— O que exatamente vocês fazem?
— Somos a manutenção do equilíbrio universal. - Disse ele, olhando-me sobre o ombro e esperando minha reação. Para a decepção dele, mantive a cara séria e desacreditada. - Eu não sou a pessoa certa para te explicar algumas coisas, mas logo terá sua resposta. Na verdade, todas as suas perguntas terão respostas, seja paciente.
E nesse momento me perguntei o que aconteceria se um anormal se recusasse a sair do mundo normal. Qual seria o seu destino?
— Esse é o seu quarto. - Mestre Kemuel parou em frente a uma porta comum, colocando a mão sobre ela. Uma luz vermelha brotou de seus dedos em contato com a madeira. - Assim que o tocar, estarão conectados.
Deixei as bagagens de lado e segui as instruções de Kemuel, um tanto receosa. Quando minha mão direita encostou na porta, um choque vicejante atravessou meu corpo e pude sentir cada milímetro do ambiente, os detalhes e até a poeira. A sensação era semelhante à nostalgia, como se tivesse vivido lá a vida toda.
Isso era magia?
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