Among Other Kingdoms - Terceira Temporada escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 2
De Lá para Cá


Notas iniciais do capítulo

Olá 3ª Temporada!!

~Enjoy♥



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—Então imagino que o Rei Estevão vá precisar de outra ama de leite.

Naquele momento Cliope e Pleione saíram do navio empurrando Navi que estava de frente para Perseu quase o derrubando, elas o abraçaram que o abraçaram de volta com força.

—Como estão nossos bebês? – Perseu as olhou com calma, elas pareciam cansadas.

—Eu coloquei eles no castelo. – Elas ficaram supressas. – Era muito espaço para eu ficar sozinho. Eles foram bonzinhos. – Perseu apontou para a lateral do castelo. – Eles estão com os mensageiros brincando, podem ir vê-los. – As mulheres ignoraram completamente Navi e foram atrás de seus filhos, Perseu o encarou.

—Elas estavam incomodando os outros. Elas só tinham um trabalho.

—Bom, acho que nenhuma mãe gosta de ficar longe dos seus filhos, não é? – Navi olhou para o lado. E como estão as coisas lá do outro lado? Com você, com o reino, com os outros?

—(...)

—Se o senhor quer saber a menina está bem. E a Rainha também.

—O que por demônios você está mal humorado? – Perseu resmungou. – Você queria ir, eu te deixei ir, e você me volta com essa cara de uma quimera que chupou limão. O que é?

—Me desculpe, a viagem é muito cansativa e demorada, Estevão até mencionou em trocar os navios, porque o seu viaja mais rápido e mais suavemente e.

—Navi, para. – O rapaz o olhou sem entender. – Estevão já está levando muito, e esse navio tem alma de um Kraken, sério mesmo que depois de tudo o que ele levou eu tenho que dar a única coisa que eu tenho apreço mesmo? – Navi fechou os olhos, lembrou quando o rei conseguiu aquele navio das Ametistas e o trabalho árduo que ele teve para arrumar. Na verdade, ele estava pensando no seu próprio bem estar.

—Perdão.

—Rei Perseu! – William deu um grito. Navi havia esquecido que ele havia vindo, o garoto estava tão quieto, e suas tias estavam reclamando o caminho inteiro.  – Que bom te ver vivo! – Ele deu um abraço e deu um abraço no Rei que retribuiu.

—Eu não sou alguém que morre muitas vezes. – Ele riu.

—Eu preciso levar ele pra Ruphira, achar ama de leite e ainda...

—Eu levo ele, faz um tempo que disse a minha irmã que eu iria vê-la. – William concordou, e Navi achou justo, porém, olhou ao redor.

—Cadê seu Conselheiro?

—Conselheira. – Navi se virou pra trás com tudo. Deneb, sua irmã. – Eu sou a Conselheira do Rei Perseu. – Navi a olhou de cima a baixo. – Me dê essa lista. – Ela deu uma lida rápida. – Bom, você escolhe a ama novamente. – Ela deu um sorriso largo e malicioso. – Boa sorte, viva como um deus e sofra como um mortal. – Navi a encarou ferozmente, como aquela menina ocupara seu cargo? Espera que fosse Tmalo que era mais experiente, ou até outro irmão mais velho, menos ela. O que pelos deuses ela fez em troca pra Perseu não hesitar em coloca-la como Conselheira?

Perseu chamou Nêmesy, com ela era mais fácil ir para Ruphira e muito mais rápido, porque querendo ou não, mesmo que eles chegaram em Saphiral no nascer do sol, eles deveriam estar fora de lá antes do sol se pôr. William carregava um cesto, havia presentes para Orion, tanto dele quanto dos pais dele que tanto insistiram para ele levar algo para o neto deles, William sorria largamente, finalmente depois de um ano ia poder rever seu filho, sabia que ele estava bem, quando o anel dava uma tremida, Navi dizia que era uma queda, quando estava escuro Orion dormia, mas, saber que ele estava bem, e ver ele; eram sensações completamente diferentes.   

—Você tem visto ele? – William perguntou olhando para a paisagem, aquele lugar era um sonho, estava contente por Orion crescer em um lugar tão agradável, porém, estava triste por ele não estar ao seu lado.

—Orion? – Perseu perguntou. – Algumas vezes, quando Auterpe e eu não estamos brigados, ele passa luas aqui.

—Como ele está? – William perguntou animado. – Tem algo que eu precise saber? Algo que ele goste mais?

