Among Other Kingdoms - Terceira Temporada escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 3
Capítulo III




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Os anos que passaram depois da aliança entre Estevão e Perseu foram de extrema fartura para ambos os reinos e de muita fertilidade para a rainha Estela que, depois dos gêmeos, teve mais cinco filhos, todos de cabelos brancos e olhos verdes. E todos de seu marido. Nenhum nascimento tão traumático quando o de Eilon e Evie.

Naquela altura os gêmeos já tinham catorze estações, Eilon estava aos poucos absorvendo algumas responsabilidades com a coroa, Estevão precisava garantir que seu herdeiro fosse o melhor sucessor possível, e tinha certeza que o garoto seria. Eilon, que nasceu no outro lado do portal junto com sua irmã, tinha os olhos verdes claros e os cabelos brancos, quase sempre usava a coroa de príncipe herdeiro, que consistia num aro de ouro com cinco esmeraldas cravadas ao redor. Ele não se dava bem com a gêmea, o que obviamente não surpreendeu Estela, afinal, por sete luas e meio ela sentiu os dois brigarem terrivelmente, Eilon era mais chegado em Elisa, a primeira gestação depois dos gêmeos, ela estava com treze estações e era a cópia perfeita de sua mãe, seus cabelos eram longos, ondulados e extremamente brancos, seus olhos eram grandes e de um verde puro, ela carregava dentro si algo mais ancestral, carregava a diplomacia, Elisa, tal como sua mãe, sabia que guerras nem sempre eram a melhor saída e mesmo em tenra idade tentava apaziguar o que estivesse em seu alcance.

Mas Eilon ainda era gêmeo e não era de Elisa, sua irmã gêmea era destemida, rebelde e um tanto áspera, raras ocasiões usava vestidos, tampouco usava joias, passava parte dos seus dias explorando a península, a cidade e até as ilhas ao redor, seu fiel pegasus, o Gameon, presente do rei de Saphiral, a carregava para todo canto. A garota havia recebido de seu pai o nome de Eveline, o qual detestava, então usava sempre o apelido de “Evie”, que seu tio havia dado.

Naquela semana havia um baile importante, a fortaleza estava em festa pela comemoração da conquista de Estevão, vinte estações haviam se passado desde a conquista e o garoto de vinte e quatro estações era agora um homem de quarenta e quatro com alguns cabelos grisalhos, Estela, que havia se casado com ele com dezesseis estações e tinha dezoito quando os gêmeos nasceram, agora era uma mulher de trinta e dois, que nem seis gestações e a idade mexeram com a beleza delicada da rainha, ela mantinha um corpo exemplar, retornado para sua forma muito rapidamente depois de cada parto.

Estela caminhava pelo corredor, os cabelos balançavam acompanhando os passos, ela parecia nervosa, a coroa em sua cabeça só não caia porque estava bem presa, a rainha entrou abruptamente no quarto da filha, o encontrando vazio, bufou e fechou a porta, voltando para o corredor, dando de cara com Eilon e Elisa, eles vinham de mãos dadas, mas normalmente estavam assim.

— Vocês viram Evie? – perguntou, Elisa usava a roupa de montaria, as calças justas, a camisa bem cortada, o sobretudo marcando a cintura, igual a da mãe.

—Ela não está no quarto? – Eilon olhou para a porta.

—Não, estamos atrasados, esperava que ela estivesse pronta – olhou por cima dos filhos, Ethan vinha em passos calmos junto com Elora – Precisamos ir agora. – o garoto apertou o passo – O navio já está visível no porto. – enfim o navio voltaria trazendo mais itens para venda, o que aquecia o coração de Estela, sabia que isso seria ótimo para Saphiral.

—E a Evie? – Elisa olhou para a mãe.

—Depois resolvemos – Estela segurou a mão da filha e seguiram escadaria a baixo até o pátio, onde os dragões estavam, Ronar estava grande, Eilon sempre dizia que logo passaria o dragão de sua mãe, porém, até aquele momento, Jaspe ainda era o maior dragão entre todos.

