Among Other Kingdoms - Terceira Temporada escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 4
Não o que, mas Quem


Notas iniciais do capítulo

♥~Enjoy♥



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Orion foi instruído a ser cordial pela sua mãe, que a mulher de cabelos brancos era sua tia, que era basicamente igual sua mãe, porém, era a Rainha. Sua tia era Rainha, certo. Ele entendeu essa parte. Seu pai mantinha um sorriso enorme no rosto quando o apresentou ao seu tio Estevão, o garoto estava nervoso, saudações com as mãos geralmente era o último cumprimento de um sacrifício. Ali não era assim. Tudo bem, ele também entendeu isso.

O que ele não entendeu era que seus primos tinham cabelos brancos, e o pai tinha cabelos loiros. Não rolou nenhum senso de amor por parte dele? Estela ficou animada ao ver Orion novamente, ela o abraçou animada, fazia catorze anos que o viu, e quando viu, não foi a melhor experiência para ninguém, principalmente porque foi naquele dia que William deixou de ser Rei e só podia ver o quão infeliz era ficava quando ela dava a luz a mais um filho enquanto ele via o anualmente; ele ia todo feliz e voltava triste, mesmo que ele tivesse Evie, ela sabia que não era a mesma coisa.
E pelo fato de Auterpe sempre negar a vinda ele, era uma surpresa ele estar lá agora.

—Você cresceu tanto. Está tão lindo! – Ele já sabia disso, mas, ficou sem graça com a animação da sua tia.

—Obrigado...tia. – Ele estava desacostumado com abraços de pessoas que ele não convivia diariamente. Mesmo que sua tia o tivesse conhecido, seu pai não falava muito dela, mas, sua mãe tinha razão, elas se pareciam, não iguais, mas, de longe, poderiam ser facilmente confundidas. Ele tomou a atenção para os outros ao redor.  – Julgo que são meus primos. – Todos praticamente idênticos, mesma cor de olho, cabelo. Ele queria muito julgar, nenhuma das crianças tinha a cara do pai, a língua coçou para perguntar se elas eram realmente filhos dele, porque ninguém tinha um traço visual do pai, como ele tinha.

—Sim. Esse é meu herdeiro, Eilon. – Estevão começou os apresentando apontando para um deles que faziam um cumprimento. – Essa é Elisa, Ethan e Elora – Foi quando seu sorriso sumiu, e seu tom mudou. – Onde está a irmã de vocês? – O clima mudou rapidamente. – Onde está Eveline, Estela? – Ele pode perceber que sua tia engoliu em seco, coisa que o sobrinho percebeu, seu pai mordeu o lábio, o que foi estranho.

—Desculpa o atraso! – Uma garota surgiu do nada, estava bagunçada, cabelos bagunçados, como se ela tivesse caído em uma árvore, sua roupa estava desgastada e assim que ela ficou do lado dos irmãos, enquanto colocava a tiara que puxou da cabeça da irmã, colocando na sua. – Eu sou a Evie. – Ela disse sorrindo. Orion retribuiu e depois paralisou, por um instante pode ver outra cor nos olhos da garota, o feche de luz, a assinatura de todo Subimortal.

—Eu sou Orion. – O garoto de apresentou depois de uns segundos. – É muito bom conhecer todos vocês.  – Ele os observou de novo havia uma tensão no ar, não sabia se precisava continuar falando, então olhou para o pai.

—Orion é meu herdeiro! Um garoto excepcional, lindo e talentoso. – Estela concordou. Evie percebeu o quanto o tio parecia feliz ao lado do menino. Orion concordou com o rosto vermelho.

—Está constrangendo seu filho. – Estevão falou com um sorriso no rosto.

—Eu mereço estar com ele!

—Verdade. – Estevão falou.

—Então, Auterpe deixou ele ficar aqui por quanto tempo? – Estela perguntou.

—Um ano! – William exclamou animado. Pegando todos de surpresa, principalmente Evie que ficou boquiaberta, como assim? – Até o portal abrir novamente, vai ser o melhor ano da minha vida! – Ele abraçou o menino com força.

