Reflexões daqui e de lá... escrita por Paloma Her


Capítulo 8
8. A doação de órgãos


Notas iniciais do capítulo

Então, “morte encefálica” significaria que a linguiça nevoenta está apenas começando a se encolher, a se desligar, pois ela se desgruda da cabeça em primeiro lugar e a seguir dos pês e das mãos. Finalmente ela se concentra no pulmão e retira-se com a ajuda das batidas do coração.



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Cada vez que morremos, o fazemos aos poucos. Até com a morte por  parada cardíaca fulminante, ela será demorada. O espirito invisível que há dentro da carne, desligar-se do indivíduo, encolhe-se, até formar uma linguiça nevoenta, para assim sair do corpo, através das vias respiratórias. A pessoa que é desenvolvida espiritualmente, ou, quem costuma fazer exercícios de projeção astral durante sua vida, desponta para o mundo invisível em poucos segundos. Muitos voam para as alturas como uma bala em direção ao alto. Mas, tem aqueles sujeitos que demoram em retirar-se, pois negam a si mesmos que estão mortos. Ficam no corpo sofrendo, chorando e muitas vezes necessitam serem  socorridos por almas do além para assumir sua espiritualidade, e partir para o mundo invisível em direção ao espaço.

Então, “morte encefálica” significaria que a linguiça nevoenta está apenas começando a se encolher, a se desligar, pois ela se desgruda da cabeça em primeiro lugar, a seguir dos pês e das mãos. Finalmente ela se concentra no pulmão e retira-se com a ajuda das batidas do coração. Com o ultimo suspiro, e com o último batimento do coração, a alma se separa completamente dos indivíduos viventes. Fica convertido em espirito ao lado da cama olhando para sua família chorando, depois acompanha seu velório e finalmente parte para as alturas.

Mas, para os doutores modernos só existe o corpo carnal, por tanto, a “morte encefálica” é sinônimo de morte e ponto final. Assim que o cérebro para de funcionar e de comandar o indivíduo, esse corpo está morto para os cirurgiões. Esse doente terminal não serve para mais nada. Então, depois que a família é convencida que o sujeito está morrendo, os operadores abrem o sujeito numa sala cirúrgica, interrompem suas batidas do coração (seja lá de que maneira) e retiram seus rins, pulmões, córneas, coração, etc. Em seguida, esses órgãos são levados na corrida para outras salas cirúrgicas, nem sempre no mesmo hospital, para serem introduzidas em gente muito doente e na beirada da morte.

Mas, o que é que aconteceu com a linguiça nevoenta do doador? Se os doutores interromperam as batidas do coração, retiraram esse coração, e o colocaram numa outra pessoa, uma parte da linguiça nevoenta foi junta? Um pedaço dessa alma acompanhou esse órgão, e continuará viva? É esse coração funcionará no futuro com a alma de quem? De quem morreu, ou do paciente que o recebeu?

Pior! Como é que a linguiça nevoenta assumirá sua vida espiritual? Cheia de buracos? Sem rins, sem córneas, sem pulmões, sem coração? E como é que ela reencarnará no futuro? Nascerá cega? Doente dos rins? Ou, esse futuro bebezinho terá morte súbita com duas semanas de vida?

Pois se a morte só acontece depois que a linguiça nevoenta se desliga totalmente do corpo carnal, quando o sujeito é levado para fazer a doação de seus órgãos por causa da  “morte encefálica”, o que não tem mais alma são a cabeça, as mãos e os pés. Se tocarmos o moribundo veremos que os pés e as mãos estão gelados e rígidos, e o cérebro parou de funcionar porque a linguiça nevoenta não está mais lá. Mas, ela ainda se encontra ligada aos rins, ao fígado, aos pulmões e ao coração. Então, cada órgão retirado de um doador ainda possui alma. E é esse pedaço de alma que mantem os órgãos vivos, quentes e apropriados para serem colocados num outro individuo.

 Não podemos mais continuar a aceitar que o corpo é uma maquina que se mantem viva com ar, água e comida. O corpo possui uma linguiça nevoenta dentre dele, que o faz viver e é essa alma que nos sustenta, que nos guia, que nos faz amar, sofrer, ser feliz, e que partirá deste mundo no dia que nos foi destinado antes de nascer. Não são os médicos que devem decidir se um moribundo deve morrer, ou não. Nem juízes que autorizam as famílias a fazer eutanásias.

Então, para concluir, os transplantes devem continuar a existir?

Sim. Um familiar pode doar um pedaço de fígado para salvar um parente querido, ou, doar um pulmão, ou um litro de sangue, ou um rim, ou, algumas células tronco, pois ele prosseguira vivo ao lado desse parente amado.

Mas e o coração? Não saberia responder, pois se ele não tem mais um pedaço de  alma dentro dele e parou seus batimentos, com certeza esse coração morto não serviria para mais nada. Mas, cabe aos gênios da medicina concluir o mistério.  


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Notas finais do capítulo

Então, para concluir, os transplantes devem continuar a existir?
Sim. Um familiar pode doar um pedaço de fígado para salvar um parente querido, ou, doar um pulmão, ou um litro de sangue, ou um rim, ou, algumas células tronco, pois ele prosseguira vivo ao lado desse parente amado.



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