Estela montou em Jaspe rapidamente, agilidade que os anos haviam lhe dado, Eilon não ficava muito atrás na velocidade que montava em Ronar, porém não o fazia antes de ajudar Elisa a montar Tyrax, assim como Ethan ajudava Elora subir em Cora antes de montar em seu próprio dragão, o Vieno, as outras feras ainda não acompanhariam, pois seus cavaleiros eram pequenos, haviam nascido quando Estela engravidou de Evan, cinco anos atrás, eram mais três dragões, um para Evan e um para Elia, pelo certo seria um para Evie, mas ela se recusava a montar. Todos alçaram voo, seguindo a mãe até o porto, Sinler sempre por perto como uma guarda costas.

Estevão estava com Elia no colo, a caçula havia nascido há dois anos, era tão perfeita quanto as irmãs, tinha belos cabelos brancos e olhos verdes, assim como Evan, que estava de pé ao seu lado, estava emburrado porque sua mãe ainda não o deixava montar em Aurys, seu dragão dourado, queria chegar junto com seus irmãos, como o príncipe que era, mas gostava da companhia de seu pai. O navio estava em águas calasirianas quando seis dragões voaram em sua direção, era tradição eles acompanharem a chegada do navio, o que acabava com qualquer ameaça de saque.

Eilon olhou para a proa, onde seu tio estava estranhamente acompanhado de um garoto cuja metade do cabelo era branca e metade negra, como os fios da cabeça de William, ele olhou para Elisa, fazendo um singelo movimento para a irmã olhar para baixo, eles estavam acima das velas do navio, o que dava segurança para espiadas.

Orion olhou para os dragões não tão impressionado, os tinha em seu Reino, mas estranhou aquilo, por que não deixavam os dragões em paz?

—O que aqueles dragões tem? É alguma batalha – colocou a mão sobre o pomo da adaga – É alguma festa?!

—Digamos que seu tio não perde a oportunidade de os mostrar - um sorriso brincou nos lábios de William, aumentando quando viu Estela - E tivemos um problema com piratas na segunda vez que viemos. – Os dragões estavam acima da velas, deixando poucos raios de sol livres para chegarem à proa, mesmo que Jaspe sozinho fosse maior que o navio, Estevão jamais deixaria de exibir que seus filhos montavam feras como as da mãe.

—Problemas? - Orion observava o navio se aproximar do porto. - Acredito que alguém morreu. Mas qual seria o problema com piratas se vocês tem dragões?

—Você me pegou -William riu – Seu tio é um mala e gosta de mostrar os dragões que conquistou – olhou para cima, as patas de Jaspe, mesmo que longe, eram grandes suficiente para estraçalhar a embarcação.

—De que tipo? - Orion ergueu a sobrancelha. - Porque, se ele não fosse legal, o tio Perseu não faria acordos com ele. Acordos que deixaram ele e mãe brigados. - Ele ficou em silêncio. - Que tipo de deus tem aqui? Estou apresentável? – a roupa dele era bem bonita, uma camiseta branca com botões dourados, um paletó roxo com os mesmos botões dourados, assim como a calça roxa bem cortada, sentia-se meio pomposo, mas Auterpe disse que era a melhor vestimenta.

—Bem...seu tio e eu acreditamos nos deuses de Calasir, sua tia e seus primos acreditam no deus deragoniano, o Grande Dragão - Orion arqueou a sobrancelha um pouco confuso, aquele dragão verde não parecia um deus - Mas não os vimos, como vocês.

—Certo, complicado. Esquisito... Mas eles aparecem como aparecem em Ruphira? Ou Saphiral? Eles são normais? - Ele fez uma pausa, porém começou a hiperventilar. - Espera aí, pai! O que eu tenho que saber daqui? Porque eu acho que não gostei! -William riu

—Não tem muito o que saber – Bagunçou os cabelos dele - Os deuses não aparecem, nem em festividades – sorriu – Você vai se sair bem.

—Todo mundo tem só uma cor de cabelo. - Orion colocou a mão nos cabelos. - Credo. Prefiro o meu. Preferimos não é? - Orion mordeu os lábios olhando para o pai. - Eu sempre me saio bem, eles que não tem cara que se saem bem. – William abraçou o filho junto ao corpo, estava feliz o levando para sua terra, era importante para ele que o garoto conhecesse o país onde seu pai nasceu.