—Isso é uma ótima notícia. – Estela disse animada.

—Eu vou te mostrar o seu quarto, com licença.

—Claro, vai lá, seja bem-vindo Orion! – Exclamou Estevão que acenou para o tio. Estevão encarou a filha depois que William e Orion estavam longe deles. – Venha cá menina...  

Orion deu um passeio pelo castelo, havia muita elegância, muitos quadros da família, dos dragões, do Rei e da Rainha espelhados por todo lugar, seu tio não se incomodava em demonstrar o quão importante ele era. Ele respirou fundo.

—Está tudo bem Orion? – William colocou a mão no seu ombro enquanto ele olhava para um quadro da conquista de Estevão. O garoto estava em êxtase na verdade, aquele lugar realmente prometia ser incrível.

—É muito bom estar com você. – Ele sorriu. – Parece que aqui é tudo normal e ao mesmo tempo esquisito. – William sorriu. – Porém, mais calmo.

—Não é tão calmo. – Ele comentou rindo. – Mas, menos perigoso do que onde você mora.

—O que é bom.

No jantar, o garoto de Ruphira não queria parecer um esfomeado, estava animado para o jantar, além de faminto, era a primeira vez que jantava com o pai, e uma família extensa, com mais além de Guardiões, tio ou mãe, ou outras pessoas afins, nunca com primos, e principalmente uma comida visivelmente deliciosa. Sua atenção só foi tirada da refeição apenas pela entrada dos primos que estavam de mãos dadas e dedos entrelaçados, pelos deuses, nem sua mãe e seu tio andavam assim, ele poderia apostar que com certeza tinha muito mais no que simplesmente dedos de um casal apaixonado. Seus pais faziam isso.

—Estou aqui! – A princesa atrasada falou antes de se sentar na cadeira fazendo um barulho. Orion quis rir, foi muito engraçado do jeito que ela corria completamente desastrosa.

Quando as criadas serviram os pratos, Orion esperou todos se servirem primeiro, queria entender a etiqueta deles, enquanto ele observava, seu pai e o conselheiro conversavam, Evie o encarava do outro lado da mesa, o garoto estava sentado no lugar que desde sempre foi o seu.
Desde pequena William a fazia se sentar do seu lado, a ajudava, era companhia, eles conversavam e ele sempre contava alguma história engraçada ou comentários que ocorriam em seu dia; ele só via o seu filho por uma vez no ano, não é possível que eles tivessem um laço tão forte assim.

—Me diga Orion. – Estevão chamou sua atenção puxando a conversa. – Como está sua mãe? É interessante ela ter deixado você vir agora.

—Bem. É comemoração da sua conquista. – Ele deu um sorriso. – E seria muito injusto meu pai não me trazer, até porque nós só nos vemos uma vez por ano. Ela hesitou, mas, acredito que eu deva cansa-la bastante.

—O que você faz para cansa-la? – Estela perguntou sorrindo para o garoto, a presença dele, era como estar na presença de Auterpe, ele era animado, mesmo estando visivelmente nervoso.

—Eu gosto de passar um tempo em Saphiral. – O coração de Estela deu um salto. Então ele via Perseu. – Não que eu não tenha meus deveres em Ruphira, mas, eu ainda não sou um Príncipe formalmente coroado. – Eilon ergueu uma sobrancelha com um olhar curioso.

—Como não? Você não é um príncipe? Filho de uma Rainha? – Ele olhou para o primo. – Você é um Príncipe desde que nasceu... – Parecia óbvio para ele.

—Sou. Mas, sem coroa.

—Porque? – Elisa perguntou suavemente. – Nenhuma coroa?

—Nenhuma. – Orion deu um sorriso para ela, Eilon não gostou muito. – Tem uma idade certa para eu ter mais responsabilidade com a coroa. – O garoto deu um sorriso charmoso. – Não é só brincar de entender o Reino, é saber defender e estudar. Principalmente, conhecer o povo. – Ele abaixou os olhos. – E agradar os deuses, não são todos que agrado.

—Mas. – Estela puxou a conversa. – Você vai ser coroado logo, não é?     

