BOYFRIEND; pansy parkinson escrita por proudofdraco


Capítulo 2
02 | Things that he Never did




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— Realmente acha isso? – perguntou Zabini, uma das sobrancelhas arqueadas em desconfiança.

— Não é questão de achar, Blaise, é de ter certeza. – alegou Pansy, com seriedade. – Não há nada que possa fazer mais. Tem que ouvir as coisas que ela diz.. É minha amiga, sabe? Mas tenho que ser sincera com você. Ela é uma cobra.

— Ela é? – Draco se intrometeu, descrente – Phoenix não fala mal por trás, ela ofende pela frente.

— Mas, querido Draco, falar mal e desabafar com a melhor amiga sobre o namorado são coisas distintas. Digo tranquilamente, ela está convencida do que irá fazer.

— Que seria?

— Santo Merlin, bestas ambulantes.. Ela vai te largar! 

Zabini arregalou os olhos, realmente surpreso. Não parecia afetado, mas confuso. Phoenix era uma boa namorada, com boas posses financeiras e um belo rosto. Era uma ótima candidata à esposa, ele pensava.  

Amor, não tinha. Não precisava disso.  

Mas não perderia a garota perfeita aos olhos de sua mãe.  

— O que posso fazer? – questionou em tom baixo, sem acreditar q estava fazendo isso.  

Viram sonserinos entrarem pela entrada do salão, prontos para a festa que viria a seguir. Pansy suspirou, tentando parecer infeliz pela situação de Blaise. 

— Digo como amiga, Blaise. Ela não te quer mais.  

Phoenix Black desceu as escadas do dormitório, se aproximando dos amigos e se jogando em uma poltrona qualquer. Suspirou, fechando os olhos e deitando a cabeça no encosto acolchoado.  

— A diversão é obrigatória? Não queria olhar na cara de vocês hoje.  

Nem Zabini, nem Draco responderam. Apenas se levantaram silenciosamente e saíram cabisbaixos. O loiro apoiando se amigo do jeito dele.  

— O que aconteceu?  

— Zabini estava me dizendo que acha que vocês não funcionam mais.  

— Ele disse? – perguntou desacreditada, sabendo da índole de Parkinson. – Claro que disse... Depois falo com ele pessoalmente então.  

— Dê um tempo ao coitado. Está se recuperando, entende? Você é insuperável.. Deve doer muito.  

— Claro.  

— Sabe, acho que a chuva lá fora está me deixando meio nostálgica.. 

— Nossa sala comunal é no subsolo.  

— As gotas de chuva, o ar úmido.. Me fez lembrar do dia em que nos conhecemos.  

— Você quer dizer do dia em que nos espancamos?  

— Melhor dia da minha vida.  

 

— Que eu me lembre, sua família tem um ótimo histórico de traidores.  

— E que eu me lembre, sua cara de azeda dedura a sua família: uma Parkinson, não é? Bastante dinheiro e pouca inteligência.  

— Como ousa..  

— Claro, correndo atrás do seboso do Malfoy igual uma cadelinha. Tinha que ser, não esperava menos de alguém como você.. – disse a pequena Phoenix, realmente revoltada em ter ouvido ofensas à sua família. – Vive de zoar garotinhas pra receber apoio daqueles lá? Não deve ter pai! 

— Lave a boca, sua traidora suja!  

Minerva McGonagall chegou a tempo de impedir uma morte entre os corredores, mas não de evitar os tapas e socos que ambas trocaram. Alunos fecharam o corredor com o êxtase de ver um conflito físico, gritando animadamente e esperneando torcidas. Quando receberam um grande esporro após a chegada da vice-diretora, dispersaram-se e abriram espaço pra que ambas fossem levadas até a diretoria.  

— Se agarrando em corredores, francamente! Acham isso apropriado para duas garotas tão novas?  

— Ela começou, diretora! Juro por..  

— Poupe-me, senhorita Parkinson! Conheço a índole das duas o suficiente pra saber que nenhuma leva desaforo pra casa. Mas sinceramente, tapas no corredor? Eu esperava mais.. 

— Admito que falei mais do que deveria, mas não comecei a briga. – disse Phoenix, emburrada – Terminar, sim, terminei. Dando uns sopapos nessa azeda. 

— Você é podr..  

— Senhoritas! – gritou impaciente. – Chega! Detenção pras duas. Limpar as margens do Lago Negro como punição.  

— Mas professora! – gritaram em uníssono, o desespero em suas vozes. 

— Sabe que é perigoso. 

 — Não pensaram no perigo quando se estapearam no corredor e puxaram varinhas uma pra outra. Agora vão.  