—Ele está bem, está saudável, fica alguns dias no castelo com a mãe, um pouco no refúgio de Herdeiros. – Perseu deu um sorriso, seu sobrinho era uma tranquilidade para suas preocupações. – Ele é um menino inteligente e aprendeu a invocar trovões. E acho que ele gosta de companhia. Ele não gosta de ficar sozinho, mas, não chora, ele apenas não gosta. Ele é uma ótima companhia pra Auterpe.

—Meu filho é uma ótima companhia para qualquer um. Ele é perfeito – William sorriu - Sabe quem também está saudável?

—Os gêmeos? – Ele perguntou se controlando, não queria que William suspeitasse de muita coisa.

—Bem, tem algo diferente nessa, menos magia, bem menos dor - William sorria maquiavelicamente, gostava de ver o pavor consumindo o rosto de Perseu - Parece até que é de outro pai...

—Sabe, seu sorriso é igual ao de Orion. – Ele respirou fundo. Precisava se controlar. – O mesmo sorriso que Auterpe dá quando sabe de algo, aconteceu alguma coisa que te alegra?

—Não, nada muito especial...mas me diga, Perseu - havia um tom de pessoalidade na conversa - Se sua filha estivesse no outro lado do portal, você iria visitar?

—Perdão? – Seu coração disparou. Ele não tinha como saber, Estela não contaria a ele, ele não ouviu o timbre. Podia ser a outra coisa. – Você quer que Orion vai te visitar? Não estou entendendo essa pergunta...

—Você sabe muito bem o que estou querendo dizer - as mãos de Perseu começaram a suar - Mas, enfim, vim ver meu filho - William voltou a conversa para o foco original

—Espera William, tem alguma coisa que você quer me dizer? Exatamente o que você quer dizer? Sério. – Ele parou no meio do mar, Perseu queria saber o quanto e o que ele sabia, aliás, ele era do outro lado. – Eu sou formado em Auterpe, e sei que você sabe de alguma coisa...

—Auterpe me disse uma vez que um dos bebês não era para Estela gerar, o que me fez pensar que deragonianos foram feitos para ela gerar, bebês normais também, mas uma criança desse lado não seria... – Perseu o encarou surpreso, ele sabia. – Só gostaria de dizer que sua filha está bem.

—(...) – Ele respirou pesadamente, Auterpe era uma fofoqueira, porque ela contaria algo para ele? Perseu o olhou pálido. – Você então sempre soube?

—Sempre soube – William riu, o sorriso de Orion era igual ao de William e Auterpe. – Mas não julgo, meu irmão bem mereceu

—(...) Sempre é muito tempo William. Quem mais sabe? Você contou pra alguém?

—Óbvio que não, jamais sairá da minha boca algo que colocaria uma espada na garganta da minha cunhada

—É bom ouvir isso. - Ele deu um meio sorriso. - Eu queria que Estela deixasse ela aqui, porque, me desculpe, seu irmão não pareceu se importar muito com ela, mas, Estela... Bem... Não quis escolher.

—Estela jamais escolheria, ela não deixaria Eilon para ficar com Evie ou vice-versa

—Suponho então que Estevão começou a dar atenção para... - Ele fez uma longa pausa enquanto seguiam caminho. - Estevão presta atenção e dá carinho para Artemisa

—Artemisa não gosta muito dele, chora toda vez que ele a pega, é bem caótico

—Ótimo. Minha filha é chorosa. – Perseu disse frustrado. – E eu não estou lá para ajudar ela. Ao menos Estela cuida dela, não cuida? Ela precisa de carinho, de colo....

—Claro, Estela cuida dela - William sorriu - Eu também cuido

—Acredito que você cuida muito bem dela. - Perseu disse com dor no coração. - Obrigada por cuidar dela... Não que eu não ache que a Rainha não cuide, mas, bem, Estevão nem deixava ela segurar ela.

—Ele não liga mais tanto para isso – William deu de ombros - Bom, me conte o que Orion gosta de fazer. – Perseu sorriu, gostaria de visitar Artemisa assim, mas, não poderia fazer nada. Até porque, era uma aliança comercial, ele iria visitar Artemisa pra que?