—Ah sim. Provavelmente em duas estações, você vai, não é pai? – William olhou surpreso.

—Pra sua coroação formal? Claro.

—Você tem estomago forte? – Estevão percebeu que o garoto não sabia muito de quando nasceu, não sabe como ele e William tinham uma ótima comunicação; então para evitar mais perguntar e zombarias de Mandrik, o rei disfarçou.

—Bom, vamos anunciar o casamento de vocês nesse baile. – Ele disse apontando para Eilon e Evie; Orion ergueu a sobrancelha, que coisa normal a se dizer, no jantar. – Espero que você tenha um comportamento adequado, Eveline.

—E Elisa? – O garoto perguntou olhando pra irmã ao seu lado. Orion mordeu a bochecha por dentro que situação complicada.

—Como vocês são número ímpar, Elisa casará com Jonan, filho do Carlo – As lágrimas formavam em seus olhos, ela estava de fato sofrendo por não se casar com o irmão, era uma dor palpável. Já a dita noiva estava indiferente, como se não se importasse completamente. Ele quase ia comemorar quando William colocou a mão em seu ombro, sem demonstrar entusiasmo quando o clima era melancólico.

Ele entendeu essa parte.

Assim que o garotou entrou em seu quarto respirou fundo. Estava vivo, sem guardas na sua porta ou Guardião no quarto. Definitivamente, ele estava livre, era muito bom ser livre. Quando ele encostou a cabeça no travesseiro ouviu um assobio. Ele se aproximou da sacada e viu a prima, ela parecia que ia se jogar da janela.

—O que está fazendo? – A voz assustou ela, então ele sorriu para ela, tranquilizando-a.

—Eu...bom, eu vim pegar ar puro... – Ela disfarçou.

—Assobiando? – Ele perguntou rindo.

—Sim...bom...é que eu... – Como ele notou ela? Ninguém nunca notava ela. – você não imagina quanto o vestido aperta. – Ele inclinou a cabeça.

—Você não parecia muito confortável. – Ele olhava a vista.

—Detesto essas porcarias de jantares. – Foi nesse momento que ele viu um Pégasos se aproximar silenciosamente dela.

—O que você vai fazer? – Era óbvio, mas, mesmo assim. – Seu pai não vai ficar bravo? – Era uma voz preocupada, ela mordeu os lábios, estava aflita.

—Você vai contar? – Ele negou, não era algo que ele nunca tinha feito na vida. – Obrigada. – Nisso ela pulou no animal e sumiu na noite. Orion esperou alguns segundos antes de se deitar. Não era da conta dele, porém, era curioso.

Evie voou o mais longe que pode da fortaleza, indo para um pedaço de terra, parecia uma pequena ilha, nela, a garota soltou um longo suspiro e desceu de Gameon. Sentou-se no chão e bagunçou com cabelos, tudo estava dando errado, tudo sempre dava errado, mas, aquele dia, merecia agradecimentos. Seu tio saiu de Calasir e voltou com um garoto do outro lado, depois ela teria que se casar com seu irmão, odiava os vestidos apertados, era apenas mais um dos muitos vestidos que ela rasgava por não ter paciência de tirar.
Ela ouviu a história que seu tio contava sempre que ia para o outro lado, dois irmãos gêmeos, que tinham Reinos diferentes e ainda eram Reis de seu próprio Reino e irmãos. Porque seu pai não podia dar um reino pra ela também e nisso ela ser a rainha que nasceu para ser e deixar a não tão pura Elisa ser a esposa de Eilon?

Sabia que ela não era tão desejada para seu pai, seu carinho todo foi pra Elisa, e que culpa ela tinha se ela se sentia mais a vontade com William do que com ele? O verdadeiro culpado era ele, poderia ter se esforçado um pouquinho, poderia ter feito um mínimo sacrifício. Entretanto, ordenar as coisas aos berros era repugnante. Como sua mãe ainda era casada com seu pai? Porque ela se casou com ele e teve tantos filhos? Porque ela não fugiu? Eram muitas perguntas que não haviam respostas e pra todas elas tinham um único problema. Ela. E porquê? Simplesmente porque Evie era menos triste quando estava sozinha em algum canto, pensando, se Eilon morresse, ela nunca seria Rainha, no fim, esse era um plano que não funcionaria... Nem em seus melhores pesadelos.

