No décimo quarto dia, nos deparamos com algum sinal de habitação.

A partir da luz de uma lente, observei um chalé bem iluminado, construído com o melhor da arquitetura nerzoguiana. Um farol no meio da neve.

Involuntariamente, imaginei o calor ali dentro, a comida e a possibilidade de estar, enfim, distante dos escombros e da alvura exterior.

Olhei para Kerp, procurando uma reação. Não a esboçou. Apenas pensava, assim como eu.

Sabíamos que não podiamos pedir refúgio. Seríamos tratados como opróbrio; todos nerzoguianos conheciam bem nossos rostos.

Ou o tomaríamos, ou continuaríamos jornada, rumo a uma possibilidade, longínqua, de segurança.