Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 60
O jogo da discórdia - Parte II




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A animação presente no ginásio faz a galera ir ao delírio depois da motivação do homem que apresenta o pré-jogo. Toda a gritaria e vibração te faz lembrar muito a torcida dos jogos de futebol da Copa do Mundo com toda aquela loucura de sempre. É como se fosse a final de um dos jogos também, com toda a animação e entusiasmo. Mas tratando-se de adolescentes possa ser que algo vá mais além.


— "É ótimo saber que todos estão animados para o jogo de hoje, é um prazer tê-los aqui. Essa manhã será marcada por muita tensão e competitivadade, é claro, pois trata-se de um jogp de campeonato que vale dinheiro, não é qualquer coisa. Mas também será marcada por muita alegria e comemoração pra aquele time que vencer. Por isso, desde já, eu parabenizo ambas as escolas escolhidas de hoje e parabenizo as alunas selecionadas para nos proporcionarem esse jogo de hoje. Por favor, uma salva de palmas para as escolas, pessoal, pois não foi fácil a trajetória até aqui" — o homem diz com uma espécie de ar filosófico.

Na mesma hora, todos aplaudem com gritos e altos assobios.

— "Agora é a hora mais esperada. É a hora de chamar as estrelas de hoje. Primeiro, as anfitriãs. Por favor, recebam com muitos aplausos, as alunas do Colégio Montreal."

De repente, a música “Everybody” de Britney Spears começa a tocar ao fundo enquanto as meninas entram uma seguida da outra com as mãos na cintura desfilando seriamente ao passo que são apresentadas pelo homem dizendo seus respectivos nomes. Elas vão se posicionando distribuidamente em suas posições, e, quando a formação se completa, começam a apresentar seu número de dança.

— Uou! Não sabia que elas iam dançar hoje — comenta Cris, surpresx.

— Nem eu! Elas esconderam isso da gente direitinho — Max fala.

A multidão se anima batendo palmas, agitando a apresentação. Uma espécie de coro se inicia e em uma só voz uma grande parte da galera canta o refrão da música na mais perfeita sintonia.

As meninas dançam perfeitamente executando seus passos iguais em harmonia. Seus movimentos diversos intercalando-se em dança e até piruetas e outros números de ginástica acaba surpreendendo o público levando-os ao delírio.




Quando a música termina, a multidão vibra, frenética, pelo êxito da apresentação. Os aplausos merecidos vem de toda a torcida de Montreal e até por alguns da torcida do outro time que não esconderam o seu prestígio pelo show.

— "Que apresentação! As meninas do colégio Montreal deram um show aqui! Vocês gostaram?"

— "SIIM!" — grita a galera, empolgada.

— "Então já começamos bem. Isso foi só o comecinho. Meninas, peço-lhes que agora vão para os seus assentos, pois agora eu vou chamar as outras competidoras que pelo jeito vão dar trabalho pra vocês — ele diz dando um sorrisinho — Pessoal, façam barulho e aplaudam com toda a força as meninas do Colégio Dolaville!"

E com mais aplausos, a galera recebe as meninas com muita empolgação.

A música escolhida da vez é “Backstabber” , da Ke$ha. Assim como as meninas de Montreal, uma por vez vai sendo chamada logo indo para suas posições, mas um pouco mais sorridentes e mais rápidas também. Porém, dentre todas que foram apresentadas, apenas a última lhe chama a atenção quando vê a imagem nítida aparecendo no telão.

— "E por último, Jennifer Elliot: a capitã e coreógrafa do time. Certamente vocês já devem conhecê-la pela mídia, pois a senhorita Elliot foi uma das primeiras a testar o táxi voador juntamente à seu pai no evento do Purple X realizado nesse ano" — o apresentador diz.

— Esse homem é um puxa saco — você dispara em um tom alto devido ao barulho.

— Por quê? — Cris lhe pergunta também gritando enquanto morde o sanduíche.

— Você não viu? Ela foi a única sobre quem ele falou mais só por causa do evento. As outras ele só disse os nomes.

— É verdade, né?

— O que ela tá fazendo aqui?

— Ela faz parte do time, não é?

— Mas ela nem estuda em Dolaville — você afirma.

— Você conhece ela?

— Digamos que eu sei coisas sobre ela.

— Pela sua cara não deve ser coisa boa — Cris fala.

— Digamos que é isso mesmo — você diz.


E assim a performance se inicia. Mais danças, saltos e piruetas são mostrados na performance. Parece até um padrão a ser seguido.

Mas uma coisa é certa: as meninas não estão ali pra brincar. Elas se entregam com toda força e energia. E É tudo ou nada e cada detalhe tem que sair com a mais pura perfeição, mesmo não sendo uma competição de dança.