Na manhã seguinte Orion acordou com alguém batendo em sua porta. Levou um susto. Mas, não respondeu. Foi quando a porta foi aberta um pouco. Era seu pai, ele suspirou aliviado.

—Tá tudo bem?

—Eu preciso resolver algumas coisas na cidade hoje. – Ele se sentou do lado do filho beijando sua testa. – Aconteceram algumas coisas enquanto eu estava fora, por isso hoje você se importaria de ficar na companhia de seus primos e sua tia?

—De uma vez? – Ele perguntou.

—Nas atividades que sua tia pedir. A que você se sentir à vontade a fazer. – Ele concordou. – Você é meu filho, e por um ano essa também é sua casa, entendeu? – Orion concordou. – Se sentir desconfortável, tenta conversar com Evie, ela é. – William pensou em dizer, “tão diferente quanto você”, mas, não podia dizer isso, porque o garoto ia se tocar, e bem, algumas mortes provavelmente iriam ocorrer. – Tão deslocada quanto você.

—Ela é sua sobrinha favorita? – Ele ergueu a sobrancelha. – Porque, eu não acho que ela foi com a minha cara não. – William riu.

—Sim, minha sobrinha favorita, mas, você é meu filho favorito.

—Sou o único! – O pai o abraçou ele com força beijando nos cabelos.

—Viu? E eu tenho muitos sobrinhos... – Ele riu. – Tenho que ir, se comporte. – Ele bagunçou os cabelos do filho. – Ah! Está com o colar? – Orion tirou debaixo da camisa. – Não tire e não arrume confusão. – O garoto concordou então a porta se fechou, ele respirou fundo e olhou pela janela, sua prima chegou um pouco tarde, e ninguém notou, o que era preocupante.

Quando ele se levantou, evitou a fila alinhada dos irmãos e de quem puxava a marcha, que sempre era Eilon e Elisa, Orion esperou Evie, a sobrinha favorita de seu pai. Aguardou por um bom tempo, até que a porta abriu e quando Evie saiu atrasada como sempre ele se colocou no seu lado.

—Bom dia. – Foi bem baixinho para não assusta-la. Mas, mesmo assim, Evie pulou, estava acostumada a   estar sozinha naqueles corredores, sempre a última a chegar. Não naquele dia.

—(...) – Ela estava com o cabelo bagunçado a coroa que fazia um arco em sua cabeça não estava alinhada. Evie o encarou e estava pronta para continuar andando.

—Eu te fiz um favor ontem.

—Fez? – Ela o olhou sem entender.

—Não contei para ninguém que você... –Ele fez um gesto dela saindo voando com os dedos. – Então, agora você me deve um favor.

—Eu não devo favor nenhum... – Evie deu as costas, quando ele segurou no pulso dela.

—Na verdade dois. – Ela ergueu a sobrancelha. – Eu vi quando você chegou e não falei pro meu pai.

—Isso é chantagem! – Evie exclamou. Orion negou.

—É uma troca. E troca é diferente de chantagem...

—Qual a diferença? – Ela puxou a mão e cruzou os braços.

—Chantagem é eu te ameaçar com essa informação e te prejudicar, o que eu não quero. – Houve uma pausa. Ela estava prestando atenção minimamente. – Você é a sobrinha favorita do meu pai; não quero prejudicar sua reputação... – Ele tinha o mesmo espirito de seu tio, tentava entender ela, tentava agrada-la, e conseguia, preferia sempre ir com ele do que ficar em Calasir, e se ele pudesse ficar lá, ela ficaria com ele. – A troca é você fazer uma coisa por mim e manter em segredo também. Entendeu?

—(...) Acho que sim. – Ela olhou em volta. – O que você quer em troca? – Orion a olhou de cima a baixo.

