Luzes que iluminaram minha escuridão escrita por Nefil1bata


Capítulo 3
O preço


Notas iniciais do capítulo

Música de Engenheiros do Hawaii e a letra diz muito sobre o que o capítulo traz, leia e confira por si mesmo.



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No decorrer do dia, Paula estava amuada e com vergonha, sabia que Caio estava por trás daquilo e não aguentou ser trocado e ele mesmo procurou por isso. Não sabia se valia a pena estar naquela situação, Ana era legal e muito linda, sentia atração mas também não queria se comprometer e ela parecia ser o tipo de garota que prefere namorar sério.

Ficou com Ana e seus amigos, preferiu curtir a companhia deles do que que ficar se preocupando com o que estava acontecendo mesmo parecendo que o mundo ruía do lado de fora.  

Ana procurou por Paula e sugeriu ir ao parque para passearem e abstraírem da situação atual e assim foram. No caminho, Paula estava um pouco nervosa com as mudanças que tinham acontecido, em menos de 24h terminara um namoro de 2 anos e conhecera uma garota incrível que a tirou da monotonia sem o mínimo esforço e mesmo assim não conseguia se entregar totalmente para aquele momento.

Durante o passeio de mãos dadas, existia apenas ela e Paula no mundo e mesmo naquela situação onde a reputação e a imagem de ambas era rechaçada, não sentia medo e preferiu aproveitar o tempo que tinham juntas.

Em um cantinho embaixo de uma árvore, sentaram-se de frente uma para outra e Ana a olhou nos olhos e perguntou:

— Paula, você está bem?

— Claro que sim, estou aqui com você.

— Eu também estou, mas você está passando por tudo isso e aquele idiota falando várias merdas sobre você, por isso estou perguntando.

— Que isso linda, está tudo bem. Eu quero aproveitar o que eu puder ter contigo, mesmo que não dure muito.

Naquele momento Ana percebeu que era finito e que precisa se controlar para não ficar tão dependente da outra, tinha que saber que era curtição e mesmo sendo difícil ir contra sua essência em querer se relacionar afetivamente com alguém de forma mais séria, preferiu curtir também o que viveria com ela.

Passados 2 meses, Paula ainda estava empolgada com Ana, andavam juntas em diversos lugares e entre eles o cinema era o favorito, apreciam filmes de terror e ação, Paula gosta bem mais só que Ana também curte filmes de romance e comédia, era o melhor dos dois mundos. Na faculdade já não tinham medo de ficarem juntas, no inicio alguns amigos de Caio caçoavam delas e as xingavam de “sapatão” e coisas grosseiras afim de intimida-las, porém não abaixaram a cabeça e impuseram sua vontade.

— E aí sapatona, o Caio não deu conta do recado?

— Verdade, pra ela ter trocado ele por uma garota, deveria ser um broxa.

— Vocês não passam de idiotas fofoqueiros, a vidinha de vocês está tão chata que querem tomar conta da minha?- Poli retrucou quase partindo pra cima deles

— Só curiosidade, até que vocês são gatas, adoraria vê-las em ação

— Mas é um nojento mesmo. Sai fora antes que eu te quebre! – Jonas surgiu atrás de Ana para segurá-la pois a garota estava prestes a socar o outro cara.

— Some daqui cara ou eu deixo ela ir pra cima, sinto te dizer que ela é faixa preta em karate.

Os dois imbecis foram embora bufando de raiva e olhando feio para elas, especialmente para Poliana que ficou cabisbaixa, enquanto Jonas e Ana tentavam se acalmar.

— Como você veio parar aqui? Ainda lembrou que sei lutar, nossa faz tanto tempo- disse um pouco esbaforida e rindo para Jonas.

— Eu não tinha como esquecer, você se apresentava na escola era incrível- ele disse sorrindo admirado.

— Obrigada, eu realmente estou cansada de passar por isso, parece que não podemos ser felizes- disse enquanto pegava na mão de Paula.

Paula estava alheia a situação e o toque de Ana a despertou do transe, decidiu resolver o problema na fonte e foi ao encontro de Caio, mas optou por não contar a verdade e disse para a outra garota que precisava ir para casa pois recebera uma mensagem da mãe.

— Tudo bem amor, manda mensagem mais tarde- disse Ana e se despediu com um beijo breve.

