Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 58
Em busca de respostas




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Você está novamente na Rua das Flores na porta da casa de dona Ami esperando que ela lhe atenda. Você fica feliz porque diferentemente da última vez que a visitou, dessa vez quem lhe atende é realmente a proprietária da casa. Com um belo sorriso no rosto, Ami lhe convida para entrar na mais natural simpatia lhe acomodando na casa e agradecendo pela surpresa visita.

— Ah, S/N, queridx. Que surpresa você aqui! Nem me avisou que viria. Eu podia ter preparado algum lanche ou um café. Como você está, queridx?

— Oi, dona Ami. Não precisa. Eu tô bem assim. Eu vim só te visitar, vim ver como a senhora tá — você diz.

— Eu estou muito bem. Não se preocupe. Está tudo bem comigo.

— Da última vez eu vim na casa da senhora, vim pegar as rênovas, mas quando cheguei aqui parecia que a senhora já estava dormindo. Quem me atendeu foi aquela menina que tá cuidando de você, a Mirella. O que foi que aconteceu?

— Me desculpe, filhx. Eu sei. Fiquei de te receber e te entregar pessoalmente as folhas de rênovas que sua irmã pediu, mas você acredita que eu acabei pegando no sono?

— É, mas ainda era muito cedo aquela hora era tipo o quê umas sete?

— Eu sei, mas o que posso fazer? Eu sou apenas uma velhinha. Futuramente vai ser assim com você. Não vai ter mais energia para dormir tão tarde.

— E ela 'tava fazendo alguma coisa importante? Eu vim aqui receber as rênovas e ela me atendeu muito rápido fechou a porta depressa eu até desconfiei

— talvez ela estava fazendo alguma coisa muito importante Mirela é sempre ocupada ela me ajuda em tudo aqui

— Eu sei. Ela tá sendo muito boa em vir te ajudar — você diz.

— É verdade. Mirella é um anjo.

— Mas vem cá, a senhora tá dormindo tão cedo assim todos os dias a sua vizinha me contou que já fazia algum tempo que não te via

— De qual vizinha você está falando?

— A que mora bem em frente da sua casa.

— Ah, você tá falando da dona Leca. Tinha que ser. Dona Leca é minha amiga e pelo visto também é muito fofoqueira.

— Ela só ficou preocupada com a senhora. Mas também não é por menos. Na noite em que vim pegar os folhas, ela surgiu perto de mim, até me deu susto. Eu fiquei sem entender quando ela disse que não te via há alguns dias.

— Que exagero.

— Ela parecia preocupada e um pouco desconfiada, eu acho. Mas enfim, pode ter sido qualquer coisa. Ela devia ter ficado ocupada como você disse.

— É bem provável que sim. Aqui sempre tem coisas para fazer — ela diz — Mas me conta mais coisas, você não veio aqui só pra falar de Mirella. Vamos falar sobre outras coisas. Como vocês estão em casa? Como está Lívia? Faz tempo que ela me deve uma visita.

— Nós estamos bem. Minha irmã anda muito ocupada com o trabalho. Na escola também não tá muito fácil. A gente tá chegando no final do ano, então a pressão por causa das últimas provas aumentam.

— Eu sei muito bem o que é isso. Eu, felizmente, nunca fiquei reprovada em nenhuma matéria. Sempre fui uma boa aluna.

— Eu também. Sempre acima da média.

— E como está em casa? Vocês continuam se dando bem?

— Sim. Tudo normal. O mesmo de sempre.

— Entendi. E sobre seu pai? Não sei se deveria perguntar isso, mas eu quero saber. Você nunca fala dele. Você não pode fugir e esquecer pra sempre que tem um pai.

— Eu sei, dona Ami. Eu nunca esqueço. Mas meu pai... eu não tenho notícias dele. Tudo o que ele me mandou na tentativa de entrar em contato comigo foi aquela carta que ele mandou.

— Carta essa que você nunca abriu, não é?

— É, eu nunca abri. Eu não sei ao certo o que acontece comigo. Ao mesmo tempo que eu tento fingir que essa carta não existe, eu também quero abrir ela, eu tenho a curiosidade de ver o que tá escrito. Mas alguma coisa me impede, sabe? Talvez falta coragem.

— Só pode ser. Mas tenta abrir, S/N. Tenta ver o que tem escrito nessa carta, talvez você vá gostar.

