Desarmonia: Os 4 deuses da Harmonia Livro 1 escrita por Alice P Shadow


Capítulo 6
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

BOOOOOOOA NOITE! Estou muito animada para conhecerem o Christopher. Muito obrigada pelos comentários!



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Ele acordou de ponta cabeça. 

Quer dizer, não literalmente. Ao menos, Christopher achava isso  

— Mas que merda… – Resmungou se sentando na cama. Olhou para cima e viu o chão. Em baixo da sua cama, havia um teto ornamentado em ouro. – É isso, enlouqueci de vez, eu sabia que esse dia chegaria. 

Um riso de nervoso escapou dos seus lábios e esfregou o rosto com força na esperança de ser apenas mais um sonho. E, como em todas as outras vezes em que achou ser um maluco, ele teve a certeza sendo jogada na sua cara com a sutileza de uma mula. 

Olhando pra cima, ele podia ver um cômodo luxuoso. O piso era revestido com um material brilhante, e o refletia como um espelho. Por estar muito longe, precisava forçar os olhos. Queria checar se ao menos ainda era… ele. Era um costume. Todos os dias pela manhã se olhava no espelho. Precisava garantir que ainda era Christopher Bragi. 

O cômodo tinha um piano branco bem no centro. Algumas cadeiras também, dispostas de forma a assistir quem quer que esteja tocando. Há duas portas no aposento. Uma bem maior, ornamentada com arabescos exagerados e glamourosos, enquanto a outra é pequena e simples. Aquilo era bizarro. Ver o mundo de ponta cabeça era uma bagunça e seu cérebro não digeria a informação direito, o que o dava dor de cabeça. 

Cauteloso, Christopher esticou o pé para fora da cama, a fim de tocar o teto ao qual a cama se encontrava. Andaria pelo teto até chegar ao chão? Despencaria 5 metros de altura que é o que parecia que aquela sala tinha? Ou simplesmente ficaria preso ali? O teto tinha uma saída de vidro. Se ele passasse por ela, a gravidade o levaria ao espaço ou tudo voltava ao normal? Os questionamentos bombardearam seu cérebro enquanto ele colocava o pé pra fora e logo em seguida o recolhia, com medo. E repetiu aquilo algumas vezes, tentando criar coragem. A cena seria engraçada, se não fosse patética. Ele tinha um metro e noventa de altura e músculos de dar inveja, mas estava ali, com medo de simplesmente pisar no chão. Ou teto, seja lá o que for aquilo. "O que tinha na minha bebida ontem?"

— Vejo que a bela adormecida acordou. – Uma voz feminina chamou sua atenção. Uma garota estava em pé, no chão. De ponta cabeça para ele. – Se eu fosse você, não pisaria fora dessa cama. Mas se quiser ter uma queda dolorosa, definitivamente é a escolha ideal.

— Quem é você?

— Me admira sua primeira pergunta ser essa. – Ela se senta no chão, o olhando ainda atenta. Parecia avaliar se ele seria maluco o suficiente para pular dali. – Como está a vista aí em cima? Achei uma graça usar esse feitiço em você. Você todo é uma gracinha, na verdade.

— Veio flertar comigo? – Ele questionou, erguendo uma sobrancelha – Será bem mais fácil fazer isso me ponto no chão. 

— Não, você está onde deveria estar, não acha? No topo do mundo, meu jovem rei. – Um brilho percorreu os olhos da garota, que tirava lentamente algumas adagas e facas escondidas na sua roupa preta. Ela começou a organizar as armas no chão e a polir uma por uma. – Não se preocupe, logo sairá daí. Temos muito o que fazer ainda. 

— Olha, se você for uma stalker… ou uma fã, talvez... Eu te prometo um encontro, o que acha? Você me solta, vamos em um encontro e nunca mais nos vemos depois disso. Eu acho o trato perfeito, você não?

— Não. – Ela sorriu, a voz saindo suave de seus lábios, causando um arrepio no corpo de Bragi. Um arrepio delicioso. – Preciso que você fique quietinho, sim? Bem onde você está. Seja um bom garoto, Christopher. E eu prometo que sua recompensa virá.

