Desarmonia: Os 4 deuses da Harmonia Livro 1 escrita por Alice P Shadow


Capítulo 5
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Oiee! Hoje vocês vão conhecer meu personagem preferido. Torço para que ele conquiste seus corações assim como conquistou o meu



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Era para ser apenas mais um dia normal na vida de Wiven Axel. Mas claro que nada poderia sair conforme planejado quando se era procurado pela Polícia Real dos Quatro Reinos. Ele entrou em uma das ruas movimentadas do Centro de Kouris-Regnum e subiu a gola alta da sua camiseta a fim de cobrir seu rosto até o nariz. Seus olhos pretos se mexiam inquietos de um canto para outro, e ele aumentou o passo conforme desviava das pessoas que seguiam caminho para trabalhar.

As ruas não eram nada demais na visão dele. Um amontoado de lojas, casas, e a segurança dependia de onde você estava, ou de quem era. A parte boa de viver em Kouris é que podia ter certeza de que teria árvores por todo canto. Havia toda aquela conversa de ser melhor pra respirar, controlar melhor a temperatura… mas essa não era a melhor parte. Cada árvore era um ponto cego, uma estratégia, uma forma de conseguir informações. Ele já havia perdido a conta de quantas vezes se escondeu nos galhos de uma quando fugia da guarda ou depois de roubar alguma coisa e o dono do objeto sair por aí procurando o meliante. “Bons tempos.”, pensou com saudosismo. 

Fazia exatos três dias que escapara da prisão, e uma semana que foi impossibilitado de continuar seu trabalho. A forma com que foi pego e aprisionado o deixava bravo até agora. Como podia um ladrão tão talentoso ser preso por dar em cima do filho do comandante da guarda? Como ele saberia que o cara tinha uma namorada maluca? Aliás, nem sabia que ele namorava. Tudo bem, talvez não tivesse sido sua melhor escolha se envolver com alguém que teoricamente deveria o prender mesmo que o indivíduo em questão fosse solteiro e estivesse claramente dando bola pra ele.

Mas o que seria a vida se ele só fizesse boas escolhas? Bom, a começar, provavelmente ele não estaria ali.

 Ainda assim, imaginava que sua primeira vez atrás das grades seria mais… gloriosa. Talvez preso por ter roubado a coroa real, uma espada mágica, ou até mesmo por ser o melhor, mais procurado e temido líder de uma gangue barra pesada. Infelizmente, ele era só Wiven. Um filho de pescador da cidade portuária mais próxima que fugiu de casa aos quinze anos achando que teria liberdade e conquistaria o mundo. Tudo que conseguiu foi um porão embaixo de um bar de quinta categoria que só servia de fachada para que os gênios do crime tivessem reuniões amigáveis em território neutro. Talvez nem sempre tão amigáveis. E talvez não tivesse tantos gênios assim.

Ele passou por dois guardas que conversavam animadamente sobre a festança do dia. Aparentemente, hoje seria realizada a Cerimônia da Troca e receberiam duas pessoas do Mundo Abaixo. Claro que, muitas vezes, a população nem chegava a conhecer os mundanos, mas era a desculpa perfeita para fazer uma festa. Qualquer desculpa era perfeita para celebrar e virar a noite bebendo. E isso, Axel não podia discordar. 

— De toda forma, não é estranho isso acontecer todo ano? – Ouviu um deles comentar enquanto mordia uma maçã – Não que eu esteja reclamando. Mais noites de folga.

— A galera do plantão da noite que se lasque. – O outro riu, ajeitando o rifle nas costas. Parecia desconfortável com a arma.

Depois de virar a esquina, ele não escutava mais nada da conversa. Não que o interessasse. Não podia ligar menos para aquela tradição. Geralmente, era uma noite que saía apenas para roubar o máximo de carteiras possíveis ou objetos de valor. E as pessoas nem notavam até chegar no final da noite, caindo de bêbadas, procurando o dinheiro pra pagar e não achando.