—Na verdade, agora nada, mas, eu sinto a necessidade de arrumar esse seu cabelo. – Evie deu dois passos para trás, já tinha fugido para não mexerem no seu cabelo. – Sério, você já vai chegar atrasada, está parecendo uma louca; o que não é ruim. Mas, eu quero ver uma coisa, e eu preciso arrumar o seu cabelo.

—Esse é sua primeira troca? – Ele deu um sorriso e a guiou até seu quarto.

—Não, essa é a sua terceira troca.

 Quando todos se sentaram à mesa para o desjejum, Estevão encarou o lugar vazio novamente, mais uma vez, antes de gritar, Estela fez um sinal de que o sobrinho também não estava na mesa. O sentimento de que algo poderia ter acontecido com Orion foi mais forte do que se algo tivesse acontecido com a família, por um motivo, a filha sempre chegava atrasada, o sobrinho nunca estivera daquele lado.
Antes dele se levantar, viu Evie entrando primeiro, agitada como sempre, em seguida Orion entrou se espreguiçando.

—Estou aqui. – O vestido estava ainda apertado, porém, seus cabelos estavam presos em um penteado. Na qual Estela reconheceu imediatamente, era o mesmo penteado que Perseu havia feito nela. Por um segundo, ela pôs a mão na boca. Era o mesmo penteado que Auterpe fizera nas crianças quando esteve lá.

—Olha só. – Orion deu um sorriso. – Bom dia tio, tia. – Chegamos atrasados juntos. – Evie não o olhou.

—Dormiu bem garoto? – Estevão perguntou desviando o olhar de Eveline e fixando no sobrinho.

—Dormi sim, dormi bem, e dormiria mais. – Ele passou a mão no rosto. – Desculpe o atraso.

—Você não precisa se desculpar. – Estela disse calmamente enquanto a comida era servida. – Logo você vai se acostumar com os horários, quando sua mãe veio para cá junto com seu tio, eles tinham uma comitiva grande. – Orion olhou para Navi que também estava a mesa.

—Correto. – Estevão completou. – William teve que resolver algumas coisas no conselho da cidade, então provavelmente ele estará de volta à tarde. Você não tem problema de atrasar, já outras... – Ele encarou Evie que fingiu que não ouviu o pai. Os olhos de Orion variam pela mesa, se tinha alguém que poderia concordar com ele de que tinha algo estranho nos olhos de Evie era o antigo Conselheiro do seu tio.

—Seu cabelo está bonito Eveline. – Estela disse em meio a um silêncio mórbido da refeição. A garota apenas olhou para a mãe e concordou. Estevão achava que Sarai por fim havia feito um milagre nos cabelos da garota, ele nunca reparou nos penteados que Auterpe fazia, mas, as tranças laterais eram diferentes das de Auterpe, e a Rainha de Calasir sabia disso.

Quando o desjejum se encerrou e todos começaram a sair, Estevão olhou a mesa.

—Eveline, você não vai a lugar nenhum agora. – Ele disse de forma firme. Os ombros da garota caíram – Os outros estão dispensados. Orion olhou pelo canto do olho a garota ser arrastada pelo pai, onde a mãe ia atrás.

O garoto caminhou por grande parte da fortaleza, olhou as estátuas de dragão que tinha para entrada do castelo, todos eles estavam decorados com esmeraldas, ele tocou em uma e se afastou. Esmeraldas mortas, aquelas pedras já tiveram uma vida, lutaram e perderam em Pardóx, e agora estavam aqui em Calasir, o que arrepiou o garoto. Ele deu a volta e chegou até o pátio, de longe, ele podia ver Eilon e Elisa, ela parecia estar lendo, já ele, estava com uma espada em mãos, ou estava se amostrando, ou estava realmente treinando, havia dois dragões no pátio, certeza que eles estavam esperando os demais para começar a se exibirem com seus dragões, foi quando ele viu o Pégasus que sua prima montava. Ele então, ignorou os primos e caminhou até o cavalo alado.

Ele era branco, com um diferencial, ele tinha uma cor prateada vista de longe, era de Saphiral, mas, ele precisava tocar para ter certeza, se eles tinham dragões, podiam ter Pégasus também. Mas, mesmo assim, apenas em Saphiral tinha uma espécie única, que era basicamente imortal.