No segundo seguinte, ele se calou. Não porque desejava. Na verdade… sim. Ele queria. Queria obedecer. Daria o mundo para ela se ela pedisse e… Não. Não! Aquilo era encantamento. Um encantamento de controle. Ele sabia. Ele já havia usado. Sabia fazer aquilo melhor que ninguém em todo o Mundo Acima. 

Travou o maxilar, tentando resistir ao impulso de ficar calado, mas era forte demais. A garota agora tirava as luvas pretas com suavidade, relevando as mãos doces e delicadas de uma princesa. Ela era nobre. Com toda certeza uma nobre. Mas aquela não era sua aparência real. O cabelo preto, liso e escorrido, tremeluzia. Seus olhos castanhos como mel alternavam com um verde mais opaco. A pele perfeita de seu rosto hora ou outra mudava, revelando olheiras. Ele podia estar sofrendo pra resistir ao feitiço de persuasão, mas ela sofria ainda mais em manter o de ilusão.  Só uma coisa não mudava: seu corpo. Lindo. E ele se culpou por aquele pensamento. Não foi induzido. E não era pertinente pensar no corpo alheio naquele momento. 

— S-se… s-so-ou… – Gemeu de dor, tentando falar. O que atraiu o olhar dela mais uma vez.

— Fale logo.

— Se sou seu prisioneiro… ao menos mereço que seja verdadeira comigo. Não acha? Por que esconde sua aparência? Onde aprendeu essa magia de persuasão e quem é você? O que quer comigo?

— Você é muito curioso, Bragi. – Ela se levantou e andou até o centro do salão sem tirar os olhos do homem. Lentamente, se senta na frente do piano – Apenas quero que fique aqui. Até que sua morte tenha causado todo o caos que preciso. Até lá pode me fazer companhia. Gosto de conversar com meus visitantes. Deixa meus dias mais animados. 

— Minha morte? – Ele franziu o cenho, confuso – Desculpe, estou no purgatório? 

— Não. – Uma risada escapou dos lábios dela. Um sorriso genuíno e encantador que fez o coração de Christopher errar uma batida. – Mas me sinto ofendida que ache que aqui é o inferno. Não pareço um anjo?

— Definitivamente não. – Comentou – Mas talvez um demônio sexy.

— Gosto da definição. – Ela estalou a língua, deslizando os dedos pelas teclas do piano, sem as pressionar de fato – A pessoa a quem trabalho me pediu para que eu forjasse a sua morte. Está um caos lá fora, sabia? 

O tom de voz dela mudou de repente. Não era mais provocador. Era cansaço. 

— Há muito o que fazer ainda. Sua morte foi apenas o começo do plano para restaurar o Mundo Acima como deveria ser. – Sussurrou, quase como se tentasse convencer a si mesma. Christopher conhecia aquele sussurro. O usou consigo mesmo todos os dias quando criança, tentando se convencer que poderia ser uma boa princesa como seus pais desejavam. Mas ele não era. Nunca foi, na verdade  Era um ótimo príncipe. E agora um rei. Aparentemente um rei morto, aliás. – Não cause problemas e não tente sair daqui. Estou com seu anel e seu poder está comigo, majestade. Um passo errado e sua morte falsa se tornará real.

E então, toda a empatia que sentiu por aquela garota foi embora. 

Ninguém pegava seus poderes e se safava assim sem ao menos lhe pagar um jantar.


─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─

 

Já fazia uma semana. Uma semana que ele via a mesma mulher entrar pela porta menor da sala, o entregar algo para comer, conversar sozinha e sair quando ele não abria a boca. Christopher já havia entendido o jogo. Ela queria informações e ele não iria dar. Mas aquilo estava o esgotando. Não tinha nada pra fazer. O piano ficava no chão. As janelas ficavam mais próximas do chão. E ele tinha que se contentar apenas com sua cama no teto. Poderia pular a qualquer momento, claro, mas se estatelar no chão em uma queda de cinco metros significava que isso o renderia, no mínimo, uma costela quebrada.

— Bom dia. – Ela entrou no aposento, parecendo mais enérgica que o normal, o cabelo preto oscilando em tons loiros escuros puxados para o castanho. Ela estava ainda pior ao tentar controlar sua magia. Ele podia sentir o corpo dela recusando o feitiço. – Vou te tirar daí de cima hoje, precisamos conversar. Mas não se anime muito, até o pôr do sol, estará enfurnado nessa cama de novo. 