Só que ele estava tão exausto, que não via a hora de deitar no seu colchão fino e dormir até o dia seguinte, mesmo que ainda fosse de manhã cedo. Ele vestia uma roupa até que aceitável, mas maior que seu corpo. Na fuga da prisão, pegou emprestado de um dos guardas um conjunto de roupas que provavelmente ele usaria depois do turno. O pedido foi nada mais, nada menos, do que dopar o homem, arrombar a tranca do armário dele, e pegar suas roupas, deixando um bilhetinho de agradecimento. Educado, sempre.

Mas algo o incomodou naquela cena da rua anterior. Os guardas não costumavam portar armas, então era de se esperar que o oficial parecesse querer se livrar daquele objeto. Magia ou algum objeto condutor era a base da segurança. Armas eram… uma solução apenas em último caso. A não ser que você fosse de Reyes-Regnum, o que não era o caso. E isso assustou Wiven. Havia boatos de guerra circulando entre os sentinelas da prisão. Ele não havia acreditado de início, mas, talvez fosse o caso.

E se uma guerra acontecesse contra Reyes, eles não teriam a menor chance. Precisariam de aliados. Ou acalmar os ânimos do Rei Orion. Considerando as opções, definitivamente a segunda alternativa seria o que o príncipe Mark optaria se ele for inteligente. 

Em poucos minutos, Wiven já estava na rua que buscava. A calçada praticamente destruída o obrigava a andar na rua e desviar de motos. Algumas pessoas circulavam por ali conversando sobre a celebração, outras andavam quietas, o olhar baixo e sem encarar ninguém. Ele fazia parte desse segundo grupo. Naquela parte da cidade, quase não se via árvores e as que tinham eram secas e sem folhas. Apenas mais um detalhe para lembrar o quão miserável ele era.

— Pelos deuses, Axel. Você está péssimo. – Ouviu Ramier comentar assim que entrou pela porta dos fundos do bar. – Onde esteve essa última semana? Ouvi boatos de que havia sido preso, mas…

— Agora não, Ramier. – Murmurou, sua voz saindo mais rouca do que esperava. Estava com a garganta arranhando e duvidava que teria algum som saindo de sua boca até o final do dia. 

“Eu preciso de um banho”, concluiu em seus pensamentos e desceu a escada enferrujada até o porão. Ele abriu a porta com um empurrão forte e praguejou assim que viu que seu cantinho que antes era composto por um colchão, algumas roupas, uma escrivaninha e um abajur, agora havia sido substituído por mais caixas de suprimentos do bar. “Eu moro aqui faz 4 anos e esses merdas tiram tudo depois de eu sumir por uma semana?!”. Irritado, o garoto chutou uma das caixas com força sem se importar se quebraria algo. O ódio fervilhava por sua pele e se alguém aparecesse na sua frente, acertaria um soco tão forte que a pessoa voaria até Reyes-Regnum. Isso, claro, em seus sonhos. Força não era o forte dele. Mas ele saberia fazer estrago de outras formas.

Wiven caminhou pelo porão, arrastou caixas, encontrou onde guardaram suas coisas e reposicionou tudo no lugar. Seus olhos encararam a cama e nunca desejou tanto voltar para a prisão. Pelo menos, lá tinha um colchão melhor. Comida melhor. Claro, não podia sair, não podia conversar e não podia se divertir. Mas até que ponto isso era diferente da sua situação atual? Ele respirou fundo, pegou uma muda de roupas e se dirigiu até o banheiro mequetrefe. Ele repensou mais uma vez suas escolhas quando a água fria bateu contra suas costas. “Um dia vou sair daqui e queimar esse lugar”.

O banho foi rápido. Nesses três dias fugindo da prisão, não conseguiu se banhar. Ele fedia a estrume e outras coisas que não queria nem imaginar o que seriam. Seus pés estavam pulsando de dor, e assim que se vestiu, caiu direto no colchão e fechou os olhos. O sono veio no mesmo instante.


─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─

 

— Você precisa subir. Agora. – A voz de Ramier ecoou ao longe no seu sonho, como se estivesse a quilômetros de distância – Estão te chamando. Axel, você tá me ouvindo?