Terminando o número, a galera vibra mais uma vez aplaudindo fortemente. Ao cessar os aplausos, o apresentador pede para que os times rivais se juntem no mesmo local um de frente para o outro enquanto ele diz:

— "Agora que já apresentaram suas performances, tá na hora de encarar o desafio da vez. No telão será sorteado o nome da escola que irá ficar com a bola e iniciar o jogo. Por isso, peço que façam uma boa partida e joguem limpo respeitando todas as regras. Não se esqueçam que qualquer bobagem, por menor que seja, pode colocar tudo a perder. Então, está com vocês. Boa sorte e que vocês deem o melhor de si — ele diz — Sendo assim, é com muita satisfação e contentamento que nesse momento se iniciam os Jogos Interescolares de Vôlei! Façam muito barulho, pessoal!"

 

 

As luzes do ginásio se apagam enquanto o “pessoal” ovaciona com muito mais energia dessa vez. Logo em seguida, a comum arquibancada ganha uma coloração roxo néon desenhando os degraus e também as linhas de separação entre os andares.

O centro do ginásio também muda totalmente sua aparência. O piso de cor amarelada torna-se um imenso campo de fogo azul gelo um pouco esverdeado, em sequência aparecendo os nomes das escolas em cada um dos lados. De imediato as meninas dirigem-se para os seus respectivos lados selecionados aleatoriamente.

A rede, que separa esse lados, vai surgindo lentamente de debaixo do chão através de um fino espaço que vai se abrindo até a mesma aparecer por completo ficando posicionada de vez. Bem ao lado, um compartimento também se eleva do chão. Logo dá pra ver do que se trata quando todos veem uma bola surgindo bem no topo. A escultura dourada que segura a bola para ficando em pé, enquanto seu brilho é refletido por todo o espaço deixando todos perplexos com a visão.

Os telões com a imagem preta já começa a sortear o nome da escola escolhida. Os nomes em branco vão trocando super acelerados até que em questões de segundos para apresentando o resultado. A escola de Dolaville é a escolhida. Mais uma vez inúmeros gritos e aplausos vindo por parte da torcida da escola mostrando os torcedores satisfeitos com o resultado.

Logo, uma mulher aparece rapidamente ao centro do ginásio entregando a bola para Jennifer, que agradece com um rápido sorriso forçado depois indo para a posição de saque. Ela quica a bola várias vezes no chão se aquecendo enquanto espera o som do apito.

Quase um minuto depois, o som é emitido. Jennifer olha bem centrada para frente e sem demora ela inicia o jogo quando executa o seu saque.



⌚ Duas horas depois...


Após um certo tempo chega a hora do intervalo. O placar está acirrado com dois sets ganhos por cada time, sendo necessário haver mais um para desempate. Primeiro o time de Dolaville tinha ganho dois seguidos, o que acabou desanimando um pouco as meninas de Montreal, mas, ao ganharem seu primeiro set, o feito foi fundamental para causar um impulso maior para elas adquirirem mais uma vitória.

A primeira música a tocar foi “Say So” de Doja Cat, na qual no mesmo instante anima a galera amenizando um pouco aquele clima de tensão e nervosismo dominando totalmente o lugar.

Ficou assim por um tempo, onde algumas outras músicas também tocaram. Então, logo quando a última canção é reproduzida, o apresentador volta para iniciar o último ato.

— "É hora de saber quem será o time vencedor da competição. A situação que nós encontramos é a seguinte: há um empate em que ambas as equipes ganharam dois sets. Agora é preciso que haja mais um e decisivo set para o resultado que definirá as vencedoras de hoje. Meninas, por favor, podem voltar ao centro do ginásio. Assim que ouvirem o toque do apito novamente, podem iniciar o jogo. Eu desejo toda a sorte para vocês e que as melhoras vençam."

O homem sai e no mesmo instante as jogadoras se posicionam novamente em seus lugares. Mais uma vez a multidão grita aos aplausos e muitos gritos em comemoração ao ato final.



No centro do ginásio...



— Vocês deram sorte que ganharam os dois sets seguidos. Tenho que admitir que mandaram muito bem — diz Jennifer Elliot com um sorrisinho de canto de boca.

— Muito obrigada. Vocês também estão se saindo muito bem. Todas as técnicas e jogadas que usaram até agora foram surpreendentes — você diz.

— Obrigada. Isso quer dizer que nosso treinamento está valendo a pena.

— Nós fazemos trabalho em equipe, somos bem unidas — comenta Micaella.

— O seu nome é Rebekah, não é? Você é a capitã do time? — pergunta Jennifer.

— Não, quem dera fosse. A capitã é aquela, a Cynthia — você responde apontando para Cynthia que no mesmo momento vem se aproximando.