E com um estalo dos dedos dela, Christopher despencou do teto, mas antes de atingir o chão, seu corpo estabilizou a velocidade e ele pousou de forma graciosa. De toda maneira, quase caiu ao andar. Suas pernas doíam. Seu corpo todo parecia implorar pela cama de novo, sem estar acostumado com a gravidade da maneira correta. 

— Ainda no pacto de silêncio? – Ela ergueu uma sobrancelha e se sentou na frente do piano – Eu soube que você toca. Ou tocava, já que teoricamente está morto. – Riu, mas quando percebeu os olhos dele a encarando e o rosto sério, seu sorriso começou a diminuir. – Olha, você agir assim, não vai te levar a lugar nenhum. Quer seu anel com os poderes? Eu te entrego seu anel. Mas vai precisar cooperar. 

Em um ato simples, ela apenas retirou o anel dos próprios dedos e assumiu sua verdadeira forma. O cabelo preto deu lugar a um loiro puxado para o castanho mal cuidado, que parecia não ver um pente decente há tempos. A pele branca e saudável, se tornou fria, com olheiras de cansaço. Os olhos castanhos, perfeitos como o mais doce pôr do sol, ficaram verdes e opacos. Ela não parecia mais uma deusa. Apenas um ser humano normal. Cansado. Real. E assustadoramente, aquilo a fazia parecer mais encantadora para Christopher, que desviou o olhar no mesmo segundo que ela o encarou.

— Sei que estou um caco, mas não é pra tanto, majestade. – Comentou a última palavra com desdém e colocou o anel sobre o piano – Guarde sua pena para outra pessoa. Mas, estou falando sério quando digo que precisa cooperar. Não vai querer se encontrar com a pessoa que comanda tudo isso aqui. A propósito, você precisa de um banho.

— Isso eu concordo. – Finalmente falou, se mexendo desconfortável, ainda tentando entender como funcionava andar que nem gente normal. – Ainda não entendi que magia bizarra você fez pra eu não ficar com vontade de usar o banheiro, mas o meu fedor, a senhorita esqueceu de esconder também. 

— Senhorita…? – De novo ela riu, mostrando o sorriso que ele só havia visto no primeiro dia. Ela precisava parar de sorrir. Urgentemente. Ele a odiava. E aquele sorriso complicava as coisas. – Você é um fofo, Christopher. Vem, eu te mostro o caminho.

E ele foi. 

Mas não sem antes pegar o anel e colocar no dedo. Ela acompanhou, com o olhar sereno, o monarca caminhar até o piano sem conseguir correr. Não demorou para que ele finalmente pusesse as mãos no objeto, mas antes de o encaixar, um olhar de desconfiança percorreu o rosto dele. 

— Isso também é um plano. – Suspirou, cansado – Não tem poder nenhum nesse anel, não é? Você drenou meus poderes de outra forma. 

— Você está meio certo. – A garota se aproxima devagar, levando a mão delicadamente até a dele e pegando o anel. Seu toque desliza de relance pela pele do rei Bragi – Isso realmente faz parte de um plano, mas eu não drenei seus poderes. Até agora só usei os meus. 

— …usou magia de controle. Persuasão.

— Usei. – Concordou junto de um aceno da cabeça, os olhos indo em direção a porta e não focando no rosto do homem. Mas logo ela voltou a atenção para ele, cruzando os braços. – Não achou que fosse o único capaz de dominar essa magia, não é? Confesso não ser a melhor com ilusões. Sempre usava nossos encontros pra treinar isso e você viu que eu era péssima. Mas, persuasão? Ah, Christopher. Enquanto você descobria a existência desse conhecimento antigo, eu já havia me tornado uma integrante da nobreza mesmo vindo da mais baixa posição social.

— Era pra eu ter medo? – Tentou soar descontraído, mas havia raiva em sua voz. A garota então colocou o anel novamente na palma de sua mão, ignorando sua raiva crescente. – Porque seu discurso patético está me fazendo questionar meus princípios de não bater em mulher.