Ambas bufaram, saindo da sala à passos firmes. Foram levadas por Filch até a margem, o dia nublado se sobressaindo por cima do grande lago. Perderiam o sábado inteiro ali.  

A dona dos cabelos curtos entrou alguns passos na parte rasa do lago, querendo terminar aquilo logo. Se fosse outra pessoa, ela mandaria fazer tudo por ela. Mas se tratava da primeira garota corajosa o bastante de cair no soco com honra, e respeitava isso. 

Só não entendia porque ela não entrava na água. 

 — Malditas algas, sereianos imprestáveis! – resmungou Parkinson, depois de alguns segundos de trabalho  

— Cale a boca, eles vão ouvir!  

— Que ouçam! Para o inferno com as algas! Sujam tudo e sobra pra nós.. Foram tabefes amigáveis.  

— Entretenimento pro povo. 

— Exato!  

— Mas não seja idiota, não foram eles que sujaram. Fomos nós, o esgoto desagua aqui.  

Parkinson olhou para os pés com galochas submersos na água. Saiu aos pulos, enojada, causando uma grande gargalhada em Black.  

— Está limpando a alga criada pela bosta do Malfoy.  

— Limpar as merdas desse garoto é minha especialidade. – disse com desgosto, voltando a retirar as algas de longe, assim como Phoenix. – Ele e o maldito do Zabini. Dois imbecis, inúteis... 

— Imprestáveis, bestas..  

— Você não é de todo mal. – resmungou Pansy. – Quer dizer, acha mesmo que ando na sombra deles?  

— Anda. Fica feio até pra você.  

— Bom, ele é influente. E manipulável.  

— É mesmo? – perguntou interessada, parando o trabalho por alguns segundos. – É tão burro assim? 

— Bom, é só ofender o ego que ele rapidinho faz o que você quer sem nem perceber.  

— Mal de sonserino.. Ofendi seu papai e você logo se irritou.  

— Você é sonserina, garota. E ofendeu o vento, porque não tenho pai.  

— Ah, coitadinha.. – disse Black, fazendo Pansy revirar os olhos – Quer um abraço reconfortante? 

— Cala a boca.  

— Tem certeza que não quer? – insistiu Phoenix, coletando uma das algas com o pegador que usava e levando até Pansy, que se afastou rapidamente. – Tá com nojinho, Pansy?!  

— Sai de perto, traidora. Sangue de Merlin! 

Parkinson correu em direção ao castelo, com a garota em seu encalço, rindo. Sentiu uma estranha adrenalina, certa euforia, e então, a acompanhou na risada. Tentou disfarçar bem, mas não conseguia muito.  

De repente, parou de correr. Apontou a varinha para a menina e, em um feitiço, fez a alga levitar em seu comando. 

 — Injusto! Injusto! Parkinson, você é suja! – reclamou, também puxando a varinha e duelando pela alga.  

Ficaram ali por longos segundos, batalhando pelo poder de ferrar a outra. Mantendo contato visual, as duas crianças lutavam como nunca antes, da forma mais inocente possível.  

— O que estão fazendo?  

Olharam para o dono da voz, encontrando Draco e Blaise, um ao lado do outro, as olhando com exagerado desgosto.  

Independente de todos os tapas e ofensas, se algo que aquelas duas recém conhecidas tinham em comum era o ódio. 

E então, jogaram a alga. 

— Me acompanha, senhorita? – perguntou Pansy, cordialmente.  

— Com prazer, milady. 

Deram os braços como duas personagens coloniais e, em passos calmos, voltaram ao lago com a doce sinfonia dos gritos dos colegas ao fundo. As gotas de chuva começando a cair rapidamente, as livrando da detenção.  

 

E então, relembrando o momento que – mesmo que nunca fosse admitir em voz alta – conjurava seu patrono, Pansy sorriu. Phoenix caída de sono já ao seu lado, a caneca de chá em mãos. Retirou o objeto de porcelana delicadamente e o colocou sob a mesa de centro, coincidentemente levando seu olhar aos dois garotos do outro lado da sala.  

Se uma coisa que Pansy tinha certeza era que, mesmo se o mundo dependesse de Black e Zabini juntos, ela não aceitaria. Sabia que Black não amava o garoto, e estranhamente se importava com aquilo. Desde que finalmente soubera o que era afeto, o valorizava verdadeiramente. Do seu jeito.  

Quando voltou a recostar no sofá, viu Phoenix se aproximar mais ainda dela, ainda sonolenta, e deitar a cabeça em seu ombro. Ali, olhando repulsivamente seus colegas com sua melhor amiga ao lado, Pansy tinha certeza do que queria. 

Pansy queria Phoenix. Não era mais segredo. Não queria esconder. 

 

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