Ramier balançava o corpo do amigo com considerável força. O cabelo castanho de Wiven caía sobre seu rosto de forma nada adorável. Parecia que um ninho de passarinho havia se formado na sua cabeça

. O jovem percebeu que Axel estava mais pálido que o normal, com a pele branca parecendo papel e até dava pra ver algumas de suas veias. Isso o deixou meio agoniado.

Axel dormia feito pedra, mas Ramier não tinha tempo para o acordar com calma. Havia anoitecido, e o dono do bar já tinha tido conhecimento da volta do ladrão. O velho Poul com toda certeza já tinha arranjado um novo trabalho pra ele, ainda mais com a Celebração da Troca a todo vapor.

Durante toda a tarde, Ramier havia organizado o bar. Lavou o chão, talheres, limpou as prateleiras, deu um trato nas panelas da cozinha, deixou os vidros da janela reluzentes e consertou uma maldita cadeira que inventou de quebrar na noite anterior. Ele estava exausto, mas o trabalho de verdade só começaria agora a noite em que ele trabalhava de garçom. O turno acabaria sabe-se lá que horas. Para completar todo esse caos, ainda teve que lidar com o filho da puta do dono do bar enchendo o saco para acordar o pirralho dos peixes porque havia um trabalho importante a ser feito. "Como se eu não desse conta!"

Tudo bem que ele não tinha habilidade alguma para roubo. Céus, até mesmo quando precisava mentir suas pernas tremiam. Logo após Axel ser capturado uma semana antes, a Guarda Real apareceu no bar questionando se ele morava ali, porque queriam investigar os pertences dele.

— Não c-conheço esse homem. – Murmurou apressado, pegando alguns pratos e juntando numa pilha. Se sentia um tampinha, mesmo tendo dois metros de altura e um par de braços musculosos que acabariam com aqueles guardas em dois tempos. Se soubesse usá-los. — Querem chá?

Ele se arrependeu no mesmo segundo e sentiu vontade de se enfiar num buraco. Havia oferecido chá? Aquilo era um bar! Nem sabia se teria chá na dispensa. E os caras estavam a trabalho, não aceitariam. Ou talvez aceitassem, mas não seria ético. “Ético. Eu aqui escondendo meu amigo, trabalhando num bar que reúne  mentes do crime toda noite, falando de ética”. 

— Desculpe, na verdade, é que trabalho meio período numa cafeteria e me confundi. Vocês querem alguma bebida? – Tentou consertar forçando um sorriso – Caso não, acho que encerramos por aqui.

Ele forçou mais o sorriso e os dois Guardas o olharam desconfiados, mas saíram dali. Talvez por medo de apanhar de uma geladeira ambulante. Um suspiro de alívio escapou dele assim que os dois saíram da sua vista, e pegou um paninho para limpar o suor que escorria de sua testa.

— Axel foi preso, então? – A voz de Poul invadiu o ambiente. O homem magro e velho desceu as escadas e caminhou até o balcão – Isso não é bom. Eu tinha uma meta considerável a cumprir.

— Irei dobrar o serviço, senhor. Não ficará no prejuízo e…

— Cale a boca. – Ralhou, aquela voz cortante o fez engolir em seco – Preciso pensar no que faremos agora. Eu já tinha alguns planos para aquele pirralho fedorento e agora preciso de um novo rato. 

— N-nós temos alguns candidatos que estão fazendo certo sucesso. Muito se diz sobre o FuryaOlho, o Azul-rouba-tranca ou até mesmo o Veríndra. Posso contatar um deles e-

— Não, seu animal! – O velho bateu com força no balcão e o som ecoou pelo bar, fazendo com que Ramier se escolhesse um pouco – Eu preciso de discrição. Não de alguém com nome conhecido. E aquele filho de pescador era perfeito. 

— S-sim, senhor, desculpe, erro meu.

— Eu não havia mandado calar a porra da boca? – Havia fúria naquele olhar, e tudo que Ramier fez foi voltar a trabalhar em silêncio. Ele preparou a bebida favorita do velho e o serviu. – Você é bem mais útil quando faz isso. Imbecil.