—Não toca nele! – Eilon gritou fazendo o garoto se afastar, seu tom sério o surpreendeu. Mesmo que o primo não quisesse parecer grosso, foi um susto, ele nem sabia que sua presença foi notada, ambos estavam tão entrosados e rindo que era impossível ele ter chamado atenção. – É da. – Houve uma longa pausa. – Minha esposa. – Ele revirou os olhos. – Eveline e ele não gosta que toquem nele, muito menos ela.

—É só um Pégasus. – Orion falou dando um sorriso. – Eu só estou olhando, nem toquei! – Ele levantou as mãos soltando alguns risos. – Sua noiva? Certeza?

 -É. – Eilon revirou os olhos. – Por que não seria?

—Sendo sincero? Ela não parece gostar de você, e você não gosta dela. Só a revirada de olho entrega tudo! – Ele deu um longo sorriso.

—Não gosto dela. Não faço questão que ela goste de mim. Me surpreenderia se ela realmente acatar a ordem do nosso pai. – Palavras curas.

—(...) – Orion o olha surpreso. – Aah! Vocês não têm muita liberdade de escolha né? Chato isso.

—Não... – Eilon bufa – O chato é ser Eveline! 

—Certo. – Orion se aproximou mais de Gameon. – Poderia começar chamando ela de Evie. – Ela lhe contou que foi o seu pai que lhe deu esse nome quando ela nasceu. – Já que ela se apresenta assim.

—(...) – Eilon o olha confuso – Por que eu a chamaria assim?! – Quem aquele garoto achava que era? – Nosso pai já deu um nome para ela, mas como sempre aquela garota precisa o contrariar... – Cerrou o punho, pensar nela o deixava irritado – Não estou nem um pouco preocupado se ela não gosta

—É óbvio que o nome que seu pai escolheu não é um dos melhores né? – Ele quis rir. – Mas, seria um agrado com ela, não seria? – O garoto deu um sorriso.

—Não estou interessado em agradá-la. Eveline nunca fez nada para agradar ninguém além dela. – Orion parecia surpreso, ele via o contrário, sentia o contrário. Porque, ele não sabia.

—Acho que se você começar a agradar ela, ela agrada vocês. É óbvio! Porque o nome que meu pai chama ela é o mais aceito...

—O nome dela é Eveline, se ela não gosta, problema dela – Eilon disse um tanto ríspido.

—(...) – Orion respirou fundo, sua mãe tinha avisado do gênio difícil do Rei. Não achava que os filhos seria assim também. – Ela nunca vai te respeitar assim com essa mentalidade. Pensa nisso.

—Que seja – Eilon deu uma risada anasalada. – Só preciso que ela entre na porcaria do templo, faça os ritos e fique quieta depois disso – Bufou. Aquilo parecia tão cruel, ficar quieta depois? Por quanto tempo? Ele deu uma volta com o calcanhar ignorando o tom arrogante do primo.

—Tá certo. Tá certo... Mas, voltando ao nome... Seus pais mantiveram o padrão né?

—É que Orion é bem normal, não é? – Eilon riu, com certeza havia herdado o sarcasmo de Mandrik – Quem escolheu? Sua mãe?

—(...) – Orion ficou ofendido. Não era um nome tão estranho. Era o nome de uma constelação, e era melhor que Arion ou Erion. – Eilon lhe parece normal? – Ele fez uma expressão de deboche. – É como se seu nome fosse Lon e pra te chamarem a atenção dizem: Ei Lon! – Orion deixou a voz grave. – Meus pais escolheram meu nome em conjunto. Vai dizer que seus pais tiveram o mesmo gosto ruim de nome? – Foi quando a prima se levantou se colocando entre eles, apesar que ele não faria nada, já o primo, não tinha certeza do que ele faria.

—Vocês podem parar? São nomes dignos para reis – Elisa intrometeu-se, estava irritada com aquela discussão ridícula. Nomes que os pais escolheram, eram apenas nomes.

 -Então concorda que Evie seria um bom nome de Rainha em vez de Eveline? – Ele apontou para prima dizendo em tom suave, falar suave com ela funcionava, era assim que ela e Eilon se comunicavam.

