Contrato & Curiosidades escrita por EsmeraldeRomantica


Capítulo 5
Encontro de Casais




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Encontro Jordan na entrada da loja como solicitado por mim, mas vejo que já está apresentando traços de impaciência. Não entendo como conheço suas emoções apenas olhando sua expressão. Mal o conheço.

— Gostei do vestido, quem diria que a cor que mais gosto lhe favorece tanto – ele passa gentilmente a mão pela saia do meu vestido como se alisasse uma dobra inexistente no tecido e me seguro para não me afastar ou segurar a mão dele. Me recordo da converso que tivemos onde Jordan me confidenciou que prefere a cor verde – Me lembra um pouco a pequena sereia com os fios ruivos – diz agora pegando uma mecha do meu cabelo que estava no ombro e a enrola em seus dedos.

— E os seus amigos? – falo me desvencilhando de suas mãos cujo toque começou a ficar familiar e mudo de assunto, já que me senti desconfortável repentinamente.

— Estão em uma loja – Jordan coloca o braço ao redor da minha cintura. Não entendo ainda por que ele está levando a situação do noivado um pouco a sério demais – me desculpa por tirar você da companhia de seus amigos, mas com a faculdade e o fato de que eu preciso ir e voltar todos os dias, os fins de semana são os únicos momentos que fico livre.

— Poderia ter ao menos me ligado para perguntar.

— Mas a sua mãe me disse que estava livre e que poderia me encontrar.

— Mas o que a minha mãe sabe sobre a minha vida? Deveria ter falado comigo e não com ela - nossa relação sempre foi mediada por nossas mães, mas já temos idade suficiente para combinar entre nós mesmos – Por que está fazendo isso?

— Fazendo o que? – paro de andar e me viro para Jordan, olhando em seus olhos em busca de uma resposta.

— Fizemos um trato: vidas separadas até meu aniversário de dezoito anos.

— Eu sei, mas tal trato não lhe incomoda?

— Concordei com ele, não?

— Meus amigos podem esperar – Jordan segura minha mão e nos aproximamos de um banco, não gosto da ideia de ficar tão exposta, mas permito me sentar – Pensei que o trato fosse ótimo, afinal temos algo e eu jamais iria lhe trair, mas eu tinha dezesseis e se eu pudesse conviver com outras garotas sem ser uma traição..., mas realmente não me importa mais isso e quando voltei para casa, minha mãe começou com o papo de sempre sobre nos aproximarmos e percebi que ela tem razão. Devíamos passar um tempo juntos, devíamos ser um casal normal e não um que será em um futuro, mas sim agora.

— Eu não acho que...

— Então o que você quer? Que depois do seu aniversário nos casemos? Sem uma base? Sem nem nos conhecermos? Como acha que esse casamento funcionará? Não desejo ser infeliz o resto da minha vida – abro a boca para responder, mas percebo que não tenho nenhuma resposta. Nunca pensei em nosso futuro, apenas que acabaríamos nos casando. Eu pensei mais como uma formalidade, um título de esposa e não do casamento em si – sabe que eu tenho razão. Você sabe que o melhor para nosso futuro é começarmos agora. Devíamos tentar, não acha?

— Não podemos mais ignorar nossa situação... – falo olhando para as minhas mãos, pousadas em meu colo. Estou tão acostumada a ignorar a situação que nem chego a ver o futuro, talvez seja uma das razões para não conseguir escolher uma faculdade: vivo o agora e não o depois.

— Provavelmente você não queira e esteja envolvida em outra coisa. Tudo bem, havíamos combinado, mas acredito já ter passado da hora de termos uma relação além da tolerância – a mão de Jordan encontra a minha e percebo que a situação do fim do acordo não é passageira. Preciso tomar uma decisão importante que pode mudar meu futuro.

— Consigo ver razão em suas palavras, mas não pode me pedir para que minha vida do dia para a noite gire de acordo com a sua vontade. A partir de hoje se quiser me ver, fale comigo e não com a minha mãe.