O navio aportou logo depois, Navi e William desceram rapidamente, Orion sendo praticamente arrastado pelo pai. Estevão sorriu ao ver que seu irmão trazia o garoto que era um recém-nascido na última vez que o viu.

—Olha quem eu sequestrei – William se aproximou rindo, Elia sorriu para ele – Orion, esse é seu tio, Estevão – apresentou, o garoto sorriu e apertou a mão do homem.

—É bom ver você, garoto, a última vez que o vi era um recém-nascido – Estevão sorriu – Esses são seus primos: Elia e Evan. Vamos ao castelo, seus outros primos ficarão felizes em conhecer você – eles embarcaram na carruagem e foram seguidos pelos dragões, que chegaram antes na fortaleza.

—Quem é aquele com tio William? – Elisa perguntou quando desceram dos dragões.

—É o filho dele, o Orion – Estela sorriu, os filhos a seguiram até a sala do trono, onde Estevão chegou em minutos, William trazia o filho animado – Orion! – Estela abraçou o sobrinho – Você cresceu tanto. Está tão lindo!

—Obrigado...tia – Orion sorriu com a animação da rainha – Julgo que são meus primos – ele olhou para o grupo.

—Sim – Estevão caminhou até Eilon – Esse é meu herdeiro, Eilon, essa é Elisa, Ethan e Elora – apontou para os demais, o sorriso sumiu de seu rosto – Onde está a irmã de vocês? – eles deram de ombros – Onde está Eveline, Estela? – a rainha engoliu em seco, coisa que o sobrinho percebeu, William mordeu o lábio inferior.

—Desculpe o atraso – uma voz feminina gritou, a garota que entrou destoava das outras três, seu cabelo era branco, mas estava bagunçado e sujo, com alguns galhos espetados, ela usava roupas de montaria, no entanto as suas pareciam bem mais desgastadas, a garota correu em direção aos irmãos, tomando a tiara que estava na cabeça de Elisa e ficando no lado de Eilon. – Sou a Evie – ela sorriu para o primo, que retribuiu, observando o estranho feixe de luz nos olhos dela.

Orion foi levado para um quarto perto de seu pai, ele respirou aliviado ali dentro, pensando que talvez Calasir não fosse tão ruim.

Eveline foi puxada para o quarto pelo braço, Estevão a arrastou pelos corredores depois que William levou Orion, Estela veio logo atrás.

—Quando você vai conseguir seguir o mínimo das regras?! – Estevão a jogou para dentro do quarto – Pelos infernos, Eveline! Era só recepcionar o navio!

—Estevão, calma – Estela falou suavemente colocando a mão no ombro do marido.

—Como posso me acalmar se essa garota cisma em me desobedecer? – ele ia desferir um tapa no rosto da filha, mas a mão de Estela foi mais rápida e segurou a sua – Ela precisa aprender uma lição!

—Isso nunca levou a nada – Estevão relaxou o braço – Ouça ela primeiro – o soltou, Estela sempre a defendia, apanhando por ela muitas vezes, entrando na frente dela para a proteger de Estevão mais do que podia contar – Por que não foi conosco recepcionar o navio? – virou a menina.

—Porque não queria – respondeu – Estava com Gameon.

—Vê isso? – Estevão gritou – Ela não entende as responsabilidades como princesa herdeira e mesmo assim tira a tiara de Elisa – Eveline olhou para a tiara em suas mãos, as esmeraldas em gotas reluziam.

—Eu sou a princesa herdeira! – Evie gritou em resposta – Eu serei a rainha!

—Não age como uma! – Estevão retrucou, seus olhos estavam vermelhos de raiva – Você não consegue ver a péssima esposa que será!

—Eu não vou me casar com Eilon! – Eveline estava com lágrimas nos olhos, odiava seu irmão, era um garoto desprezível, a tratava mal, a ignorava.