— Ah, mas eu consigo ser bem mais filha da puta que muito homem por aí. Não ia vir tomar um banho? Saia da sala quando se sentir confortável.

Os passos dela ecoaram por todo o caminho até a saída. E Christopher ficou sozinho, com o anel na palma de sua mão. Não iria colocá-lo. Havia algo nele. Podia ser magia, encantamento, bruxaria… não importava. Ela queria que ele usasse por um motivo e não daria esse gosto. Ele deixou o anel em cima do piano e saiu da sala. 

 

─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─

 

— Ainda não sei seu nome. – Disse ao sair do banho enquanto secava seu cabelo com a toalha. Seus fios loiros ondulados grudavam em sua testa por conta da água, mas isso era um alívio depois de uma semana fedendo. – Acho que mereço ao menos isso. Sabe, por forjar minha morte, tentar me enganar, fazer discursos irritantes sobre o quanto você é superior e eu apenas um inseto. 

— Eu não me acho superior. – Comentou confusa. – E vista uma camiseta. 

— A visão te agrada? – Ele riu. A garota o jogou uma camiseta, que foi vestida prontamente pelo rapaz – Está fugindo da pergunta.

— Não estou fugindo. Mas tentando pensar num nome legal pra te passar. Claro que eu não te daria o verdadeiro.

— Aurora? – Sugeriu, mas pela careta que ela fez, tentou pensar em outro – Gina?

— Você é péssimo com nomes, hein?

— Todas as Auroras e Ginas do Mundo Acima agora te odeiam.

— Não posso ser perfeita sempre. – Deu de ombros e conteve o riso. A relação dos dois era estranha. Não havia confiança, mas ao mesmo tempo, o clima não era tão pesado quanto deveria ser. – Me chame de Minerva.

— A deusa grega do Mundo Abaixo? 

— Ela era romana. A grega tinha o nome Athena. 

— Gregos eram melhores com nomes.

— Então você definitivamente seria romano. – Minerva riu e fitou o homem à sua frente. Em outras circunstâncias, teria adorado ser amiga de Christopher. Mas ali, ela tinha outro papel a cumprir. – Vem, vamos comer. 

Eles andaram lado a lado em silêncio. O corredor pelo qual percorriam era largo, repleto de janelas gigantescas. Cada uma mostrava um cenário diferente, como se fossem vitrais. Christopher conhecia aquilo. Eram portais para cada um dos Regnum e em locais específicos. Poderia pular em um deles e revelar estar vivo, mas, tinha certeza que a garota que o mantinha preso já havia pensado nisso. Ela não era iniciante no ramo. 

Mesmo assim, não pôde evitar a sensação de que deveria fazer algo. Ele parou em frente a um portal predominantemente azul. Podia ver o céu límpido de Bragi-Regnum. O castelo ao longe e as árvores próximas davam um aspecto artístico. Era um portal diretamente para um dos Centros de Diversão de seu reino. Responsável por garantir o lazer, cultura e entretenimento do Mundo Acima, o reino de Christopher possuía diversos daqueles espalhados por toda sua extensão, e, inclusive, um daqueles em cada reino. Havia exposições de arte, teatro, dança, circo… Um aperto se formou em seu coração. Como estaria o seu povo? Não havia outro herdeiro. 

A luz da manhã parecia sair do portal e tocar sua pele levemente dourada por conter resquícios do seu bronzeamento natural. Lá sempre era ensolarado. Um sol aconchegante. Quente. E por um segundo, ao sentir o seu sol, ele se permitiu respirar novamente, só então percebendo que segurava o ar. Sentia saudades. Mais do que poderia imaginar.  

Algumas lágrimas se formaram em seus olhos, mas não se permitiu derramá-las. Aquele era o seu reino e iria voltar para ele. Não deixaria que sua morte forjada acabasse com a Harmonia dos quatro e nem que ninguém fosse prejudicado.

— Não vai vir? – A voz de Minerva o faz olhar para o rosto dela. Como sempre, ela estava com a expressão serena. – Podemos dar uma olhada nas Janelas de Transporte depois.

— Porque um nome tão grande para "portais"? – Questionou ao voltar a andar em sua direção. – Seria bem mais simples.

— Não sei. Acho que só acostumei

— Parece falso. 