— Eu não sei devo. Ainda não tô preparadx pra isso. Essa história com meus pais em Atelis ainda é recente, talvez futuramente eu possa abrir, mas não agora.

— Mas por que disso? Eu não sei tudo sobre o seu pai, mas eu sei que ele não é uma má pessoa. Eu sei que ele fez coisa errada e não está presente agora, mas não tenha essa visão de monstro que você tem desse jeito, ele não é assim.

— E o que você sabe sobre o meu pai, dona Ami? Eu que convivi com ele desde quando nasci pensava que sabia tudo sobre ele, acreditando que ele era um homem honesto, de bem com todos, quando eu vi ele sendo preso e quando vi os motivos eu fiquei sem saber com quem eu 'tava morando durante todo esse tempo.

— Eu sei que não é fácil. Saber de todos os crimes e de tudo que ele fez pelas costas não é uma coisa fácil de se lidar, principalmente quando se trata de família. Todo mundo erra, sem exceção de ninguém, mas sempre temos motivos pra fazer determinadas coisas.

— Até pra cometer um crime? — você pergunta.

De repente, a porta principal da casa de dona Ami e, segundos depois, surge uma formosa e elegante mulher.

— Oi, boa tarde. Eu acabei escutando um pouco da conversa de vocês. Quem que cometeu um crime?

— Ah, olha ela aí. Mirella! Que bom que você chegou. Olha quem está aqui! — dona Ami exclama.

— Desculpa, eu sei que devia ter chegado há mais tempo, mas eu tive que resolver umas coisas.

— Tudo bem.

— Oh, eu conheço você. S/N não é? Dona Ami vive falando de você.

— Sim, sou eu. Eu vim aqui outra noite e você me entregou as folhas de rênovas — você fala fingindo um sorriso.

— Mas é claro! Que cabeça a minha. Claro que eu lembro de você. Foi uma visita rápida, mas eu não esqueci. Como você está, S/N? — ela pergunta pondo levemente a mão em seu braço.

— Eu tô bem. Hoje mais uma vez eu vim fazer uma rápida visita pra dona Ami. Já faz um tempinho que eu não venho aqui e da última vez que eu vim não consegui ver ela. Dormiu tão cedo — você diz.

— Dona Ami estava cansada. Não resistiu e acabou pegando no sono.

— E isso tudo graças ao chá que ela me dá. Consigo dormir muito bem agora — Ami fala.

— Chá? Você disse que não lembrava como adormecia e que só acordava no dia seguinte. De que é feito esse chá?

— Ora, como assim do que é feito o chá? Tem chá melhor que o de camomila pra dormir? — dona Ami diz, rindo.

— É verdade. Preparado corretamente o chá fica poderoso. A pessoa dorme que nem uma pedra — Mirella diz.

— Como assim preparado corretamente? Não é só pegar a camomila e misturar com água quente?

— Ah, S/N, foi só um modo de falar — dona Ami diz, gargalhando.

— Mas então, vocês ainda não me falaram direito sobre o que estavam falando? Vocês estavam conversando sobre alguém ter cometido um crime?

— Ah, sim. Mas estávamos falando sobre outra coisa, foi uma outra coisa que aconteceu com um conhecido de S/N. Enfim, assunto particular.

— Entendo — Mirella diz.

— É, mas o assunto da vez é o roubo do banco Khanterah. Já tem dias que aconteceu, mas esse assunto ainda rende — você fala.

— O roubo do banco Khanterah? O que ainda estão falando sobre isso?

— Sobre isso, nada. Ainda não encontraram os últimos envolvidos.

— É, eu fiquei sabendo que tiveram alunos de uma escola que se juntaram com os professores pra executarem o crime. Olha, confesso que isso foi algo bem inesperado — Mirella comenta.

— Sim, foram alunos e professores da escola de S/N. Encheu de jornalistas por lá durante vários dias — dona Ami fala.

— Nem me fale. A escola foi o centro das atenções. Os alunos ficaram bem incomodados com essa história toda. Inclusive eu — você diz.

— Nossa, que péssimo. Mas você conhece eles? — Mirella pergunta.

— Não, eu não faço ideia quem são. Eu não conheço quase ninguém naquela escola.

— Ótimo — Mirella comenta.