Ele respirou fundo e se segurou para não retrucar. Mesmo que tivesse medo, ainda era maior e mais forte que o velho. Sua estrutura corporal era realmente algo de dar inveja. Já havia perdido a quantidade de vezes que Axel tentou o ensinar a lutar, mas não havia dado muito certo. Podia ter força, mas não era páreo para quem sabia o que estava fazendo. E aquele cara podia ter idade, mas era tão aterrorizante que podia o derrubar só com os olhos.

“Ele citou planos. Que planos?”, estava confuso com aquilo. Não era algo bom. Talvez Axel ter sido preso tenha sido uma bênção e o prevenido de algo muito pior. E, felizmente, aquela havia sido a última vez que havia ouvido aquilo. Até que seu melhor amigo voltou. Ramier não podia acreditar quando o viu entrar pela porta dos fundos. Paralisou por um segundo e o olhou chocado. Ele estava péssimo. Mas vivo. E isso que importava. Mas assim que ele desceu, algum funcionário abriu o bico e contou para Poul que o ladrãozinho estava de volta. Daquele momento em diante, tudo que Ramier fez foi tentar enrolar o próprio chefe para dar descanso ao seu amigo. Só que não poderia segurar a impaciência do proprietário por tanto tempo. E agora que a noite chegou, precisava levar Axel com urgência para o escritório no segundo andar.

— Juro que se não levantar, eu vou quebrar sua cara.

— Não jure coisas que não teria coragem de cumprir. – O ouviu murmurar e se mexer preguiçoso no colchão. Wiven se sentia exausto, mas ainda tinha um resquício de lucidez. – Você não quebraria uma barata na porrada, quem dirá eu.

Um sorriso divertido e sonolento percorria os lábios do jovem ladrão. Ele sabia que Ramier não ousaria o tocar de forma agressiva. Na verdade, ele não faria isso com qualquer ser humano. A violência do grandalhão era reservada a apenas animais como ratos e baratas. E ainda assim, se tivesse tempo, jurava que seu amigo poderia formar um grupinho de chá da tarde com esses bichos e os treinar para servir a mesa, de tão adorável, doce e terrivelmente gentil que era.

— Depois que sair vivo daquela sala… – Comentou aos sussurros enquanto subiam as escadas, chegando no andar do bar. Ramier pegou uma maçã e entregou ao melhor amigo – …vai me contar em que furada se meteu pra ir parar na prisão. E me explicar como saiu de lá sem ser visto.

— Não foi muito difícil, na verdade. – A resposta veio rápida, num tom nada humilde. Mas era apenas Wiven Axel fazendo o que sempre soube fazer: mentir. – Não se preocupe comigo, estou mais em apuros agora quando formos pro segundo andar do que estava vindo pra cá. Aliás, está cheio agora. Já é de noite? – Arregalou os olhos – A Festa da Troca já começou? Cacete, você tá fodido pra servir tanta gente.

— Olha a boca. – Quando chegaram na segunda escada, a iluminação do ambiente mudou. A luz amarelada pairava sobre os dois, que ficaram em silêncio, encarando a porta do final do corredor. Axel sentiu o corpo se arrepiar. Ramier engoliu em seco e segurou o pingente do seu colar que pairava rente a pele escura do seu peito como se aquilo pudesse o acalmar. – Vai lá. Todo seu.

— Obrigado pelo apoio moral.

— Disponha sempre.

O ladrão respirou fundo. As paredes de madeira de repente pareciam o sufocar e ele tinha certeza que aquele corredor o olhava de volta como se fosse o devorar. Assim que seu melhor amigo desceu as escadas, Axel respirou fundo e caminhou até a grande porta do final do corredor. Não tão grande assim na verdade. Talvez de um tamanho normal. Ele encarou os detalhes, subitamente interessado. 

— Pare de enrolar e entre logo. – Uma voz soou de dentro do cômodo, denunciando a ele que não poderia mais ficar ali parado. – Temos um trabalho a fazer.

