SE CONHECENDO -CAPÍTULO 12

Eles sentaram na planície, onde uma enorme árvore existia com um tronco caído em forma de banco. Lá ele colocou a toalha e as cestas de piquenique que Nathan havia preparado ao chão e se prepararam para uma bela refeição. Era uma refeição deliciosa, entre batatas assada com queijo, brócolis, cenouras fatiadas e seladas e uma deliciosa carne assada com pão caseiro que Bill havia feito para Nathan. Ele era um ótimo cozinheiro, seu tempero era maravilhoso, ao ser questionado onde aprendeu a cozinhar daquela forma, ele só respondeu timidamente que com sua mãe, com os mountie e pela Alien, que também o obrigou a aprender algumas coisas a mais. Elizabeth contou a ele todo seu fracasso na cozinha, quando se mudou para Hope Valle e como o pobre Jack comeu muita comida queimada ou crua. Elizabeth e Nathan riram tanto de suas histórias. Cada um desses contava algo de sua vida, eram belos tempos do passado. As histórias de Elizabeth, no início da carreira de professora, fizeram Nathan morrer de ri, a ponto de deitar de tantas gargalhadas.
— Nathan; Você não fica com raiva quando eu falo sobre Jack?
— Claro que não Lizbeth! Ele é parte de sua vida. Ele foi seu primeiro amor e nunca deixará de ser. Eu me sinto privilegiado, ao ver que você confia em mim para compartilhar suas histórias.
E Elizabeth levantando o chamou:
— Então amor, venha aqui, vou te mostrar uma coisa. Ela o levou até alguns passos à frente, sentaram no banco de toras.
— Eu e Jack, viemos aqui algumas vezes e fizemos planos, muitos planos. Eu agradeço por você me deixar te contar essa parte da minha vida, saiba que Jack era meu grande amor, mas isso não diminui você, porque hoje você é meu grande amor e tudo o que mais eu quero na vida. E apontando para o tronco, mostrou um coração, onde dentro dele estavam as iniciais JT & ET.
Ela continuou a falar pensativa:
— Pouco após voltar dos territórios dos norte, ele fez isso aqui para nós. Ele me dizia que enquanto durasse nosso amor, isso estaria aqui comigo. Também dizia que estava fazendo nessa ponta aí, porque se um dia acontecesse algo com ele, eu deveria encontrar e dar chances para outro amor e ele também iria marcar aqui o quanto me amava.
Nathan engoliu seco, nunca em sua vida imaginou um amor tão puro e forte, quanto de Jack e Elizabeth. Ele... Se pudesse teria trocado de lugar com aquele homem, assim Elizabeth teria uma família feliz e completa. Ela sabia ler as pessoas, seu treinamento como professora a ensinou muito bem, ela notou vários sentimentos passando na cabeça daquele homem; mesmo depois de um ano, após aquela conversa séria, ainda se via que ele sentia culpado.
— Nathan, eu já te falei e vou falar de novo. Você não foi culpado pela morte de Jack. Aquilo foi um acidente...
— Mas Elizabeth! É que às vezes eu penso, que deveria ser eu...
— Nathan, e o que seria de Alien? Uma criança órfã? Eu nunca aceitei a morte de Jack, foi injusto com ele, acabou com seus sonhos e sua juventude, e foi injusto comigo me deixando sozinha e como mãe solteira, e foi pior ainda para pequeno Jack que nunca conheceu seu pai. Mas veja eu sou adulta, sofri de mais, mas eu tive muitos amigos que me ajudaram a superar a dor, mas pense… e se fosse Alien? Uma criança? ... O que seria dela? Aonde ela seria jogada? Eles iriam tratá-la direito? Ela estaria segura, com pessoas boas?
— Mas...
— Amor, entenda uma coisa. Eu amei Jack como nunca imaginei ser possível e sempre terei ele em meu coração. Ele foi meu primeiro amor e nunca deixará de ser. Tivemos nossas brigas e desentendimentos, e sim eu me arrependo muito de termos esperado, quase cinco anos entre namoro longo e aquele ano do noivado quando ele foi para a guerra, talvez se tivéssemos nos casado antes, teríamos aproveitado nossa vida de casado e nosso filho. Eu só fiquei casada com ele por quinze dias, e ele acabou aceitando aquela missão. Era para irmos, em lua de mel, nossa viagem, tudo estava pronta e paga, mas ele aceitou te substituir, ele não foi obrigado a nada, ele aceitou por livre e espontânea vontade. Foi um acidente, uma fatalidade, ele mesmo me disse ao sair, que não havia risco nenhum, somente o risco que ele ficasse sem voz de tanto gritar com os recrutas. E Elizabeth riu, quando essa lembrança lhe passou pela mente, ela primeira vez ela não sentiu tanta dor, ela lembrou do sorriso de seu marido indo para a missão, fazendo aquilo que ele tanto amava.
— Mas Nathan, eu entendo melhor que ninguém, eu sempre soube e estava ciente, que eu sempre seria a segunda na lista de prioridade de Jack, porque em primeiro lugar sempre estariam os mountie...
— Elizabeth, nunca duvide do amor dele por você, eu vi coisas e ouvi muito sobre vocês, e percebo que esse homem, era totalmente apaixonado por você, tanto quanto eu. Para mim você e nossos dois filhos, são a coisa mais importante da minha vida, eu não saberia viver sem nenhum de vocês.
E dando um selinho, Nathan sentiu Elizabeth, enfiar a mão em sua cintura, enquanto ela aprofundava o beijo; sua mão passeava em sua pele, tocando o cós da calça, provocando em seu corpo uma onda de choques, seus dedos encostando levemente, deixavam uma trilha de calor em sua pele.
— Lizbeth! O que você está fazendo meu amor? Falou Nathan com a voz rouca de desejo.
Ela riu, fazendo borboletas voarem em seu estômago e disse baixinho em seu ouvido:
— Só pegando isso aqui; Amor da minha vida... Está na hora de você, também, marcar aqui o nosso amor. E assim lhe entregou o canivete que ela havia acabado de tirar de sua cintura.
Nathan desenhou no meio do banco um coração e colocou as iniciais dentro NG & ETT, e ainda acrescentou ao lado do coração MEU ÚNICO AMOR.
E com pequenos beijos eles ficaram ali, vendo o pôr do sol. Nathan já sabia que o lugar daquela mulher, era em seus braços, só não sabia que Elizabeth naquele momento, tinha os mesmos pensamentos dele.