— Ótimo por quê?

— Claro, S/N. Já pensou você estar associadx com esse tipo de gente? Você ia ser mal vistx por todo mundo, inclusive pela sua irmã — Ami conclui.

— Isso é verdade. Essas pessoas que fizeram isso são horríveis, não sei onque têm na cabeça. E ainda por cima são pesssoas que a gente jamais desconfiaria — você comenta.

— O mundo está cheio de gente assim.

— Verdade.

— Olha, gente, se me dão licença, eu tenho que fazer um telefonema rapidinho. Dona Ami, eu volto daqui a pouquinho pra fazer aquele cafezinho que a senhora gosta. S/N, foi um prazer te conhecer. Espero te ver aqui mais vezes. Até a próxima — Mirella diz.

— Até a próxima. Foi um prazer te conhecer também — você diz.

— Tchau — Mirella diz logo saindo em direção da cozinha.

— Essa menina é muito simpática. Eu gosto muito dela. Acredito que vocês vão se dar bem — Ami diz.

— Dona Ami de onde a senhora conhece essa menina de onde ela veio?

— eu a contratei para ser a a minha enfermeira para cuidar de mim. Eu encontrei ela num site específico para pessoas que estão procurando trabalho para ser enfermeiros e ajudar pessoas idosas como eu, aí eu pesquisei alguns perfis acabei encontrando de Mirella e me encantei por ela. Acredito que eu fiz uma boa escolha.

— pela internet dona Ami? a senhora sabe que pessoas de internet estão desconhecidas não são de confiança.

— Eu sei eu sei você já me falou isso uma vez Mas eu tive boas referências a respeito dessa menina. Lá nesse site tinha tudo explicadinho a respeito dela as informações tudo que ela fez na vida dela com quem trabalhou e etc.

— ainda sim com um monte de informações ainda não dá para confiar.

— não fala assim se não desse jeito você vai acabar me deixando desconfiada.

— Mas é para ficar mesmo não tô querendo dizer que ela seja uma má pessoa mas sempre tem que ficar de olho. Sempre tem que ficar de olho com quem frequenta sua casa. Mas se ela trata bem a senhora e se você está feliz então isso é o que importa.

— Sim ela me trata muito bem.

— Que bom então. Bom, dona ami, eu também vou ter que ir agora preciso voltar para casa que eu tenho algumas coisas para resolver da escola.

— mas já hoje ainda é final de semana!

— sim eu preciso ir mas eu prometo que futuramente eu vou vir aqui de novo.

— futuramente já quer dizer que ainda vai demorar muito para voltar não é?

— não vou não fique tranquila eu vou voltar a quanto mais cedo eu puder. Mas deixe-me ir porque agora eu tenho que voltar para casa o dever me chama

— Oh, S/N muito obrigado por ter me visitado hoje novamente muito obrigado por se preocupar comigo também a nossa amizade é muito bonita vou levar isso para sempre.

— não tem de quê donaeme boa tarde fique bem eu gosto muito da senhora tá bom

— Eu também queridx boa tarde. Eu vou te levar até a porta.

— Tá bom. Se cuida. Eu vou tentar não demorar tanto pra aparecer de novo.

— Só me resta eu ficar aqui esperando, não é?

— Tchau, dona Ami. Até a próxima.

— Até a próxima, S/N — ela diz lhe dando um abraço com um sorriso no rosto.

Ao cruzar a porta, um certo desconforto toma conta de sua mente. Você finalmente tinha conhecido Mirella de fato, porém essa apresentação causara muita estranheza, pois de um certo e curioso modo, parecia que Mirella não era a mesma moça que conhecera outra noite, pois, na noite em que visitara a casa de dona Ami o comportamento dela estava bem diferente, mas dessa vez parecia que algo tinha mudado seu humor, pois estava toda meiga e simpática, sendo que na outra noite ela mal lhe recebera fazendo um breve atendimento e praticamente fechando a porta em sua cara como se não quisesse a sua presença.

Porém, ainda há outro assunto que ainda tem de se tratar: com quem ela falava no telefone naquela noite e quem era o misterioso rapaz que você vira entrando na casa de dona Ami pilotando aquela moto cujo Mirella já estava a espera? Seria apenas um amigo ou namorado? E o que mais eles poderiam ter feito após você ter ido embora?


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