— Claro, senhor. – Entrou no pequeno escritório e se deparou com o velho sentado na sua poltrona de couro. Ele completava o ambiente, como se fizesse parte da decoração antiga. Talvez fosse até mais velho que aqueles móveis. – Me desculpe o sumiço na última semana. Garanto que não irá se repetir.

— Bobagem. – Ele fez um aceno para que o garoto se sentasse, que acatou com tamanha obediência que Poul não resistiu em erguer o canto da boca em um mini sorriso – Imagino que saiba o motivo pelo qual está aqui hoje. 

— A festa da Cerimônia da Troca, senhor.

Um silêncio pairou entre os dois. Uma lareira no canto do cômodo estava acesa, e o fogo trepidava. Em dias normais, aquilo seria aconchegante e Axel daria de tudo pra dormir no tapete em frente a ela, aquecido. Mas, naquele momento, até mesmo o fogo o arrepiava, como se fosse uma ameaça. Os quadros grotescos pendurados na parede também não ajudavam. Pinturas de guerras, moças nuas, piratas macabros e de Paul mais jovem assombravam o local. Isso o dava calafrios.

— Você quase acertou a resposta. Na verdade, eu preciso que me faça um favor. – As mãos enrugadas e ágeis pegaram uma caneta e um papel. Paul rabiscava uma espécie de orientação, sem nem olhar para Axel – Preciso que seja preso de novo. Mas também preciso que roube algumas coisas durante a festa.

— C-como? – O garoto arregalou os olhos, atônito para o pedido – Eu acabei de fugir! Digo, não vai ser difícil ser preso, só eu sair e me mostrar, mas… por quê?

— Você saiu uma vez. Irá sair de novo. – Ele vira o papel para seu servo – Preciso que seja preso. Roube isso aqui. E traga pra mim.

— Isso é… – Ele pegou o pedaço de papel com cuidado, vendo as inscrições na linguagem que somente eles sabiam. Havia uma própria que todos que trabalhavam para Poul eram obrigados a aprender. – Não posso. Sem chance. Impossível, ache outro maluco para seus planos.

Se levantou em sobressalto, não conseguindo acreditar naquele pedido. Seu choque, no entanto, parecia apenas algo que Poul havia considerado, já que não o olhava bravo. "Até mesmo isso faz parte do plano desse miserável?".  Se apoiando na mesa, o dono do bar se levanta e anda até o ladrão, colocando a bengala na altura de seu queixo, o fazendo levantar a cabeça, ameaçador. 

— Você não tem que querer, Axel. Me deve uma semana do seu trabalho. – O sorriso de vitória já era evidente – Fora que, se não estou enganado, sou eu quem te dá um teto e comida. Não decepcionaria mais um pai, não é?

— Cala a boca. – Axel quase cuspiu as palavras, o maxilar trincado, as mãos fechadas em punho – Eu não te devo porra nenhuma. E você não me dá um teto. Eu durmo no porão. Num colchão que achei na rua. E você não é meu pai.

— Então pode passar a morar na rua, não acha? Se não for pego pelos guardas, tenho certeza de que vai achar um lugar que aceite um merdinha como você tão facilmente quanto saiu daquela prisão. – Ele abaixou a bengala, apoiando as duas mãos no topo dela e o dirigindo o olhar de forma serena. Axel quis o acertar um soco. – Mas não seria inteligente da sua parte. Se tornar um devedor meu significa muito. E você sabe disso. Aplicou muitas punições em meu nome. Na melhor das hipóteses, seria capturado de novo. E o que te restaria além de atender meu pedido?

— Você…

— Acorda pra vida, Axel. – O interrompeu, agora a expressão mais séria. – E me orgulhe mais uma vez. Não ache que sairá de mãos abanando. Receberá um pagamento. Agora se prepare, quero minha encomenda aqui em até um mês. Entendido?

Sem esperar uma resposta, saiu. E Axel pensou seriamente em se jogar no fogo daquela lareira. Seria muito mais inteligente da parte dele, com toda certeza.


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Notas finais do capítulo

Adoraria ver os comentários de vocês. Me deixa mais motivada a seguir com a história :)



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