—(...) – Elisa engoliu em seco, chamando do que fosse, sua irmã não seria uma boa rainha. Sabia disso, era muito irritada, estava sempre causando problemas. – Bom...minha irmã... – Olhou para Eilon – Não são nomes que determinam boas rainhas, mas se nosso pai achou que Eveline combinava com a realeza, então não temos o que questionar. – Nas palavras do pai dele, era algo a se questionar sim.

—(...) Porque vocês tratam ela tão mau? – A sua primeira intenção era, apontar que eles só eram assim com ela porque eles queriam ficar juntos. – Só porque ela realmente é diferente? - Não é possível só ele ter visto o feche de luz nos olhos dela.

—Porque ela nos trata mal! – Eilon acertou a espada na árvore – Porque ela sempre estraga nossos planos! – A espada cortou fundo o tronco da árvore.

—Sabe... – Orion deu um sorriso malicioso. Ele achou muito engraçado Eilon acertar uma árvore só porque quis ser "forte" estrava frustrado. – Eu acho, como futuro Rei de Ruphira, sem nenhuma boa princesa para desposar, vou conversar com meu pai meu tio, talvez. – Ele acariciou os cabelos de Elisa com cuidado. Podia sentir os olhos do primo o fritando, se pudesse.  – Talvez Elisa possa se casar com um Rei e virar uma Rainha. Não seria genial Elisa? – Ele deu um sorriso. – Assim você não casaria com um conde e teria uma bela coroa. Muitos dragões! – Ele se afastou para ver a reação dos dois. Animador.

—Não! – Eilon gritou cravando a espada na terra – Elisa não pode ir para o outro lado! O lugar dela é aqui! – A cada frase a voz ficava mais alta.

—Mas, eu perguntei pra Elisa e não pra você. – Orion estava gargalhando por dentro. – Elisa, você pode viver nos dois mundos. Não seria legal? – Ele a puxou pelo pulso devagar, só pra ela não pedir ajuda para o irmão pelo olhar. – Seu pai fez uma aliança com o outro lado, olha pra mim. Rainha dos Rubis, o título mais adequado a você.

—Não poderia... – Sussurrou, procurando Eilon com os olhos. Aquilo era encantador, e seria, se não fosse, tão assustador.

—Eu disse que o lugar dela é aqui! – O garoto completou.

—Eu não acho que a Eveline atrapalha vocês. Vocês a atrapalham. É visível.

—Nós? É sério?! Nós a atrapalhamos?! – Eilon estava visivelmente furioso. – Eveline estraga tudo, sempre foi assim! Seríamos a família perfeita se ela não existisse!

—Mas, porque você está se exaltando? Eu acabei de conhecer vocês...  Eu achei que entendesse precauções de outros reinos. – Eilon ficou em silêncio. – Vejo que não... – Ele sorriu e se afastou dos dois voltando a atenção para o Pégasos. – Tira a espada da terra, a lâmina vai cegar.

Assim que Orion tocou em Gameon, o Pégasus se afastou bruscamente, não atacou, não relinchou, nem fez o que costumava fazer com os irmãos, assusta-los. Quando Eilon ia dizer alguma palavra, Evie apareceu e ficou encarando o que o primo fazia.

—O que está fazendo?

—Esse parece um filhote do Pégasus do tio Perseu. – Os irmãos ergueram uma sobrancelha sem entender. – É que tem uma lenda engraçada sobre esses filhotes.

—Que tipo de lenda? – Elisa perguntou.

—É um tipo de lenda que se contam em jantares familiares. – Ele riu e se virou para Evie. – Posso montar?

—Não! – Ela disse ríspida.

Orion levantou os braços então sentou-se em um banco no pátio.

—Tudo bem, esperarei minha tia para pedir para montar um dragão.

Evie o encarou por alguns segundos, enquanto ele fazia o mesmo, ela de fato, tinha tudo para ser a filha perfeita de seu pai. E com certeza eles seriam irmãos perfeitos.  


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Notas finais do capítulo

~♥Beijos da Autora♥~



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