 -Coisas que crianças daqui fazem. Mas, pode perguntar pra ele. – Perseu apontou para o castelo dos Rubis. – Ele formula palavras muito bem... – O Rei foi na frente de William e sorriu enquanto olhava sua irmã que estava no salão dos espelhos, Orion corria em volta dela com uma fita vermelha na mão, que se enrolava sobre o corpo dela, que tentava se desenrolar, porém, Orion era mais rápido para prende-la. E antes dela cair, ela o puxou com tudo, o abraçando, o menino deu uma risada alta o que fez o coração de William se derreter por completo.

Auterpe deu uma risada e quando se virou levou um susto ao ver seu irmão.

—Perseu?! – Orion se soltou da sua mãe e correu para os braços do tio. – O que faz aqui? – Orion foi para o coloco do tio o abraçando. – Porque não me avisou que vinha? Eu.

—Eu vim te trazer um presente. – Perseu deu um passo para o lado e William apareceu, ela colocou as mãos na boca.

—Pelos deuses! William! – Ela exclamou pulando em cima dele e o abraçando com força, não ia beija-lo, estava animada demais, e outra, ele poderia estar noivo. – Você está lindo! – Ele sorriu a abraçando e a beijando devagar.

—Você também está linda.  Sempre linda.

—Mãe? – William se virou para Orion, ele estava maior desde a última vez que o viu, claro que estava maior, era isso que acontecia, crianças cresciam. Porém, ele começou a derramar algumas lágrimas, ele estava perfeito, ele era perfeito. William colocou o cesto no chão e ia se aproximar dele.

—Espera, ele não te vê faz um ano. – Auterpe se aproximou de Orion e ele foi no seu colo olhando fixo para William. – Beija a testa dele. Começa devagar. – William se aproximou de Orion dando um beijo em sua testa e cheirou seus cabelos, foi quando Orion pulou em seu colo e imediato e começou a rir, começando a se enrolar em seu colo e se aconchegar.

—Ele te reconheceu! – Perseu exclamou surpreso.

—Sou eu, seu pai! – Orion deu um grito e uma gargalhada fazendo William derramar mais lágrimas que podia segurar, Perseu deixou uma lágrima escorrer, depois se virou para abraçar a irmã.

—Pai! – Orion gritou tocando nos cabelos de William animado. – Mãe. Tio. Meu pai! Só meu! – Auterpe deu um longo sorriso, estava apaixonada, era a cena mais feliz que ela já tinha visto, porque por fim, ela se sentia completa.

—Eu venho te buscar antes do pôr do sol. – Perseu avisou. – Se divirta e aproveite com seu filho.

—Obrigada Perseu. – Auterpe sussurrou e ele acenou. Eles sentaram no chão.

—E o que você gosta de fazer? – Ele levantou Orion o olhando nos olhos. – Como você está? – O menino começou a rir. Então William se virou para Auterpe. – O que ele gosta de fazer?

—Correr, balançar. – Auterpe o olhou de cima a baixo. – Eu senti tanto sua falta... Ver Orion me lembra tanto você...

—Ele tem ficado sempre com você? – William lhe deu um beijo discreto que Orion interrompeu com a mão. Ambos riram.

—Não tanto quanto eu gostaria. Mas, o suficiente para ter visto os primeiros passos dele. E pelos deuses como ele caia. – William sorriu fazendo carinho no filho que agora deitava em seu ombro. – Queria que ficasse aqui.

—Eu também queria. Como eu queria te levar para Calasir, como eu queria ficar aqui, mas, eu. – Ele respirou fundo. – Sinto muito. – Auterpe acariciou o rosto de William e imediatamente Orion lhe deu um choque.

—Auh! Orion!

—Não faça isso filho. – Ele beijou as bochechas dele. – Ela é sua mãe.

—Meu pai. – Orion abraçou o rosto de William.

—Certo, seu pai, fique com seu pai. – Auterpe disse sorrindo.

—Aah! Trouxe presentes. – William esticou para pegar a cesta. – Seus avôs perguntaram de você.

—Seus pais são vivos? – Auterpe perguntou surpresa.

—Sim. Os seus não né? – Auterpe negou. – Desculpe.

—Pelo que? Se eles estivessem vivos, eu, Perseu e Orion estaríamos mortos. O que você trouxe? – Auterpe mudou de assunto.