— Acho que tenho licença poética pra ser falsa com você.

— A começar pelo belo nome, Minerva. – Christopher rebateu com um sorriso no rosto e os dois logo chegaram num aposento com uma mesa gigantesca bem servida. Ele só percebeu o quanto estava com fome no momento que fez uma montanha de comida em seu prato. 

— …Se eu soubesse que você comia tudo isso… – Minerva murmurou enquanto se servia com um pouco de frango. Ela definitivamente levava bem menos comida pra ele na espécie de prisão invertida. Não porque ela queria que ele passasse fome. Longe disso, queria que ele se sentisse bem, na verdade. 

— Estou em fase de crescimento.

— Você tem vinte e cinco anos, Christopher.

— Sempre estaremos em fase de crescimento até nossa morte. – Ele disse com um ar sábio, fingindo ser um idoso muito experiente e caiu na gargalhada em seguida. – Não vai colocar mais aí? Nem um passarinho come só isso.

— Não. Deixo a minha parte pra você.

— Dieta? – Ele ergueu uma sobrancelha. Minerva parecia tão perfeita. Definitivamente não deveria estar com a saúde ruim. Peso? Não, ela podia ser mais cheinha, porém, não tinha porque perder. A não ser que ela quisesse, claro.

— A pessoa a qual trabalho solicitou. – Comentou como quem não quer nada. – Disse que eu teria mais sucesso em minha missão se perdesse algumas medidas. Sendo sincera, não vejo bem o motivo. Sempre me movi muito bem. E sempre fiz tudo direito. Mas estou aqui para servir.

— E qual a sua missão?

— Ah, te conquistar. E fazer você fazer o que eu mandar. – Deu de ombros, falando direta. – Não me olhe surpreso, não é como se eu estivesse realmente tentando. Acho isso uma furada. E você vai fazer o que eu quero. Minhas facas são bem mais convincentes que meu corpo. Apenas estou seguindo as ordens ao comer isso aqui. Não por você. Não é uma opção desobedecer.

— Acho seu corpo bem convincente. – Christopher murmurou enquanto bebia um pouco de vinho tinto, o que fez Minerva erguer uma sobrancelha. – Que foi? Sei que é minha inimiga, mas eu não sou cego, Minerva. Você é atraente pra caralho. 

— Você deve ser maluco. – Concluiu – Não porque me acha bonita. Eu sou bonita, sim. Mas porque está claramente me elogiando e tentando me “animar”, mesmo sabendo que estou destruindo seu mundo como conhece, família, e principalmente amigos.

— Destruindo… meus amigos? – A expressão dele mudou. Sua postura corporal ficou mais tensa. Os músculos em alerta.

— Eu disse. Forjei sua morte. O mundo está um caos. Orion planeja começar uma guerra contra Mark. Amita está neutra, mas você sabe como ela é. Uma hora vai ter que tomar um lado ou ser devorada pela própria cabeça dela. 

— Orion planeja o quê? 

— Vamos, eu passei a semana toda te atualizando. 

— Acho que esqueceu de mencionar esses detalhes importantes. – Rosnou, se levantando num sobressalto e avançou sobre a garota. Ele a segurou pelo colarinho e a levantou do chão, puto. – Você vai me levar de volta. Cansei de brincar com você. 

— Finalmente mostrando as garrinhas. – Ela sorriu. Um sorriso insolente e com um brilho no olhar que deixava o rei furioso. – Eu vou te levar de volta, sim. Mas quando os quatro reinos estiverem destruídos. E você poderá morrer ao lado dos seus amigos. Ou quando chegar a hora. Se for um cachorrinho bonzinho, prometo te recompensar. 

Ele a jogou contra a parede, se preparando para desferir um soco nela, mas, a garota foi mais rápida. Ela envolveu as pernas em sua cintura e o derrubou no chão com um golpe, subindo a perna e o sufocando com a coxa, prendendo seu pescoço. Christopher se debatia, tentando se soltar. Era maior e mais forte, deveria conseguir facilmente reverter a situação, mas, parecia preso naquela posição patética no chão.

— Você tem razão, meu corpo parece bem convincente agora.

Ele perdeu o ar e desmaiou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do neném? :D



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