— Por mim tudo bem – a mão de Jordan deixa a minha e leva ao meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos – pelo visto agora somos namorados oficiais.

— Esse foi o pedido? – falo abafando a voz em minha cabeça que me lembra do meu namorado, o mesmo que abandonei em uma loja não muito longe de onde estamos e que depois terei que dar explicações.

— Praticamente. Foi mais um aviso. Melhor irmos. Meus amigos estão ansiosos para lhe conhecer.

Nos levantamos e caminhamos mais um pouco até o local onde Jordan deixou os amigos, vamos de mãos dadas como um verdadeiro casal que somos, ou ao menos que devemos ser. O casal de amigos de Jordan estava sentado na frente da loja onde tinham ficado, a garota morena nos notou primeiro e vi quando cutucou o namorado, lhe avisando e se levantam em sincronia.

— Meu deus, Aurora realmente é uma ruiva que existe – a morena se aproxima assim que ficamos a uma curta distância. Alta e esbelta, são os adjetivos que usaria para descrevê-la, também parece ter uns vinte e poucos, mas no curto relato que Jordan me disse até chegarmos a eles, sei que ambos têm dezenove – Desculpe. Sou a Clair e meu namorado é o Pietro – ele levanta a mão me cumprimentando com um aceno tímido. Pietro parece ser um pouco mais baixo do que sua namorada, mas acho que eles têm o mesmo tamanho, já que Clair usa um salto alto – só estou chocada por realmente existir.

— E por que eu não existiria?

— Conheço o Jordan a um pouco mais de um ano. Nos conhecemos enquanto nos preparávamos para a faculdade e logo nos tornamos amigos. Ele sempre comenta sobre a namorada, mas nunca mostrou fotos e muito menos nos apresentou, não até esse momento – Pietro responde pela namorada e tento não parecer alheia ao fato de ele ter compartilhado com os amigos que estava comprometido.

— Começamos a achar que você não existia e tudo não passava de história dele para não assumir um relacionamento, mas fico feliz em saber que não preciso indicar um psicólogo para ele. Você é mesmo uma ruiva que se chama Aurora? Não devia ser Ariel? Você é ruiva e se eu tivesse que lhe dar um conto...

— Minha mãe gosta muito do conto da bela adormecida, apenas não contava que eu seria ruiva igual ao meu pai.

— Deve estar cansada das pessoas fazendo essa comparação...

— Na verdade não, escuto isso raramente, normalmente não relacionam meu nome a contos de fadas – falo sendo sincera, já havia ouvido algo a respeito antes, mas situações assim costumavam ocorrer mais durante minha infância.

— Minha namorada está de verde, então fica óbvia a associação com a pequena sereia – Jordan comenta com uma certa naturalidade que me incomoda, não a respeito da comparação, mas sim ao me chamar de namorada.

— Espero que use verde com muita frequência.

— Pior que não Clair, costumo mais usar azul.

— Precisa de mais verde no seu armário. O azul deve ficar ótimo em você, mas o verde é a única cor que deveria ter no seu guarda-roupa, ajuda a realçar a cor do seu cabelo.

— Querida está assustando a Aurora. Demorou para conhecê-la, não quer que ela nunca mais queira te ver.

— Mas estou sentindo uma conexão, vamos ser boas amigas e Jordan..., por que não nos apresentou antes? Claramente nos daremos bem.

— Aurora e eu possuímos agendas opostas, então quando nos vemos queremos que seja só nós dois. Agora que voltei para casa ficará mais fácil.

— Fiquei chateado quando disse que deixaria o campus, sou mais próximo de você do que do meu próprio colega de quarto, mas vendo vocês juntos, entendo que é por uma boa razão. Relacionamentos precisam de sacrifícios para se manter.

— Por que está falando isso? O que precisou sacrificar? – Clair fuzila o namorado com o olhar e ele apenas dá de ombros, fingindo desentendimento.

— Não disse nada.

— Não importa, o que acham de dar uma volta? Faz um bom tempo que não me divirto no shopping - Todos concordam e começamos a andar pelo shopping, atrás de uma loja que pudéssemos entrar ou fazermos algo.