—Eu não tinha ideia do que ele gostava, trouxe roupas... – O primeiro presente era um macacão roxo, os botões eram dourados e gola com babados de renda, havia uma costura com os mesmos fios dourados na lateral. Ele sabia que era a cor favorita de Auterpe. A Rainha fez uma expressão de surpresa. – Ele é lindo sim. Coloca nele para dormir.  – O segundo presente era uma camiseta, preta dessa vez. – Essa é a cor da família da minha mãe. – Os botões eram de prata, assim como a linha que decorava a gola. – Já esse presente aqui, seu avô fez para todos os netos, e como você é neto dele, também é seu! – Lado bom era que a cesta que Navi lhe deu parecia que não tinha fundo, então quando ele tirou um cavalinho de balanço, tinha uma pequena sela, onde podia se ver águia de Interlok, era um trabalho minucioso, feito a melhor madeira disponível.

—Uau! Que lindo! – Auterpe exclamou encantada. – E o que ele faz?

—(...) Ué, Orion sobe aqui e balança. – Disse William colocando ele em cima do cavalo o balançando. – Viu? – Orion começou a rir e falar “legal”, “mais rápido”, “forte”. Mesmo que quem deveria fazer o movimento fosse o pequeno, William não se importava de fazer isso. Auterpe cruzou os braços admirando ele rindo.

—É encantador.

—Não é um cavalo de verdade, mas, é divertido.  – Ela riu. – E como está Estela?

—Ela está bem, acabou de ter outro bebê.

—Coitada. – Ela lamentou. – E foi ruim?

—Foi mais tranquila, acho que era a filha de. – Auterpe mandou ele fazer silêncio – Verdade, não pode falar. – Ele se recompôs. – Só um bebê causava problemas... Essa gestação foi tranquila.

—E estão tratando a ... Evie bem? – William mexeu a mão significando “mais ou menos”.

—Estevão nem liga mais. Cuidamos dela, a tratamos bem. Ela é muito encantadora. – Ele suspirou olhando para Orion. – Ela daria uma boa companhia para ele. Ver eles brincando juntos seria fantástico.

—Sim. Seria fantástico. Quando ela vem pra cá? – Ele ergueu a sobrancelha. – Não pode trazer ela pra cá?

—Vamos dizer que Estevão já tem planos pra ela. – Auterpe fez uma careta. – Eu faço a mesma careta toda vez que ele menciona a mesma coisa. – Casar os irmãos era uma coisa repugnante, mas, se era a tradição.... –Tem só um problema.

—Só um? Eu consigo ver vários problemas. – Eles riram juntos.

—Evie tem medo dos dragões. – Auterpe olhou confusa. – Estevão ficou furioso quando ela não se aproximou dos filhotes de dragões. – A Rainha colocou a mão no queixo.

—Não, não bem medo. Perseu te deu algum colar para colocar em Evie? – Ele negou. – Ela pode ter moderes de fogo. Por isso não se aproxima deles, não quer confronta-los. – Wiliam pareceu entender. – É como Orion, e seus choques. Ele não controla, ela precisa de um colar ou algo para não fazer ela explodir aquele castelo.

—Hãn, Estevão surtaria.   – Ele riu, foi quando seu filho pediu colo. Ele o aninhou em seus braços da maneira que pode. – O que ele tem?

—Sono. Estamos brincando á horas. Na verdade, ele está correndo a horas. – William o beijou na cabeça.

—Posso colocar ele na cama? – Auterpe concordou e William ficou com ele até ele cair do sono, o pequeno acariciava seu rosto e puxava seus cabelos, e quando ele dormiu, Auterpe pediu um pouco da atenção dele que não negou apenas, aproveitou. Ela era excepcional e o filho deles era formidável

—Sempre que eu vir aqui, ele estará?

—Farei com que ele esteja. – E ao dizer isso, eles se beijaram. Ele ainda pode ficar tempo o suficiente com os dois antes de Perseu chegar, avisando que Navi já estava partindo, que o portal seria fechado, Orion chorou quando ele foi embora, mas, ele prometeu que voltaria.

