Stand by escrita por Ahelin


Capítulo 2
2


Notas iniciais do capítulo

Vocês enfrentam sua primeira separação.



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Você encarou a tela do computador, imóvel por dez segundos inteiros. 

 

Meus parabéns! Temos o prazer de anunciar sua aprovação no programa de bolsas da Universidade

 

Você afastou a cadeira, incapaz de ler o restante da mensagem. A universidade que oferecia o curso de Arte Moderna dos seus sonhos, com uma bolsa integral. Seus olhos se encheram de lágrimas por duas razões opostas: orgulho de sua própria conquista, e… receio. Medo. Pavor, na verdade. Era tão longe. 

Os dedos de Lysandre apertaram seu ombro em um gesto de conforto. Ele estava ali desde o início, mas ainda não tinha dito nada. 

— Bom, fico feliz por ter passado. — Você sorriu, mas não estava exatamente feliz. Não passar teria lhe dado a oportunidade perfeita de ficar ali, com ele, exatamente como você queria. — Uma pena ser do outro lado do país. Eu nunca teria como morar lá, de qualquer forma. 

As últimas palavras saíram em um tom resignado, e você respirou fundo antes de olhar para trás. O que seria de um relacionamento de apenas alguns meses se os dois sofressem uma separação tão brusca? Com oito a dez horas de carro de distância? Você imaginou que ele te incentivaria, como era da natureza doce de seu namorado, mas não podia pedir que ele ficasse feliz com a situação.

Lys estava sorrindo de orelha a orelha, olhando para a tela como quem não acredita. Logo, os olhos dele encontraram os seus, transbordando de orgulho e ternura.

— Do que você está falando? — Ele acariciou sua cabeça. — Meus parabéns, eu sempre soube que você conseguiria. Como funciona a matrícula?

— Matrícula? — Suas sobrancelhas se uniram em confusão. — Lys, eu não posso ir. Não vai dar certo. — Era um protesto desesperado, e as lágrimas acumuladas nos cantos de seus olhos começaram a escorrer. 

— Você quer ir? — Ele usou o polegar para limpar seu rosto. 

— É claro que eu quero. — Suas palavras eram afirmativas, mas seu tom de choro e o aperto no seu coração diziam o contrário. 

— Então você deve. 

Você não teve coragem de dizer o que estava pensando. E vocês? O que aconteceria com vocês dois?

Em vez disso, você se levantou e o abraçou com força. Ninguém disse nada por longos momentos, enquanto as ideias giravam e se misturavam em sua mente. Por fim, a tempestade se acalmou. 

Quando vocês se afastaram, ele lhe encarava com o mesmo carinho. Nem uma faísca de dúvida. 

— Você não está com medo?

— Com medo? — Ele riu. — Estou apavorado, para dizer a verdade. Tive tempo de pensar nisso nos últimos meses, desde a sua aplicação. Tenho medo de que você se encontre na cidade nova e nunca mais queira voltar. Tenho medo de não ser interessante o suficiente uma vez que você encontrar outras pessoas estudando os mesmos assuntos que você, dos quais não entendo nada. Tenho medo de que você se apaixone, seja por algo ou alguém, e me esqueça. 

— E ainda assim você quer que eu vá? — Você riu de volta, sem conseguir acreditar no que estava ouvindo. Era absurdo, tudo aquilo. 

— Tenho mais medo ainda que você seja infeliz. Que anule seus desejos pelos meus. — Lysandre correu os dedos pelo seu rosto, colocando uma pequena mecha de cabelo atrás da sua orelha. — Além do mais… Eu não pretendo ir a lugar algum. 

Você inclinou a cabeça, deitando-se sobre o toque dele. Tão suave, e ainda assim tão seguro. 

— E eu não pretendo esquecer de você. Não importa o lugar ou as pessoas nele.

A decisão não seria tomada naquele mesmo dia. Seu namoro não era a única coisa em jogo; sua família, seus amigos, toda a sua vida estava ali. Contudo, você tinha uma preocupação a menos em mente. Se algum casal no mundo seria capaz de superar uma distância assim, seriam vocês.


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