Mesmo sorrindo, estou bastante apreensiva em poder encontrar alguém do meu grupo de amigos. Apenas consigo relaxar quando entramos em uma loja e vou ao provador para provar um vestido. Consigo ver as notificações do meu celular: Theo me ligou várias vezes e mandou mensagens, em uma delas disse que todos já tinham ido embora. Sei que ele ficou chateado pelo meu sumiço, mas espero que de noite eu possa ligar e conversar com ele.

Compro um vestido e uma saia verde, após grande insistência de Clair dizendo que é a cor ideal para mim e até mesmo Jordan comentou que eu deveria usar mais verde. Depois da loja, Jordan e Pietro foram comprar sorvete, enquanto espero com Clair.

— Por que decidiram manter um relacionamento aberto? – a pergunta me pega de surpresa. Jordan havia comentado que não contou aos amigos sobre nossa situação, mas relatou que tínhamos um relacionamento aberto por conta da mudança dele para a faculdade.

— Nos conhecemos desde criança. Passamos pelo famoso namorinho infantil e nossa relação amadureceu conforme crescemos, mas quando Jordan estava terminando o ensino médio e pensando na faculdade, queria ser um pouco livre, sem acabar com o que temos ou trair minha confiança. Acabei concordando. Era apenas uma fase... – minhas palavras são sinceras. Nossa situação foi incomum, mas a decisão do acordo teve tal base.

— Não sentiu ciúmes? Eu amo o Pietro, mas o Jordan é um dos rapazes mais disputados do campus.

— Mesmo? – pergunto surpresa, mas percebo que sou tola em ter pensado de forma diferente. Ainda lembro dos pensamentos que tive quando o vi a minha espera após a aula e de como alunas do meu colégio o olhavam.

É obvio que ele é disputado.

— Sim. Além de mim e do Pietro, já conheceu mais alguém que estuda conosco?

— Não, sinceramente não faço ideia com quem Jordan estuda.

— Sempre tem festas. Deveria acompanhar Jordan em uma e conhecer geral – Clair desvia o olhar para os rapazes, ainda na fila do sorvete – mas mesmo ele sendo um dos mais disputados, não chegou a se envolver com tantas. Acredito que mesmo tendo um acordo com você ainda tinha um pé atrás com a situação, e você? Aproveitou muito a fase?

— Nem tanto, três ou quatro no máximo – quando comecei o ensino médio tive alguns flertes, mas logo acabou a emoção e depois encontrei o Theo.

— Acredita que isso foi bom para vocês? Sei lá, ajudou a fortalecer a relação ou algo assim?

— Cedo demais para dizer, mas por quê? Pensa que talvez seja uma boa ideia para você e Pietro?

— Sou ciumenta demais, provavelmente não daria certo. Acredito que estejamos bem, mas o tempo pode ser cruel com relacionamentos.

— Clair, vi vocês dois juntos e a forma como olham para o outro..., tem amor e o tempo pode ser cruel, mas também pode ser bom e ajuda a fortalecer mais ainda. Relacionamento aberto pode ser complicado.

— É, afinal vocês decidiram fechar novamente.

— Mesmo com consentimento, ainda existe uma parte de culpa. Eu senti – a forma que falo provavelmente faz Clair entender outra coisa, não me importo com Jordan, mas sim com o Theo que mais cedo ou mais tarde, terei que magoá-lo.

— Acho que Jordan também, faz um tempinho que percebi que não estava mais dando bola para as garotas e sempre que tem festa, inventava uma desculpa. Não estranhei quando ele decidiu voltar para casa, sei que não estava mais tão feliz lá e entendo que é por você. Jordan quer ficar perto da namorada e ter uma relação normal, quem pode culpá-lo? – o tom de Clair não tem nenhuma acusação, apenas uma constatação do fato. Sorrio, sem saber o que dizer, posso ter acabado de conhecê-la, mas não quero enganá-la, como ela mesma disse podemos ter uma relação amigável – gostei de conhecer você e saber que não era uma invenção do Jordan, também é verdade o convite para festa, na próxima espero que ele te leve.