Dessa vez eles levaram, uma irmã de Navi para amamentar Elisa. Depois da ama de ser devolvida; mais três foram solicitadas para Ethan, Elora e Evan, que eram mais novos que os gêmeos, sendo o mais novo Evan com cinco anos de diferença. E tinha uma coisa que machucava Perseu, sempre que uma de Cléota era levada, significava que Estela tinha mais um filho, e anualmente, senão diariamente Perseu pensava naquilo, no quanto o corpo de Estela devia estar desgastado, no quão prejudicada mentalmente ela devia estar, principalmente com medo, e Perseu não estava lá para ajudá-la nenhum um pouco. Nem estar ao seu lado, enquanto sua irmã, tinha seu amante perfeito todo ano, por dez anos que duravam aquela aliança... E ele agradecia que William cuidava de sua filha, assim como ele protegia o filho dele.
 Todo ano que William ia, na hora da partida, Orion fazia um escândalo para ir voltar com ele, que negava com dor no coração. Mesmo que estivesse tudo seguro em Ruphira, ele poderia ser atacado antes de saírem de lá, aliás, Orion ainda era sangue de Éfellya; infelizmente nem ele ou Auterpe o faziam entender o perigo

 Estela e Estevão estavam com os filhos no pátio do castelo, as crianças estavam passando mais tempo com seus dragões os treinando. Eilon tinha o vermelho, Ronar, o azul era de Elisa, a Tyrax. Ethan tinha o Vieno que era cinza e Elora com apenas 4 anos já tinha um dragão rosa com lilás, a Cora.  Evie observava de longe os irmãos, eles pareciam se divertir com as feras. Seu pai não estava feliz, ele nunca estava feliz com ela, só porque ela não queria montar nenhum dragão. “E como minha filha é seu dever montar. ” Seu tio William sempre intervia, sua mãe apenas pedia calma mais seu pai visivelmente não tinha ela como favorita, nem um pouco. Ela poderia ter seu tio, mas, uma vez por ano ele ficava fora por sete longos dias, e eram os piores dias da vida de Evie. E aquela era uma semana em que ele não estava em Calasir.
A menina observava os irmãos com seus projetos de mini dragões, sentada no banco do pátio de trás, era obrigada a ficar ali. Era uma ordem que o Rei passasse um tempo significativo com os filhos, então ele juntava o útil ao agradável.

Eilon e Elisa se aproximaram da menina, estavam de mãos dadas, Evie torceu o nariz, pelo grande dragão, eles nem eram gêmeos, mas, andavam como se fossem, e para a outra, já era demais.

—Por que você não pode fazer algo para agradar ao papai? – Eilon perguntou fazendo a irmã, o olhar com indiferença. – É só montar o dragão e deixar ele fez.

—Porque você acha certo fazer o papai infeliz? – Elisa perguntou em seguida. – Você o aborrece.

—Você é a única da família que não anda em um dragão.  Isso é constrangedor, como seu irmão mais velho.

—Não me importo. – Evie o interrompeu e franziu a testa. – Aliás, papai também não monta nos dragões, e não estou jogando isso na cara dele. – Elisa abriu a boca desacreditada, para alguém com apenas nove anos ela era muito expressiva, exageradamente. Nem ela com seus dez anos era tão exagerada.

—Não ouse falar assim do papai. – Eilon resmungou. – Só queremos que você pare de causar problemas e deixar ele feliz. – Evie revirou os olhos.

—O que você acha que está fazendo?

—Sentada? – Ela disse em tom óbvio.

—Não se faça de tonta! – Elisa exclamou. – Esse seu comportamento é totalmente inadequado para a realeza de Calasir, está dando péssimos exemplos e.

—Porque vocês dois não vão para o inferno? – Ela não sabia o significado, ouviu o Conselheiro falando isso para seu tio. – Elisa soltou a mão de Eilon e se aproximou de seu pai.

—Olha as coisas que você faz! – Eilon briga com ela.- Elisa ficou triste.

—O problema é todo dela.

—Eveline venha cá! – Estevão berrou, a menina sacudiu o vestido e se aproximou do irmão do pai, Estela estava ocupada com Elora que recebia carinho em seu dragão. – Você desejou a morte de seus irmãos?

—O que? – Elisa deu um sorriso pra ela debochada. – Não falei isso não.

—Desejou sim pai. – Eilon deu um passo à frente. – De forma dolorosa, e ainda estava sendo rude comigo, o herdeiro do trono. Estávamos sendo formais.

—Ela quem começou a nos amaldiçoar como um marinheiro bêbado. – Estevão a encarou.

—Eu nem abri a boca para xingar vocês ainda seus.

—Calada! – Estevão gritou chamando a atenção de Estela e seus irmãos. – Você sabe que depois de mim, você tem que obedecer o seu irmão. – Ela franziu a testa. – Peça desculpas pra eles.

