A missão escrita por camibsva


Capítulo 7
Um disfarce




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Um disfarce

Entendê-lo é correr um risco sério de me machucar. Incrível que tamanha treva se esconda onde ele me mostra tanta luz. Hoje Zabini estava preocupado com livros e produção intelectual. O regime assassinava seus autores favoritos. O garoto conseguiu me encontrar tomando cerveja amanteigada em Hogsmead, enquanto eu procurava um pingo de normalidade naquelas bandas. Começou a conversar logo que Chang foi ao banheiro. Não sei a quanto tempo ele não papeava, mas seus olhos brilhavam, ávidos por algo.

“Meu silêncio um dia explodiu na minha cara”, ele disse “a frase não é minha, mas resume bem o que estou sentindo. De toda maneira, antes que eu pudesse acordar, você sabe quem tomou o poder. E pensar que essa droga de projeto vem desde Salazar. Ignorância, definitivamente, não é uma benção, Angelou.”

“Você parece gostar de política”.

“Acho que sim” ele riu, um sinal de timidez. “Sempre achei que passasse a imagem de ser culto para o mundo. ”

“Tá brincando? Jesus Cristo, a única impressão que passava era que se tratava do mesmo tipo de pessoa nariz empinado tipo os Malfoy”.

“Bom, eu conheço meus amigos, Helena. Talvez você tenha um pouco de razão, mas não é só isso. Já pensou que todos esses sonserinos também possuem questões e problemas como você e Chang, por exemplo?” levantou uma das sobrancelhas, mas logo balançou a cabeça, como se quisesse afastar a chance de discussões.

“Ainda defende quem te abandonou?”

“Então você acredita que sou um subversivo?” Zabini riu, gracejando. “Nós podemos estar, bem, você sabe, arquitetando planos na sala comum, enquanto passamos a impressão de nos odiarmos mutuamente.” Ele não conseguiu mais segurar o sarcasmo. “Mas não quero brigar, porque tem algo que eu preciso dizer. Só antes me diz o que diabos tá fazendo aqui, se Hogsmead é apenas para sonserinos agora”.

Uma passagem secreta encontrada por Neville Longbottom; mas é claro que jamais entregaria o ouro a ele. Simplesmente dei de ombros e esperei ele continuar com o que tinha pra dizer. Chegou mais perto de mim e cochichou, confidencial. Notei que segurava um livro.

“O plano agora é uma bucherverbrennung”.

“O que?”

“Um verdadeiro circo. Fazer fogueira pública. Queimar toda literatura que merece ir pro inferno porque apoia o que Você-Sabe-Quem não aprova”.

“Como sabe disso?”

“Meu ex melhor amigo” Zabini engoliu em seco, mistura de risada e desgosto. “Crabble. Você deve conhecer, o que fica no Salão Principal exibindo a marca negra para quem quiser ver que nem um idiota. É um grande plano de Avery. Depois da revista em cada quarto, fogueira divertida no Pátio Pavimentado. Marshmallow às custas do conhecimento. Empolgante, não?”.

Fechei as mãos. Toda missão me passou pela mente. Foi um balde de água fria.

“Você parece surpresa.”

“Não, é só que...”

“Certo, você gosta de ler, posso imaginar. A boa notícia é que eu também”. Zabini estendeu seu livro de poções. “Abra”. Ele viu minha hesitação. “Por Merlim, Helena, acha que enfeiticei o maldito livro? Apenas abra”.

Obedeci.

Deus. Você trocou a capa? Isso aqui é Hamlet?”

O sonserino sorriu, pretensioso.

“Eu sei que é um bom disfarce”.

Fiquei sem palavras, agradecendo a chegada de Chang para que eu pudesse pensar direito. Na sequência, entretanto, tivemos de levantar. De repente, o bar ficou mais escuro que o normal. Todos  sabiam o que vinha em seguida.

“Não é possível! Logo no dia que conseguimos sair, esses comensais inventam uma vistoria” - Chang revirou os olhos, enquanto me puxava para fora. Zabini vinha atrás, tentando abrir caminho entre os clientes.

“Bom, se não é vistoria, tem algo estranho acontecendo”.

Paramos frente à entrada do bar, fazendo sombra fina sobre as pedras. Assim que Zabini escondeu o livro debaixo da blusa, um vulto escuro de um comensal zarpou para dentro de um beco ali perto. 

Dei um passo à frente; Zabini me puxou de volta.

“O que tá pensando?”

“Eu acho que tem alguém lá”.

“Pode ser, mas foi o Greyback quem passou.”

“Não tem como saber. Pode ser que alguém precise de ajuda”. 

Naquele instante, ouvimos um berro de dor ecoar do beco. Libertei-me dos punhos de Zabini e corri, varinha em mão. 

Estupore!” - Blásio gritou. 

Então, um pequeno lampejo de luz vermelha me atingiu nas costas. Desmaiei instantaneamente.


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