— Veremos, agora perto do fim do semestre é mais complicado...

— Já decidiu o que fazer depois?

— Não, minha mãe quer que eu faça direito como ela.

— Mas e você?

— Realmente não sei – falo observando os rapazes, finalmente chegou a vez deles e não demora para voltarem com nossos pedidos.

— Seu Milk-Shake de cereja, querida – Jordan diz entregando o meu copo e agradeço, já experimentando. Sei que comi a não muito tempo e me deliciei com um sundae, mas quando a ideia surgiu, não quis ser a única a recusar.

— Sabor incomum – Pietro comenta, dividindo o próprio de chocolate com a namorada.

— Gosto do incomum, sem contar que é delicioso!

O encontro de casais termina rápido.

Pietro e Clair tinham que voltar para a faculdade e eu disse que não queria chegar em casa tarde por ter que estudar, por isso demos o passeio por encerrado. Jordan me deu carona até em casa. Não conversamos durante o caminho. Estou concentrada demais no celular. Já mandei várias mensagens para o Theo, mas ainda sem nenhuma resposta.

— O que esse celular tem de tão interessante?

— Nada, apenas checando as mensagens – respondo guardando na bolsa, antes que gere mais perguntas e mudo de assunto – Pietro e Clair formam um casal fofo e são bem legais.

— Realmente. No início foi difícil para Clair fazer que Pietro aceitasse um relacionamento. Íamos entrar na faculdade, não estava nos planos dele, mas o sentimento acabou vencendo – observo a rua por onde passamos através da janela. Felizmente já estou perto de casa e não terei que prolongar muito a conversa – eles gostaram de você. Principalmente a Clair, vai ser difícil se livrar dela agora.

— Gostei dela, apenas não entendi por que nos apresentou.

— Já estava na hora. Agora que somos namorados faz sentido e também é uma prova que estou disposto a fazer isso dar certo permitindo que me conheça. Sabe, pode ser vergonhoso, mas eu faço meio que parte de um clube do livro – pisco surpresa com a revelação e olho para Jordan dirigindo, mas que se arrisca a olhar para mim por um segundo – a cada semana um membro escolhe o livro que será lido e tem uma garota um pouco amargurada na opinião de todos, ela escolheu um livro sobre casamento, um totalmente infeliz. O casal protagonista mal se tolera e ninguém faz nada para mudar, apenas fica naquilo e me fez refletir sobre nós. Somos um casal querendo ou não e vamos nos casar. Não queremos decepcionar nossas famílias e quebrar o contrato, mas sinceramente não quero ser o casal do livro. Podemos não ser apaixonados pelo outro, mas merecemos um casamento agradável. Começar uma amizade para que seja o melhor possível.

As palavras de Jordan me atingem, assim como a maioria das coisas que se refere a nós. Não consigo compreender como ele pensou tanto a respeito de nós e eu nem mesmo chego a pensar nele, parece que estamos em momentos diferentes da vida.

— Está comigo nisso? – Jordan estaciona o carro e percebo que já estamos na frente à minha casa – Não posso fazer isso dar certo sozinho. Sei que concordou em tentar uma relação, mas estou pedindo algo além. O que eu desejo é uma vida. Você também precisa querer, precisamos dar certo juntos.

— Vamos fazer dar certo – não noto o real significado das palavras até pronunciá-las e sentir o amargor que se forma em minha boca. Uma simples frase me faz sentir como se estivesse dando a minha própria sentença de morte.

— Nos vemos amanhã então.

— Amanhã? – falo retirando o cinto de segurança.

— Não conversou com a sua mãe?

— Não conversamos muito esses dias... – minha mãe está trabalhando em um caso complicado e tem estado muito ocupada.

— Minha mãe está organizando um almoço, por causa da minha volta para casa e ela quer reunir a família. A presença sua e da sua mãe já está mais que confirmada.

— Claro que está, ninguém pergunta nada para mim... – suspiro e seguro minha bolsa.

— Desculpa, a partir de agora eu falarei com você, mas achei que já soubesse disso.