—Não. – Ela disse calma. – Ele quem foi rude primeiro.

—Eu não minto pai. – Estevão a encarou. – Deixa ela de castigo hoje. – Eilon sugeriu. – Ela não tá sendo obediente. De novo. – Seu pai apontou para dentro.   

—Para o seu quarto agora. E nenhum pio! – Evie encarou seus irmãos por alguns segundos, colocou a cabeça para o lado e correu em direção oposta do seu quarto.

—Eveline! – Estevão berrou e até Eilon tentou correr atrás, porém, a menina assobiou, um Pégasos branco de cascos e crina prateados apareceu e ela pulou em cima dele que alcançou voo imediatamente. Estevão segurou no braço de Estela com força quando ela se aproximou. – Ela me desobedeceu, a traga para cá e a tranque no quarto.

—Querido... – Elisa segurou a mão do pai o fazendo soltar o braço dela. – Castigo de novo não. Como ela vai aprender a socializar com os irmãos se ficar o tempo todo de castigo?

—Ela vai aprender quando parar de se comportar como uma selvagem. Agora vai buscar ela. – Estela concordou e foi pegar Sinler, ela era menor, seria mais rápida e não assustaria Gameon, o Pégasos. Ele passou a mão no rosto e Elisa se aproximou do pai e o abraçou.

—Não se preocupe papai, ela vai aprender, que tipo de Princesa ela será? – Estevão a abraçou, e em seguida pegou Elora do chão. Poderia ficar o dia inteiro vendo seus tão desejados filhos de cabelos brancos, junto com seus dragões. Apenas Eveline estava fazendo errado.

Estela voou com Sinler por quase todos os condados, ficou basicamente o dia inteiro atrás da filha, mais o Pégasos além de rápido, era pequeno, eles poderiam estar em qualquer lugar. Enquanto procurava ela lembrava das palavras de Perseu “por favor, não dê trabalho para sua mãe. ” Se sentia péssima, não era isso que o verdadeiro pai de Evie. De Artemisa pensava para ela, enquanto olhava atentamente cada canto, pensou, se soubesse que Estevão a negligenciaria tanto, e em seguida teria Elisa; não parecia tão assustador deixar ela com Perseu. Seria difícil, uma dor que não iria se curar, mas, ela seria a Princesa de um país rico e fabuloso. Um dia, algum dia, ela iria descobrir isso, mas, não era necessário. Ao contrário de Saphiral, Calasir era mais seguro para ela.
Finalmente a encontrou, ela estava sentada na praia das lavandas. Aquele lugar lhe dava tantas lembranças. Ela desceu de Sinler devagar e se aproximou da menina que estava com a cabeça enterrada nos olhos.

—Eveline, o que aconteceu?

—Mamãe, me desculpa. – Ela não estava chorando, parecia chateada. – Mas, eu odeio o pai. Ele não gosta de mim, todos preferem o Eilon e. – Ela respirou fundo, ficou em silêncio alguns minutos. – Eu queria que o tio William fosse o meu pai. Porque você não escolheu ele mãe? – Estela ficou imóvel por uns segundos, depois abraçou a filha que a abraçou de volta. – Desculpa. Eu... – Evie a abraçou com força. – Eu só queria que ele me amasse mais. Como o io William ama o filho dele que a gente nunca viu.

—Seu pai te ama Evie. – Estela dizia acariciando seus cabelos. – Ele tem seus defeitos, mas, também tem qualidades... Ele só é um pouco rigoroso com você porque, quer que você seja perfeita para ser uma rainha console. – Evie torceu o nariz. Estela deu um beijo em seu rosto. – Eu amo você. – Ela engoliu em seco. – Seu pai também te ama. Mesmo que você não saiba, ele te ama muito.

—Hãn, até parece que você está falando de outra pessoa.  – Elas levantaram.

—Estou falando do seu pai. E sei que ele te ama. – Sim Perseu a amava, amava tanto que doeu vê-lo se separar dela.

*

—Nós podemos fazer assim pai... – Orion dizia se defendendo de William, estavam treinando com espadas. – Se eu ganhar essa, você me leva para o outro lado. – Nenhum dos dois estava realmente atacando, estavam apenas evitando as lâminas e tentando desarmar o outro.

—Não sei. – William falou. – Tenho que ver com sua mãe, você é novo demais.