—Arrume ela para o jantar – Estevão olhou de soslaio para a esposa e bateu à porta na sequência, Estela abraçou a filha.

—Eu não gosto dessas recepções do papai – choramingou – E ele sempre grita comigo, ele me odeia como Eilon me odeia...como eu os odeio – rosnou.

—Não fale assim, Estevão é seu pai e Eilon é seu irmão gêmeo, que logo será seu esposo – Estela sorriu para a filha, as mãos pousadas nos ombros da menina, Eveline torceu o nariz.

—Eu prefiro morrer – bufou, a mãe suspirou.

—Sarai virá te banhar e vestir. Espero você para o jantar – depositou um beijo na testa dela antes de sair.

Estevão entrou irritado na sala do pequeno conselho, Mandrik repassava a lista com Navi.

—Qual bicho te mordeu? – o conselheiro perguntou sem tirar a atenção dos papéis.

—Aquela garota insolente! – rosnou servindo vinho em uma taça para ele.

—Só por que Evie não estava na recepção? – Mandrik olhou para Estevão, que assentiu – Não acha que o cavalo dela destoaria dos dragões?

—Pouco me importa se ela vai a cavalo, de dragão, na carruagem, Eveline é a futura rainha, precisa ter responsabilidades. Olhe Elisa, estava impecável! – Estevão sentou e bufou, bebeu um longo gole e respirou fundo antes de acompanhar a verificação de itens.

Elisa estava no quarto do irmão, alisava a roupa formal de Eilon, vincando as dobras cuidadosamente, enquanto ele estudava as lições que o professor havia passado.

—Não entendo como você consegue terminar isso tão rapidamente – resmungou.

—Não é difícil – Elisa tinha a voz tão suave quanto a mãe, Eilon sorriu – Não gostei de como Evie me tirou a coroa. – o sorriso se desmanchou.

—Você seria uma princesa herdeira muito mais ideal – ele levantou da cadeira e foi para a sacada – As coisas seriam mais fáceis se Eveline não existisse.

—Não fale assim, ela tem seus defeitos, mas é nossa irmã – ela caminhou em passos suaves até o garoto, Elisa era para Eilon o que Estela era para Estevão. – Precisamos entender o lado dela...

—Pelo Grande Dragão, estamos tentando entender o lado dela há anos! – Eilon rosnou – Eu tentei ser amigo dela, tentava incluir ela nas coisas, mas Eveline preferia qualquer outra atividade a ficar comigo – quando crianças, Eilon chamava Evie e Elisa para qualquer atividade que fosse fazer e que seu pai permitia levar elas, porém só uma aparecia.

—Ela é diferente, só isso – Elisa afagou o peito de Eilon e beijou seu ombro delicadamente enquanto o príncipe herdeiro olhava para o mar.

Quando o jantar chegou, Orion estava animado, estava faminto e a comida parecia tão apetitosa, Estela chegou acompanhada de Ethan e Elora, sorriu para o sobrinho e o cunhado antes de cada um tomar seu lugar, logo na sequência chegaram Elisa e Eilon, Orion torceu o nariz ao perceber as mãos dadas, não era como se segura uma criança mais nova, eram dedos entrelaçados, como namorados; Estevão entrou com Mandrik e Navi, parecia irritado. Sentou na cabeceira da mesa, olhou para cada cadeira e parou na que estava vazia.

—Estou aqui! – Evie gritou antes que seu pai gritasse, Orion achou engraçado o jeito que ela parecia desconfortável com o vestido, o corpete parecia apertado, mas o corpete dos vestidos das outras também; ela sentou na cadeira num estrondo.

—Modos, Eveline – Estevão falou rispidamente antes das criadas começarem servir os pratos.

—Quando começam as festas? – William perguntou.

—Em três dias – Mandrik respondeu – O rei de dois dias gostaria de participar? – sorriu, William franziu o cenho.

—Você é insuportável! – respondeu.

—Você não é muito melhor – o conselheiro riu.

O jantar foi tranquilo, pelo menos até a sobremesa.