— Oi, resolveram ser amiguinhas agora? Sugiro que façam isso fora daqui depois que o jogo acabar. No momento nós somos rivais. Ainda estamos numa competição se é que seus cérebros deixaram de notar — Cynthia dispara.

— O quê?! — Jennifer pergunta.

— Nada, ela só 'tá brincando — Micaella diz.

— Pois bem, eu apenas vim aqui falar com vocês e não pude deixar de admirar o trabalho em equipe que estão fazendo. Sabe, eu andei pesquisando um pouco sobre as nossas concorrentes. Mas o que mais me chamou a atenção é que eu descobri que vocês são tão transparentes umas com as outras. Com exceção de algumas, é claro — Jennifer fala.

— É. Nem todas são próximas assim, mas conforme fomos treinando juntas podemos aceitar mais as nossas diferenças — você diz.

— Mais ou menos, não é? Porque tem umas aqui que eu nem sei como tive paciência — Cynthia dispara, revirando os olhos.

— Que bom! Mas está tudo certo mesmo entre vocês duas? — Jennifer pergunta apontando para você e Micaella.

— Como assim? Por quê? — você pergunta, rindo sem entender

— Eu não sei. Como vocês conseguem treinar juntas e ficar de boa depois da descoberta de um triângulo amoroso?

— Como assim triângulo amoroso? Não tô entendendo.

— Ora, a única que existe. Vocês três são o único casal triplo que eu conheço de pessoas da nossa idade até agora. Mas eu fico feliz e ao mesmo tempo chocada que vocês conseguem administrar bem o relacionamento e o mesmo cara, e ainda conseguem ser ótimas amigas — Jennifer completa.

— Desculpa, eu ainda não sei do que você tá falando. Será que dá pra ser mais clara? — você diz.

— Hum, parece que finalmente a hora vai chegar — Cynthia comenta em um tom baixo.

— Ai, Rebekah, não precisa fingir. Eu tô falando disso — Jennifer fala enquanto mexe no celular logo em seguida virando a tela para você.

Ao se aproximar um pouco mais, você vê a imagem de Micaella e Tommy aos beijos em frente à um dos armários do corredor do vestuário feminino. Em choque, você não tira os olhos da tela do telefone querendo não acreditar no que vê. Porém, desse modo, tudo o que consegue dizer é:

— Mas, mas... o que é isso? Micaella é você? O que você tá fazendo nessa foto? Você tá beijando o... Tommy?

— Er, eu... — Micaella inicia.

— Você é lesada ou o quê, querida? Não tá vendo a foto? — pergunta Cynthia em tom de deboche.

— Rebekah eu sei que é difícil, mas olha, eu quis te alertar sobre o tipo de pessoa que você chama de amiga. Eu sei que não é o momento propício, ainda mais agora que estamos no meio de uma partida importante de vôlei, mas quando eu eu vi o que 'tava acontecendo pela suas costas eu me senti na necessidade de te alertar. Olha, a Micaella está todo esse tempo te traindo e você nem sabia. Você está ao lado de uma víbora. Me desculpe, mas eu odeio injustiças. Eu tive que te avisar — Jennifer conclui.

— Ora, sua vaca. Cala a boca! — Mirella exclama dando uns passos a frente — Rebekah, não acredite nessa garota que a gente nem conhece, muito menos nessa foto. Isso é montagem, você não vê? Ela tá querendo desestabilizar a gente pra perdermos o jogo.

— Não, querida. Não é uma montagem e todos sabem disso. Se quiser pode perguntar a quem quiser. Se eu que não estudo com vocês estou sabendo, imagine o pessoal da escola de vocês. A Micaella realmente não presta.

— Cala a boca, sua patricinha fake! Eu vou te mostrar o que não vai prestar quando eu arrebentar a sua cara — declara Micaella correndo ferozmente em direção à Jennifer.

Assim que ela atravessa a rede, sem perder tempo, agarra os cabelos de Jennifer com toda a força levando a menina ao chão. Depois, ela monta em cima da garota e começa a estapeá-la fortemente. Jennifer também revida ao empurrar Micaella também agarrando seus cabelos, dando início a uma luta corporal entre as duas.

Um fervo se inicia entre a galera que assiste a cena na arquibancada, deixando uns empolgados e outros chocados. Jennifer e Micaella parecem duas selvagens lutando por território ou coisa do tipo. Você também observa tudo, estática, sem reação, ainda tentando digerir e entender o que há pouco lhe havia sido escancarado.

E é então que finalmente volta a si, despertando de vez quando sente o vento causado pelo apresentador acompanhado de uns homens e mulheres que passam a toda velocidade para separarem a briga. 


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