Enquanto Ana e Jonas conversavam, Paula seguiu rumo à casa de Caio para acertar de vez as contas. No caminho pensou sobre o que tinha com Ana, em como se sentia em paz e confortável, gostava de estar com ela e os momentos íntimos eram incrivelmente bons, mesmo já tendo saído com outras garotas o jeito de Ana a atraía bastante, era uma amiga e uma amante ao mesmo tempo, sentia um carinho enorme mas não sabia se era amor ou paixão. Na noite que a conheceu, estava triste, num estado lastimável e ela veio e a ajudou sem nem mesmo ser sua amiga, aquilo a comoveu, pois nem mesmo seus amigos a acudiram e sentiu uma gratidão enorme.

E ao chegar na casa de Caio o surpreendeu e não deu tempo para conversa e deu-lhe um soco bem em seu nariz e aos gritos falou:

— O que você acha que está fazendo? Está sabendo que seus amiguinhos enchem o meu saco lá na faculdade?

— Calma sua doida! Quem você acha que é pra chegar assim na minha casa?

— Eu sou a pessoa que sofre desde aquela noite que VOCÊ me deu um fora e eu que passei por traidora. Não me importo muito comigo, mas a Ana não merece isso!

— Ah agora eu entendi, não quer que a namoradinha saiba como você é de verdade, que não passa de uma manipuladora!

— Como assim?

— Você não consegue gostar de verdade de ninguém, eu já estava farto de me desdobrar para te agradar e sempre ficar pra trás e quando vi os outros falando aquilo de vocês me senti vingado até porque você merece, mas realmente a Ana não.

Sem ouvir mais nenhuma palavra, correu porta a fora sem rumo definido enquanto chorava pensando no que faria a partir dali, será que falia a pena envolver Ana ou apenas distanciá-la até porque ela iria insistir para continuar e Paula sabia que não teria forças pra dizer a verdade para ela.

Ana e Jonas conversavam a respeito dos últimos acontecimentos, com tantas reviravoltas e seu relacionamento com Paula ela se afastou de alguns amigos e ele foi um deles, decidiu por o papo em dia e algum depois retomaram a polêmica de mais cedo.

— Como você está lidando com tudo isso? Começou desde aquela noite né?

— Sim, tem sido bem desgastante. Eu amo ficar com ela, me divirto bastante, mas às vezes acho que ela não gosta de mim, talvez esteja comigo por essa situação e eu não me prejudicar mais ainda.

— E porque você acha isso? Se eu estivesse com alguém e percebesse que não é reciproco eu iria deixar, mesmo gostando muito.

— E eu gosto muito, não quero desistir fácil mas também não posso fazer tudo sozinha. Se as coisas fossem mais fáceis ou ela fosse alguém mais fácil, só que não dá pra muda-la; ou eu saio ou aguento.

— Vem cá- disse Jonas puxando-a para um abraço.

  Aquele gesto a surpreendeu, mas foi reconfortante ter alguém a apoiando, porém havia algo a mais, sentiu seu corpo esquentar, seu rosto enrubescer e um nível alto de excitação; sentiu uma vontade de beijá-lo e tocá-lo, no entanto, lembrou de Paula e percebeu que estava confusa e gentilmente se desvencilhou do abraço. Jonas estava confortável nos braços de Ana e seu cheiro o inebriava, já vinha se sentindo atraído por ela e era difícil ter que se controlar para não declarar-se, pois já vinha guardando essa vontade desde a noite em que a reencontrou e se não fosse pelo ocorrido teria falado.

— Ana, se você quiser conversar mais depois eu vou estar disponível, desde que te reencontrei não tenho a mínima intensão em te deixar de novo- disse o garoto com um sorriso maroto no rosto.

— Obrigada, eu também não quero me distanciar de novo. Até depois.

Alguns dias se passaram e Paula ainda decidia o que fazer, queria terminar o que tinha com Ana e por não ser nada definido ainda talvez fosse mais fácil, porém o método foi cruel, simplesmente decidiu fazer com que Ana a visse com outra pessoa e o local foi a faculdade, mas exatamente no corredor de sua sala de aula onde Ana passaria em algum momento já que sua sala também ficava próximo dali.

Infelizmente não demorou muito e quando Ana vinha caminhando, viu Paula com uma outra garota que era sua colega e já vinha dando em cima dela há tempos, sua boca se abriu mas não emitiu som algum, sentiu lágrimas brotarem em seus olhos e quando virou-se para sair dali deparou-se com a amiga Olivia que imediatamente a envolveu num abraço e a levou para longe dali. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada!



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