—Bom, vamos anunciar o casamento de vocês nesse baile – Estevão virou para Eilon – Espero que você tenha um comportamento adequado, Eveline – Orion ouviu aquilo com estranheza, eles nem pareciam próximos! Seria mais normal se fosse com Elisa, ou menos esquisito.

Elisa apertou a mão de Eilon enquanto um nó se formava em sua garganta, seu irmão, sua paixão, seria infeliz casado com aquela garota, sabia que sim, eles se completavam tão bem, por que seus pais não tinham essa mesma visão? Ela era a rainha perfeita, sabia que sim, estava sempre impecável, como a mãe, era diplomática, como a mãe e principalmente, montava dragões, ela era a verdadeira rainha Balaur!

—E Elisa? – Eilon olhou para a irmã ao seu lado, ignorando sua noiva no outro.

—Como vocês são número ímpar, Elisa casará com Jonan, filho do Carlo – Elisa murchou com o anúncio, lágrimas formavam em seus olhos, mas ela engoliu.

Ela entendia a responsabilidade com a coroa e sabia que não casaria com o garoto que gostava, Eilon era sua primeira paixão, aquela infantil e sem malícia, que obviamente evoluiu para selinhos sem maldade, seu irmão sempre estava ali com ela, para ela, sempre se preocupava com o bem estar da menina, eram o casal perfeito para levar Calasir ao ápice da glória que seu pai sonhara, uma cavaleira havia consolidado a coroa, dois cavaleiros colocariam a joia final na coroa. Ela olhou para o irmão com lágrimas nos olhos, ele beijou a mão dela e sorriu.

As crianças foram recolhidas para os quarto após o final da refeição, Elisa e Eilon caminhavam mais atrás, devagar, Orion ia na frente, mas quem puxava a marcha era Evie, que queria se livrar do vestido apertado.

—Vocês vão casar – a princesa sussurrou – Eu não o terei mais comigo – uma lágrima escorreu por seu rosto.

—Eu vou dar um jeito – beijou a mão dela mais uma vez – Me recuso a dividir o leito com aquela selvagem – Evie entrou no quarto batendo a porta – Conversarei com papai, se ele não mudar de ideia traçamos um plano – Eilon abriu a porta do quarto dela, era belíssimo, finamente decorado.

—Qual plano? – Se o conselheiro estivesse perto diria o quanto Elisa falava como a mãe, sempre calma e suave.

—Confia em mim – acariciou a bochecha dela e beijou sua testa – Eu dou um jeito – ela o olhou, um fio de esperança ainda estava em seus olhos.

Evie entrou no quarto procurando sua adaga, presente de William na sua décima terceira estação, ela cortou o corpete desesperada, Sarai sempre a apertava, dizia que ela precisava ficar igual sua mãe e sua irmã, mas Evie não queria ser como Estela ou Elisa, ela era ela e isso bastava. A menina tinha o que Connor chamava de “gênio difícil”, Eveline não aceitava facilmente ordens, as descumpria sempre, detestava usar vestidos, penteados altos ou qualquer outra coisa pomposo, também não gostava de voar em dragões, preferia Gameon, era muito menor, muito mais ágil.

Evie tirou os sapatos, empilhando junto com os retalhos do vestido, colocou suas calças e enrolou seus cabelos num coque caminhando até a sacada, onde assobiou.

—O que está fazendo? – a voz a assustou, olhou para o lado Orion sorria para ela.

—Eu...bom, eu vim pegar ar puro – sorriu disfarçando.

—Assobiando? – o primo riu.

—Sim...bom...é que eu...você não imagina quanto o vestido aperta – ela bufou.

—Você não parecia muito confortável – ele olhou para o horizonte.

—Detesto essas porcarias de jantares – rosnou no mesmo momento que um pegasus se aproximou suavemente, as asas batiam devagar, não faziam muito barulho.

—O que você vai fazer? – Orion arqueou a sobrancelha – Seu pai não vai ficar bravo? – Evie mordeu o lábio.

—Você vai contar? – choramingou, o primo negou com a cabeça – Obrigada – e então a princesa pulou no dorso do animal, sumindo na noite, fazendo o caminho oposto ao quarto dos pais.

 


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