 -Eu fiz 14 anos pai! – O garoto riu, fazendo William se defender. Era magnifico como toda vez que ele voltava, Orion estava mais esperto, mais forte, e ainda era muito carinhoso, era a definição da perfeição para ele, como ele poderia ter feito um filho tão lindo? E ainda mais uma mistura perfeita dele com Auterpe, em tudo, dos olhos mesclados castanhos com verdes, aos cabelos meio brancos, meio pretos. – Eu sempre peço para ir, mas, você não deixa eu ir...

—Porque aqui é mais seguro. – William contra atacou.

—Ou porque eu iria te atrapalhar? – Orion o olhou, William paralisou por um segundo, e a espada em sua mão caiu. – Ganhei! – O menino gritou e depois se aproximou do pai. – Eu iria te atrapalhar?

—Não! – Ele disse firme. – Eu só faço parte do pequeno conselho da cidade. – Orion segurou na mão dele e o sentou com ele no banco da arena.  – Você não iria atrapalhar em nada. Mas, seria um ano longe da sua mãe. – Orion olhou para trás, Auterpe estava conversando com Lennus.

—Pai, por favor. O tio Perseu voltou para as batalhas. – William ficou surpreso. – Claro, a mãe não ia contar porque eu iria de volta para o Refúgio dos Herdeiros e estaria seguro. Mas, eu queria ir contigo. – O coração de William apertou, quando ele era mais novo era mais seguro com a mãe.

—Faz muito tempo que isso começou?

—Acho eu sete luas. – Quando Auterpe terminou de conversas com Lennus, se aproximou dos dois.

—Como os homens da minha vida estão? – Orion se levantou dando um beijo em sua mãe. – O pai vai te fazer uma pergunta.

—Vai?

—Perseu voltou pras Batalhas?

—Sim. – Auterpe olhou para Orion. – E não, você não vai para o outro lado. – William segurou a mão dela. – Não William. Melhor não. 

—E concordaria com você. Mas, eu nunca pedi pra leva-lo. Porém, esse ano, é a comemoração da tomada de Estevão por Calasir.

—Roubo. – Auterpe cruzou os braços.

—Por favor.

—Eu vou ficar um ano sem ver meu filho? – William segurou na outra mão dela como se dissesse “eu só o vejo uma vez por ano. ”  Auterpe respirou fundo, olhou para Orion, compreendeu William imediatamente, de fato nos últimos anos ele tem ficado mais com ela, enquanto ao pai... – Está certo... – Ambos pularam e abraçaram Auterpe que estava contendo as lágrimas. – Tá bom, tá bom. Orion vá arrumar suas coisas.

—Sim Rainha. – Ele deu outro beijo nela e saiu correndo.

—Certo William. – Auterpe olhou firme para ele. – Você vai levar Orion, mas, no primeiro sinal de ameaça ou perigo, você manda ele de volta.

—Como?

—Orion sabe abrir o portal. – Ele ficou boquiaberto. –Perseu o ensinou. Eu descobri ontem. – Ela respirou fundo, estava nervosa. – Se o bêbado do seu irmão encostar nele...

—Ninguém vai encostar a mão no nosso filho! – Auterpe deu um sorriso longo. – Eu cuido de Artemisa e ela é bem rápida. – Eles se beijaram devagar, era engraçado como se um ano não tivesse realmente passado, e eles estivessem sempre juntos, a ligação era incrível.

—Você vai fazer ele usar isso. – Era um colar, parecia uma moeda azul. – Se ele tirar do pescoço todo mundo vai levar choque, e te garanto, vai doer. – Por favor, cuide dele.

—Com toda as minhas forças. – Auterpe deu outro beijo em William dessa vez mais apaixonado, do jeito que ele esperava anualmente para tê-la em seus braços...

—Talvez nós temos alguns minutos?

—Alguns? Eu queria alguns dias... – Ambos riram.

E no pôr do sol daquele dia, pela primeira vez, em catorze anos, William estava levando seu bem mais precioso. E mesmo que Auterpe estivesse com o coração na mão, ela estava um pouco aliviada. Do outro lado ninguém poderia sequestra-lo, e talvez, Artemisa não se sentisse tão sozinha e estranha em uma dimensão que não era dela. Perseu estava em batalha quando William esteve em Saphiral, então não pode se despedir do sobrinho, nem avisar pra ele não ser muito “falante. ”


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Notas finais do capítulo

~♥Beijos da Autora♥~



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