— Tudo bem, então até amanhã Jordan – abro a porta do carro e saio, Theo não vai me perdoar por mais uma, já o abandonei hoje e agora não irei passar o dia inteiro que havia prometido.

{{{

 

Não consigo falar com o Theo.

Receio que ter sumido e outras situações que o incomodou foram o suficiente para pôr um fim em nosso relacionamento, ao invés de mim. Talvez seja algo bom, o universo querendo me ajudar, mas não estou disposta a desistir e por isso, mesmo quando estou na cama, pronta para dormir, continuo tentando ligar e finalmente sou atendida.

— Dá para parar de me ligar, estou tentando dormir – seu rosto na vídeo-chamada demostra cansaço, mas também frustação.

— Estou tentando te ligar o dia inteiro...

— Se quisesse falar comigo, não deveria ter me abandonado com apenas um aviso dado pela Carla.

— A minha mãe é um pouco estressada e impaciente, apenas me foi dado um minuto e só encontrei a Carla. Sinto muito. Minha mãe precisava de mim e foi muito repentino quando apareceu.

— Não é só isso, tem algo errado e eu não sou tolo. Você tem agido estranho...

— Eu sei, apenas estou sentindo certa pressão com isso do fim do ensino médio, as provas chegando e eu não sei o que desejo fazer. Por outro lado, minha mãe também tem feito muita pressão...

— Não acho que seja apenas isso – observo o meu quarto antes de responder, preciso lhe contar a verdade, principalmente se desejo cumprir minha palavra.

— Talvez não, tenho as minhas próprias inseguranças quanto a vida. Quando chegamos ao fim de um ciclo, começamos a repensar em toda a situação e... – Covarde é como me sinto nesse momento, incapaz de dizer ao Theo toda a verdade ou simplesmente terminar. Sei que tenho que fazer isso, mas não consigo agora – Peço desculpas e um pouco de paciência comigo.

— Pelo menos passaremos o dia juntos amanhã...

— Sobre isso...

— O que foi agora?

— Minha mãe avisou que vamos almoçar na casa da minha madrinha. O filho que está na faculdade resolveu voltar para casa e vai ter alguma comemoração. Minha presença já foi mais que confirmada pela minha mãe.

— Então não vamos nos ver amanhã... – Theo não olha mais para mim, sei que ele está magoado por desmarcar algo em cima da hora, mais uma vez.

— Podemos nos ver, de tarde. Depois do almoço posso ir direto para a sua casa.

— Deve ficar no almoço, é importante.

— Theo, me desculpe, eu não gostaria, mas minha mãe disse que eu irei e é na casa da minha madrinha...

—  Entendo, prioridades.

— Não é prioridade, passarei na sua casa depois do almoço. Não irá durar muito e ficarei até de noite, lhe prometo.

— Certo – Theo volta a olhar para mim – então nos vemos durante a tarde e lhe peço para não desmarcar.

— Não irei. Não importa o que aconteça, nos vemos amanhã.

— Sabe o que pensei?

— O que?

— Já assistimos muitas comedias românticas por sua causa e essa situação se parece uma.

— Que situação? – pergunto me deitando na cama, com o corpo para cima, um pouco mais relaxada pela mudança de assunto.

— Dormir com o celular ligado, como se estivéssemos juntos apesar da distância.

— É uma cena bem romântica dos filmes.

— Então...

— Vamos fazer, meu celular vai acordar descarregado, mas vale a pena.

— Vou arrumar você aqui – me viro de lado e coloco o celular ao lado, apoiado em um travesseiro para ficar em pé e não cair, enquanto ele também repete os meus movimentos – talvez amanhã você não precisasse ir embora e dormisse aqui.

— Mas segunda tem aula...

— E se trouxesse o seu material e o que vai precisar, então poderia dormir aqui e segunda vamos a aula juntos, não custa nada, apenas quero dormir abraçado com você e parar de sentir que existe algo errado com o nosso relacionamento.

— Isso é chantagem, mas vou pensar a respeito. Por agora, boa noite querido.


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